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CENTRO UNIVERSITÁRIO SANTO AGOSTINHO

COORDENAÇÃO DO CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

PETRONILIA FEITOSA RODRIGUES DA ROCHA

DIMENSIONAMENTO DE BARRAGEM DE TERRA

Teresina
2022
PETRONILIA FEITOSA RODRIGUES DA ROCHA

DIMENSIONAMENTO DE BARRAGEM DE TERRA

Trabalho de Dimensionamento de Barragem de Terra apresentado à


disciplina de Obras de Terra como requisito à nota da terceira
avaliação. Orientador: Esp. Annamaria Faria de Carvalho Loureiro.

Teresina
2022
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................... 3
2 MEMÓRIA DE CÁLCULO................................................................................... 7
3 CONCLUSÃO........................................................................................................... 10
REFERÊNCIAS........................................................................................................ 11
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1. INTRODUÇÃO

Importante elemento, indispensável em uma sociedade, as barragens são construções


fundamentais ao desenvolvimento da região onde é construída. Uma grande barragem é um
tipo de obra que mais influencia o meio ambiente, pois ela modifica o regime do rio, os níveis
freáticos e as paisagens próximas, além de que as formações geológicas saturadas pelo
represamento passam a ter comportamento diferente (SOARES et al, 2019).
A escolha preliminar do local para implantação da barragem depende da sua
finalidade, da hidrologia, da geologia, mas principalmente da topografia, já que as condições
topográficas do local afetam as dimensões do reservatório, a altura e comprimento da
barragem, o tipo de barragem, o tipo e localização do vertedouro, das obras de desvio e de
outras estruturas anexas. Um local propício pode ser localizado onde o vale é mais estreito e
as condições geológicas favoráveis, mas que ao mesmo tempo haja espaço para acomodar o
vertedouro e outras estruturas, como a casa de força no caso de aproveitamento hidroelétrico
(MEDEIROS, 2020).
A água utilizada pela sociedade para a produção de energia, consumo urbano,
recreação e irrigação é, em grande parte, garantida por barragens construídas ao longo dos
rios, permitindo o desenvolvimento econômico das populações próximas. Barragens também
são importantes para a navegação e para o controle de enchentes. Entretanto a possibilidade
de falha de uma barragem é uma fonte de risco potencial, se o vale a jusante for ocupado pela
população em cidades, vilas e aproveitamentos econômicos diversos (COLLISCHONN,
1997).
A geometria mais favorável das estruturas é a transversal ao leito do rio com mergulho
das camadas para montante. E em relação às ombreiras as estruturas mais favoráveis são as
que mergulham para dentro do maciço rochoso e para montante. Essas condições favorecem a
estabilidade e a estanqueidade das fundações da barragem e estruturas hidráulicas. A
estanqueidade pode estar ligada ao tipo de rocha e às estruturas desfavoráveis já anteriormente
abordadas. Acrescente-se também para eventuais necessidades de 19 impermeabilização da
área do reservatório próxima ao barramento, podem exigir que essas áreas sejam recobertas
por um tapete de argila reduzindo a permeabilidade e o gradiente hidráulico e aumentando o
fator de segurança da obra (CHIOSSI, 2015).
Os estudos geológico/geotécnicos começam com a definição da região geológica do
local, isto é, em qual formação geológica está situada; nesta fase inicial deve ser feita uma
primeira inspeção do local após ter estudado os mapas geológicos e as fotos aéreas. Uma vez
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confirmadas quais formações estão presentes, os tipos de rocha e as características principais


delas e a existência de falhas, poderão ser programadas as investigações de campo tais como
as sondagens de diversos tipos e os levantamentos geofísicos. Numa segunda fase devem ser
efetuados os ensaios de campo e de laboratório para determinar as propriedades das fundações
e dos materiais de construção (QUINTA-FERREIRA, 1991).
Na obra de uma barragem a etapa preliminar é a implantação dos acessos ao local e do
acampamento com as acomodações para os trabalhadores, escritórios, infraestrutura e
instalações para as atividades construtivas. Na etapa preliminar devem ser concluídas as
pesquisas e a localização das áreas de empréstimo para os materiais de construção, solos e
rocha, para as obras de aterro e para o concreto. Na etapa seguinte devem ser iniciadas as
obras de desvio, se possível a seco ou protegidas por pequenas ensecadeiras, como também as
partes da barragem situadas nas cotas superiores acima dos níveis das enchentes de desvio
(SOOUZA, 2017).
A conservação ambiental e o uso adequado dos recursos hídricos são indissociáveis,
pois envolvem a sustentabilidade da vida nas diferentes esferas de manifestação, incluindo o
homem. Atualmente, pode-se considerar que existe a crise da água que ameaça a
sobrevivência da biosfera como um todo. O uso múltiplo da água pela humanidade vem
ocasionando degradação e diferentes tipos de poluição hídrica que de forma direta
comprometem a saúde ambiental e a qualidade de vida das populações (NORONHA et al,
2021).
O primeiro passo na construção de uma barragem envolvendo os estudos hidrológicos
é conhecer a fundo as características fisiográficas da bacia onde a obra será instalada.
Segundo os manuais de implementação de hidrelétricas da Eletrobrás, os principais aspectos
hidrográficos da bacia são: área, perímetro, forma, densidade de drenagem, declividade do rio,
tempo de concentração, cobertura vegetal, uso, ocupação e relevo. Esses dados auxiliam na
interpretação dos resultados dos estudos hidrológicos e permitem fazer comparações com
outras bacias conhecidas (FERREIRA, 1991).
Uma barragem e suas estruturas auxiliares, assim como os equipamentos empregados
no controle da vazão de água, são projetados para durar e operar por longo tempo, tornando-se
necessário que a segurança e o desempenho sejam garantidos durante todo o intervalo de vida
útil estabelecido para o barramento. É sabido que os materiais usados na construção sofrem
uma deterioração contínua com o passar do tempo, devido às alterações em suas propriedades,
originadas de causas internas, processos ambientais e uso. A deterioração desses materiais
pode comprometer a operação e eventualmente a vida útil do barramento, influenciando a
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capacidade da barragem de acumular água e resistir às cargas impostas. Portanto, a


deterioração deve ser evitada ou reparada reduzindo as possibilidades de uma interrupção na
operação (BJORNBERG et al).
Manutenção é a adoção de medidas para conservar o produto e assegurar que ele
continue a cumprir as funções para as quais foi projetado. A Manutenção é definida como “a
combinação de ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a
manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função
requerida” (ABNT,1994). No caso de barragens, a manutenção representa um papel
importante para a segurança das estruturas, pois algumas deteriorações consideradas graves
podem causar incidentes e até acidentes. A manutenção adequada das estruturas reduz os
custos de reparos e recuperações. As manutenções podem ser classificadas como: preditiva,
preventiva e corretiva (SANDRONI; GUIDICINI, 2022).
A anomalia é, portanto, a constatação do comportamento anormal da estrutura. É a
constatação que determina a tomada de ação para a recolocação da estrutura em estado normal
de operação e o grau de intensidade da intervenção necessária. As barragens têm que ser
estruturas estáveis e estanques, ou pelo menos permeáveis até o possível. As principais
deteriorações estão ligadas a esses dois aspectos, de maneira geral. Algumas anomalias
podem acometer, também, o funcionamento de determinadas estruturas adjacentes, como
vertedouros e condutos (SAYÃO, 2019).
As deteriorações existentes nas estruturas de concreto podem ser detectadas por meio
da inspeção visual ou da instrumentação instalada. A inspeção visual é importante para a
verificação da segurança das barragens, pois através dela é possível identificar as
degenerações existentes e recomendar os procedimentos de manutenção e recuperação
necessários para manter a integridade e segurança das estruturas. Os resultados da inspeção
visual são apenas qualitativos, daí a importância da instrumentação (DE BRITO; GOMES,
2018).
A segurança deve constituir o objetivo fundamental no projeto, construção e operação
de barragens. Este deve ser referencial a ser buscado, uma vez que a ruptura de uma barragem
pode ter consequências imensuráveis em termos de impactos socioeconômicos e ambientais.
Apesar de reduzido, o risco de ruptura de uma barragem constitui uma realidade potencial
para tais empreendimentos. De acordo com o Boletim 99 do ICOLD (1995), a percentagem de
ruptura de grandes barragens é de 2,2% para as barragens construídas antes de 1950 e de cerca
de 0,5% para as construídas após esta data. A maior parte das rupturas, cerca de 70%, ocorreu
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com barragens nos seus primeiros 10 anos de operação e, mais especialmente, no primeiro
ano após o comissionamento (CACILHAS, 2015).
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3. CONCLUSÃO
Conclui-se por tanto que o presente trabalho de dimensionamento propiciou o
levantamento e conceituação dos aspectos e critérios técnicos que são adotados na
elaboração de projetos para barragens de terra, onde para se ter um bom projeto, o
primeiro passo é a implantação de uma barragem de terra estável e segura para todos
ao redor.
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REFERÊNCIAS
BJORNBERG, Alfredo José Simon et al. Geologia nº 11. 1964.
CACILHAS, Filipa Mónica Cesário. Estudos de investigação geológica no projeto de
barragens de aterro e análise de risco de projeto: estudo de caso-Barragem de Moamba-
Major. 2015. Tese de Doutorado
CHIOSSI, Nivaldo. Geologia de engenharia. Oficina de Textos, 2015.
COLLISCHONN, Walter. Análise do rompimento hipotético da barragem de Ernestina-
RS. 1997.
DE BRITO, Waléria Daiany Lima; GOMES, Claudemir. Fundação e Geotecnia: Métodos de
investigação geológica e geotécnica da fundação de barragens de concreto1. 2018.
FERREIRA, Mário de Oliveira Quinta. Aplicação da geologia de engenharia ao estudo de
barragens de enrocamento. 1991. Tese de Doutorado. Universidade de Coimbra (Portugal).
MEDEIROS, Carlos Henrique de AC. Curso de Segurança de Barragens (320h). 2020.
NORONHA, Fabio de Lima et al. Suscetibilidade geológica das barragens de mineração
no estado de Minas Gerais: um panorama preliminar a partir de modelagem estatística e
morfométrica. 2021.
QUINTA-FERREIRA, Mário. Geologia de engenharia e barragens de enrocamento.
Memórias e Notícias, v. 112, p. 299-372, 1991.
SANDRONI, Sandro Salvador; GUIDICINI, Guido. Barragens de terra e enrocamento.
Oficina de Textos, 2022.
SAYÃO, Eveline Alves. Caracterização geológica, geoestrutural e geofísica na área de
influência das barragens no território brasileiro. 2019.
SOARES, Keroly Shaene Guedes et al. Geologia aplicada a barragens. Revista Pesquisa e
Ação, v. 5, n. 2, p. 161-170, 2019.
SOUZA, Marcos Daniel França de. Geologia aplicada a fundações de barragens: a
Barragem Governador Eduardo Henrique Accioly Campos, um estudo de caso. 2017.
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.

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