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PROJETO DE PESQUISA - MDS 1

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ

ESCOLA POLITÉCNICA
NÚCLEO DE ENGENHARIAS

MDS – MECÂNICA DOS SÓLIDOS

ALICE BLAZQUEZ BARBERIO


ENGENHARIA BIOMÉDICA

FUNDAÇÕES, PATOLOGIAS E MELHORIAS PARA


LOCAIS COM ABALOS SÍSMICOS

PROJETO DE PESQUISA:

Curitiba
Novembro de 2021

1. INTRODUÇÃO
Toda construção necessita uma base, e essa, normalmente, é a fundação de
uma obra. Ela existe pela necessidade de transmitir cargas ao solo e se dá pelo uso
de elementos que permitam essa distribuição, como vigas, pilares, estacas e
sapatas, garantindo estabilidade para a estrutura (MILITITSKY; CONSOLI;
SCHNAID, 2015). Milititsky, Consoli e Schnaid (2015) ainda afirmam que seu
comportamento a longo prazo pode ser afetado por diversos fatores, sejam eles
decorrentes do próprio projeto, do procedimento de construção até efeitos pós-
construção (degradação própria, efeitos da natureza, etc.).
Para que patologias não ocorram, é necessário ter conhecimento do tipo
adequado de fundação para cada situação. Deve-se levar em conta o tipo de solo
em que irá ser feita a construção e a dimensão da obra. A seguir, é apresentada,
através da Figura 1, um dos exemplos mais comuns de obras que apresentam
problemas em sua fundação: a Torre de Pisa.
PROJETO DE PESQUISA - MDS 2

Figura 1 – Torre de Pisa

Fonte – SuperInteressante, 2018


Alguns casos típicos de patologias de fundações são: ruptura generalizada
do solo abaixo da fundação direta, ruptura do solo sob sapata, recalques diferenciais
pela sobreposição de tensões no solo abaixo das fundações do silos, estaca
escavada com defeito executivo, estaca rompida por cisalhamento, entre outras
(MILITITSKY; CONSOLI; SCHNAID, 2015).
Dessa forma, fica clara a importância de se evitar essas patologias, uma vez
que causam inconvenientes em vários aspectos. Toda fundação deve ter suas
etapas de vida regularizadas e adequadas (seguindo a norma NBR 6122/2019) para
que não seja comprometida a qualidade da obra e não ofereça riscos para a vida
humana.

2. OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é analisar fundações, seus tipos e algumas
patologias que acontecem, elas ocorrendo tanto durante a obra, quanto após e
apresentar possível melhoria na construção da fundação em locais sofrem abalos
sísmicos.

3. REFERENCIAL TEÓRICO
Em uma obra, vários aspectos são necessários estudos antes da construção
em si, e um deles é a fundação; é ela que irá garantir segurança na edificação
(VITÓRIO; BARROS, 2012). Considerando que para cada situação é necessária
uma fundação adequada, existem tipos de fundações: as diretas/rasas e
indiretas/profundas.
PROJETO DE PESQUISA - MDS 3

Guimarães (2015) indica que fundações diretas ou rasas são caracterizadas


como blocos, alicerces, sapatas e radiers com profundidade de no máximo 3 metros
e que são executadas sobre valas, de acordo com ABNT NBR 6122:2010. A tensão
aplicada por esse tipo de fundação ao terreno provoca apenas recalques que a
construção pode suportar sem causar deformações. Ainda de acordo com
Guimarães (2015), fundações indiretas ou profundas alcançam regiões mais
profundas do solo e transmitem a carga por meio de resistência lateral e pela base.
Alguns exemplos são: estacas, tubulão e caixão.
Um dos aspectos que necessitam análise quando é escolhida uma fundação,
é o solo. Existe uma diversidade imensa de solos e diferenças de comportamento
entre eles, que levou a Engenharia a estudar o assunto e classificar os solos, para
que a escolha do mesmo seja orientada de forma coerente e adequada para cada
situação. A classificação é feita de acordo com os tamanhos dos grãos e nas
características dos argilominerais e divide-se em: a) Rochas: solos rochosos; b)
Solos arenosos/siltosos: possuem propriedade de compacidade; c) Solos argilosos:
possuem propriedade de consistência (GUIMARÃES, 2015).
Guimarães (2015) indica que, é necessário adotar alguns procedimentos
antes de decidir o tipo de fundação em um terreno, como visitar o local da obra,
visitar obras próximas do local e verificar as soluções utilizadas, fazer sondagem a
trado para recolher amostras das camadas do solo e solicitar sondagem geotécnica.
Para de fato escolher, alguns critérios devem ser seguidos; o engenheiro
responsável irá analisar todas as informações obtidas do local de edificação, do solo
do mesmo, menor custo e prazo e assim, conseguirá identificar a opção ideal. A
Figura 2 indica qual fundação escolher em alguns casos.
Figura 2 – Como escolher uma fundação

Fonte – CONSTRUINDO CASAS, 2021


PROJETO DE PESQUISA - MDS 4

Abalos sísmicos são grandes causadores de problemas em fundações que


não foram feitas para aguentar os movimentos. São caraterizados por movimentos
vibratórios provocados por desmoronamentos internos da crosta terrestre
(PEREIRA; FERREIRA, 2008). Esses movimentos são os responsáveis por
prejudicar estruturas e requerem atenção por parte dos engenheiros. A seguir, será
apresentada uma possível melhoria para as fundações que sofrem os efeitos dos
abalos sísmicos.

4. POSSÍVEL SOLUÇÃO
É necessário desenvolver tecnologias antissísmicas em um projeto de
construção para aprimorar a performance de um edifício nessa questão (SILVA;
MENDONÇA, 2020). A principal solução analisada nesse projeto foi o uso de
mecanismos de amortecimento, usados por várias indústrias, porém mais comum
nas áreas automobilísticas e aeronáuticas.
O Japão, país conhecido por ser muito afetado por abalos sísmicos, utilizam
amortecedores, juntamente com outros dispositivos, com a intenção de reduzir os
estragos ocasionados por esse efeito. Uma forma de suportar as forças causadas
pelos abalos é erguendo a fundação para cima da terra e construindo o edifício
sobre amortecedores maleáveis (de borracha, chumbo ou aço), que então
receberiam o impacto e por meio da força de compressão, neutralizam (absorvem)
o movimento do edifício.
Outra opção, é a utilização das Shear Walls (Paredes “super-resistentes”),
obtendo paredes mais espessas em locais estratégicos do edifício, evitando
separação do mesmo e ajudando na resistência contra os impactos dos abalos. A
Figura 3 indica essa situação.
PROJETO DE PESQUISA - MDS 5

Figura 3 – Paredes super-resistentes

Fonte - CONSTRU360º, 2021

5. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6122:
Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro: ABNT, 2010.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), NBR 6122:


Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro: ANBT, 2019.

CONSTRUINDOCASAS. Tipos de fundações: o que são e quais os


tipos?. Disponível em: <https://construindocasas.com.br/blog/construcao/tipos-
defundacoes/>. Acesso em nov. 2021.

CONSTRU360°. O Japão e a incrível Engenharia Anti-Sísmica


(terremoto) – 27 de abr de 2016. Disponível: https://constru360.com.br/o-japao-e-
a-incrivel-engenharia-anti-sismica-terremoto/. Acesso em: 19 nov. 2021

GUIMARÃES, D. Fundações. Grupo A, 2018. 9788595023536. Disponível


em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595023536/. Acesso em:
18 Nov 2021

MILITITSKY, J.; CONSOLI, N. C.; SCHNAID, F. Patologia das Fundações


– 2ª Edição. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. 256p.

PEREIRA, R. A.; FERREIRA, W. G. ABALOS SÍSMICOS NO BRASIL E NO


MUNDO. 2008. Disponível em:
http://www.creaes.org.br/creaes/portals/0/downloads/abalos_sismicos_no_brasil_e
_no_mundo.pdf Acesso em: 19 nov. 2021.

VITÓRIO, J. A. P.; BARROS, R. M. M. C. D. Reforço de Fundações de Pontes


e Viadutos – Três Casos Reais. V CONGRESSO BRASILEIRO DE PONTES E
ESTRUTURAS, 2012, Rio de Janeiro.

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