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Atividade avaliativa

Aluna: Sara Matos dos Santos


Disciplina: Drenagem de vias
Professora: Priscila Fernanda Silva de Oliveira
Abordar para a drenagem superficial em rodovias
i. Objetivo e características;
ii. Elementos do projeto;
iii. Dimensionamento hidráulico;

A influência da água nas rodovias e vias urbanas pode se manifestar por meio
de instabilidades e erosão dos taludes, bloqueio dos dispositivos de
drenagem quando mal dimensionados, redução da capacidade de suporte
das vias e alagamento das pistas. Além disso, é crucial destacar que tais
efeitos comprometem significativamente a segurança dos usuários da via.
Portanto, a presença de um sistema de drenagem adequado para as águas
superficiais é de extrema importância para mitigar os impactos da água nas
rodovias.
Dentre os componentes viários que impactam na segurança das estradas,
destacam-se os elementos laterais, como taludes, barreiras, defensas e
obstáculos fixos em geral. Estes últimos incluem, por exemplo, os elementos
estruturais presentes em obras de arte especiais, como os pilares de viadutos
e passarelas; componentes de iluminação, como postes; elementos de
sinalização vertical; e ainda as estruturas relacionadas à drenagem, como
caixas de captação, bueiros e guias.
Assim, um sistema de drenagem bem planejado, construído e mantido
adequadamente assegura a segurança dos usuários da via, contribuindo
significativamente para a redução do número de acidentes. Além disso, esse
sistema promove a durabilidade da rodovia, dos elementos estruturais, bem
como a integridade dos taludes de corte e aterro.
Diversos fatores podem levar à deterioração do pavimento, incluindo erro de
projeto e construção, fadiga e oxidação, impacto do tráfego e condições
climáticas adversas, falta de manutenção e a utilização de materiais
inadequados.
A finalidade da drenagem superficial de uma rodovia é interceptar e coletar
as águas provenientes das áreas adjacentes e sob o corpo estradal, que se
precipitam sobre o corpo estradal, resguardando sua segurança e
estabilidade, encaminhando-as de maneira segura para o escoamento,
visando preservar a segurança e estabilidade da via.
Para o funcionamento eeficiente de um sistema de drenagem superficial
uttiliza-se uma série de elementos, cujos objetivos e características serão
especificados ao longo deste trabalho.

a) Valetas de proteção de corte

Fonte: DNIT, 2006.


Fonte: DNIT, 2006.

Fonte: INTERVIAL, 2018.

O tipo de seção mais recomendado para as valetas é o trapezoidal,


podendo elas serem também retangulares ou, no caso da valeta
de proteção de corte, triangulares. O dimensionamento hidráulico
dos dois tipos de valeta é igual, podendo ser resumido no seguinte
passo a passo:
1º - Arbitrar a seção transversal da valeta;
2º - Determinar a declividade;
3º - Fixar a velocidade máxima admissível e o coeficiente de
rugosidade n em função do revestimento escolhido;
4º - Calcular, usando a fórmula de Manning e a equação da
continuidade, o perímetro hidráulico, raio hidráulico, área molhada
e altura da valeta.
5º - Verificar se a descarga afluente está dentro do limite da vazão
admissível. Se não, modificar a altura da valeta.
6º - Verificar se a velocidade de escoamento está dentro do limite
da velocidade máxima admissível. Se não, modificar o
revestimento.
7º - Determinar se o fluxo opera em regime crítico, supercrítico ou
subcrítico, usando as fórmulas de hc em função do tipo de;
8º - Determinar o bordo livre, em função do tipo de revestimento;
9º - Verificar necessidade de escalonamento de valetas, para
manter a declividade abaixo do valor máximo de 2%.

A valeta de proteção de cortes, que têm como objetivo interceptar


as águas que escorrem pelo terreno natural a montante,
impedindo-as de atingir o talude e de eventualmente comprometer
a estabilidade do corpo da estrada. Elas são instaladas em todos
os trechos em corte nos quais o escoamento superficial
proveniente dos terrenos adjacentes possam comprometer a
estabilidade da via.
Essas valetas devem ser posicionadas paralelamente às cristas
dos cortes, a uma distância de 2,0 a 3,0 metros, e o material
escavado deve ser colocado entre a valeta e a crista do corte,
compactado manualmente.
As valetas de proteção de cortes, podem adotar formas
trapezoidais, retangulares ou triangulares. Recomenda-se a
preferência por valetas com formato trapezoidal devido à sua maior
eficiência hidráulica. Em cortes em rocha, a seção a ser adotada
deve ser retangular para facilitar a execução.

Quando a declividade longitudinal da valeta não puder acompanhar


a declividade natural do terreno, por apresentar velocidade de
escoamento superior à permissível, deve-se escalona-la em
trechos de menor inclinação (2% no máximo), por meio de
pequenas barragens transversais, com espaçamento inferior a 50
metros.

É crucial realizar a construção das valetas de proteção antes da


implementação da hidro-semeadura - que é uma técnica utilizada
em projetos de controle de erosão e recuperação de áreas
degradadas, comumente utilizada em áreas afetadas por
atividades de construção, desmatamento, incêndios florestais ou
qualquer outra situação que tenha causado a perda da cobertura
vegetal e a exposição do solo; promovendo a restauração
ecológica e o estabelecimento rápido de vegetação e contribuindo
para a estabilização do solo, prevenindo a erosão - a fim de evitar
retrabalho e gastos desnecessários com esse serviço ambiental.
Recomenda-se que, sua localização seja a uma distância mínima
de 3.00 m da linha de offset (crista do corte e/ou pé do aterro), que
o material removido na escavação seja, removido e transportado
até um local adequado.

b) Valetas de proteção de aterro


Fonte: VOGELSANGER, 2018

As valetas de proteção de aterros têm como objetivo interceptar as


águas que escoam pelo terreno a montante, impedindo-as de
atingir o pé do talude de aterro. Além disso, têm a finalidade de
receber as águas das sarjetas e valetas de corte, conduzindo-as
com segurança ao dispositivo de transposição de talvegues.
As valetas devem ser construídas a uma distância de 2 a 3 metros
do pé do talude do aterro, de modo a não interferir com o mesmo.
O material escavado durante a construção deve ser depositado
entre a valeta e o pé do talude do aterro, sendo compactado
manualmente para suavizar a transição entre as superfícies do
talude e do terreno natural. Essas valetas podem ter seções
trapezoidais ou retangulares.

Os materiais de revestimento variam entre: concreto, vegetação,


pedra arrumada, alvenaria de tijolo ou pedra.

c) Sarjetas de corte
As sarjetas de corte desempenham a função de coletar as águas
provenientes da precipitação sobre a plataforma e dos taludes de
corte, encaminhando-as para o ponto de saída apropriado. Esse
ponto pode ser a transição entre o corte e o aterro, onde a água
escoa naturalmente para fora da plataforma; a valeta de aterro; ou
a caixa coletora do bueiro de greide. É essencial que todas as
áreas de corte sejam equipadas com sarjetas de corte.

O dimensionamento das sarjetas de corte envolve, primeiramente,


o cálculo da vazão de projeto, seguido pela escolha da seção da
sarjeta cuja capacidade de vazão seja compatível com a vazão
projetada. Após a seleção da seção da sarjeta, é realizado o
cálculo do comprimento crítico para a colocação das saídas d'água,
e verifica-se se a velocidade do escoamento atende aos limites
estabelecidos para evitar a erosão.

As sarjetas devem ser instaladas em todos os cortes, posicionadas


ao longo das margens dos acostamentos e conduzindo até pontos
de saída estrategicamente localizados, como os pontos de
transição entre corte e aterro ou as caixas coletoras.

A sarjeta triangular é a opção mais segura e preferencial dos


projetistas. Caso a vazão de projeto ultrapasse os limites de
capacidade da sarjeta triangular, a segunda opção é a sarjeta
trapezoidal. Esta é composta por meio-fio para prevenir a queda de
veículos desgovernados na sarjeta, podendo ser capeada
descontinuamente para evitar a entrada de materiais finos. Em
casos de vazão maiores ou por critérios construtivos, como cortes
em rocha, a terceira opção é a sarjeta retangular. Esta sarjeta
apresenta a vantagem de permitir variação na profundidade ao
longo de seu comprimento.
Os materiais para revestimento podem ser: concreto, alvenaria de
pedra argamassada, alvenaria de tijolo, revestimento vegetal,
pedra arrumada e pedra arrumada revestida.

É relevante ressaltar que a seção triangular é amplamente


reconhecida, pois, além de oferecer uma capacidade de vazão
razoável, possui uma vantagem significativa na redução dos riscos
de acidentes. Caso um veículo saia da pista de rolamento em
direção à sarjeta, a configuração triangular permite ao condutor
manter o controle do veículo, facilitando o retorno à pista.

d) Sarjetas de aterro

O propósito desta medida é recolher as águas provenientes da


precipitação sobre a plataforma, evitando que as mesmas causem
erosões na borda do acostamento ou no talude do aterro, e
direcioná-las para um local seguro de deságue.
A sarjeta do aterro deve ser posicionada na faixa da plataforma
próxima ao acostamento. É crucial enfatizar que a escolha da
seção transversal deve ser orientada por critérios bem definidos,
uma vez que esse dispositivo tem o potencial de afetar a segurança
do tráfego.
Portanto, é necessário adotar cuidados específicos em relação ao
posicionamento e à seção transversal, a fim de assegurar a
segurança dos veículos em circulação.
As sarjetas de aterro utilizam materiais diversos em seu
revestimento, que dependendo do tipo do solo, podem ser:
concreto de cimento; concreto betuminoso; solo betume; solo
cimento; etc.
e) Valeta de canteiro central

A valeta do canteiro central pode ser definida como um obstáculo


utilizado como separador entre duas pistas, sendo substituível por
sinalização viária, especialmente em pistas simples. Além de
desempenhar o papel de divisor entre as pistas de rolamento,
possui uma função crucial na segurança e drenagem.

No aspecto da drenagem, os canteiros centrais, por meio das


valetas e da filtração natural do solo, contribuem para a remoção
eficiente de líquidos da superfície da via, prevenindo acidentes
decorrentes da perda de aderência dos pneus ao pavimento. É
importante destacar que os canteiros centrais devem apresentar
uma inclinação mínima em suas bordas para garantir a eficácia da
drenagem nas valetas.

A valeta do canteiro central direciona as águas ao longo da rodovia


até alcançar a caixa coletora do bueiro de greide, onde ocorre o
deságue no canal mais profundo do leito. No que diz respeito à
segurança, os canteiros centrais desempenham um papel
fundamental como áreas de refúgio para motoristas distraídos,
reduzindo o risco de invasão de pistas em casos de vias duplas.
Em rodovias com canteiro central de largura adequada, a
ocorrência de colisões frontais é minimizada.

Quando uma rodovia for projetada em pista dupla, isto é, onde as


pistas são separadas por um canteiro central côncavo, torna-se
necessário drená-lo superficialmente através de um dispositivo
chamado de valeta do canteiro central.

Este tipo de dispositivo é dividido pelos seguintes tipos de seções:


- Triangulares: usados em pontos em que as faces tem declividade
coincidente com os taludes do canteiro.
- Trapezoidais/Retangulares/Circulares: usadas quando ocorrer a
insuficiência hidráulica das seções de triangular.

Para seu revestimento os profissionais devem optar por


revestimento vegetal ou não, que dependerão da verba disponível
e largura e inclinação dos canteiros.

f) Descidas de água

Este dispositivo constitui um componente do sistema de drenagem


transversal, com o propósito de guiar a água coletada de outros
elementos de drenagem através dos taludes de corte e aterro. Ao
atingir seu comprimento crítico ou pequenos talvegues, a água é
direcionada para a caixa coletora ou as sarjetas de corte ao longo
da via, reduzindo assim a quantidade de água sobre a extensão da
pista de rolamento. Existem dois tipos de dispositivos de descida
d'água:

- Rápida (lisa)
- Em degraus.

No contexto de cortes, as descidas d'água têm como principal


objetivo guiar as águas provenientes das valetas quando atingem
seu comprimento crítico ou pequenos talvegues, direcionando-as
para uma caixa coletora ou para a sarjeta de corte.

No caso de aterros, as descidas d'água conduzem as águas


provenientes das sarjetas de aterro ao atingirem seu comprimento
crítico e, nos pontos mais baixos, por meio das saídas d'água,
direcionando o fluxo de volta ao terreno natural. Além disso, as
descidas d'água também atendem às valetas de banquetas em
cortes e aterros quando alcançam seu comprimento crítico,
especialmente nos pontos mais baixos.

Em algumas situações, devido à necessidade de escoamento de


bueiros elevados que deságuam no talude do aterro, as descidas
d'água tornam-se essenciais para conduzir o fluxo ao longo do
talude até atingir o terreno natural.

As seções de vazão das descidas d’água são caracterizadas por:

- Retangulares (tipo rápido ou em degraus);


- Em tubos de concreto ou metálicos;
- Semicirculares (meia cana, de concreto ou metálica).
g) Saídas de água
As saídas d'água, também conhecidas como entradas d'água, são
dispositivos projetados para guiar as águas coletadas pelas
sarjetas de aterro, direcionando-as para as descidas d'água.
Assim, funcionam como elementos de transição entre as sarjetas
de aterro e as descidas d'água.

Esses dispositivos são posicionados na borda da plataforma,


próximo aos acostamentos ou em alargamentos específicos para
sua instalação. Podem ser encontrados nos pontos onde a sarjeta
atinge seu comprimento crítico, nas áreas mais baixas das curvas
verticais côncavas, adjacente a pontes, pontilhões e viadutos, e
ocasionalmente nos pontos de transição entre cortes e aterros.

Para garantir eficiência, as saídas d'água devem apresentar uma


seção que permita uma rápida captação das águas que fluem pela
borda da plataforma, conduzindo-as de forma eficaz até as
descidas d'água.

As saídas d'água em cortes desempenham a função de coletar as


águas das sarjetas de corte, direcionando-as para um local
apropriado. Essas saídas são empregadas nos pontos de
passagem entre cortes e aterros, quando a sarjeta atinge seu ponto
crítico.

As saídas d’água também denominadas entradas d’água, são


coletores das águas das sarjetas de aterro conduzindo-as para as
descidas d’água. São utilizadas quando é atingido o ponto crítico
da sarjeta, nos pontos baixos das curvas verticais côncavas e junto
às pontes.
h) Caixas coletoras

As caixas coletoras são responsáveis por coletar as águas


oriundas das sarjetas de corte, das descidas d’água dos cortes e
talvegues, conduzindo-as para fora do corpo estradal através dos
bueiros de greide ou bueiros de grota. As caixas coletoras têm
como principais objetivos:
 Captar as águas de áreas situadas a montante de bueiros
de transposição de talvegues, permitindo a instalação
destes abaixo do nível do terreno natural;
 Coletar as águas provenientes das descidas d'água de
cortes, encaminhando-as para um ponto seguro de
deságue;
 Possibilitar a inspeção dos condutos que atravessam a
caixa, visando verificar sua funcionalidade e eficiência;
 Permitir ajustes nas dimensões, declividades e direções dos
bueiros, especialmente quando há a presença de múltiplos
bueiros em um mesmo local.
A caixa coletora é um componente essencial de uma estação
elevatória, responsável por consolidar as contribuições de esgoto
ou águas pluviais provenientes de níveis inferiores ao logradouro.
Nela, as bombas estão alojadas para realizar o recalque até uma
caixa de inspeção, um ramal diretamente conectado ao coletor
predial ou ao sistema de tratamento de esgoto (conforme a NBR
8160, 1999).

O dimensionamento da caixa coletora envolve a determinação de


dois volumes distintos:

- Volume útil mínimo: calculado com base no intervalo de partida


das bombas.
- Volume útil máximo: determinado a partir do tempo máximo de
permanência do esgoto na caixa coletora.

i) Bueiros de greide

São dispositivos de drenagem nos quais a entrada de água ocorre


por meio de caixas coletoras, sendo utilizados para possibilitar a
transposição de fluxos d'água coletados por sistemas de drenagem
superficial. Os bueiros de greide são projetados para direcionar as
águas coletadas pelas caixas coletoras para locais seguros de
deságue. Sua localização ocorre nos seguintes pontos:

Nas extremidades dos comprimentos críticos das sarjetas de corte,


seja em seção mista ou quando é possível o lançamento da água
coletada por meio de uma janela de corte.

Em seções de corte onde não seja viável aumentar a capacidade


da sarjeta ou utilizar uma abertura de janela a jusante, é projetado
um bueiro de greide longitudinal à pista até o ponto de passagem
de corte-aterro.
Nos pés das descidas d'água dos cortes, recebendo as águas das
valetas de proteção de corte e/ou valetas de banquetas, captadas
por caixas coletoras.

Nos pontos de passagem de corte-aterro, evitando que as águas


das sarjetas de corte deságüem no terreno natural, com o risco de
erosão.
Os elementos constituintes de um bueiro de greide incluem:

- Caixas coletoras;
- Corpo;
- Boca.

Esses bueiros podem ser construídos tanto transversal como


longitudinalmente em relação à rodovia, e quanto ao material
utilizado para sua fabricação, podem ser de concreto ou metálicos.

Os bueiros podem ser classificados da seguinte forma:

a) Quanto à forma da seção:

 Tubulares, quando a seção é circular;


 Celulares, quando a seção é retangular;
 Especiais, quando a seção assume formato de arco,
elíptico, entre outros.

b) Quanto ao número de linhas:

 Simples, duplos, triplos, etc.

c) Quanto ao tipo de material:

 Concreto simples;
 Concreto armado;
 Chapas metálicas corrugadas.
Os bueiros devem dispor de seção de escoamento seguro de
deflúvios, o que representa atender às descargas de projeto
calculadas para períodos de recorrência preestabelecidos. Para o
escoamento seguro e satisfatório, o dimensionamento hidráulico
deve considerar o desempenho do bueiro com velocidade de
escoamento adequada, além de evitar a ocorrência de velocidades
erosivas, tanto no terreno natural, como na própria tubulação e
dispositivos acessórios.
Na ausência de projeto-tipo específico, devem ser utilizados os
dispositivos padronizados pelo DER/PR ou DNIT.
O material do bueiro responde a especificações e condições
específicas, apresentadas a seguir:
Tubos de concreto
a) Os tubos de concreto para bueiros devem ser do tipo e
dimensões indicadas no projeto e de encaixe tipo ponta e bolsa ou
macho e fêmea, obedecendo as exigências da NBR 8890.
b) Particular importância deve ser dada à qualificação da tubulação,
com relação à resistência quanto à compressão diametral,
adotando-se classes de tubos e tipos de berço e reaterro das valas
como o recomendado no projeto.
c) O concreto usado para a fabricação dos tubos deve ser
confeccionado de acordo com a NBR 12655 e outras normas
vigentes do DER/PR, e dosado experimentalmente para a
resistência a compressão (fckmin) aos 28 dias de 15 Mpa, ou
superior se indicado no projeto específico.
Rejuntamento
a) O rejuntamento da tubulação dos bueiros deve ser feito de acordo
com o estabelecido nos projetos específicos e, na falta de outra
indicação, deve ser feito com argamassa de cimento e areia, traço
mínimo de 1:4 em massa, executado e aplicado de acordo com o
que dispõe a especificação DER/PR ESOA 02.
b) O rejuntamento deve ser feito de modo a atingir toda a
circunferência da tubulação, a fim de garantir a sua estanqueidade.
A execução de bueiros de greide utilizando tubos de concreto deve
seguir as etapas descritas abaixo:
a) Interrupção da sarjeta ou da canalização coletora, próximo à
entrada do bueiro, e implementação do dispositivo de transferência
para o bueiro - caixa coletora.
b) Escavação em profundidade adequada para a instalação do
bueiro, garantindo também o recobrimento da canalização.
c) Compactação do leito do bueiro para assegurar a estabilidade
da fundação e a inclinação longitudinal especificada.
d) Execução da porção inferior do leito.
e) Posicionamento, assentamento e rejuntamento dos tubos.
f) Complementação do leito com o mesmo tipo de concreto,
seguindo a geometria prevista no projeto, seguido pelo reaterro
com um recobrimento mínimo de 60 cm acima da geratriz superior
da canalização.
j) Dissipadores de energia

São dispositivos projetados para dissipar a energia do fluxo d'água,


seja nas entradas, saídas ou ao longo da própria canalização,
reduzindo, consequentemente, sua velocidade, de modo a prevenir
o risco de erosão nas extremidades de saídas, descidas d'água,
valetas de proteção e bueiros.

Tais dispositivos podem ser construídos dos seguintes materiais:

- Concreto de cimento: quando utilizado nos dispositivos em que


se especifica este tipo de material, deverá ser dosado racional e
experimentalmente para uma resistência característica à
compressão mínima (fck) min., aos 28 dias de 15Mpa.

- Concreto ciclópico: utiliza-se na sua confecção pedra-de-mão,


com diâmetro de 10 a 15cm, com preenchimento dos vazios com
concreto de cimento. Em caso de uso de concreto ciclópico com
berço de pedra argamassada ou disposta, é necessário que a
pedra-de-mão provenha de uma rocha íntegra e estável,
atendendo aos mesmos padrões de qualidade exigidos para a
pedra britada destinada à produção do concreto. O diâmetro da
pedra-de-mão deve situar-se entre 10 a 15 cm.

- Concreto armado: devido sua localização em terreno de grande


declividade ou passível de deformação o dissipador de energia
deverá ser executado em concreto armado.
Para instalação dos dispositivos, faz-se necessário os seguintes
equipamentos:

a) caminhão basculante;
b) caminhão de carroceria fixa;
c) betoneira ou caminhão betoneira;
d) motoniveladora;
e) pá-carregadeira;
f) rolo compactador metálico;
g) retroescavadeira ou valetadeira;
h) guincho ou caminhão com grua ou Munck;
i) serra elétrica para formas.
k) Escalonamento de taludes

Denomina-se como talude uma superfície inclinada que delimita


um maciço de terra ou rocha, ou seja, é qualquer tipo de terreno,
natural, artificial ou inclinado, que atua como suporte do solo. Seu
objetivo principal é evitar que as águas precipitadas sobre a
plataforma e os taludes alcancem, por meio do escoamento
superficial, uma velocidade que ultrapasse os limites de erosão dos
materiais que os compõem.

Os taludes podem ser divididos em dois tipos:

Talude natural: formado naturalmente pela natureza, ação


geológica ou intempéries (sol, chuva, vento).
Talude artificial: construído pela intervenção humana. Exemplos
incluem taludes em minas a céu aberto, barragens de reservatórios
de água, laterais de estradas e ruas, escavações para tubos de
água e em terrenos inclinados.
Os taludes desempenham funções importantes, tais como:

- Em barragens, quando são construídos para represar um rio e


formar um reservatório.
- Para prevenir a queda de blocos, essenciais para evitar
instabilidades no terreno.
- Na manutenção e preservação dos terrenos, solucionando
processos erosivos causados por águas pluviais. Reforçando o
solo e evitando problemas de erosão, introduzindo elementos
resistentes por meio de taludes de escavação.
- Em situações de taludes instáveis, propensos a
escorregamentos, especialmente em períodos de chuvas intensas
que saturam o solo e aumentam a pressão interna, os riscos
incluem escorregamentos que podem ameaçar a integridade física
e vidas das pessoas nas proximidades.

O avanço de erosões sobre o talude ao longo do tempo


compromete sua estabilidade.

A função do escalonamento de taludes é dissipar a energia do fluxo


de água que incide sobre eles, reduzindo a velocidade a níveis
aceitáveis e prevenindo a erosão. As banquetas, que representam
os diferentes níveis do escalonamento, são equipadas com
dispositivos de drenagem, como as sarjetas de banqueta. A sarjeta
de banqueta é um dispositivo de captação que conduzirá a água
ao local de deságue (DNIT, 2006a).

O objetivo do escalonamento de taludes é impedir que as águas


precipitadas sobre a plataforma e os taludes alcancem, por meio
do escoamento superficial, velocidades que ultrapassem os limites
de erosão dos materiais que os compõem.

Os elementos de projeto necessários ao cálculo do escalonamento


são: a intensidade de precipitação, a largura da plataforma, o
parâmetro definidor da declividade do talude, os coeficientes de
escoamento do talude e da plataforma, o coeficiente de rugosidade
de Strickler, a declividade transversal e longitudinal da plataforma
e a velocidade admissível de erosão do talude

No caso de taludes com altura em torno de 5 metros, é possível


fazer um corte único. Isso quer dizer que a inclinação é contínua e,
mesmo assim, se mantém estável. É o tipo mais simples e é muito
empregado, principalmente, em encostas menores e mais simples.

Nos taludes que são maiores que aquele limite, entretanto, o ideal
é recorrer ao escalonamento ou recorte escalonado. Essa técnica
corresponde à criação de “degraus”, com alturas diferentes, que
mais adiante podem receber tratamentos com microdrenagem e
revestimentos apropriados. Dessa maneira, torna-se possível
garantir maior equilíbrio em relação às tensões, o que diminuirá os
riscos de instabilidade.

No dimensionamento da altura máxima entre banquetas, é


necessário considerar dois casos distintos:

a) Quando a rodovia não possui sarjeta de aterro, é essencial


levar em conta, nos cálculos, a contribuição da plataforma para
o primeiro escalonamento de aterro.

b) Se houver sarjeta de aterro, os procedimentos para calcular o


primeiro escalonamento de aterro seguem padrões
semelhantes aos cálculos para os demais escalonamentos,
tanto em aterro quanto em corte.

O cálculo para o primeiro escalonamento de aterro envolve a


contribuição das águas que se precipitam sobre a plataforma e o
talude de aterro. O dimensionamento consiste em calcular a altura
máxima entre a borda do acostamento e a primeira banqueta, de
forma a garantir que a velocidade de escoamento seja inferior à
velocidade de erosão do talude.
l) Corta rios
Corta-rios são canais de desvio abertos com o objetivo de :
- Prevenir interferências de cursos d'água existentes com a direção
da rodovia, eliminando a necessidade de construção de múltiplas
estruturas para transposição de talvegues.
- Redirecionar as águas que, ao seguir sinuosamente ao redor da
direção da estrada, possam comprometer a estabilidade dos
aterros.
- Aprimorar a trajetória da rodovia.
Após a conclusão da obra, é imperativo que o curso d'água retorne
ao seu leito original, ou seja, é necessário restaurar o leito à sua
condição inicial. A implantação preferencial do corta-rio deve
ocorrer dentro da faixa de domínio. Para garantir a proteção
ambiental, a segurança viária e a preservação da vegetação
ribeirinha, é essencial seguir alguns procedimentos durante a
execução do corta-rio.
O desmatamento e destocamento devem aderir estritamente aos
limites estabelecidos no projeto ou definidos pela fiscalização,
evitando acréscimos desnecessários. Durante as operações de
limpeza, a camada vegetal deve ser estocada sempre que possível,
visando seu uso futuro na recomposição vegetal da área escavada.
Não é permitida a queima do material vegetal removido. O tráfego
de equipamentos e veículos de serviço deve ser controlado para
evitar a criação de vias ou trilhas desnecessárias.
O material proveniente da escavação deve ser depositado em
locais autorizados pela fiscalização, visando a recomposição
posterior da escavação. A deposição e compactação do material
escavado devem ser realizadas com o tráfego adequado de
equipamentos. É necessário implementar a drenagem da área para
prevenir o carreamento do material para os corpos d'água. O
material escavado deve ser protegido contra as intempéries,
utilizando lonas ou vegetação.
O projeto do corta-rio deve incluir:

 Levantamento topográfico detalhado da área.


 Projeto horizontal, apresentando plantas amarradas ao
projeto da rodovia e em escala apropriada.
 Projeto vertical, contendo o perfil longitudinal com a mesma
referência altimétrica do projeto da rodovia.
 Seções transversais típicas, com indicação dos taludes
laterais conforme a natureza do solo, e detalhes, quando
aplicável, sobre o revestimento adotado.
 Memória de cálculo abrangente.
 No projeto do corta-rio, é essencial incluir uma análise
econômica comparativa entre a construção do corta-rio e a
implementação de obras necessárias para sua substituição,
garantindo uma abordagem economicamente viável.
A sequência de cálculo para o dimensionamento do corta-rio é:
 Determina-se a descarga de projeto do curso d'água
afluente para um tempo de recorrência compatível com o
custo econômico da obra através de um método de cálcuIo
apropriado;
 Fixa-se o tipo de seção a ser adotada e uma de suas
dimensões, geralmente a largura, determinando-se a altura
no dimensionamento;
 Fixa-se a velocidade máxima admissível,tendo em vista o
tipo de revestimento escolhido, e conseqüentemente o
coeficiente de rugosidade n;
 Determina-se pelo projeto vertical a declividade do corta-rio;
 Através de tentativas atribuem-se valores para a altura (h),
calculando-se os respectivos elementos hidráulicos da
seção. Aplicando-se a fórmula de Manning e a equação da
continuidade determina-se a velocidade e a vazão
admissível no canal;
 A comparação entre a descarga afluente e a vazão
admissível orientará a necessidade ou não do aumento da
altura (h);
 A comparação entre a velocidade de escoamento e a
velocidade admissível orientará a necessidade ou não de
alterar o revestimento previsto;
 Pode-se verificar o regime do fluxo no canal através do
número de Froude.

m) Drenagem de alivio de muros de arrimo

A drenagem interna de estruturas de arrimo tem como propósito


mitigar as pressões hidrostáticas e hidrodinâmicas do lençol d'água
eventualmente presente no maciço a ser contido, nas proximidades
da obra, reduzindo assim o empuxo total exercido sobre ela.
O impacto da água em contato com a estrutura é significativo,
podendo dobrar o empuxo calculado para o solo sem presença de
água. O nível d'água no maciço e a vazão da água a ser percolada
pelo sistema de drenagem são fatores cruciais no projeto de
drenagem.
Esse sistema também desempenha o papel de captar possíveis
infiltrações causadas por rupturas em canalizações de serviços
públicos, uma causa comum de colapso em obras de arrimo em
áreas urbanas. A disposição estratégica dos elementos drenantes
é fundamental para o desempenho da estrutura e para o cálculo
preciso dos esforços atuantes na obra.
O dimensionamento hidráulico do sistema de drenagem está
intrinsecamente ligado ao projeto do muro, uma vez que os
esforços transmitidos à estrutura dependem significativamente do
posicionamento e das características dos elementos drenantes. As
condições geométricas e de estabilidade durante a construção
desempenham um papel crucial na determinação do tipo e do
posicionamento da drenagem.
Para muros de arrimo com altura inferior a 2,00 metros, a drenagem
geralmente ocorre ao longo da face vertical do muro. Em certos
casos, por dificuldades na execução ou falta de materiais
drenantes, pode ser mais econômico optar por não instalar a
drenagem e projetar o muro considerando apenas o empuxo
hidrostático adicional.
Contudo, para alturas superiores a 2,00 metros, a falta de
drenagem torna-se arriscada se o efeito da água não for levado em
consideração, ou antieconômica, pois a consideração do empuxo
total resulta em projetos mais robustos e com maior consumo de
materiais.
Como regra geral, a permeabilidade do material de drenagem deve
ser pelo menos 100 vezes maior que a permeabilidade do solo a
ser drenado. A espessura mínima do dreno pode ser calculada,
mas na maioria das vezes, por razões práticas de ordem
construtiva, imporão a espessura mínima a ser executada,
geralmente maior que a obtida por cálculo.
O sistema de drenagem deve obedecer às regras usuais de
materiais filtrantes, de modo a não haver carregamento de finos do
interior da massa de solo. Sérias erosões internas, terminando em
colapso de estradas ou do terreno a montante, são freqüentes,
especialmente no caso de cortinas ancoradas em solos com
predominância siltosa.

Deve-se dar preferência ao uso de materiais granulares de


comprovada permeabilidade e com granulometria adequada.Como
material drenante também podem ser utilizados tubos dreno
plásticos.

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