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INSTITUTO OCEANOGRÁFICO
DISCIPLINA: IOF-210 Introdução à Dinâmica da Atmosfera e dos Oceanos
(1.1) Comentar e exemplificar sobre as características e efeitos das forçantes na interface ar-
mar.
As forças que atuam na superfície ar-mar são a radiação solar, tensão de cisalhamento do
vento e a evaporação/precipitação. Esses fatores influenciam direta ou indiretamente na
salinidade e temperatura que, juntamente com a pressão, são responsáveis diretas pela densidade
da água do mar em cada ponto do oceano e, consequentemente, causam a estratificação deste e o
movimentos das massas de água.
A radiação solar é proveniente dos raios ultravioletas do Sol que chegam a superfície dos
Oceanos. É a partir dessa transmissão de energia que a água vai elevar sua temperatura e, em
muitos casos, evaporar, contribuindo para a formação de chuvas pela condensação desse vapor
na atmosfera. Desconsiderando as demais forças, quanto mais quente a água, menor sua
densidade. Assim ocorrem diversos movimentos advectivos onde as massas de água mais quentes
(menos densas) sobem e as mais frias (mais densas) descem. Por exemplo, em uma praia de noite,
onde a água na superfície esfria mais rapidamente do que aquela localizada no fundo.
As tensões de cisalhamento podem ser percebidas e sentidas pela formação de ondas. É a
principal força que que rege os movimentos dos oceanos na superfície.
Já a evaporação/precipitação tem maior influência na salinidade, visto que maior
quantidade de água da chuva em uma determinada região faz com que o sal se dilua em uma maior
quantidade de água precipitada, diminuindo assim a concentração. Se considerarmos apenas a
salinidade, quanto maior a concentração de sal (maior salinidade) maior a densidade
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diferentes regiões de acordo com a temperatura, salinidade e pressão. Podemos perceber tais
fatores sem, necessariamente, precisarmos da equação que rege isso.
Já o tratamento dinâmico consiste em aplicar uma lei física já conhecida ao oceano,
considerado como um corpo sujeito à ação de forças, e tentar resolver as equações matemáticas
resultantes para conhecer os movimentos que resultarão das forças atuantes. Pegando os
exemplos acima seria como obter uma equação que descrevesse o movimentos das correntes ou
a densidade da água em função dos parâmetros de entrada.
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Temperatura: azul / Salinidade: laranja
(1.5) Identificar em cada perfil vertical, obtido na questão anterior, a camada de mistura,
termoclina e haloclina.
PONTO A:
Camada de mistura: Primeiros 50 metros de profundidade
Termoclina: Entre 50 e 1000 metros de profundidade
Haloclina: Entre 50 e 750 metros de profundidade
PONTO B:
Camada de mistura: Primeiros 50 metros de profundidade
Termoclina: Entre 50 e 750 metros de profundidade
Haloclina: Entre 50 e 750 metros de profundidade
(1.6) Esquematizar como seria um perfil vertical de densidade convencional nos pontos A e B.
Comentar sobre as características desse perfil.
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— Uma região onde há uma rápida mudança do gradiente vertical de densidade (picnoclina),
causando grande aumento da densidade, entre 1250 e 2500 metros de profundidade; e
— Uma região onde a densidade se manteria, praticamente, constante (abaixo de 2500 metros de
profundidade).
— No ponto B: Uma região mais próxima à superfície (até 1750 metros de profundidade,
aproximadamente) onde a variação de densidade será praticamente uniforme com o decréscimo
de profundidade (Camada de Mistura);
— Uma região onde há uma rápida mudança do gradiente vertical de densidade (picnoclina),
causando grande aumento da densidade, entre 1750 e 2500 metros de profundidade; e
— Uma região onde a densidade se mantém, praticamente, constante (abaixo de 2500 metros de
profundidade).
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(1.7) Esboçar uma seção meridional (norte/sul) de temperatura, salinidade e de densidade de
superfície em função da latitude. Comentar sobre as características da seção meridional.
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Observa-se que a temperatura da superfície da água aumenta conforme se aproxima do
Equador (baixas latitudes) e diminui conforme se aproximam dos Pólos (altas latitudes). Isso
ocorre porque há maior incidência de radiação solar nas baixas latitudes.
A salinidade superficial tende a acompanhar a distribuição típica de precipitação, descarga
de água doce e precipitação nos Oceanos. Onde este saldo é negativo, que é entre 30ºS e 10ºS e
entre 10ºN e 30ºN, ocorre maior concentração de sal nas águas, como pode ser visto no gráfico
acima.
Já a densidade superficial é regida, principalmente, pela temperatura. Como pode-se
observar acima, nos Pólos, onde a água é mais fria, a densidade é maior; tal densidade vai
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diminuindo conforme há diminuição das latitudes (afastamento dos Pólos e aproximação do
Equador).
Análise de escala é a análise da ordem de grandeza dos termos envolvidos a fim de que
simplificações possam ser feitas. Por exemplo, ao calcular a Razão de Aspecto no oceano, que é
dado pela razão entre a profundidade média do oceano (cerca de 3x metros) e a dimensão
horizontal do oceano (cerca de 3x ), percebe-se que, mesmo que os valores não estejam com
uma precisão elevada, um é 1000 vezes maior do que o outro.
Com isso, a análise de escala nos permite ter uma noção dos resultados apenas fazendo a
análise dos termos da operação, como no caso para calcular o tempo que um ponto do oceano
demoraria para percorrer a Thermohalina.
3. O NÚMERO DE FROUDE
Para avaliar se a estratificação deve ou não ser levada em conta, compara-se a energia
cinética (EK) e a energia potencial (EP). Sabemos que esses dois tipos de energia se relacionam
pois, para satisfazer a conservação de energia, o aumento da energia potencial tem que ocorrer
às custas de decréscimo de energia cinética.
Para quantificar a relação entre ambas as energias, criou-se o Número de Froude ( ) ,
valor adimensional dado pela razão entre a energia cinética e potencial (EK/EP). Assim temos as
seguintes relações:
— ≈ 1: início da perturbação;
— << 1: limita a capacidade do fluido de mover verticalmente (ou a estratificação é
forte ou a corrente é fraca); e
— >> 1: estratificação não é importante (estratificação fraca ou corrente forte).
4. O NÚMERO DE ROSSBY
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O número de Rossby pode ser interpretado como uma medida da importância da rotação da
Terrano movimento que se deseja investigar. Esse número pode ser escrito como:
𝐔
𝛜=
𝐟𝟎 𝐋
(4.1) Calcular o número de Rossby para o vórtice formado em sua pia (ou banheira),
estimando uma escala de movimento L e considerando uma velocidade de 45 cm/s. A rotação
da Terra é importante para esse movimento? Justificar.
45 𝑐𝑚/𝑠
𝜖= ≈ 1,71 × 104
|(−5,83 × 10−5 𝑠 −1 )| × (45𝑐𝑚)
(4.2) Calcular o número de Rossby associado aos meandros, com aproximadamente 100 km
de escala horizontal, da Corrente do Brasil ao largo do Sudeste Brasileiro, considerando uma
velocidade típica de 50 cm/s. No caso da Corrente do Brasil, a rotação da Terra é importante
para o escoamento? Justificar.
Analisando-se a corrente do Brasil em uma área de influência do estado da Paraíba (𝜙1 ≈ 7°S)
ao estado do Rio de Janeiro (𝜙2 ≈ 23°S), calcula-se uma latitude média aproximada:
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𝜙1 + 𝜙2 7 °S + 23°S
𝜙𝑚 = = = 15°S
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Sendo assim:
sin(−15°) ≈ −0,26
Logo f0 será:
50 𝑐𝑚/𝑠
ϵ= ≈ 1,32 × 10−1
|(−3,79 × 10−5 𝑠 −1 )| × (107 𝑐𝑚)
Como 𝜖 < 1, então pode se dizer que a rotação da Terra é importante para o escoamento, porém
não de maneira predominante.
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É de valia de ressaltar alguns colaboradores: Universidade de São Paulo, Universidade
Federal de São Carlos, University of Cape Town, University of Liverpool, Universidad de Santiago
de Compostela, Sapienza Università di Roma, entre outros.
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