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(1) Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil (PPEC) pela Universidade Federal
da Bahia, Brasil.
(2) Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Federal da Bahia, Brasil.
(3) Professor Doutor, Departamento de Construção e Estruturas, Universidade Federal da Bahia, Brasil.
(4) Professor Doutor, Departamento de Construção e Estruturas, Universidade Federal da Bahia, Brasil.
Rua Prof. Aristídes Novis, 2 – Federação, Salvador, BA, 40210-630
milena.bsc@gmail.com (1); bonifacio.nevesouza@gmail.com (2); jardelpg@ufba.br (3);
fgabriel.ufba@gmail.com (4)
Resumo
O sistema construtivo em alvenaria estrutural tem sido amplamente utilizado no Brasil,
principalmente em edificações de interesse social, apresentando diversas vantagens em
relação aos métodos construtivos tradicionais. Entretanto, com toda essa utilização em
curso, ainda se percebe a necessidade de maiores estudos com a finalidade de explorar
todo o seu potencial e evitar a deterioração precoce das edificações. O surgimento das
manifestações patológicas pode estar relacionado ao término da vida-útil das construções,
à falta de manutenção corretiva e preventiva, condições de exposição, erros de projeto, de
execução e uso, dentre outros fatores. Quanto ao sistema de revestimento de fachada, são
diversas as alternativas de acabamento no mercado, tais como, pastilhas cerâmicas,
argamassas decorativas e pintura, o que contribui para a diversidade de ocorrências de
danos, e por consequência, preocupação por parte dos seus usuários e dos profissionais
da construção civil. Torna-se, portanto, necessário investigar os danos de maior incidência
nas fachadas das edificações. Já que, ocorre o comprometimento do seu desempenho, e
das suas funções básicas, como estanqueidade, vedação, regularização e acabamento
final das fachadas, além da redução da valorização estética e econômica da construção.
Diante do cenário exposto, este trabalho tem como objetivo mapear, quantificar e avaliar as
manifestações patológicas presentes em fachadas de edificações situadas em Salvador-
BA com idade de 30 e 35 anos. Para a inspeção e diagnóstico, foram utilizados instrumentos
adequados, verificando-se as regiões com maior probabilidade de incidência, em seguida
realizado o tratamento dos dados recolhidos em campo, e, por fim, discussões acerca do
comportamento das edificações. Nesta pesquisa, as manifestações patológicas de maior
ocorrência nas fachadas das edificações em alvenaria estrutural foram: manchamento na
pintura, descascamento de pintura, fissuras, falha de vedação e desplacamento cerâmico.
Além disso, ações ambientais, falha de projeto, erro de execução e ausência de
manutenção foram as principais causas prováveis de manifestações patológicas em
alvenaria estrutural nos empreendimentos estudados.
Palavra-Chave: Alvenaria estrutural, degradação, fachadas.
2 Metodologia
Este trabalho irá apresentar dados referentes às manifestações patológicas detectadas em
3 edifícios em alvenaria estrutural, localizados em diferentes bairros na cidade de
Salvador/BA. Os edifícios apresentam revestimento cerâmico e argamassa com
acabamentos em pintura.
A metodologia adotada consiste em três partes distintas, descritas a seguir.
A fachada foi dividida em diferentes áreas (Figura 1): (1) sobre paredes contínuas; (2)
próximo às aberturas (janelas, portas, etc.); (3) em parapeitos, abaixo de cornijas, rufos e
beirais; (4) abaixo de sacadas ou varandas; (5) nível do solo (alicerce) e (6) nos cantos e
extremidades.
𝐴𝑑
𝐹𝐷 = (Equação 1)
𝐴
Sendo:
FD – Fator de Dano da fachada (%);
Ad – Área de manifestação patológica observada na amostra de fachada (m²);
A – Área total da amostra de fachada (m²).
Depois de calculado este fator, será possível realizar uma análise inicial de quantificação
da degradação para cada fachada.
2.3 Diagnóstico
Silvestre e Brito (2008) elaboraram uma matriz de correlação anomalias/causas prováveis,
visando apresentar as prováveis causas que incidem na fachada de edifícios em alvenaria
estrutural. As causas prováveis na matriz de correlação estão divididas em falhas de
projeto, erros de execução, ações acidentais, falhas de manutenção e alteração das
condições inicialmente previstas. Além disso, foi apresentada as técnicas de reparo,
prevenção e trabalhos de manutenção para os danos encontrados.
4 Resultados e discussões
A análise global das três edificações visa expor um estudo representativo das edificações
na cidade de Salvador, para que possamos entender melhor o seu desempenho frente os
danos que surgem durante a sua vida útil.
80,00%
68,47% 66,95% 70,13%
57,50%
60,00% 50,21%
48,11%
43,46% 42,93%
37,71%
40,00% 32,19%
22,31%
20,00% 15,52%
11,28%
5,01% 1,75%
0,00%
Edifício A Edifício B Edifício C Média
60,00%
Incidência de danos (%)
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Manchamen
Descascame
to na pintura Fissuras
nto de
- Bolor ou mapeadas
pintura
mofo
Paredes contínuas 49,80% 50,06% 0,14%
Figura 3 - Incidência geral de danos em torno de paredes contínuas dos
edifícios estudados
80,00%
70,00%
Incidência de danos (%)
60,00%
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Manchame
nto na Descascam
Fissuras
pintura - ento de
mapeadas
Bolor ou pintura
mofo
cantos e extremidade 71,39% 28,55% 0,05%
Figura 5 - Incidência geral de danos em torno de cantos e extremidade dos edifícios estudados
60,00%
Incidência de danos (%)
50,00%
40,00%
30,00%
20,00%
10,00%
0,00%
Manchamento na
Descascamento de
pintura - Bolor ou Fissuras
pintura
mofo
Topo 54,72% 38,08% 7,20%
Figura 7 - Incidência geral de danos em torno do nível do solo (alicerce) dos edifícios estudados
Falha de Manchas de
Desplacamento
vedação umidade na
cerâmico
Fissuras 2,555% cerâmica
0,001%
mapeadas 0,990%
10,038%
Manchamento
Descascamento na pintura -
de pintura Bolor ou mofo
37,610% 48,805%
Figura 8 - Manifestações patológicas encontrada nos edifícios
A2 X X
C1 X X X X X
C2 X
C3 X
C4 X X X X X X
C5 X X X X
B X X X
D X X X
A – Falhas de projeto. C - Ações ambientais.
A1 – Escolha de materiais incompatível, omissa, ou não C1 – Chuva dirigida.
adequada à utilização. C2 – Radiação solar.
A2 – Ausência de pingadeiras. C3 – Choque térmico.
B – Ausência de manutenção. C4 – Focos de umidade.
C5 – Envelhecimento natural.
D – Erro de execução.
4.5.1 Edifício A
4.5.2 Edifício B
4.5.3 Edifício C
2 Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14037. Diretrizes para
elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações - Requisitos para
elaboração e apresentação dos conteúdos. Rio de Janeiro, 2014.