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HIDRÁULICA DOS

SOLOS
AULA 01

Tema: Permeabilidade dos solos

PROF.: ROSIEL FERREIRA LEME


Programa da aula

I. Permeabilidade em solos
II. Determinação do Coeficiente de Permeabilidade
III.Fatores que Influenciam na Permeabilidade
IV. Estratigrafia do solo
1. Definições gerais
O que é a permeabilidade?
A medida de quanto fácil será para um fluido passar através dos
poros de um meio poroso.
O que é a permeabilidade?
A medida de quanto fácil será para um fluido passar através dos
poros de um meio poroso.

Solo Arenoso:
- Fluxo fácil
- Alta permeabilidade
O que é a permeabilidade?
A medida de quanto fácil será para um fluido passar através dos
poros de um meio poroso.

Solo Arenoso: Solo Argiloso:


- Fluxo fácil - Fluxo dificultado
- Alta permeabilidade - Baixa permeabilidade
Qual a importância da permeabilidade?
Os problemas mais graves em obras geotécnicas são relacionados
com a presença de água no solo

Notícia de Jornal
Surgência – Barragem Joana -
Entrega de túnel está nove meses
atrasada PI
Qual a importância da permeabilidade?
E principalmente:
- Estimativas de vazões;
- Obras de drenagem;
- Estabilidade de taludes;
- Análises de deformações;
- Rebaixamento de lençol freático.

Surgência

Barragem Itauna - CE
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

Fazendo um 𝑄
Experimento mental!
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A
𝑄≈
𝐿
L

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A
𝑄≈
𝐿 h

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A

𝑄≈
𝐿 h

Teorema de Torricelli
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A

𝑄≈
𝐿 h

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A

𝑄 ≈ ×𝐴
𝐿 h

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A

𝑄 ≈ ×𝐴
𝐿 h

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A

𝑄 ≈ ×𝐴
𝐿 h

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A

𝑄 ≈ ×𝐴
𝐿 h

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A

𝑄 ≈ ×𝐴
𝐿 h

𝑄
Lei de darcy (1850)
- Darcy executou uma experiência para estudar o fluxo de água
através de solos. Variando o comprimento da amostra (L), a pressão de
água no topo e no fundo da amostra.

A

𝑄 = 𝑘× ×𝐴
𝐿 h

Onde: L

Q= Vazão
A = Área do Permeâmetro
𝑄
K = Constante do solo
Lei de darcy (1850)
- A relação de “h” a carga que dissipa e “L” a distância a qual a carga
dissipa, temos gradiente hidráulico “i”

ℎ ℎ
𝑄 = 𝑘. . 𝐴 𝑖=
𝐿 𝐿
Logo, temos que a vazão:

𝑄 = 𝑘. 𝑖. 𝐴 𝑄 = 𝑣. 𝐴

𝑣 = 𝑘. 𝑖 Velocidade de percolação
Relação entre velocidade de descarga “vd” e velocidade efetiva da água “vef”
Vd é a velocidade de descarga de
água com base na área seccional
transversal bruta do solo.

𝐿
𝑣𝑑 =
𝑡
Relação entre velocidade de descarga “vd” e velocidade efetiva da água “vef”
Vd é a velocidade de descarga de
água com base na área seccional
transversal bruta do solo.

L
No entanto, a velocidade efetiva
da água Vef (chamada de velocidade de
fluxo ou velocidade de percolação)
através dos vazios é maior que vd
Relação entre velocidade de descarga “vd” e velocidade efetiva da água “vef”

𝑄 = 𝐴. 𝑣𝑑 = 𝐴𝑒𝑓 . 𝑣𝑒𝑓
fluxo Q
𝑣𝑑
𝑣𝑒𝑓 =
𝑛
L
Área da amostra Área de vazio da
“A” seção “Av”

=
Área dos sólidos na
seção “As”
2. Determinação do Coeficiente
de Permeabilidade
Valores Típicos
O coeficiente de permeabilidade, k, tem as mesmas
unidades da velocidade (m/s ou cm/s).
Tipo de Solo Coeficiente de Permeabilidade
(m/s)
Argilas K<10-9
Siltes 10-6 < K < 10-9
Areias argilosas 10-7
Areias finas 10-5
Areias médias 10-4
Areias grossas 10-3
Fonte: Souza Pinto, 2002
Ensaios de Laboratório
a) Permeâmetro de Carga Constante

Mantida a carga “H”, durante um certo tempo o volume “V” é colhido.

A Nível Constante

∆𝑉
L 𝑄=
∆𝑇
∆𝑇

∆𝑉
Permeâmetro de carga constante
“Esquema”
Ensaios de Laboratório
a) Permeâmetro de Carga Constante

∆𝑉 ℎ
𝑄= 𝑄 = 𝑘. . 𝐴
∆𝑇 𝐿
A Nível Constante

h ∆𝑉 ℎ
= 𝑘. . 𝐴
L
∆𝑇 𝐿
∆𝑇
∆𝑉. 𝐿
𝑘=
∆𝑇. 𝐴. ℎ
∆𝑉
Permeâmetro de carga constante
“Esquema”
Ensaios de Laboratório
a) Permeâmetro de Carga Constante

Montagem do permeâmetro
Ensaios de Laboratório
a) Permeâmetro de Carga Constante

Instalação do permeâmetro
Ensaios de Laboratório
a) Permeâmetro de Carga Constante

Execução do ensaio de permeabilidade


Ensaios de Laboratório
Alguns solos podem levar muito tempo para percolar o fluxo pelo
permeâmetro!!!
Ensaios de Laboratório
Alguns solos podem levar muito tempo para percolar o fluxo pelo
permeâmetro!!!
Tipo de Solo Coeficiente de Permeabilidade
(m/s)
Argilas K<10-9
Siltes 10-6 < K < 10-9
Areias argilosas 10-7
Areias finas 10-5
Areias médias 10-4
Areias grossas 10-3
Areia Silte Argila
Ensaios de Laboratório
b) Permeâmetro de Carga Variável

A hi

Permeâmetro de carga variável


Permeâmetro de carga variável
“Detalhe”
“Esquema”
Ensaios de Laboratório
b) Permeâmetro de Carga Variável

L hf

Permeâmetro de carga variável


Permeâmetro de carga constante
“Detalhe”
“Esquema”
Ensaios de Laboratório
b) Permeâmetro de Carga Variável
ℎ 𝑑ℎ
a 𝑄 = 𝑘. . 𝐴 𝑄 = −𝑎.
𝐿 𝑑𝑡

L hf

Permeâmetro de carga constante


“Esquema”
Ensaios de Laboratório
b) Permeâmetro de Carga Variável
ℎ 𝑑ℎ
a 𝑄 = 𝑘. . 𝐴 𝑄 = −𝑎.
𝐿 𝑑𝑡
𝑑ℎ ℎ
−𝑎. = 𝑘. . 𝐴
𝑑𝑡 𝐿
A
𝑑ℎ ℎ.𝐴
L hf = 𝑘.
𝑑𝑡 𝐿.𝑎

𝑑ℎ ℎ. 𝐴
න = න 𝑘.
𝑑𝑡 𝐿. 𝑎

Permeâmetro de carga constante


𝐿.𝑎 ℎ𝑖
𝑘= 2,3. . log( )
“Esquema” 𝑡.𝐴 ℎ𝑓
Relações empíricas
Utilizando a equação de Hazen para o caso de areias e pedregulho, com
pouca ou nenhuma quantidade de finos.

2
𝑘 = 𝐶. 𝑑10

Onde:
• k é a permeabilidade expressa em cm/s;
• d10 é o diâmetro efetivo em cm;
• 90 < C < 120 sendo muito usado: C=100
Relações empíricas
Embora esta fórmula tenha sido determinada empiricamente, com
grãos de areia uniforme, cujo d10 variava entre 0,1 e 3mm, esta estimativa
de k pode ser utilizada como ordem de grandeza. A experencia técnica
demonstra coerência entre os valores encontrados na prática.

PEDREGULHO AREIA GROSSA AREIA MÉDIA AREIA FINA SILTE ARGILA


D > 4,8 mm 4,8 >D> 2,0 mm 2,0 >D> 0,42 mm 0,42 >D> 0,05 mm 0,05 >D> 0,005 mm D < 0,005 mm

1 10-2 10-3 10-4 10-6 10-9


K (m/s)
Exercício 1
O tubo tem uma seção de 107 cm² e o solo um coeficiente de permeabilidade k = 4 ×10–5
cm/s. O tempo de escoamento é de 42 min. Determine a quantidade de água que escoa
através do tubo.
Exercício 2
Um dique de 500 m de comprimento feito de argila compactada acumula água em um
reservatório conforme mostrado na Figura a seguir. Há 1 m de espessura (medida na
direção perpendicular à camada) camada de areia continua que se prolonga ao longo de todo
o comprimento do dique a 20º de inclinação para a horizontal, que liga o reservatório e a
vala. A condutividade hidráulica da areia é de 2,6 x 10-3 cm/s. Determine o volume de água
que flui na vala todos os dias.
3. Fatores que Influenciam na
Permeabilidade
1) Grau de saturação
As bolhas de ar presente no solo formam obstáculos para o
fluxo de ar.
1.0e-08
1.0e-09

Permeabilidade (m/s)
1.0e-10
1.0e-11
1.0e-12
1.0e-13
1.0e-14
1.0e-15

0.01 0.1 1 10 100 1000 10000


Sucção (kPa)

Variação da permeabilidade e um solo


Estrutura de um solo não saturado não saturado
2) Estrutura das partículas
Estrutura floculada (ramo seco)

Permite maior facilidade de


passagem de água.

Estrutura dispersa (ramo úmido)

Permite menor facilidade de


passagem de água.
2) Estrutura das partículas
Coeficiente de
Umidade de Compactação Índice de Vazios Permeabilidade
0.17 0,71 20 x 10-9 m/s
0.19 0,71 9 x 10-9 m/s
0.21 0,71 5 x 10-9 m/s
Coeficientes de Permeabilidade do Solo Compactado da Barragem de Ilha Solteira (Souza Pinto,
2000)
2) Estrutura das partículas
A equação de Taylor correlaciona o coeficiente de permeabilidade com
o índice de vazios do solo. Quanto mais fofo o solo, mais permeável ele é.
3) Anisotropia
A disposição das partículas influencia na permeabilidade.

Kh
3) Anisotropia
A disposição das partículas influencia na permeabilidade.

Kv

Kh > Kv
4) Temperatura
Influencia da temperatura altera a viscosidade do fluido

m = Viscosidade a uma temperatura “T”


m20 = Viscosidade a temperatura de 20 graus
o

k= Permeabilidade a uma temperatura “T”


4. Condutividade hidráulica em
solos estratificados
Permeâmetro com apenas um solo
A vazão pelo permeâmetro é definido pela equação de Darcy, como
mostra o esquema a seguir:


h
𝑄 = 𝑘. . 𝐴
𝐿

Q
L

A
Permeâmetro com dois solos perpendiculares ao fluxo
Para a situação em que se avalia a permeabilidade no permeâmetro
com dois solos em sequência, temos:

𝑄1 = 𝑄 2
h ℎ = ℎ1 + ℎ2

Q
L
ℎ1
A
ℎ2
Permeâmetro com dois solos paralelos ao fluxo
Para solos em paralelo, temos a seguinte configuração:

𝑄 = 𝑄1 + 𝑄2
h ℎ = ℎ1 = ℎ2
ℎ1
u2 u2
Q
L

u1 u1 A u1 ℎ2
Exercício 3
Considere a situação seguinte sabendo-se que os solos A e B existentes nos
permeâmetros (com largura igual a 30 cm) têm coeficiente de permeabilidade kA = 10-2
cm/s e kB = 2x10-2 cm/s. Determine para os permeâmetros mostrados nas figuras:

a) A perda de carga inicial nas amostras A e B;

b) O gradiente hidráulico nas amostras A e B.;

c) A vazão nos solos A e B.


Exercício 4
Considere a situação seguinte sabendo-se que os solos A e B existentes nos
permeâmetros (com largura igual a 30 cm) têm coeficiente de permeabilidade kA = 10-2
cm/s e kB = 2x10-2 cm/s. Determine para os permeâmetros mostrados nas figuras:

a) A perda de carga inicial nas amostras A e B;

b) O gradiente hidráulico nas amostras A e B.;

c) A vazão nos solos A e B.


Solos Estratificados
Em um depósito de solo
estratificado, onde a condutividade
hidráulica para o fluxo muda de
camada a camada, uma condutividade
hidráulica equivalente pode ser
calculada, para simplificar.

Solo estratificado
Solos Estratificados

1m
𝑞 = 𝑣. 1. 𝐻 = 𝑣1 . 1. 𝐻1 + 𝑣2 . 1. 𝐻2+

+ 𝑣3 . 1. 𝐻3 + … + 𝑣𝑛 . 1. 𝐻𝑛 kv1 H1
kh1
kv2 H2
Onde: Direção do Fluxo
kh2
kv3
• v é a velocidade de descarga média
H3 H
kh3

• v1, v2, v3 ... vn é a velocidade de descarga


em cada camada kvn Hn
khn
Solos Estratificados
Mas: kv1 H1
kh1
𝑣 = 𝑘. 𝑖 kv2 H2
kh2
Direção do Fluxo
kv3 H3 H
kh3

kvn Hn
khn

𝟏
𝒌𝒉 = [(𝒌𝒉𝟏 . 𝑯𝟏 ) + (𝒌𝒉𝟐 . 𝑯𝟐 ) + ⋯ + (𝒌𝒉𝒏 . 𝑯𝒏 )
𝑯
Solos Estratificados
Para a direção vertical: kv1 H1
kh1
𝑯 kv2
𝒌𝒗 = H2
𝑯𝟏 𝑯𝟐 𝑯𝒏 kh2
[ + + ⋯+ ] kv3 H3
𝒌𝒗𝟏 𝒌𝒗𝟐 𝒌𝒗𝒏 kh3
H

kvn Hn
khn

Direção do Fluxo
Exercício 5
Considere a situação seguinte sabendo-se que os solos A e B existentes nos
permeâmetros (com largura igual a 30 cm) têm coeficiente de permeabilidade kA = 10-2
cm/s e kB = 2x10-2 cm/s. Determine a permeabilidade equivalente e a vazão pelo
sistema.
Exercício 6
A figura a seguir mostra três camadas de solo em um tubo com 100 x 100 mm na seção
transversal. A água é fornecida para manter uma diferença de carga constante de 300 mm
em toda a amostra. Qual a taxa de água cm³/h
Solo K (cm/s)
A 10-2
B 3x10-3
C 4,9x10-4
Sousa Pinto: Capitulo 6

Braja Das: Capitulo 7


Sousa Pinto
Capítulo 06
• 6.2 A permeabilidade dos solos
• 6.3 A velocidade de descarga e a velocidade
real da água
Braja Das
Capítulo 07
• 7.3 Lei de Darcy
• 7.4 Condutividade Hidráulica
• 7.5 Determinação laboratorial da condutividade
hidráulica
• 7.9 Condutividade hidráulica em solos
estratificados

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