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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

SUL- UNIJUÍ

LAURA LOPES TEIXEIRA

LEONARDO DOS SANTOS HOCHMULLER

IJUÍ

2020
SUMÁRIO

1.RESUMO................................................................................................................................2

2.INTRODUÇÃO......................................................................................................................2

3.IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DAS


FUNDAÇÕES..........................................................3

4.INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICAS....................................................................................4

5. TIPOS DE
FUNDAÇÕES.....................................................................................................6

6.CUSTOS..................................................................................................................................8

7.PATOLOGIAS.......................................................................................................................9

8.CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................11

9.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................11
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RESUMO:

O presente trabalho tem por objetivo apresentar o assunto de fundações, abordando sobre
as principais informações sobre o tema, salientando a importância da geologia e seu impacto
em todas as etapas de implementação das fundações, como também, o conhecimento desta
área para executar projetos cada vez mais adequados e eficientes. Dessa forma, serão
dispostos grandes tópicos onde serão explanadas as principais informações que compõem os
mesmos, bem como a importância e as funções de uma fundação para com a edificação; os
custos inerentes à produção de uma fundação; as investigações geológicas necessárias; tipos
de fundações existentes e, por fim, as patologias que podem ocorrer em uma estrutura de
fundação. 

PALAVRAS-CHAVE: Fundações, Geologia, Importância

INTRODUÇÃO

Com o intuito de tornar as estruturas estáveis e seguras para exercer suas funções sem
ocorrer perigos à vida, como também, evitar patologias e manter sua funcionalidade, que as
fundações são projetadas. Dessa forma, as mesmas são fundamentais em distintas obras, onde
cada uma apresenta diferentes naturezas quanto à forma de transferência de carga, podendo
ser casas, prédios comerciais, residenciais ou industriais, pontes e viadutos, estações de
embarque, portos, torres de transmissão, reservatórios de água, entre outros.

No Brasil, a norma regulamentadora das construções de fundações é a ABNT NBR


6122/2010- Projeto e Execução de Fundações, onde a qual tem o objetivo de padronizar
aspectos da construção civil e baseia-se em referências normativas, ou seja, outras NBRs que
servem de parâmetro. 

Com isso, há vários processos a serem realizados, sendo fundamental seu planejamento
adequado, podendo, dessa forma, gerar economia, evitando gastos com o surgimento de
patologias construtivas e tornando o projeto a melhor solução possível para a obra em
questão. Por isso, todas as etapas são importantes e precisam ser elaboradas de forma
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eficiente, ou seja, com qualidade e segurança, desde o seu estudo geológico até o produto
final executado.

IMPORTÂNCIA E FUNÇÕES DAS FUNDAÇÕES

Fundações são os elementos estruturais destinados a transmitir ao terreno as cargas de uma


estrutura (AZEREDO, 1997, p.29). Sendo assim, as fundações são como os “pés” de todo o
corpo de uma estrutura, mantendo-a estável e transmitindo todos os esforços sobre ela às
camadas resistentes de solo. Desta forma, as fundações têm o dever de suportar as tensões
provenientes dos esforços solicitantes.

De acordo com Velloso & Lopes (2012), são definidas as duas grandes áreas inerentes ao
processo de projeto e execução de fundações:

O projeto e execução de fundações - a Engenharia de Fundações -


requer conhecimentos de Geotecnia e Cálculo Estrutural (análise
estrutural e dimensionamento de estruturas em concreto armado e
protendido, em aço e em madeira); a Geotecnia, por outro lado,
abrange a Geologia de Engenharia, a Mecânica dos Solos e a
Mecânica das Rochas.

As informações para a escolha das fundações geralmente são incompletas, imprecisas e de


pequena quantidade, assim, é de extrema importância a realização de uma análise qualitativa
destas informações, além da pesquisa de informações complementares visando obter um
melhor embasamento.

Para escolher uma fundação, vários fatores devem ser levados em consideração, utilizando
critérios técnicos e avaliando a situação do local a ser executada a mesma. Estes fatores são: a
topografia da área, dados geotécnicos, dados da estrutura, dados das construções vizinhas e os
aspectos econômicos.

Topografia da área: Devem ser levados em consideração dados sobre taludes e encostas no
terreno, ou mesmo que possam atingi-lo (efetuar estruturas de contenção); necessidade de se
realizar cortes ou aterros no terreno; avaliar dados de erosão ou solos frágeis na superfície;
avaliar presença de obstáculos como matacões, por exemplo.
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Dados Geotécnicos: Espessura e variabilidade das camadas de solo; existência de camadas


que sejam adensáveis ou resistentes; posição do nível d’água.

Dados da Estrutura: Tipo, Uso, Arquitetura, Carga a ser transmitida, Materiais utilizados.

Dados das Construções Vizinhas: Tipo de fundação utilizada nas construções vizinhas;
existências de subsolos; número de pavimentos; consequência quanto a escavações e
vibrações; existência de danos.

Aspectos Econômicos: Custo direto, prazo de execução, além de equipamentos, materiais,


mão-de-obra a serem utilizados.

 INVESTIGAÇÕES GEOLÓGICAS

O solo é uma parte fundamental da fundação, pois será o receptor da carga de toda a
edificação. Com isso, conhecê-lo é de grande valia, podendo, dessa forma, gerar economia,
segurança e qualidade.

Os métodos de investigação geológica buscam fornecer características do solo quanto aos


parâmetros físicos, químicos e biológicos que possibilitam sua utilização adequada, e devem
ser realizados antes da execução das fundações para evitar diversas patologias nas edificações.
Dessa forma, a investigação geológica tem como objetivo conhecer as propriedades e
características do solo, tais como, a determinação da extensão, profundidade e espessura das
camadas do subsolo até o ponto de interesse do projeto, descrição de cada camada do solo,
compacidade de areias, consistência e cor, determinação do N.A, profundidade da superfície
rochosa, classificação, estado de alteração e variações, como também, propriedades
hidráulicas e mecânicas do solo: permeabilidade, compressibilidade e resistência ao
cisalhamento.

É oportuno lembrar que, inicialmente é realizado levantamentos da superfície que auxiliam


na escolha dos métodos de investigação mais aprofundados. Esse levantamento é realizado de
forma visual e superficial, por vezes com o auxílio de drones, que ao final dos registros das
imagens, poderá ser realizado um mapa geológico e através do mesmo será analisado qual o
melhor método de investigação que será procedida. Como também, poderá ser analisado
mapas já existentes do local, porém é necessário investigar se está coerente com a atualidade,
através de visitas ao local. 
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Ademais, realizar o reconhecimento inicial é fundamental para realizar um projeto


adequado e seguro. Conforme a NBR 6122, deve ser considerado as seguintes ações na
elaboração dos projetos de fundações:  a visita ao local, feições topográficas, indícios da
presença de aterro (bota-fora) na área, indícios de contaminação do subsolo por material
contaminante lançado no local ou decorrente de ocupação anterior , estado das construções
vizinhas, peculiaridades geológico-geotécnicas na área, como: matacões, afloramento
rochoso, áreas brejosas e minas d'águas.

Além disso, a investigação geológica pode ser dividida em métodos, diretos e indiretos,
onde o direto permite contato com o material, geralmente, possibilita a retirada de amostras.
Entretanto, o indireto permite o conhecimento de valores de propriedades físicas, sendo
necessário obter-se interpretação adequada para, a partir disso, conhecer algumas
propriedades de interesse do material.

Dessa forma, os métodos diretos possibilitam a visualização direta dos materiais de


interesse, por meio de escavações, possibilitando a retirada de amostras. Para isso, são
representados por ensaios de sondagens a percussão (SPT), conforme a NBR 6484 seu
princípio é através de “Perfuração e cravação dinâmica de amostrador-padrão, a cada metro,
resultando na determinação do tipo de solo e de um índice de resistência, bem como da
observação do nível do lençol freático”. Como também, existem outros métodos diretos de
investigação, como o ensaio dilatométrico (DMT) e ensaio pressiométrico (PMT), onde
estimam o módulo de elasticidade das camadas de solo prospectiva, ademais, o ensaio de cone
(CPT), onde fornece a resistência de ponta, atrito lateral e posicionamento poropressão. Além
desses, podem ser realizados ensaios a trado e poços de observações ou trincheiras, sondagens
rotativas e sondagens mistas, a qual conjuga a sondagem a percussão para o trecho em solo e
a sondagem rotativa para o trecho em rocha.

Contudo, o ensaio mais utilizado, dentre esses, é a sondagem a percussão do tipo SPT, que
classifica o solo e faz-se conhecido a espessura e a resistência das camadas, além de
apresentar a posição do nível d'água e o índice de resistência à penetração (NSPT) que é
usado nos métodos de dimensionamento das fundações e regulamentado pela NBR 6484:2001
solo- sondagens de simples reconhecimento com SPT- método de ensaio.

Como também, existem os métodos indiretos de investigação do solo, não alterando as


propriedades físicas do material ensaiado, sendo esses representados pelo ensaio de
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resistividade elétrica que determina o nível d`água e o ensaio de refração sísmica que baseia-
se na propagação de ondas sísmicas artificialmente, captadas por geofones em posições
definidas na superfície, onde as ondas propagada pelo solo ou rochas apresentam velocidades
diferentes.

Contudo, a escolha do método de investigação necessita ser compatível com as


características do solo e as propriedades a serem obtidas. Conforme Melhado et al (2002, p. 1)
“na grande maioria dos casos, o estudo se resume a sondagens de simples conhecimento, mas
dependendo do porte da obra ou se as informações obtidas não forem satisfatórias, outros
tipos de pesquisas são executadas, como por exemplo, poços exploratórios, ensaio de
penetração contínua, ensaio de palheta”. Com também, enfatiza que a escolha da fundação
mais adequada se dá aos esforços atuantes sobre a edificação, as características geotécnicas do
solo e os elementos estruturais que formam as fundações.

Em princípio, a investigação busca conhecer o solo presente no local de interesse, onde


podem ser encontrados solos muito resistentes, pouco resistentes. Entretanto, pode ser
encontrado, por meio de ensaios, matacões, que são blocos de rochas que podem ser
encontrados superficialmente expostos ou subterrâneos. 

Dentro da engenharia, principalmente na área de fundações onde o solo é utilizado como


suporte, os matacões podem gerar diversos tipos de problemas. Segundo RODRIGUES
(1978), as áreas com presença de matacões devem receber cuidado devido aos diversos
problemas condicionados a essa ocorrência, bem como, no processo de prospecção do subsolo
os matacões nos levam a pensar que o substrato rochoso foi atingido, como também, na
abertura de poços de observação e tubulões podem constituir obstáculos e, por vezes, em
escavações. 

TIPOS DE FUNDAÇÕES

Cada tipo de fundação possui suas peculiaridades, e com isso, os materiais empregados em
cada uma delas varia, podendo as mesmas serem feitas de concreto (Areia, Água, Brita e
Cimento); possuindo ou não armaduras de barras de aço; tijolos maciços; metal ou aço bruto;
materiais para impermeabilização, entre outros.

As fundações são divididas quanto a forma de transmissão das cargas (direta e indireta) e
também quanto a profundidade da cota de apoio (rasas e profundas)
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Fundações diretas: Segundo Britto (1987), “A transmissão das cargas é feita através da
base do elemento estrutural da fundação, considerando apenas o apoio da peça sobre a camada
do solo, sendo desprezada qualquer outra forma de transferência das cargas”.

Fundações indiretas: Neste tipo de fundação, a transferência das cargas se dá através da


superfície lateral da mesma, através do atrito lateral do elemento estrutural com o solo e
também do efeito de ponta.

Fundações superficiais ou rasas: São os tipos de fundações onde a cota de apoio


encontra-se em até 2 metros de profundidade. Segundo a ABNT NBR 6122/2010- Projeto e
Execução de Fundações, a definição de fundação rasa ou superficial é “elemento de fundação
em que a carga é transmitida ao terreno pelas tensões distribuídas sob a base da fundação, e a
profundidade de assentamento em relação ao terreno adjacente à fundação é inferior a duas
vezes a menor dimensão da fundação”

Blocos e alicerces: Tipo de fundação superficial ou rasa em que as tensões de tração nele
resultantes são absorvidas pelo próprio concreto, sem a necessidade de utilização de
armaduras.

Sapata: Tipo de fundação superficial ou rasa em que as tensões de tração nele resultantes
são absorvidas pelas armaduras, dimensionando-as especialmente para este fim. As sapatas
podem ser isoladas (suportam a carga de uma coluna ou pilar); associadas (comum a mais de
um pilar); corridas, que são elementos contínuos que suportam cargas distribuídas
linearmente, tais como muros e paredes, além de pilares ao longo de um alinhamento;
alavancada, que é realizada em casos onde se tem divisas próximas ou obstáculos onde não
seja possível fazer com que o centro de gravidade da sapata seja coincidente com o centro de
gravidade do pilar, assim, cria-se ou viga de alavanca entre duas sapatas, de modo a ser
absorvido o momento fletor gerado.

Radier: Tipo de fundação superficial ou rasa que se assemelha à uma laje, abrangendo
parte ou todos os pilares de uma estrutura, fazendo a distribuição dos carregamentos. Segundo
Azeredo (1997, p.34) “recorre-se a este tipo de fundação quando o terreno é de baixa
resistência (fraco) e a espessura da camada do solo é relativamente profunda”

Fundações profundas: São os tipos de fundações onde a cota de apoio encontra-se acima
de 2 metros de profundidade. Segundo a ABNT NBR 6122/2010- Projeto e Execução de
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Fundações, a definição de fundação profunda é “elemento de fundação que transmite a carga


ao terreno ou pela base (resistência de ponta) ou por uma combinação das duas, devendo sua
ponta ou base estar assente em profundidade superior ao dobro de sua menor dimensão em
planta, e no mínimo 3,0 m”

Tubulão: Tipo de fundação profunda que é escavada no terreno, transmitindo a carga ao


solo resistente por compressão, preponderantemente pela ponta. Neste tipo de fundação, pelo
menos em sua fase final, há a descida de pessoas por dentro do mesmo, necessária para se
realizar o alargamento da base ou a limpeza da escavação. Os tubulões podem ser a céu aberto
ou a ar comprimido, o primeiro representa o tipo mais elementar onde a escavação é realizada
manualmente ou mecanicamente, em solos coesivos, acima do nível d’água, de modo que não
haja desmoronamentos, caso haja tendência da ocorrência destes, o furo pode ser revestido
com tijolo, tubo de concreto ou aço.  Já os tubulões a ar comprimido são utilizados em solos
que apresentam riscos de desmoronamento, lençóis d’água elevados, além de grandes
profundidades, sendo a pressão empregada de no máximo 3,4 atm, limitando-o a uma
profundidade de até 30 metros abaixo do NA (nível d’água).

Estaca: Tipo de fundação profunda que é realizada com o auxílio de equipamentos e


ferramentas, sendo que, em nenhuma fase da operação, haja descida de operários. Esta
fundação pode ser de variados materiais, sendo eles concreto (moldado in loco ou pré-
moldado), aço, madeira ou pela combinação dos mesmos. Existem duas classificações de
estacas, levando em consideração a retirada de solo para a realização da construção destas,
são elas as estacas de deslocamento (não promovem retirada de solo) e as estacas escavadas
(executadas in loco através da perfuração do terreno). Há vários tipos de estacas, tais como:
Estaca Franki, Estaca Pré-Moldada de concreto, Estaca de Concreto Moldada In Loco, Estaca
Strauss, Estaca Raíz, Estaca Mista, Estaca Hélice Contínua Monitorada, Estaca Metálica ou
de Aço, entre outras.

CUSTOS 

O custo de uma fundação é dependente de muitos fatores, por isto o projeto de uma
fundação deve avaliar se a resistência do solo é adequada ao tipo de fundação a ser utilizada, e
também, se o mesmo tem a capacidade de suportar os esforços solicitantes da estrutura, para
que as deformações não sejam excessivas, e a realização da mesma seja econômica e segura.
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 Segundo BRITO (1987), fundações bem projetadas correspondem de 3% a 10% do custo


total do edifício; porém, se forem mal concebidas e mal projetadas, podem atingir 5 a 10
vezes o custo da fundação mais apropriada para o caso.

PATOLOGIAS

Na construção civil as patologias se referem às “doenças” das construções e podem ter


diversas origens. Segundo Helene (1992), entende-se que a patologia é a parte da engenharia
que analisa os sintomas, os mecanismos, as causas e as origens das anomalias em construções.
Desse modo, quando há movimentações nas fundações podem gerar danos à construção, ou
seja, podem ser danos arquitetônicos, ou à aparência visual da construção: trincas em paredes,
desaprumo de edifícios e recalques de pisos. Como também, podem gerar danos à
funcionalidade ou ao uso do edifício: emperramento de portas e janelas, inversão de
declividades de pisos e tubulações, entre outros. Além disso, é importante ressaltar que gera
danos estruturais, ou seja, causados à estrutura propriamente dita.

De acordo com Milititsky, Consoli, Shnaid (2015, p.9), são explanados os fatores que
influenciam no comportamento de uma fundação a longo prazo:

Seu comportamento a longo prazo pode ser afetado por inúmeros


fatores, iniciando por aqueles decorrentes do projeto propriamente
dito, que envolve o conhecimento do solo, passando pelos
procedimentos construtivos e finalizando por efeitos de
acontecimentos pós-implantação, incluindo sua possível degradação.

São muitos os fatores que podem levar a ocorrência de patologias nas fundações, dentre
eles, podemos citar a investigação do subsolo é uma das principais causas de problemas
ocorrentes em fundações, visto que, é considerada uma etapa complexa (caracterização do
solo) e pode ter altos custos. Estas investigações muitas vezes não são realizadas, e, em outros
casos, é insuficiente ou mal interpretada. Como também, o solo é um material de grande
complexibilidade e variabilidade, muitas vezes na fase de análise de dados e no projeto podem
ocorrem algumas simplificações,

Além disso, os equipamentos e mão-de-obra inadequados, especificações mais detalhadas,


falta de controle de qualidade são alguns fatores que exercem influência negativa na execução
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de uma fundação, afetando diretamente no surgimento de patologias futuras em uma


fundação. Assim como, os eventos pós-conclusão da fundação podem se dar por vários
fatores, tais como a alteração do carregamento da edificação por alteração no uso da mesma,
além de alteração no uso de terrenos vizinhos, afetando a fundação; fenômenos como erosão e
solapamento, vibrações, etc.

Bem como, as ações de agentes agressivos como a água, por exemplo, devem ser evitadas,
visto que aceleram consideravelmente a degradação dos materiais componentes de uma
fundação. Estas informações devem ser obtidas na etapa da investigação do solo, para que se
realize o projeto fazendo a prevenção contra estas ações.

O acontecimento de patologias e a sucessiva necessidade de reforço de uma fundação


podem acarretar em custos superiores aos iniciais, além de afetar na imagem dos profissionais
envolvidos e as respectivas empresas.

Segundo Velloso & Lopes (2011, p.85), “Observa-se que uma fundação, ao ser carregada,
sofre recalques que se processam, em parte, imediatamente após o carregamento e, em parte,
com o decorrer do tempo”. Assim, é perceptível as duas grandes fases de ocorrência de
recalques em uma fundação.

O recalque que se dá imediatamente após o carregamento é chamado também de recalque


instantâneo e o recalque que se dá no decorrer do tempo, também chamado de recalque no
tempo se deve à migração da água nos poros de solo, que diminui o índice de vazios,
constituindo o processo chamado de adensamento.

Algumas patologias inerentes a fundações se tornaram famosas, como a torre de Pisa,


localizada na Itália, e edificações localizadas em Santos, cidade costeira no estado de São
Paulo. Dessa forma, Pisa tornou-se um atrativo ponto turístico, onde percebe-se a inclinação
da torre, causada por um recalque diferencial que ocorreu de forma gradativa, pois o solo
composto por argila e areia era pouco propício para suportar o porte do edifício, atualmente,
está estabilizada mantendo sua inclinação.

Em Santos, houve o mesmo recalque diferencial, chegando a atingir 120 cm, porém não
ocorreu em apenas um edifício, mas em vários. Em alguns pontos da cidade os recalques são
mais frequentes e perceptíveis, porém desde o início da ocupação do local sabia-se que o solo
tinha uma espessa camada de argila marinha mole com uma camada superficial de areia
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compacta. Com isso ao longo do tempo construiu-se cada vez mais edifícios e cada vez mais
altos, gerando um acréscimo de tensão nas camadas de argila.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Visto que na construção civil, as fundações são de função fundamental para contemplar as
necessidades das edificações atuais, sendo que, para obter-se qualidade e desempenho
adequado é preciso que os técnicos responsáveis sigam as etapas iniciais de investigação
geológica, que visam buscar a melhor solução para as características encontradas no local de
investigação.

Portanto, se o projeto for realizado com base nos dados obtidos por meio da investigação
do lote, ou seja, adequado à situação, como também, executado conforme o indicado, terá um
produto final de maior qualidade e com menor chances de futuras patologias, economizando,
nesse caso, o investimento em retrabalho.  

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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