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TENDÊNCIAS
Andre Huyer
Projeto e quantitativo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Após o planejamento do interior de uma residencia, escritório, consultório,
etc., você deve executar a obra, para que esse projeto se torne realidade.
O projeto deve especificar quais materiais você pretende empregar, mas,
para adquiri-los, você precisa saber a quantidade de cada um — ou seja,
o quantitativo de materiais. Cada material tem sua unidade de aquisição
específica: metros lineares, metros quadrados ou cúbicos, quilogramas,
litros, ou de maneira unitária.
Neste capítulo, você vai estudar o elo entre o projeto e a execução da
obra: a quantificação dos materiais a serem empregados. Sem a quan-
tificação, não é possível fazer um orçamento seguro. Assim, você verá
como determinar a quantidade de material conforme o projeto, como
escolher as formas de quantificação e, ainda, como relacionar o material
à área de aplicação.
Veja que a área total de peças necessária é maior do que a área da sala. Mas
não podemos cortar a peça de cerâmica ao meio e aproveitar suas duas metades,
para não ter que comprar material a mais? A resposta aqui não é conclusiva,
pois, quando a cerâmica é cortada na obra, não sabemos se a operação será
bem-sucedida. Qualquer falha na operação deixará uma metade danificada,
que não poderá ser aproveitada.
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Faixas e rodapés são cobrados por metro linear, e não por metro quadrado.
seja um aterro na própria obra, etc. Para que não seja necessário o ensacamento
da caliça (nome dos resíduos sólidos inertes de construção civil), conforme a
obra, pode ser possível que ela seja levada em carrinhos de mão até o local de
descarte. Essa possibilidade deverá ser apurada de antemão, a fim de evitar
custos extras, especialmente de mão de obra.
Concluída a remoção do reboco, agora você tem uma parede nua, mas
muito suja, então, terá que providenciar a limpeza dela. A limpeza geralmente
é feita com uma lavagem, diluindo ácido muriático em água. Convém especi-
ficar na quantificação algum reparo que essa parede necessite, para corrigir
excessos da demolição do reboco, imperfeições encontradas, etc. Para isso
você precisará, novamente, de mão de obra e um pouco de cimento e areia.
Concluída a preparação da parede, geralmente ela recebe algum tratamento,
como a aplicação de um verniz ou um selador, a fim de que não fique com
aspecto de suja ou gere poeira.
Deixar uma parede originalmente rebocada em tijolo à vista dá muito
mais trabalho do que as pessoas imaginam. E não é só: o cliente deve estar
ciente de que todo o trabalho de retirar o reboco poderá ser em vão. Não é
raro se apurar que o aspecto da alvenaria descoberta é muito insatisfatório.
Ela pode ter os tijolos dispostos de maneira muito irregular, dimensões e
cores não uniformes, muitas peças quebradas, pode haver muitos cortes de
tubulações (elétricas ou hidráulicas). Assim, após retirar ao revestimento, às
vezes se conclui que é necessário revestir a parede novamente, com reboco,
plaquetas, cerâmicas, etc.
Assim como nas peças de cerâmica, que nem sempre são aproveitadas
inteiramente, necessitando de cortes, o mesmo pode ocorrer com o papel de
parede. Se o projeto prevê que ele seja colado no sentido vertical, em colunas,
geralmente se obtém o melhor aproveitamento. Mas o projeto pode prever
que a aplicação seja no sentido horizontal ou mista — uma faixa horizontal
e colunas verticais lado a lado.
Você terá que fazer medições para saber de quanto será a “quebra” e es-
pecificar o montante a mais, para suprir as sobras. Busque, junto ao produto
escolhido, as recomendações para colagem. Lá estará a especificação da cola
que deve ser utilizada e, geralmente, também o rendimento da cola, ou seja,
quantos metros quadrados é possível aplicar com cada quilograma do produto,
informação indispensável para você quantificar o que deverá ser comprado
para sua obra.
Agora você poderá seguir por dois métodos. O primeiro, descrito ante-
riormente, é calcular uma quebra para complementar o material perdido com
recortes e acidentes na obra. Essa quebra é arbitrada entre 5 e 10% do total
de material. Se fizer assim, você pode descontar da metragem útil as áreas
ocupadas pela porta e pela janela. Para isso, multiplique a largura pela altura
de cada um e subtraia da área útil obtida anteriormente.
A outra opção para calcular a quantidade de materiais é não subtrair essas
áreas de portas e janelas, mas então não somar o montante de quebra. Convém
adotar um critério e sempre utilizar o mesmo em toda a obra, a fim de evitar
confusões.
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Tendo a área útil, você agora vai fazer os quantitativos unitários dos compo-
nentes. Para cada um metro quadrado é necessário 4,5 kg de argamassa colante
(conferir na especificação do produto que você indicar) e 1 m2 de revestimento
cerâmico (azulejo, etc.). Você então tem a situação mostrada no Quadro 1.
Cerâmica m2 1,0
Rejunte kg 0,42
Conforme você já viu, para adquirir os materiais, você terá que verificar em
quais quantidades os produtos são comercializados. No caso do revestimento ce-
râmico, você deverá comprar a quantidade imediatamente superior ao total obtido.
Digamos que as peças de cerâmica sejam vendidas em caixas contendo 1,5 m2
(20 peças de 25 × 30 cm). Então, divida a quantidade de metros quadrados que
você necessita pela quantidade de metros quadrados que cada caixa fornece, assim:
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Logo, você terá que adquirir 14 caixas, pois 13 não serão suficientes para
cobrir todas as suas paredes.
Quanto ao rejunte, ele é disponibilizado em embalagens de 1 ou de 5 kg.
Então, você poderá solicitar uma embalagem de 5 kg (geralmente o custo
unitário é menor em embalagens maiores) e três de 1 kg.
Mas a quantificação ainda não terminou, falta a mão de obra. É comum
considerar que o profissional azulejista, para colocar um metro quadrado de
azulejo, necessite de 0,79 hora (em ambientes com área inferior a 5 m 2).
Lembre-se de que o banheiro do exemplo tem área de produção de 1,4 m × 2,5 m = 3,5 m2.
As totalizações dos quantitativos de obras podem ser feitas com o emprego de pla-
nilhas eletrônicas (por exemplo, o Microsoft Excel), disponíveis em praticamente
todos os programas de computador. Essas planilhas dão mais agilidade aos cálculos
e diminuem a possiblidade de erros. Existem vários modelos prontos de planilhas à
disposição (CUNHA, 2017), e você poderá criar os seus próprios, adequados para as
especificidades de cada obra.
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Como foi visto ao longo do capítulo, a Caixa Econômica Federal gerencia o SINAPI.
No site da Caixa, você pode consultar diversos coeficientes de quantificação, que são
de utilização obrigatória em várias obras públicas. Acesse o link a seguir para conferir
essas informações.
https://goo.gl/1YcMVC
Referência
Leituras recomendadas
AZEVEDO, I. S. S.; ALVES, A. Orçamentos, custos e finanças no setor público. Porto Alegre:
SAGAH, 2017.
XAVIER, I. Orçamento, planejamento e custos de obras. São Paulo: FUPAM, 2008. Apostila.
Disponível em: https://pt.slideshare.net/wilsonaparecidogomes/18042010-190858.
Acesso em: 21 jan. 2019.
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