Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ISBN 978-85-9502-094-8
CDU 625.7
Introdução
Alagamentos e erosões acontecem, principalmente, através do escoa-
mento superficial concentrado, que provoca o aparecimento de sulcos
e ravinas nas encostas inclinadas, originando deslizamentos de terra ou
quedas de barreiras, contribuindo para acidentes automobilísticos. Estes
problemas são frequentemente acelerados pelas ações humanas, em
casos que se suprimem, ou tornam mais ralas, as coberturas vegetais
dos terrenos, bem como nas alterações que se introduz na topografia,
seja pela construção de obras e benfeitorias (como as estradas), seja pela
extração de materiais de construção.
Neste capítulo, você verá os dispositivos criados pela Engenharia para
atenuar ou eliminar os alagamentos e erosões que podem ocorrer no
corpo estradal e nas áreas adjacentes, garantindo o conforto e a segurança
dos usuários de rodovias.
Drenagem superficial
Pereira et al. (2007) relatam que este sistema deve captar ou interceptar e,
principalmente, remover (ou conduzir) as águas precipitadas que escoam
superficialmente sobre as rodovias e suas áreas adjacentes, para fora do corpo
Água superficial é toda água que resta de uma chuva, depois de deduzidas as perdas
por evaporação e infiltração. A seguir o detalhamento dos dispositivos de drenagem
superficial, baseado nas orientações de Pereira et al. (2007), que resumem e comple-
mentam as disposições do Manual de Drenagem do DNIT (BRASIL, 2006).
Sarjeta de corte
São elementos lineares executados paralelamente às pistas de rolamento,
objetivando captar e conduzir as águas precipitadas sobre a rodovia (e áreas
lindeiras) até os bueiros, saídas dos cortes ou talvegues naturais. Revestidas
com grama, pedra arrumada e/ou argamassada, concreto ou solo-cimento.
Geralmente são construídas junto aos acostamentos, veja Figura 3, com seção
transversal triangular, semicircular ou trapezoidal, moldadas in loco manual
ou mecanicamente.
Dissipador de energia
São dispositivos construídos para reduzir a energia de fluxos de água con-
centrados por outros dispositivos de drenagem, diminuindo a velocidade de
escoamento, tanto no dispositivo como no deságue e disposição final, neste
caso, minimizando os efeitos erosivos junto ao terreno natural. O DNIT (BRA-
SIL, 2006) classifica-os em localizados (p. ex.: bacias de amortecimento) e
contínuos. Os primeiros, ilustrados na Figura 8, são construídos in loco, em
concreto e pedra de mão (diâmetro entre 0,10 e 0,15 cm) arrumada, assentada
sobre uma caixa escavada no terreno, com as paredes e fundo revestidos em
concreto, locada à frente e sob a extremidade de outro dispositivo de drena-
gem; na falta de pedra de mão, ou por opção, pode-se executar o concreto
denteado. Os segundos geralmente são associados a descidas de água em
degraus (ou cascatas).
Bueiro de greide
Representado por uma estrutura linear de tubos de concreto, geralmente
armado, com diâmetro de 0,80 m, acomodado sobre um berço de concreto
magro, próximo a superfície da plataforma de terraplenagem, destinados
a conduzir, para locais de deságue seguro, as águas captadas pelas caixas
coletoras e outros dispositivos de drenagem superficial, cuja vazão admissível
tenha sido atingida.
Localizam-se em seções mistas, passagens de corte para aterro, pontos
mais baixos dos aterros e transposições de pistas quando necessário. Segundo
o DNIT (BRASIL, 2006), os bueiros de greide podem ser implantados trans-
versal ou longitudinalmente ao eixo da rodovia, com alturas de recobrimento
atendendo à resistência de compressão estabelecida para as diversas classes
Caixa coletora
São estruturas em concreto simples ou alvenaria de tijolos, que podem ser
construídas abaixo do nível do terreno natural, instalados nas extremidades
dos bueiros de greide (veja Figura 9) para a captação e transferência das águas
provenientes de sarjetas (caixa coletora de sarjeta) ou em substituição a boca
de montante de bueiros de grota (caixa coletora de talvegue). Permite ainda
a conexão de canalizações com alinhamentos, dimensões e declividades
diferentes que se interceptam em um ponto (veja Figura 10); também utiliza-
dos em segmentos de canalizações muito longos, para facilitar as tarefas de
manutenção e limpeza.
Número de linhas:
■ bueiro simples: uma única linha de dispositivos de escoamento;
■ bueiro duplo ou triplo: constituídos por mais de uma linha; não é
usual; número maior que três linhas.
Tipo de material:
■ bueiro de concreto armado;
■ bueiro metálico – chapa corrugada ou lisa – “ARMCO”/Tunnel-Linner;
■ bueiro de alvenaria, pedra;
■ bueiro de madeira (provisório);
■ bueiro de PVC;
■ bueiro de PEAD.
Esconsidade:
■ Normal: quando o eixo do bueiro é ortogonal ao eixo da estrada;
mais fácil de ser construído e de menor custo (menor comprimento).
L = (p + pm + pj) / cos.α
Onde:
pm = 1,5 × hm
pj = 1,5 × hj
Figura 14. Esquema para cálculo do comprimento dos bueiros de transposição dos
talvegues.
Fonte: Pereira et al. (2007).