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INSPETOR DE DUTOS TERRESTRES NÍVEL 1

ABERTURA DE PISTA

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ABERTURA DE PISTA

1.0 Introdução

1.1 Verificação de Demarcação

A faixa de domínio e a pista devem estar devidamente demarcadas a partir da diretriz do duto
estabelecida nos documentos de projeto.
A faixa de dutos deve estar implantada e devidamente demarcada por piquetes materializando os
pontos topográficos no terreno da mesma.
Para a abertura de pista, que é uma área de terreno localizada dentro da faixa de domínio, com
geralmente 20,0m de largura, exceto se o projeto do duto definir dimensões diferentes em função de
condições especiais (reservas florestais), não ocasionando o rebaixamento do greide, devemos sempre
identificar, no máximo a cada 50,0m as laterais da Faixa de Domínio e da pista com estacas
(testemunhas), conforme figura 1.3.1.

1.2 Esta seguida, uma sinalização provisória deve ser fixada a cada quilômetro, no mínimo, da faixa.
Tanto a marcação quanto a sinalização devem ser colocadas, em locais de fácil visibilidade pelo pessoal
de campo, e com pouca possibilidade de serem afetadas pela eventual terraplenagem.

1.3 Concluído o trabalho da equipe de topografia da obra, estando o terreno delimitado com piquetes,
estacas testemunha e marcos de quilometragem, em toda a sua largura e marcos de quilômetros no
comprimento do trecho a ser trabalhado, terão início os trabalhos de abertura de pista propriamente dito.

Figura 1.3.1 – Faixa de Domínio

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2.0 Abertura e Pista

2.1 Ela começa com o deslocamento de máquinas e pessoal com moto-serras e demais equipamentos
específicos (inclusive escavadeiras) para o local onde deve ser iniciado o desmatamento.

2.2 Nesta atividade uma segunda equipe da fase se prepara para a remoção de toda vegetação,
remoção de galhos, troncos ou material do próprio solo. O terreno em toda extensão da pista também
deve ser preparado para passagem de equipamentos e veículos.

2.3 Após a preparação do terreno para a passagem de equipamentos e veículos, bem como a passagem
sobre cursos d’água e terrenos de baixa sustentação (pântanos, alagados etc), a equipe de construção
da fase correspondente ao duto inicia os serviços.

2.4 A abertura da pista é executada de modo que a diretriz da futura vala fique numa das laterais da
faixa, proporcionando espaço suficiente para futuras instalações, sendo que esta parte do terreno da
faixa, durante o período de construção, será destinada a movimentação de veículos, equipamentos de
construção e montagem de porte, construção de barracas e instalação de “containers” ou abrigos de
madeira/lona para acampamento e canteiro do pessoal envolvido nos serviços e local de circulação de
todos os operários.
Os raios de curvatura horizontais e verticais da pista devem ser compatíveis com o método previsto
para a mudança de direção do duto, procurando-se, sempre que possível, respeitar os limites para
curvamento a frio dos dutos revestidos.No caso de construção de dutos para produtos aquecidos, devem
ser observados os raios mínimos de curvatura, estabelecidos em projeto.

3.0 Atividades Principais Durante a Abertura de Pista

3.1 Devemos sempre que possível evitar os cortes de terreno que alterem os perfis – transversal e
longitudinal – originais do terreno. Quando houver inviabilidade técnica dos serviços de montagem,
devemos executar de acordo com um projeto específico de terraplanagem conforme NR-18 e ABNT NBR
9061.
As faixas devem ser identificadas a cada 50m no máximo, através do uso de estacas testemunhas
que devem ser instaladas em local visível.
A simbologia adotada num ponto intermediário entre os quilômetros 50 e 51 numa faixa de domínio
e da pista é Km 50+500.
As testemunhas perdidas devem ser relocadas topograficamente, quando a passagem de
máquinas removendo-as.

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Os pontos de inflexão horizontal da faixa (vales, depressões do terreno, encostas, as laterais da
faixa etc) devem ser também marcados pela topografia.
A faixa tem normalmente 20m de largura (15m para áreas de reserva ambiental) onde devemos
evitar ao máximo a destruição do patrimônio ecológico da região.
Nota: a camada vegetal removida deve ser estocada para posterior reposição nos taludes de corte,
aterros, pistas, caixas de empréstimo (diques de coleta) ou bota-fora, quando da restauração.
Nesse caso a pista acabada assim como a faixa deve ter uma inclinação transversal de
aproximadamente 2%, para facilitar a drenagem pluvial ou advinda dos serviços executados.

3.2 Devemos tomar cuidados especiais na saída da água, (descarregamento) que em função do volume
em épocas de fortes chuvas e tempestades pode levar a deformação, desmoronamento e erosão do solo,
tanto na pista terraplenada quanto na faixa em sua largura total.
É necessário ainda fazer a contenção de taludes das margens da pista, cuidados especiais devem
ser tomados com os cursos d’água (igarapés, açudes, fontes naturais) que devem ser canalizados e
preservados, evitando-se o represamento ou redução da seção de escoamento.

3.3 Toda a fauna, composta por animais silvestres, pássaros e outros devem ser previamente instalados
em novo habitat da região (exemplo ninho de pássaro), longe do local da obra, de forma a não serem
perturbados pelo vai-e-vem de máquinas e pessoal de construção.
A coordenação dos trabalhos de abertura de pista deve manter e zelar igualmente pela
preservação da flora existente no local, buscando mantê-la intacta e, nos casos onde seja imprescindível
sua retirada ou danos, buscar restaurá-la durante a execução dos trabalhos de construção do duto,
evitando assim o desmatamento predatório.
A pista deve ser aberta com a largura determinada para a faixa de domínio.Quando a diretriz
atravessar trechos especiais, tais como: pomares, jardins, matas, reservas florestais e áreas de
reflorestamento, entre outros, a pista pode ser aberta com a largura estritamente necessária ao
lançamento da linha e de modo a não ocasionar o rebaixamento do greide.
Devem ser pesquisadas, materializadas e perfeitamente identificadas, antes da abertura da pista,
as interferências com vias urbanas ou rurais, tubulações de água, esgoto e gás, cabos elétricos e
telefônicos, drenos, valas de irrigação, canais e outras instalações superficiais e subterrâneas.

3.4 Se for necessário o uso de material explosivo para remoção de rochas grandes, raízes e outros
obstáculos existentes na pista, devem ser observados e atendidos as exigências dos órgãos
responsáveis municipais, estaduais e federais, por exemplo, o Ministério do Exército e a NORMA NR-19.

3.5 Quando a faixa atravessar áreas ocupadas por vegetações arbóreas e se fizer necessário o
desmatamento, devem ser tomadas as seguintes providências:
a) O tombamento das árvores deve ser sobre a faixa, evitando transtornos às propriedades vizinhas a
mesma, por exemplo áreas rurais, cercas de fazendas, rebanhos bovinos ou eqüinos etc;
b) As árvores de grande porte devem sofrer desgalhamento prévio de modo a não atingir a vegetação
fora da faixa;

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c) Os tocos e raízes existentes na pista devem ser removidos, de modo a permitir o livre trânsito de
equipamentos, conforme figura 3.5.1.
d) Os blocos de rochas que se apresentam em posição instável ou perigosa nas laterais da pista devem
ser removidos ou estabilizados;

Nota: Dar preferência a marteletes pneumáticos ou hidráulicos e/ou materiais expansivos

Figura 3.5.1 – Arrancamento de pedras, tocos e raízes.

4.0 Faixa de Domínio com Duto Existente

Durante os trabalhos preparatórios de escavação, remanejamento de material do solo,


terraplanagem, compactação e nivelamento da pista, quando na faixa já existe outro duto enterrado (em
operação), devemos ter sempre os seguintes cuidados:
a) Antes de iniciar os serviços efetuar a verificação do traçado do duto existente e sua localização real
na faixa, através de consulta aos desenhos “conforme construído” e ao cadastro das concessionárias
de serviços públicos;
b) Efetuar a localização dos dutos existentes com o emprego de detector de tubos eletromagnético
(“pipe-detector”), e outras operações de sondagem adicional com aparelhos especiais tais como GPR
(detector de tubos tipo georadar) entre outros;
c) Não danificar o sistema de proteção catódica em atuação, “vents” e Pontos de Teste.
d) Deve ser feita a medição da cobertura existente para o duto (verificação da cota de enterramento se
for menor que 1metro), e posteriormente a sinalização superficial do mesmo no local, por causa da
movimentação de máquinas por operadores sobre a faixa;
e) Preparação do solo com terraplanagem, nivelamento, compactação ou reaterro conforme as
condições exigíveis;
f) A derrubada de taludes, remanejamento de material enfim todas as atividades necessárias a garantir
quaisquer atividades no local, sem que o duto existente seja atingido durante a construção do novo

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duto, ou em alguns casos protegendo-o com placas de concreto, chapas de aço ou madeira
distribuídos na região a determinada distância vertical do duto antigo de forma a permitir passagem
de máquinas sobre o mesmo sem recalque ou deformação acentuada do terreno no local;
g) Uma trincheira de inspeção transversal a faixa deve ser aberta a cada 1000m, para a comprovação
da precisão do equipamento através da verificação da localização e cobertura dos dutos ou cabos
existentes.

5.0 Traçado da Diretriz da Vala

Concluída a etapa de abertura da pista, tem inicio a marcação da diretriz da vala, definida pelo
Projeto e plotada no campo pelo levantamento topográfico anteriormente realizado. A mesma deve ser
marcada por piquetes a cada 10,0m nas linhas retas e a cada 3,00m nas curvas verticais (morros) e
2,00m nas curvas horizontais. As cercas existentes devem ser, nos trechos onde forem necessários,
substituídas por tronqueiras. Qualquer serviço que possa descaracterizar o terreno original deve ser
comunicado ao proprietário para liberação de execução.

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EXERCÍCIO

1) A utilização de estacas testemunhas para a marcação das laterais deve obedecer a seguinte
dimensão de no máximo:
(a) 10,0 m.
(b) 15,0 m.
(c) 20,0 m.
(d) 50,0 m.
(e) NRA

2) Quanto ao tópico ABERTURA DE PISTA é correto afirmar:


(a) A faixa tem 20m de largura no máximo para áreas de reserva ambiental e para demais áreas
variando conforme projeto.
(b) A camada vegetal removida, não necessariamente deverá ser estocada para restauração, podendo
ser plantado no local grama cultivada em cativeiro.
(c) A inclinação da pista e faixa deve ter inclinação de mais ou menos 20% para facilitar a drenagem
pluvial.
(d) Ninhos de pássaros silvestres devem ser deslocados com cuidado, sem sofrer com a perturbação de
máquinas e pessoal na obra.
(e) Os rios, açudes, igarapés ao serem mudados de seus percursos, não deverão voltar a estes, pois
atrapalhariam o andamento das obras e posteriormente causar erosão do solo.

3) Quando a faixa atravessar áreas ocupadas por vegetações arbóreas e se fizer necessário o
desmatamento, devem ser tomadas as seguintes providências, exceto uma:
(a) Tombamento das árvores deve ser sobre a faixa, evitando transtornos às propriedades vizinhas a
mesma.
(b) Árvores de grande porte devem sofrer desgalhamento prévio de modo a não atingir a vegetação fora
da faixa.
(c) Tocos e raízes existentes na pista devem ser removidos, de modo a permitir o livre trânsito de
equipamentos.
(d) Blocos de rochas grandes em posição instável ou perigosa nas laterais da pista devem ser removidos
ou estabilizados por marteletes ou explosivos, não sendo necessário comunicação prévia a
autoridades como exército.
(e) NRA

4) Quando durante os trabalhos de escavação, estocagem de material escavado, terraplanagem,


compactação e nivelamento da pista, quando na faixa já existe outro duto em operação
devemos atentar para, com exceção:
(a) ”Vents”, Ponto de Teste e sistema de proteção catódica.
(b) Verificar a cota de enterramento, para que máquinas possam transitar sobre a faixa.
(c) Localizar os dutos enterrados com aparelhos especiais como ”pipe-detector”.
(d) Antes de iniciar os serviços, consultar desenho “conforme construído” e cadastros das
concessionárias de serviços públicos.
(e) A cada 100m abrir vala transversal a faixa para detecção e comprovação da precisão do
equipamento de localização de dutos ou cabos.

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