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ESTRADAS

AULA 13 - DRENAGEM SUBTERRÂNEA

CURSO: Engenharia Civil , Março 2023.


DOCENTE: Monica Fernanda Manchak
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. A rodovia
2. Estudos de Traçado
3. Curvas
4. Superelevação e Superlargura
5. Elementos Altimétricos
6. Movimentos de Terra
7. Drenagem Drenagem superficial e subterrânea
8. Interseções
9. O Pavimento
10. Considerações sobre veículo e tráfego
11. Ensaios de Laboratório
12. Estudos de Compactação
13. Pavimentos Flexíveis
14. Pavimentos Rígidos
15. Materiais Betuminosos
16. Patologias
CONSIDERAÇÕES INICIAIS

“Sistema de Drenagem é o conjunto de dispositivos de drenagem que


tem como objetivos, garantir a integridade do corpo estradal e do seu
entorno (meio ambiente), bem como a segurança dos usuários da via.”
PRINCIPAIS OBJETIVOS
Coletar, conduzir e lançar, o mais rápido possível e em local adequado,
toda água que se origina, corra ou caia na superfície da plataforma viária
e que possa comprometer a segurança do usuário, a estabilidade
geotécnica do maciço ou a vida útil do pavimento.

RELEMBRANDO...

CONSEQUÊNCIAS DE UMA DRENAGEM INADEQUADA

Degradação da plataforma viária e do meio ambiente;


Diminuição da vida do pavimento;
Aumento nos custos operacionais dos veículos;
Aumento nos índices de acidentes;
Danos as propriedades lindeiras;
CONSEQUÊNCIAS DE UMA DRENAGEM INADEQUADA

Superficial
Erosão de taludes Infiltração pelas trincas / juntas
Assoreamento dos dispositivos Deterioração funcional e estrutural
Instabilidade de taludes do pavimento
Aderência pneu-pavimento Bombeamento
Aquaplanagem Alagamento da plataforma
Empoçamento

Profunda
Deterioração funcional e estrutural do pavimento
Perda de suporte do subleito
Recalque e afundamento da plataforma
DRENAGEM PROFUNDA (SUBTERRÂNEA)

No que interessa à drenagem das estradas, a água das chuvas, possui


dois destinos: parte escorre sobre a superfície dos solos e parte se
infiltra, podendo formar lençóis subterrâneos.

Estas situações não são únicas e distintas, havendo variação das


condições em função das graduações que tornam os solos mais ou
menos permeáveis ou impermeáveis, criando condições próprias para
cada região, influenciadas pelo tipo de solo , topografia e clima.

Há ainda um terceiro aspecto pelo qual a água se apresenta: a "franja


capilar", resultante da ascensão capilar a partir dos lençóis d'água,
obedecendo às leis da capilaridade. A influência produzida pela "franja
capilar" deve ser eliminada, ou reduzida, pelos rebaixamentos dos
referidos lençóis freáticos.
DRENAGEM PROFUNDA (SUBTERRÂNEA)

De um modo ou de outro, há sempre a necessidade indiscutível de


manter-se o lençol freático a profundidades de 1,50 a 2,00 metros do
subleito das rodovias, dependendo do tipo de solo da área considerada.

Execução de colchão drenante com bidim (manta geotêxtil)


DRENAGEM SUBTERRÂNEA

Os dispositivos usualmente utilizados para a drenagem subterrânea são:

Drenos profundos Drenos sub-horizontais


Drenos espinhas de peixe Valetões laterais
Colchão drenante Drenos verticais

Colchão drenante Dreno


DRENOS PROFUNDOS

Os drenos profundos têm por objetivo principal interceptar o fluxo da


água subterrânea através do rebaixamento do lençol freático, impedindo-
o de atingir o subleito.

Os drenos profundos são instalados, preferencialmente, em


profundidades da ordem de 1,50 a 2,00m, tendo por finalidade captar e
aliviar o lençol freático e, consequentemente, proteger o corpo estradal.

Devem ser instalados nos trechos em corte, nos terrenos planos que
apresentem lençol freático próximo do subleito, bem como nas áreas
eventualmente saturadas próximas ao pé dos taludes.
DRENOS PROFUNDOS

Os drenos profundos devem ser instalados nos locais onde haja


necessidade de interceptar e rebaixar o lençol freático, geralmente nas
proximidades dos acostamentos.

Nos trechos em corte, recomenda-se que sejam instalados, no mínimo,


a 1,50m do pé dos taludes, para evitar futuros problemas de
instabilidade.

Podem, também, ser instalados sob os aterros, quando ocorrer a


possibilidade de aparecimento de água livre, bem como quando forem
encontradas camadas permeáveis sobrepostas a outras impermeáveis,
mesmo sem a presença de água na ocasião da pesquisa do lençol
freático.
Terminal do dreno entupido
DRENOS PROFUNDOS

Quanto à disposição os drenos profundos podem ser classificados em:


Longitudinais – quando são implantados de forma
aproximadamente paralela ao eixo da estrada.
Transversais – quando sua implantação se faz de forma que
cruzam o eixo da via, segundo um ângulo que está geralmente
entre 45º e 90º.

Estes dispositivos podem ainda ser classificados de acordo com sua


permeabilidade na camada superior:
Selados – quando na parte superior se coloca uma camada de
material impermeável (como argila, por exemplo), denominada selo,
para impedir a entrada de águas superficiais;
Abertos – quando não se aplica o selo, o que permite o acesso das
águas superficiais às camadas drenantes.
DRENOS PROFUNDOS
NECESSIDADE DE IMPLANTAÇÃO DE DRENOS PROFUNDOS:

A implantação dos drenos profundos deve ser feita quando:


Houver corte em rocha;
For preciso rebaixar o lençol freático;
Houver cortes que possam ter problemas de instabilidade devido à
umidade;
Os estudos do lençol freático assim determinarem;
A montante exista água que não possa ser transposta por bueiros;
Se precisar complementar a drenagem fornecida pelos barbacãs, junto à
base de muros de arrimo de taludes;
Em locais onde as camadas superiores de terraplanagem têm
dificuldades em serem drenadas;
For encontrada uma camada permeável sobreposta à outra
impermeável;
ELEMENTOS DO PROJETO / MATERIAIS

Os drenos profundos são constituídos por vala, materiais drenante e filtrante:

Valas: As valas, abertas manual ou mecanicamente, devem ter no fundo a


largura mínima de 50 cm e de boca a largura do fundo mais 10cm. Sua
altura vai depender da profundidade do lençol freático podendo chegar a
1,50 m, ou no máximo 2,00 m.

Material de enchimento: O material de enchimento da vala pode ser


filtrante ou drenante:

1. A função do material filtrante é a de permitir o escoamento da água sem


carrear finos e consequentemente evitar a colmatação do dreno. Poderão
ser utilizados materiais naturais com granulometria apropriada ou
geotêxteis.
2. A função do material drenante é a de captar e ao mesmo tempo conduzir
as águas a serem drenadas, devendo apresentar uma granulometria
adequada à vazão escoada.
ELEMENTOS DO PROJETO / MATERIAIS

Os tubos são utilizados para receber as águas provenientes


do material drenante conduzindo-as para o local desejado,
podendo ser:

Furados: Quando as águas penetram através de furos


distribuídos em toda a seção ou apenas em parte dela;

Porosos: Quando o material com que são fabricados


permite a passagem de água;

Ranhurados: Quando existem finas ranhuras ao longo


do tubo de forma a permitir a entrada das águas.
Os diâmetros dos tubos comerciais variam de 10 a 15
cm.
MATERIAIS
A função do material filtrante (envelope) é permitir o escoamento da água e
impedir o carreamento de finos a fim de evitar a colmatação do dreno. Os
materiais utilizados são: areia, agregados britados, geotextil, etc.
O material drenante deve captar e conduzir as águas a serem drenadas.
Normalmente utiliza-se: britas, cascalho grosso lavado, etc.
Sobre o dreno, normalmente se utiliza uma camada impermeável às águas
superficiais feito com argila compactada denominada de selo.
CLASSIFICAÇÃO
Estes dispositivos podem ainda ser classificados de acordo com:

1. Sua permeabilidade na camada superior:

Selados: Quando na parte superior se coloca uma camada de material


impermeável (como argila, por exemplo), denominada selo, para impedir a
entrada de águas superficiais;

Abertos: Quando não se aplica o selo, o que permite o acesso das águas
superficiais às camadas drenantes.

2. O preenchimento da cava:

Drenos cegos: Quando a cava é preenchida com material drenante


desprovido de tubo, tendo em geral pequena vazão;

Com tubo: Quando o material drenante, ou drenante e filtrante, envolve


um tubo, que faz a condução da água.
CLASSIFICAÇÃO
3. Sua granulometria:

• Contínuos: Quando o material de enchimento da cava possui uma única


granulometria;
• Descontínuos: Quando os materiais empregados (drenante e/ou filtrante)
são de granulometrias diferentes.

RECOMENDAÇÕES QUANTO A POSIÇÃO DE INSTALAÇÃO


DRENO PROFUNDO LONGITUDINAL - PROCESSO EXECUTIVO
DRENO PROFUNDO LONGITUDINAL - PROCESSO EXECUTIVO
DRENO PROFUNDO LONGITUDINAL - PROCESSO EXECUTIVO
DRENO PROFUNDO LONGITUDINAL - PROCESSO EXECUTIVO
DRENO PROFUNDO LONGITUDINAL - PROCESSO EXECUTIVO
DRENO PROFUNDO LONGITUDINAL - PROCESSO EXECUTIVO
DRENO PROFUNDO LONGITUDINAL - PROCESSO EXECUTIVO

Imagens retiradas de: http://nobregapimenta.com.br/portfolioIntegra.asp?c=5


CONSIDERAÇÕES DO PROCESSO EXECUTIVO

O dreno profundo deverá ser posicionado, sempre que possível,


sob a sarjeta ,o mais distante possível do bordo do pavimento, a
fim de evitar futuros abatimentos;

Sempre que na execução de um dreno profundo for encontrada a


presença de água, este deverá ser executado com tubo, brita e
manta geotêxtil envolvendo a vala. Caso haja somente presença
de umidade o dreno poderá ser construído somente com tubo
poroso e areia;

Nos drenos profundos onde for utilizada areia no preenchimento da


vala, ela deverá ser adensada com água em duas etapas (meia
vala e vala inteira);

A declividade longitudinal deve ser superior a 1%.


DRENOS ESPINHAS-DE-PEIXE

São drenos destinados à drenagem de grandes áreas, pavimentadas


ou não, normalmente usados em série, em sentido oblíquo em relação
ao eixo longitudinal da rodovia ou área a drenar. Geralmente são de
pequena profundidade e, por este motivo, sem tubos, embora possam
eventualmente ser usados com tubos.

Exemplo de utilização: Praças de pedágio, campos de futebol.


DRENOS ESPINHAS-DE-PEIXE

Podem ser exigidos em cortes, quando os drenos longitudinais


forem insuficientes para a drenagem da área.

Podem ser projetados em terrenos que receberão aterros e nos


quais o lençol freático estiver próximo da superfície.

Podem também ser necessários nos aterros quando o solo natural


for impermeável.

Tratando-se de drenos a serem construídos à pequena


profundidade, é conveniente que sejam adotados drenos do tipo
cego ou com tubo dreno.
DRENOS ESPINHAS-DE-PEIXE
DRENOS ESPINHAS-DE-PEIXE
DRENOS ESPINHAS-DE-PEIXE
COLCHÃO DRENANTE

Este dispositivo de drenagem é utilizado quando o volume a ser drenado for


superior ao recomendado para ser drenado por outros dispositivos, como
espinha-de-peixe, por exemplo. Sua construção é feita a pouca profundidade
no leito, constituindo-se numa superfície contínua e drenante elaborada em
uma ou mais camadas.

Normalmente são utilizados em:

a) Nos cortes em rocha;


b) nos cortes em que o lençol freático estiver próximo do greide da
terraplenagem;
c) Na base dos aterros onde houver água livre próximo ao terreno natural;
d) Nos aterros constituídos sobre terrenos impermeáveis.

A remoção das águas coletadas pelos colchões drenantes deverá ser feita
por drenos longitudinais.
COLCHÃO DRENANTE
COLCHÃO DRENANTE
COLCHÃO DRENANTE
COLCHÃO DRENANTE
COLCHÃO DRENANTE

Os materiais granulares dos colchões drenantes devem ser protegidos por filtros
granulares ou geotêxteis para impedir a penetração de partículas finas do solo em
seu interior e conseqüente diminuição de sua capacidade de condução de água.
COLCHÃO DRENANTE

Segundo o DER (Departamento de Estradas e Rodagens)-PR (2005), o colchão


drenante é a camada executada com areia selecionada, aplicada diretamente
sobre os terrenos de fundação de aterros compostos por materiais saturados e
de baixa resistência ao cisalhamento, antecedendo a execução do aterro.
Destaca-se, no entanto, ser frequente a utilização da técnica em cortes
rodoviários para proteger o corpo estradal contra a ascensão do lençol freático –
nesse caso, o material mais utilizado é a brita em sua constituição.
DRENOS VERTICAIS

A eventual necessidade de executar um trecho rodoviário com


aterros sobre depósitos de solos moles, tais como: siltes ou argilas
orgânicas, argilas sensíveis e turfas pode representar problemas de
solução difícil e onerosa e, a fim de reduzir os custos de
implantação, deve-se realizar cuidadoso exame do assunto na fase
de projeto.

Entre a extensa gama de soluções possíveis de utilização, que vão


da remoção do solo por escavação ou deslocamento até as
técnicas construtivas, ou seja, velocidade de construção controlada,
pré-adensamento, bermas estabilizadoras, etc., aparecem os
drenos verticais.
DRENOS VERTICAIS

Os drenos verticais são usualmente utilizados em conjunto com colchões


drenantes, com o objetivo de aumentar a velocidade do adensamento do
subleito em solos-moles.

Compactação = Redução de volume devido ao ar contido nos vazios do solo;


Adensamento = Redução do volume de água contido nos vazios do solo.

Os drenos verticais podem ser construídos como colunas de areia ou serem


fibroquímicos, onde um envelope de tecido sintético permeável (geotextil)
recobre um núcleo condutor de polietileno ou algum outro material similar.
DRENOS SUB-HORIZONTAIS

Os drenos sub-horizontais são aplicados para a prevenção e correção de


escorregamentos nos quais a causa determinante da instabilidade é a
elevação do lençol freático ou do nível piezométrico de lençóis confinados.
No caso de escorregamentos de grandes proporções, geralmente trata-se da
única solução econômica a se recorrer.

São constituídos por tubos providos de ranhuras ou orifícios na sua parte


superior, introduzidos em perfurações executadas na parede do talude, com
inclinação próxima à horizontal.

Em solos ou rochas permeáveis ou muito fraturadas a vazão pode ser


grande, enquanto que em solos menos permeáveis a vazão pode ser
pequena ou nula, embora o alívio de pressão esteja presente; neste caso as
vazões podem ser tão pequenas que a água recolhida evapora ao longo de
seu caminho no interior do tubo, sendo porém seu efeito positivo
DRENOS SUB-HORIZONTAIS
DRENOS SUB-HORIZONTAIS
DRENOS SUB-HORIZONTAIS
VALETÕES LATERAIS

São valas abertas nos cortes, paralelas à plataforma, com a finalidade de


substituir os dispositivos de drenagem tanto subterrânea, quanto superficial.
Normalmente são executadas em caixas de empréstimo e podem funcionar
como sarjeta e dreno profundo. Contudo é importante que se tome os
devidos cuidados quanto a possibilidade de erosão, principalmente quando
sua declividade longitudinal for acentuada.
VALETÕES LATERAIS

A não ser que sejam executados com um alargamento substancial do


acostamento, poderão acarretar perigo ao tráfego. O projeto de valetão
lateral deverá atender ao seguinte:

A profundidade mínima será de 1,5 m a partir do greide de


terraplanagem;
A inclinação do valetão será idêntica ao de aterro do trecho junto à
plataforma, sendo a inclinação máxima de 1:1,5;
A inclinação das paredes do valetão, do lado oposto, será o mesmo do
talude de corte;
Deverá haver revestimento vegetal em toda a sua superfície;
Deverão ser tomados todos os cuidados para se evitar erosão;
É uma opção adequada principalmente para o lado interno de trechos em
curva;
Somente serão executados em trechos de materiais de 1ª categoria.

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