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Quanto custa construir uma casa? Essa é a pergunta que não sai da cabeça de quem
deseja ter um lar feito totalmente do seu jeito, desde o início. A primeira resposta que se
pode dar é que essa opção sai sempre mais barata do que comprar um imóvel pronto.
Para facilitar esse cálculo e a sua vida, preparamos este texto, que servirá como uma
referência para que você possa colocar os gastos na ponta do lápis e se preparar para
alcançar esse desafio com sucesso.
Do projeto inicial à última mão de tinta, sempre é possível pagar caro demais,
perigosamente barato ou qualquer uma das muitas opções que existem entre esses dois
extremos. Então, encare cada decisão, cada escolha, como um passo importante para
construir a casa de seus sonhos sem comprometer seu orçamento de forma imprudente
— mas nunca se esqueça de prestar atenção nos detalhes.
Para construir a sua casa gastando o menor valor possível, é necessário dar atenção a
todos os detalhes e pesar cada decisão. Algumas dessas circunstâncias, no entanto, têm a
capacidade de impactar mais do que outras e são tomadas bem no início da obra.
Se a sua escolha foi por um terreno em aclive ou declive, os custos para construir uma
casa aumentarão na proporção de quanto mais inclinado ou acidentado ele for. Isso
porque as estruturas, especialmente de acesso e proteção da casa, precisarão ser
adaptadas para essas condições.
A constatação do solo determina que técnicas e cuidados precisarão ser tomados durante
a etapa de construção das fundações. Solos poucos resistentes necessitam de fundações
mais profundas e, consequentemente, mais caras. Os solos mais resistentes, por sua vez,
podem ter fundações rasas, menos custosas.
É claro que a localização do terreno influencia no preço do lote. Quanto mais valorizado
o endereço, mais você vai ter de desembolsar. Esse custo, no entanto, não costuma ser
computado no valor final da construção, pois parte-se do princípio de que o local já está
disponível. De qualquer forma, antes ou depois, é do seu dinheiro que ele sairá.
Optar por fazer isso tudo sem o apoio de uma empresa acaba obrigando que o
proprietário da casa, isto é, você (ou alguém muito próximo) tenha que ocupar a função
de gerente da obra.
Uma opção seria contratar um gerente freelancer e formar a equipe, uma espécie de meio
termo entre as duas possibilidades. Ele cuidaria da construção no seu lugar e tomaria a
frente de todas essas questões. Para fazer isso, os profissionais do ramo normalmente
cobram um valor que pode variar de 10 a 15 % do custo total da obra.
O Só Projetos, por exemplo, é um site que pode auxiliar você nisso. Você entra com a
medida do terreno e com quantos andares e quartos tem em mente e ele devolve vários
exemplos de projetos com essas características e a área construída que ocupam, assim
como outras informações, como o número e tipo de cômodos e a planta baixa da casa.
Se você gostar muito de algum projeto que encontrar, é possível comprá-lo pelo site.
Com o tamanho da casa que você vai construir, é preciso escolher o padrão do
acabamento que você quer. Essa decisão é determinante para o preço final, como
explicamos, pois é o que diferencia uma propriedade de outra semelhante. Decidir se ela
terá uma finalização de alto, médio ou baixo padrão, portanto, é o que determina em que
patamar o custo final ficará
Uma lista básica de decisões de acabamento que você pode tomar ajuda a ter uma noção
mais clara disso — como serão as portas? E as janelas? Você terá de escolher também
acessórios para cozinha e para banheiro, pisos de todos os cômodos, revestimentos
internos e externos, além da pintura, entre outros.
Características do padrão econômico de acabamento
Os pisos do quarto e da sala podem ser de tábua corrida. Nos outros cômodos, dá para
manter a cerâmica — esmaltada para a cozinha e azulejo para o banheiro. O
revestimento interno segue sendo de chapisco e reboco, mas o externo pode ser
melhorado com tinta de textura acrílica e pastilha vitrificada em parte da fachada.
Para quem não ficou convencido por um ou outro padrão, sempre é possível adotar um
meio termo, usando características de cada um deles ou alternativas que fiquem no meio
do caminho.
No caso das portas, a madeira compensada lisa é mais bem-acabada do que a oca e mais
barata do que a maciça. A bancada de mármore branco é melhor do que a de mármore
sintético e mais em conta do que a de granito. No piso dos quartos, a cerâmica pode ser
de medida maior, 40×40 centímetros, evitando o uso de tábua corrida.
No revestimento externo, dispensa-se a pastilha, mas a tinta será acrílica em vez de PVA.
Na pintura, o PVA pode voltar, porém, ele deve ser combinado com massa corrida, para
um resultado final melhor.
Como dissemos, o custo de uma construção depende de muita coisa. Uma delas é a
localização da obra. Os preços variam muito de estado para estado, o que torna
impossível ter um preço padrão que funcione para o Brasil inteiro.
Para se ter uma ideia, uma mesma casa de 100 metros quadrados pode sair cerca de R$
50 mil mais barata se for construída na Paraíba (estado mais barato) em vez do
Amazonas (mais caro).
Para calcular quanto custa construir em cada estado, foi criado por lei o Custo Unitário
Básico ou, simplesmente, CUB/m². Fornecido pelos sindicatos da construção civil locais,
ele indica quanto custa por metro quadrado de uma obra naquela região, de acordo com
o tipo (residencial ou comercial) e o padrão (alto, médio e baixo).
Para saber qual é o CUB do seu estado, use o site mantido pela Câmara Brasileira da
Indústria de Construção, que publica mensalmente os relatórios por região e por estado
brasileiro. Com ele, basta multiplicar o total de metros quadrados previsto no seu projeto
pelo valor do CUB e você terá o custo aproximado de sua obra.
É importante lembrar, porém, que o CUB não inclui alguns aspectos da obra, como
fundação, muros de arrimo, aterros, ventilação, calefação, ajardinamento, urbanização,
administração, projetos e impostos, entre outros. O custo, então, será sempre um pouco
maior do que o resultado final calculado com a ajuda do CUB.
Para tornar esse resultado mais próximo do final, primeiro vamos falar das fundações.
Acrescente 10% em cima do valor do CUB e você terá o suficiente para elas. Depois,
acrescente 10, 15 ou 20% (o valor varia conforme o padrão: baixo, médio ou alto) como
estimativa para os outros detalhes não incluídos. Esse número deve ficar bem próximo
do que você, de fato, vai gastar.
Outra forma de avaliar qual o custo para construir uma casa é fazer a montagem do
orçamento por etapas, examinando as condições e os detalhes de cada uma para fazer o
levantamento do preço. Veja a seguir quais são as etapas.
Etapa 1: adquirir o terreno
Essa, obviamente, é a primeira coisa a ser feita. Se você ainda não tem um, aproveite
para tomar alguns cuidados antes de fazer essa aquisição.
Para ter certeza de que está comprando o terreno adequado, certifique-se de responder a
três perguntas: o que eu quero construir (o terreno é adequado)? Qual é o orçamento
disponível (como vou pagar por esse terreno)? Onde quero morar (a localização é
compatível com suas necessidades)?
Lembre-se de que esse terreno vai definir todas as suas possibilidades de escolha daqui
para frente.
Essa etapa será mais facilmente superada com a ajuda de um arquiteto (ou engenheiro),
que ainda vai se responsabilizar pelos projetos arquitetônico, elétrico, hidráulico e tudo
que se relaciona com eles. Também será preciso fazer o cálculo estrutural da obra, que é
uma missão para o engenheiro.
Após isso, o projeto estará pronto para ser submetido à aprovação das autoridades
responsáveis. No Brasil, isso é resolvido com o poder municipal, isto é, as prefeituras.
Um ponto importante: já que sua escolha foi a de construir sua própria casa a partir do
zero, tire o máximo de proveito disso e não deixe passar descuidos que poderão lhe
trazer dor de cabeça. Um exemplo disso é a definição do tamanho dos cômodos.
Para acertar nisso, precisa-se pensar não somente nas necessidades atuais de sua família,
mas também nas futuras, como nascimento de filhos e casamentos, por exemplo.
Essa fase traz a necessidade de pensar no lado menos inspirador e sedutor de construir a
sua própria casa. É preciso se preocupar com assuntos não muito agradáveis, como o
nivelamento do terreno.
Caso você precise remover terra de sua construção ou, pelo contrário, precise de material
para aterrar alguma parte do terreno, negocie com a empresa de terraplenagem. Eles
atendem tanto quem necessita de aterro quanto os que querem se livrar dele.
Conversando e organizando direitinho, dá para você se livrar desse custo.
Essa etapa também prevê a consulta às empresas de água e de energia elétrica para saber
da disponibilidade de instalação para a área em que fica a sua futura casa e os custos
para realizá-las.
Para ligar a água, por exemplo, tem o custo da aquisição do relógio, que pode ser algo
em torno de R$ 150,00 a R$ 200,00 em boas casas do ramo. No entanto, os custos de
instalação costumam fazer com que o valor final seja o dobro disso.
Depois, você precisa adicionar os custos de solicitar as ligações de água e esgoto. Esse
valor varia um pouco de cidade para cidade, dependendo de quem é a concessionária do
serviço, mas não conte com um gasto inferior a R$ 900 no total. Normalmente, o valor
da cobrança vem na própria conta de água e pode ser parcelado.
A próxima etapa de seu projeto é a de planejar o muro que vai cercar o seu terreno. Além
do muro propriamente dito, é necessário pensar nos gastos com o alicerce. Em terrenos
em que há muito desnível, isso vai dar mais trabalho e custar mais caro.
Para a construção, você precisará de: tijolos, areia fina e grossa, ferro, arame, saibro,
vedador e cimento. O valor final ainda inclui a mão de obra e vai variar, claro, de acordo
com o tamanho do muro que você vai erguer. Lembre-se de que esse é o muro normal.
Se for preciso um de arrimo, se prepare para gastar bem mais.
Para fazer um bom alicerce, o ideal é usar o concreto usinado. Ele é entregue pronto, na
obra, pelo fornecedor, em caminhões do tipo betoneira. Ele seca rápido e é mais
consistente que os similares.
Outro ponto de atenção importante quando se fala de alicerce é a impermeabilização,
essencial para evitar os problemas de infiltração e as consequências que eles trazem.
Uma boa e econômica opção é a utilização de vedador, que custa pouco e não atrapalha a
aderência da massa.
Nessa fase, também se cuida da alvenaria da casa, isto é, das paredes e lajes. Em ambos
os casos, é preciso prever o material e o serviço. Paredes e lajes, assim como o alicerce,
são pontos em que não dá para fazer experiências, então, a possibilidade de economia é
um pouco menor.
Escolher um pedreiro menos habilidoso, por exemplo, pode resultar em paredes com
imperfeições, as chamadas barrigas, que vão custar muito mais tempo e dinheiro para
serem consertadas na fase de reboco.
O detalhe é que se a escolha for pela laje comum, é possível que você tenha um custo
extra na instalação de uma malha de aço para dar mais resistência, o que acaba tornando
os valores finais equivalentes. Por isso, é bom saber com o mestre de obras ou com o
pedreiro se essa malha será necessária na sua obra.
Etapa 6: construir o telhado
O telhado é outra etapa estratégica da construção de qualquer casa e onde muita gente
costuma ver seu custo disparar. Irregularidades no terreno, por exemplo, podem
aumentar a necessidade de material. O processo lento e muito dependente das condições
do tempo também é um fator de preocupação.
O acabamento é a fase mais trabalhosa de todas, pois é a que tem a maior variedade de
pessoas, produtos e processos envolvidos, além de demandar muita disciplina na gestão
do orçamento, sempre ameaçado de estourar caso haja algum descuido. No entanto, já
falamos bastante dessa etapa nos tópicos sobre padrões de acabamento.
Ainda que você saiba todo o passo a passo para construir uma casa e tenha percebido
que essa é uma excelente opção para ter o imóvel que você sempre sonhou, isso pouco
adianta se tudo não estiver em consonância com a nossa lei.
Sendo assim, confira abaixo qual é a documentação necessária para que você possa dar
legalidade para a sua obra.
Matrícula do imóvel
Não dá para pensar em quanto se investe para construir uma casa sem pensar na famosa
matrícula do imóvel. Da mesma forma que uma pessoa precisa ter uma certidão de
nascimento quando vem ao mundo, uma propriedade precisa ter a sua certidão de
matrícula, que atesta a sua existência diante da lei e da sociedade.
A sigla ART quer dizer Anotação de Responsabilidade Técnica. Ela é muito importante,
uma vez que uma pessoa não pode, de qualquer maneira, edificar uma casa em um
terreno, sem seguir as normatizações e técnicas adequadas de construção. Por isso,
contar com ajuda de um profissional especializado é imprescindível nesse momento.
É o engenheiro ou o arquiteto que farão um projeto e deverão apresentar uma ART junto
à prefeitura local, com o plano de construção anexado. Esses documentos são
responsáveis por provar a ligação entre ele e a obra que será realizada, trazendo mais
segurança para os futuros moradores, os vizinhos e a sociedade como um todo.
Alvará da prefeitura
O Brasil é um país que tem um número imenso de alvarás e, com o setor de imóveis, a
coisa não poderia ser diferente. Para ter esse documento, que é expedido pelas
prefeituras e deve ser solicitado antes do início da obra, é essencial que o projeto, o
terreno e o tamanho da construção sigam as regras do município.
Habite-se
Você já deve ter ouvido falar sobre o “Habite-se”, uma vez que esse é um termo muito
recorrente e comum no mercado imobiliário brasileiro. A sua função primordial não é
difícil de ser percebida e, como o próprio nome já diz, é um documento que atesta e
libera oficialmente aquela unidade como uma moradia.
Ele deve ser expedido ao final do processo de construção, no qual a prefeitura local deve
realizar uma vistoria no imóvel, com o intuito de observar se as regras e normatizações
da cidade foram efetivamente cumpridas. Se estiver tudo em ordem, o “Habite-se”,
também chamado de certificado de conclusão de obra, é emitido.
Registro de imóvel
No momento em que você possuir a planta e o “Habite-se” em sua mãos, chegou a hora
de se ir até o Cartório de Registro de Imóveis, para registrar que uma propriedade foi
edificada naquele lote ou terreno. Vale lembrar que, como diz uma expressão popular no
mercado imobiliário, “só é dono quem registra”.
Isso quer dizer que, de acordo com a lei, uma unidade residencial só passa a pertencer ao
proprietário a partir do momento em que esse indivíduo a registrar. Para isso, é preciso
encaminhar a Matrícula ao Cartório do município e pagar as taxas relativas a esse
serviço para que tudo seja finalizado.
Depois de conferir todo esse conteúdo e de ganhar muito mais embasamento para se
aventurar pelo marcado imobiliário e se tornar o proprietário efetivo de um imóvel,
aprender algumas dicas práticas para reduzir os gastos da obra pode ser bastante
interessante, não é verdade? Então, confira algumas no conteúdo a seguir.
Aproveite descontos e promoções
As lojas estão em constante aprimoramento e sempre recebem artigos que estão com
maior demanda dos clientes ou que estão sendo lançados pelas maiores marcas e sendo
mais amplamente utilizados por profissionais da área, como arquitetos, engenheiros,
designers e decoradores de interior.
Obviamente, isso não quer dizer que os itens antigos são ruins ou que sequer tenham
uma qualidade inferior, mas apenas que eles não estão sendo tão demandados. Sendo
assim, mantenha os olhos abertos e fique de olho nas prateleiras que estão em liquidação
ou que ofereçam um pagamento facilitado.
Outra tática que pode ser bastante interessante para quem está passando pelo processo de
construção de um imóvel é comprar tudo de uma vez, caso haja verba disponível para
isso. A grande vantagem dessa estratégia é que você ganha muito mais poder de
barganha, pois nenhum vendedor inteligente vai querer abrir mão de você como cliente.
Nesse contexto, mais uma vez, é muito importante não ver vergonha de negociar.
Converse bastante e abra o jogo, dizendo que fechará negócio com quem proporcionar as
melhores condições. Uma das suas vantagens, como comprador, é que esse é um
mercado bastante disputado e uma ampla concorrência sempre abaixa o preço final.
Contrate profissionais qualificados
Sendo assim, não abra mão de bons arquitetos e engenheiros fazendo os seus projetos,
pois eles não apenas oferecerão o melhor em termos de segurança e funcionalidade,
como também estarão em consonância com as práticas mais em voga na área, garantindo
que a sua propriedade seja valorizada e desejada.
Por fim, apostar em materiais alternativos pode ser uma boa estratégia para quem está
assustado com quanto custa construir uma casa. Mesmo que você não tenha percebido
ainda, certamente existem opções mais rentáveis aos produtos que você está utilizando
no momento.
O piso, por exemplo, costuma pesar no bolso, mas existem opções mais viáveis, como o
cimento queimado ou a cerâmica, que não retêm calor e são excelentes para locais
quentes e grandes centros urbanos. Caso você prefira a madeira, os pisos laminados
podem ser a escolha ideal, pois são limpos com mais facilidade.
Como você pôde ver, não é preciso ter medo de quanto custa construir uma casa, uma
vez que, com as dicas certas e adotando as melhores estratégias, tudo pode sair mais
barato do que você pensava!