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Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Departamento de Oceanografia e Limnologia

Disciplina: Fundamentos de Oceanografia e Biologia


Marinha

Prof. Dr. Henrique Borburema

Aluno: TAYRIS N. L. DE MORAIS

ATIVIDADE OCEANOGRAFIA FÍSICA

QUESTÃO 1. Avalie a imagem abaixo e responda as questões.

A. Por que as camadas superficiais (< 100 m) são limitadas por nutrientes?

As camadas superficiais do oceano com menos de 100 metros de profundidade (<100


m) são limitadas por nutrientes devido à chamada "limitação nutricional”, em que a
disponibilidade de nutrientes essenciais, como nitrogênio e fósforo, é muitas vezes
insuficiente. Estes nutrientes desempenham um papel crucial no desenvolvimento do
fitoplâncton, que constitui a base da cadeia alimentar marinha. Além disso, outra razão para
que esta limitação ocorra se dá através da circulação oceânica, a qual realiza o transporte de
água das profundezas para a superfície, trazendo consigo nutrientes. Contudo, esse processo
ocorre de maneira relativamente lenta e pode não ser suficiente para fornecer nutrientes em
quantidades específicas às camadas superficiais em algumas áreas.
B. Considerando que esse gráfico foi construído durante o verão em zona
temperada, o que ocorreria com a camada de mistura e a termoclina no
inverno?

Durante o inverno em uma zona temperada, a camada de mistura tende a diminuir à


medida que a temperatura da superfície do oceano esfria. Isso ocorre porque a diferença de
temperatura entre a superfície e as camadas mais profundas aumenta. Com a diminuição da
temperatura na superfície, a estabilidade térmica aumenta, levando à formação de uma
termoclina mais acentuada. A termoclina é uma região em que a temperatura muda
rapidamente com a profundidade. Durante o inverno, ela se torna mais pronunciada à medida
que a água mais quente e menos densa na superfície se separa da água mais fria e mais densa
abaixo, resultando em uma redução na camada de mistura. Alem disso, na camada de mistura,
a intensidade dos raios ultravioleta é mais pronunciada, contribuindo para o seu aquecimento.
Entretanto, durante o inverno, quando a incidência solar é significativamente menor,
especialmente nas zonas temperadas, observa-se uma diminuição sazonal da temperatura
nessa camada. Isso resulta em um equilíbrio térmico, ou pelo menos uma maior proximidade
entre as temperaturas, com a região da termoclina.

C. Considere a camada em que há o máximo de fotossíntese (~ 100 m). O que


ocorre nessa profundidade que permite o crescimento da atividade
fotossintetizante?

A camada em que há o máximo de fotossíntese, geralmente encontrada a cerca de 100


metros de profundidade no oceano, é conhecida como zona de isenção de nutrientes ou zona
de clorofila máxima. Nessa profundidade, as condições são ideais para a atividade
fotossintetizante devido à disponibilidade de nutrientes e luz. Nessa profundidade, há uma
quantidade adequada de nutrientes, como nitratos e fosfatos provenientes de camadas mais
profundas, que são transportadas para a superfície por processos de mistura e circulação
oceânica. Além disso, a luz solar é suficiente para permitir a fotossíntese das plantas e
organismos fotossintetizantes, já que a luz penetra até essa profundidade. Por isso há grande
incidência desses organismos autotróficos, o que contribui para ciclagem de nutrientes e
permanência dos mesmos.
D. Por que o oceano profundo é rico em nutrientes?

O oceano profundo é rico em nutrientes devido à deposição de matéria orgânica em


reserva e ao processo reciclagem de nutrientes. A matéria orgânica produzida na superfície do
oceano, principalmente pelo fitoplâncton, eventualmente afunda para camadas mais
profundas. À medida que essa matéria orgânica se decompõe, ela libera nutrientes, como
nitrogênio e fósforo, de volta para a água. Além disso, o transporte vertical de nutrientes
provenientes da camada de mistura durante o inverno contribui para enriquecer as águas
profundas com nutrientes. Esses nutrientes são essenciais para sustentar a vida nas
profundezas do oceano, incluindo organismos bentônicos e algumas formas de vida marinha
que habitam as águas mais profundas.

QUESTÃO 2. Avalie a figura abaixo sobre os diferentes tipos de termoclina que podem ser
formadas em função da latitude.

A. Indique as respectivas zonas latitudinais que correspondem às termoclinas


apresentadas nas figuras a), b) e c); e indique os fatores que te levaram a
identificá-las.
Figura A – Trata-se de uma região polar, pois a temperatura do oceano é constantemente de zero grau,
o que garante a solidificação da água presente nesta região, portanto, independente da zona, trata-se de
uma região congelada.
Figura B – Por possuir termoclina sazonal, trata-se de uma região temperada, que pode ter uma
variação de temperatura de acordo com a época do ano, tendo as quatro estações bem definidas.
Figura C- Trata-se de região equatorial/tropical, pois não possui variação sazonal (como ocorre na
região temperada) ou temperatura constante no decorrer de sua profundidade (como ocorre na região
polar), nesta figura a termoclina é completamente constante, ou seja, há incidência de luz solar
independente da estação.
B. Escreva como se forma a termoclina sazonal e em quais meses ela é mais
evidente no Hemisfério Norte.

A formação da termoclina sazonal está associada às mudanças sazonais na temperatura da


superfície da água. Durante os meses mais quentes, a camada superior da água é aquecida pela
radiação solar, tornando-se mais quente do que as camadas mais profundas. No entanto, durante os
meses mais frios, a superfície da água perde calor para a atmosfera, esfriando e se tornando mais
densa. Isso cria uma diferença de densidade entre a camada superior mais quente e as camadas
mais frias abaixo, resultando na formação da termoclina sazonal. No Hemisfério Norte, a
termoclina sazonal é geralmente mais evidente durante os meses de verão, quando a radiação solar
é mais intensa e a superfície da água aquece. Nos meses mais frios do inverno, a termoclina tende a
enfraquecer à medida que a água superficial esfria e se mistura de forma mais eficiente com as
camadas mais profundas. Assim, a variação sazonal na temperatura da água cria essa camada de
transição conhecida como termoclina sazonal, que afeta a distribuição de nutrientes, o
comportamento de organismos aquáticos e outros processos oceanográficos.

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QUESTÃO 3. Sobre a distribuição da salinidade e as interações entre as variáveis físico-


químicas da água do mar, responda:

A. Em quais latitudes ocorrem, em geral, os menores níveis de salinidade na


superfície dos oceanos e por que isso ocorre?
Os menores níveis de salinidade na superfície dos oceanos ocorrem nas latitudes
equatoriais e próximas a essas latitudes. Isso se deve principalmente à alta taxa de demanda
nessa região. Nas latitudes equatoriais, o ar quente sobe, resfria e libera grande quantidade de
chuva, diluindo a salinidade da superfície do oceano. Além disso, as altas temperaturas nessa
região aumentam a evaporação da água, mas a chuva prevalece, resultando em menores níveis
de salinidade.

B. Por que nas latitudes tropicais ocorrem, em geral, os maiores níveis de


salinidade comparativamente às outras regiões dos oceanos?

Nas latitudes tropicais, ocorrem, em geral, os maiores níveis de salinidade


comparativamente a outras regiões. Nestas latitudes, a taxa de evaporação é elevada devido às
altas temperaturas, especialmente em áreas subtropicais e tropicais. O ar quente aumenta a
evaporação da água do oceano, deixando para trás os sais distribuídos, o que eleva a salinidade.
Além disso, as regiões tropicais frequentemente experimentam condições de alta pressão
atmosférica, o que limita a ocorrência de chuvas graves. A falta de redução reduz a entrada de
água doce nos oceanos, contribuindo para a manutenção de níveis mais altos de salinidade.
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QUESTÃO 4. Assistam ao vídeo “Não existe sal na água do mar”, disponibilizado no link
abaixo e responda:

https://www.youtube.com/watch?v=cIiQOfJMvnU
Sobre o trecho do vídeo que afirma: “Por isso, a concentração de íons no oceano – ou
seja, a sua salinidade – não mudou muito ao longo do tempo. E esses íons ajudam a
manter nossos oceanos funcionando.” Discuta as relações da temperatura e salinidade
para a densidade da água do mar e como essas relações determinam o “funcionamento”
dos oceanos.

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A salinidade da água do mar, que se refere à concentração total de sais distribuídos, é um fator
crucial para entender as propriedades físicas da água do oceano. A salinidade, juntamente com a
temperatura, desempenha um papel significativo na determinação da densidade da água do mar.
A densidade é um parâmetro vital para compreender os movimentos oceânicos e as correntes
marinhas. Ademais, a densidade é fundamental para os movimentos oceânicos, como a
circulação termohalina, que envolve os padrões de circulação globais baseados em diferenças de
temperatura e salinidade.
Densidade da Água do Mar:
A densidade da água do mar é influenciada diretamente pela temperatura e salinidade.
Geralmente, a água do mar se torna mais densa à medida que a temperatura diminui/ou a
salinidade aumenta.
A água mais fria é mais densa do que a água mais quente, porque as moléculas de água se
agrupam de forma mais eficiente em temperaturas mais baixas.
A salinidade afeta a densidade porque os sais distribuídos aumentam a massa da água. Quanto
mais salina a água, mais densa ela tende a ser.
Circulação Termohalina:
A circulação termohalina refere-se à circulação oceânica impulsionada por diferenças de
temperatura e salinidade.
A água mais quente e menos salina tende a subir, enquanto a água mais fria e mais salina tende
a afundar. Esse processo cria correntes oceânicas profundas.
Essa circulação é vital para a distribuição de calor ao redor do globo, influenciando os padrões
climáticos e a transferência de nutrientes nos oceanos.
Ecossistemas Marinhos:
A distribuição de nutrientes e a disponibilidade de luz solar nas camadas superiores dos oceanos
são afetadas pela circulação termohalina.
Esses fatores, por sua vez, desempenham um papel fundamental na estrutura e função dos
ecossistemas marinhos. Mudanças nas condições termohalinas podem impactar a produtividade
biológica e a biodiversidade.
Impacto nas Mudanças Climáticas:
A circulação oceânica também desempenha um papel crucial na absorção e redistribuição de

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