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02 – PROJETO PARCIAL

O QUE É PROJETO PARCIAL?

É o projeto que não é completo!! Rsrsrs, brincadeiras à parte, mas não deixa de
ser verdade! No projeto parcial apenas algumas etapas de interiores são realizadas,
acontece muitas vezes quando o cliente já tem alguma parte do processo pronta, ou não
vê necessidade de alterar alguma parte do ambiente em questão.

O QUE FAZER EM PROJETO PARCIAL? ATÉ ONDE POSSO IR?

No projeto parcial normalmente são feitas as imagens em 3D com render


(imagens realistas) para que o cliente possa visualizar os itens a serem confeccionados.
Vou deixar alguns exemplos de quais itens pode-se separar e classificar como projeto
parcial:
• Quando é pedido apenas o projeto do mobiliário, marmoraria e peças
decorativas e não será necessário alterar o piso, gesso e/ou iluminação.
• O quarto do cliente já está pronto, mas quer apenas o projeto do closet
em 3D.
• Uma construtora que quer apenas o projeto em 3D com imagens dos
ambientes da casa só para ajudar na venda do imóvel, sem fazer
detalhamento, listas de aquisições e executivo.

Logo, todo projeto parcial é aquele que não é realizado todas as etapas e serviços
que você poderia prestar, assim, acabam sendo um pouco mais em conta e mais rápidos
de fazer.

O QUE NÃO FAZER EM UM PROJETO PARCIAL? O QUE NÃO ESTÁ INCLUSO?

No projeto parcial não estão incluídas as visitas técnicas (acompanhamento à


obra/instalações dos serviços), esse item poderá estar no contrato como OPCIONAL e
deverá ser cobrado à parte caso aconteça!
E obviamente que se você fizer todas as etapas de um projeto de interiores ele
se descaracteriza como projeto parcial e torna-se um projeto completo.

QUANTO TEMPO DURA UM PROJETO PARCIAL?

Não há tempo limite ou ideal. O prazo é condizente com o término e entrega do


seu projeto em 3D junto com o detalhamento técnico e executivo. Poderá durar 1
semana, 1 mês, 6 meses dependendo da urgência ou itens à serem feitos.
QUANTO E COMO COBRAR POR UM PROJETO PARCIAL?

Antes de pensar em quanto e como cobrar, temos que analisar de QUEM


estamos cobrando, ou seja, qual é o seu público alvo?
Se você determinou que o seu nicho de atuação é a classe C e cobrar valores de
Classe A, você vai morrer de fome! (risos) Se você resolveu, ou melhor, ainda não
resolveu qual nicho atuar, e pretende atender a todos, você terá alguns problemas bem
sérios.
Imagina que você estipulou que quer atender a todas as classes econômicas e
chegou em um valor que você acha justo de R$90,00 o m². O projeto de uma cozinha,
por exemplo, de 15m², sairia R$ 1.350,00. Para alguém da classe A, acreditamos ser um
valor aceitável para um projeto, já que esse cliente provavelmente ganha mais que R$
20.000,00 por mês. Agora para o cliente da classe C, que provavelmente ganha R$
1.800,00 em média no mês, seria fácil ele aceitar gastar R$ 1.350,00 apenas no projeto?
Fora todo o produto em si?! Muito provável que não!
“Então se for cliente classe A eu cobro R$ 90,00 o m² e se for um cliente classe C
eu cobro R$ 30,00 m² e está tudo certo!” Será? Você acharia justo com o cliente de
Classe A que ele pague a mais apenas por ser de classe financeira diferente?
Outro fator muito importante é que não devemos nunca tentar descobrir qual
classe nosso cliente pertence, como dizem por aí: “Nunca meça o bolso do cliente pelo
seu bolso”. Primeiramente pelo PRÉ-conceito que colocará nesse cliente pelas
vestimentas ou pelo modo de falar, pois, já vi e ouvi casos de clientes de aparência
simples e com muita grana pra investir e casos de pessoas “arrumadinhas” que não
tinham “onde cair morto”.
E se você nivelar o preço do seu projeto com preços baixos pode acabar sofrendo
com a exigência que a classe A tem em querer produtos e serviços de maior qualidade.
Isso desprenderia muito mais tempo e atenção no projeto e não valeria a pena prestar
o serviço. E se aceitasse, a carga de responsabilidade sofrida sobre você para atender
com extrema exigência te frustraria pelo valor recebido.
Por isso que é muito importante analisar e observar qual público você quer
atingir e pensar qual o nível de penetração que você tem nessas classes antes de definir
uma tabela de preços e divulgar seu trabalho.
Questões regionais e culturais também podem interferir muito no valor. E por
isso que estou aqui, para abrir os seus olhos e te orientar, mas a decisão de como e
quanto cobrar sempre será sua! Você gosta de trabalhar com uma linha de projetos mais
exclusivos e diferenciados? Ou prefere ambientes menores onde você faz um projeto
rápido e otimizando todo o espaço? Pense nisso para te ajudar a tomar essa decisão.
Porém, é possível sim um escritório de Design de Interiores atender diversos
públicos, mas um só profissional atendendo vários públicos eu acho bem arriscado, pois,
pode acabar não traduzindo seu cliente perfeitamente por influência de outros projetos
paralelos.
Portanto, independente do nicho ou público que quer atingir e trabalhar, dê
sempre o seu melhor e terá muito sucesso!
E para te ajudar nesse processo de precificação ABD (Associação Brasileira de
Designers de Interiores), possui uma tabela com os valores praticados em média por
região. De acordo com a ABD os valores variam de região para região, sendo:
• NORTE: entre R$ 64,00 e R$ 94,00 o m² (área entre 700 e 20m² - onde quanto
maior a área total do ambiente, menor é o valor a ser cobrado pelo projeto
de interiores).
• NORDESTE: entre R$ 72,00 e R$ 106,00 o m² (área entre 700 e 20m² - onde
quanto maior a área total do ambiente, menor é o valor a ser cobrado pelo
projeto de interiores).
• CENTRO-OESTE: entre R$ 76,00 e R$ 112,00 o m² (área entre 700 e 20m² -
onde quanto maior a área total do ambiente, menor é o valor a ser cobrado
pelo projeto de interiores).
• SUL: entre R$ 108,00 e R$ 160,00 o m² (área entre 700 e 20m² - onde quanto
maior a área total do ambiente, menor é o valor a ser cobrado pelo projeto
de interiores).
• SUDESTE: entre R$ 120,00 e R$ 178,00 o m² (área entre 700 e 20m² - onde
quanto maior a área total do ambiente, menor é o valor a ser cobrado pelo
projeto de interiores).

Esses são valores analisados e sugeridos pela ABD, mas que ainda assim não tem
como seguir 100%, pois, existem variáveis que podem alterar significativamente os
preços. Se é uma cidade grande ou capital as pessoas têm um estilo de vida totalmente
diferente de uma cidade do interior, por exemplo. Analise se na sua cidade as pessoas
valorizam o serviço de interiores, pesquise os valores médios sua região para não cobrar
muito caro ou muito barato.
Vou abrir o jogo pra você, hoje em média eu cobro pelo projeto de interiores
algo entre R$ 45,00 e R$ 120,00 o m². Pretendo aos poucos subir esses valores, mas
esses são os valores que cobrei em 2019, como você pode ver, está bem abaixo do valor
sugerido pela ABD – moro na região Sul – porém analisando minha cidade e região, se
eu cobrar o valor sugerido muito provável que tenha menos clientes. E o que faz eu
definir o valor é a quantidade de itens que serão realizados no projeto.
O projeto parcial dificilmente chegará ao preço máximo da minha tabela,
justamente por não ser preciso fazer todas as etapas do projeto. Logo, esses sempre
acabam ficando entre R$ 45,00 e R$ 70,00 o m².
Para ficar mais fácil de entender, imagine que cada item a ser cobrado fosse uma
peça de um quebra-cabeça, e cada item tem seu valor separado, conforme o cliente
pede mais peças nesse quebra-cabeça maior ele fica aumentando assim, o valor a ser
cobrado.
Eu calculo o valor do projeto baseado em quantos m² tem o ambiente geral e
partindo desse número, eu vejo quais itens vou realizar dentro do ambiente. Conforme
na imagem abaixo, eu separei os serviços em 7 itens a serem cobrados: Projeto e
Imagem 3D de mobiliário, marmoraria e itens de decoração; Detalhamento dos itens a
serem confeccionados; Gesso e Iluminação; Pisos e Revestimentos; Pontos Elétricos e
Hidráulicos; Acompanhamento na obra; Assessoria em lojas.
Detalhamento dos
Projeto de Gesso e Projeto de Pisos e
itens a serem Iluminação Revestimentos
confeccionados

25% 5% 5%

50% 5% 5% 5%

Projeto e Imagem 3D
Projeto Elétricos e Acompanhamento
de marcenaria, Assessoria nas lojas
Hidráulicos na obra
marmoraria e itens
de decoração

Conforme eu mostrei na imagem acima, eu separo os itens a serem realizados


em percentuais que eu classifiquei como importantes para a realização do projeto. No
projeto parcial, de acordo com a necessidade do cliente eu seleciono os itens a serem
produzidos e calculo os preços de acordo com o que será feito. Porém, o mais
“divertido” aqui é que você pode montar o seu próprio método, criar sua própria tabela
e fazer do seu jeito. Aqui, vou mostrar como EU faço e se você entender que vale pra
você também, ótimo, caso contrário, não tem problema. E ter essa flexibilidade na vida
é o que conta no final.
Na próxima aula, sobre projeto completo, vou explicar mais detalhes sobre como
funciona essa tabela e como você pode montar seus orçamentos com mais segurança
sem medo de passar preços errados, tanto pra cima, como pra baixo.

DICA BONUS

Novamente venho falar sobre a divulgação. Mostre para seu público, seus
possíveis clientes, que você faz projeto parcial, que não precisa ser a casa toda e sim
apenas um cômodo, que não precisa ser o ambiente inteiro completo, que pode ser
apenas o projeto de um móvel. A não ser que essa forma de atendimento não interesse
a você, caso queira apenas trabalhar com projetos completos que englobem tudo, aí já
será um caso a parte. Você tem todo o direito de não querer atender parcial, mas precisa
ter isso bem definido logo no início.

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