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Análise dos danos estruturais em pontes de concreto armado localizados no


município de Sobral, CE

Conference Paper · November 2019

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5 authors, including:

Maria Silva Davi Gomes

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Universidade Federal do Ceará
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Esequiel Mesquita
Universidade Federal do Ceará
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Optical sensors for structural health monitoring View project

Florence, June 20-22, 2018 - XIV International Conference on Building Pathology and Constructions Repair View project

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T1 - Testes não destrutivos e destrutivos para avaliação de estruturas

074T1 - AVALIAÇÃO DE DANOS ESTRUTURAIS EM PONTES DE


CONCRETO ARMADO LOCALIZADAS EM SOBRAL - BRASIL
ASSESSMENT OF STRUCTURAL DAMAGES IN REINFORCED
CONCRETE BRIDGES LOCATED IN SOBRAL - BRAZIL
Francisco Roger Carneiro Ribeiro(1*), Francisco Avelar Rodrigues Junior(2),
Francisco da Silva Brandão(3), Maria Jheymislene Rodrigues Silva(4), Matheus de
Souza Silva(5), Esequiel Fernandes Teixeira Mesquita(6) , Regina Célia Espinosa
Modolo(7)
(1*) Mestrando em Engenharia Civil, PPGEC/UNISINOS e LAREB/UFC, Brasil,
roger.ribeiro_@hotmail.com
(2) Engenheiro Civil, UVA, Brasil, eng.avelarjunior@hotmail.com
(3) Mestrando em Engenharia Civil, PPGEC/UFRGS e LAREB/UFC, Brasil,
eng.fsbrandao@gmail.com
(4) Engenheira Civil, LAREB/UFC, Brasil, mary.jheys@gmail.com
(5) Discente de Engenharia Civil, FAS e LAREB/UFC, Brasil, matheus.engcv@outlook.com
(6) Docente, PhD, LAREB/UFC, Brasil, emesquita@ufc.br
(7) Docente, PhD, PPGEC/UNISINOS, Brasil, reginaem@unisinos.br
Resumo
A ausência de manutenção periódica associada à degradação natural dos materiais
são fatores que contribuem para a deterioração das Obras de Artes Especiais
(OEA), principalmente no que diz respeito às pontes de rodovias. As manifestações
patológicas relacionadas com ausência de planejamento, má qualidade dos
materiais e/ou falta de manutenções preventivas, agravadas pela carência de
estratégias públicas para a conservação da infraestrutura viária, podem ocasionar
o comprometimento da funcionalidade das pontes e consequentemente colocar em
risco a estrutura. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo identificar
e analisar os danos estruturais presentes em pontes da cidade de Sobral, Ceará,
cidade localizada na região Nordeste do Brasil. Para isso, foram realizadas
inspeções in situ e ensaio não-destrutivo de ultrassom a fim de se verificar os
aspectos de durabilidade e qualidade dos concretos empregados. Os resultados
obtidos possibilitaram caracterizar o estado atual de danos das pontes, bem como
obter informações de maneira rápida, efetiva e não destrutiva.

Palavras-chave: Degradação. Manifestações Patológicas. Pontes. Manutenção.


Abstract
The absence of periodic maintenance associated with the natural degradation of the
materials are factors that contribute to the deterioration of the Special Art Works
(OAS), especially with regard to the highways bridges. Pathological manifestations
related to lack of planning, poor quality of materials and/or lack of preventive
maintenance, aggravated by the lack of public strategies focused on the
conservation of road infrastructure, can cause the compromise of the functionality of
the bridges and consequently put at risk the structure. In this context, the present
work aims to identify and analyze the structural damages present in bridges of the
city of Sobral, Ceará, city located in the Northeast region of Brazil. For this, in situ
inspections and non-destructive tests of ultrasound were carried out in order to verify
the durability and quality aspects of the concretes used. The results obtained allowed
to characterize the current state of damage of the bridges, as well as to obtain
information quickly, effectively and non-destructively.
Keywords: Degradation. Pathological manifestations. Bridges. Maintenance.

1. Introdução

Toda estrutura deve apresentar as condições mínimas de segurança,


funcionalidade e estética em função das ações e das influências ambientais que
venham a atuar sobre esta durante sua vida útil. Sejam estas condições mínimas
relacionadas ao peso próprio dos elementos estruturais, as distâncias mínimas dos
elementos às bordas dos aterros, os níveis dos cursos d’água, dentre outros
requisitos preconizados na ABNT NBR 7187:2003.
O sistema rodoviário brasileiro é formado por pontes com diferentes estruturas e
idades, projetadas e dimensionadas seguindo-se diferentes critérios, métodos e
cargas de projeto (BRASIL, 2004). Entretanto, com o passar do tempo, a
intensidade e a frequência dos tráfegos tendem a aumentarem e a falta de
manutenção adequada, principalmente nas obras já envelhecidas, acaba por
desencadear diversos problemas patológicos, tais como trincas, rachaduras,
desagregação do concreto e corrosão das armaduras.
As pontes de concreto armado normalmente se degradam devido a qualidade dos
materiais empregados, defeitos de construção, exposição a ambientes agressivos,
cargas excessivas, falta de ductilidade e envelhecimento. A diferenciação entre
suas principais causas de deterioração torna-se meramente qualitativa, tendo em
vista que os mecanismos supracitados podem atuar em sinergia (OMAR ; NEHDI,
2018).
Conforme Giannini et al. (2014), a modernização e a reparação das estruturas de
concreto armado devem ser reconhecidas como uma prioridade. Na visão de Hiasa
et al. (2016), as vistorias são normalmente realizadas através de inspeções visuais,
ensaios não destrutivos (END) e, às vezes, testes semi-destrutivos como a extração
de testemunhos de concretos. Porém, as inspeções visuais apenas fornecem
informações subjetivas, das quais variam de acordo com o grau de conhecimento e
experiência do inspetor e não detectam possíveis manifestações patológicas
ocultas no interior do concreto.
Nessa perspectiva, os métodos de ensaios não destrutivos (por exemplo: ultrassom,
esclerometria e pacometria), são largamente utilizados na avaliação de condições
estruturais das OAE. A principal vantagem desses procedimentos é que não afetam
a integridade e a funcionalidade da estrutura, permanecendo-a em serviço enquanto
vistoriada. Métodos esses, eficientes e eficazes que complementam as inspeções
visuais em prol de detectar falhas em pontes (AHMED; MOSELHI; BHOWMICK,
2018).
Embora os resultados de alguns testes não destrutivos não possam ser diretamente
correlacionados com as propriedades mecânicas dos materiais existentes, esforços
do meio técnico tem buscado constantemente melhorar a fiabilidade dos mesmos,
através de informações fundamentais da composição, morfologia e estado atual das
estruturas. Contribuindo assim, para definir e calibrar modelos estruturais a serem
utilizados para avaliações e previsões do comportamento estrutural (LORENZI et
al., 2016).
Dentre os END utilizados, o ensaio de velocidade de pulso ultrassônico (VPU) pode
ser destacado pela sua facilidade de execução e vasta aplicabilidade, consistindo
na determinação do tempo que uma onda mecânica precisa para atravessar certo
material (ALVES et al., 2016). Segundo Adamatti et al. (2017), este método foi
desenvolvido objetivando obter curvas convergentes entre a VPU no concreto e sua
resistência à compressão.
Busca-se também com o uso do ultrassom, o monitoramento da integridade
mecânica e física da construção. Uma vez que, os END não afetam nenhuma das
características dos elementos estruturais e não ocasionam nenhum dano pela
execução (AMARAL et al., 2018).
De forma resumida, o equipamento emite um pulso ultrassônico por meio de um
transmissor emissor para que, através de vibrações com frequência natural, este
pulso seja transferido para o material e transite até o transmissor receptor. Em
posse das distâncias entre os transdutores e do tempo propagado, o equipamento
informa a VPU na matriz.
Neste contexto, o presente trabalho tem por objetivo identificar as manifestações
patológicas e analisar os principais danos estruturais presentes em três pontes de
concreto armado por meio de inspeções visuais in loco e por meio do ensaio não
destrutivo de ultrassom. De modo a contribuir para o conhecimento do estado atual
de danos destas estruturas e fornecer informações que possam ser utilizadas em
possíveis reparos, visando o restabelecimento das condições funcionais e
estruturais destas.

2. Estudo de Caso
A cidade de Sobral localiza-se na região Noroeste do Ceará e Nordeste do Brasil, é
ligada a capital Fortaleza através da rodovia BR-222, que liga, ainda, o estado do
Ceará ao Piauí, do Maranhão e do Pará. As três pontes objetos de estudo neste
trabalho, são de relevância para o patrimônio e desenvolvimento desta cidade, quais
sejam: Pontes sobre o rio Oiticica (PT1 e PT2) e Ponte Pref. José Euclides (PT3),
todas situadas sobre o Rio Acaraú, servindo de caminho para entrada e saída de
veículos de pequeno à grande porte, transportando pessoas e mercadorias.

2.1 Pontes sobre o rio Oiticica


As pontes sobre o rio Oiticica, ilustradas nas Figuras 1 e 2, e estão localizadas na
Avenida Senador Fernandes Távora. Ambas foram construídas na década de 90,
sistemas estruturais em concreto armado e 50 m de comprimento, se distinguindo
devido as seguintes características de construção:
- PT1: 14 m de largura, 02 passeios para pedestres, tabuleiro sustentado por 04
pilares (ponte-viga) e o aterro de acesso não apresenta contenção;
- PT2: 12 m de largura, 01 passeio para pedestres, 01 pilar parede, tabuleiro
sustentado por uma viga parede, além 04 longarinas protendidas e 04 transversinas,
e apresenta um muro de contenção no aterro de acesso.

Figura 1 - Vista da Ponte 1 sobre o rio Oiticica


Fonte: Autores (2019)

Figura 2 - Vista da Ponte 2 sobre o rio Oiticica


Fonte: Autores (2019)
2.2 Ponte Prefeito José Euclides

A ponte PT3, ilustrada na Figura 3, inaugurada no dia 22/04/2000, tem uma grande
importância para a cidade, tendo em vista que sua construção diminuiu a distância
entre os moradores das margens esquerda e direita do Rio Acaraú. Configurou-se
em uma nova opção de tráfego para os moradores dos bairros Dom Expedito e
Sinhá Saboia, assim como para os trabalhadores do Distrito Industrial, tendo como
consequência a diminuição do tempo de deslocamento para o trabalho
(VENÂNCIO, 2012).

Figura 3 - Vista atual da Ponte Pref. José Euclides


Fonte: Autores (2019)
Há poucas informações sobre o projeto desta ponte, mas as informações aqui
explicitadas foram obtidas em observações e medições no local, quais sejam:
estrutura em concreto armado com longarinas protendidas, comprimento total de
360 m e largura de 12,75 m, é uma ponte em viga no tabuleiro e com 10 vigas curvas
de cada lado nas laterais.
2.3 Procedimentos Metodológicos
Para a realização da pesquisa, adaptou-se a metodologia utilizado por Mesquita et
al. (2015), conforme Figura 4 e preconizado na ABNT NBR 8802:2019. Do qual
consiste primeiramente em uma avaliação in loco das pontes, para que seja possível
caracterizar o material utilizado na construção, as dimensões das peças e os
principais danos presentes. Em seguida, aplicou-se o ensaio ultrassônico nos
pilares a 1,50 m acima do nível do terreno para determinar, além da VPU, o módulo
de elasticidade do concreto e sua resistência à compressão axial, a fim de verificar
se há risco de a estrutura colapsar ou não.

Figura 4 – Adaptação de Mesquita et al. (2015)


Fonte: Autores (2019)
3. Resultados e Discussões
3.1 Velocidade de pulso ultrassônico (VPU)
A verificação da homogeneidade dos elementos de concreto é baseada na análise
das velocidades de propagações dos pulsos ultrassônicos (VPU) medidos. Na
Tabela 1 encontra-se a classificação da qualidade do concreto em função do pulso
ultrassônico, segundo Isaia et al. (2005).
Tabela 1 – Classificação da qualidade do concreto em função da velocidade do pulso ultrassônico.

Velocidade da onda ultrassônica (m/s) Qualidade do concreto


V > 4500 Excelente
3500 < V < 4500 Ótimo
3000 < V < 3500 Bom
2000 < V < 3000 Regular
V < 2000 Ruim

Assim como, a partir dos valores de velocidade da onda ultrassônica, foi possível
determinar o Módulo de Elasticidade Dinâmico do concreto (Ed), pela equação 1,
do qual permite um melhor entendimento do comportamento estrutural e, estimar os
valores de resistência à compressão (Fc) dos pilares, pela equação 2. Neste estudo,
adotou-se o coeficiente de Poisson de 0,30 e a massa específica do concreto de
2400 kg/m3.
(1 + 𝜈) ∙ (1 − 2𝜈) (1)
𝐸𝑑 = ρ. 𝑉 2 .
(1 − 𝜈)

𝐹𝑐 = 0,0009V − 0,8357 (2)

Na PT1, obteve-se os resultados médios de pulso ultrassônico por transmissão


direta e o módulo de elasticidade dos concretos empregados nos 4 pilares de
sustentação da ponte, conforme ilustrados na Tabela 2.
Tabela 2 – Valores da velocidade de pulso ultrassônico e módulo de elasticidade do concreto da
viga parede da PT1.

Média da velocidade Módulo de Resistência à


Pilares de pulso ultrassônico Elasticidade compressão axial
(m/s) Dinâmico (GPa) (MPa)
P1 2473 10,90 21,42
P2 2311 9,52 19,96
P3 2048 7,48 17,60
P4 2025 7,31 17,39
Média 2214,25 8,80 19,09
Sd 177,75 1,41 1,60
Os valores evidenciam que não há uma boa homogeneidade em nenhum pilar da
PT1, uma vez que os pilares se encontram com sérios problemas patológicos como
corrosão da armadura na base do pilar, desagregação do concreto, fissuras e
trincas, como pode ser visualizado na Figura 5 e na Figura 6. Corroborando para
que a classificação dos concretos empregados na construção, segundo a Tabela 1,
seja de qualidade REGULAR, necessitando assim que haja manutenções a fim de
reparar tais falhas.
Todavia, a epóca da construção desta ponte deve ser levada em consideração na
classificação da qualidade do concreto, uma vez que para o ano de implantação os
compósitos eram mais porosos e ditos de boa qualidade, explicando assim os
baixos valores de VPU.

Figura 5 – Anomalias na base do P3 Figura 6 – Anomalias na base do P4

No que concerne a PT2, foram obtidos resultados de pulso ultrassônico por


transmissão indireta, tendo em vista a inviabilidade de acesso dos transdutores a
outra face do pilar parede, único elemento em concreto armado existente.
Resultados estes de 10 pontos, sendo os pontos P1 ao P5 pertinentes a uma face
e os pontos P6 ao P10 a face oposta. E, seguindo o mesmo raciocínio da PT1 foi
possível determinar o Módulo de Elasticidade Dinâmico dos concretos, conforme
dados da Tabela 3.
Tabela 3 – Valores da velocidade de pulso ultrassônico e módulo de elasticidade dos concretos
nos pilares da PT2.

Módulo de Resistência à
Velocidade de pulso
Pontos Elasticidade compressão axial
ultrassônica (m/s)
Dinâmico (GPa) (MPa)
P1 3010 16,15 26,25
P2 3080 16,91 26,88
P3 3110 17,24 27,15
P4 3125 17,41 27,29
P5 3155 17,75 27,56
Média 3096 17,09 27,03
Sd 40,80 0,45 0,37
P6 3220 18,49 28,14
P7 3240 18,72 28,32
P8 3245 18,77 28,37
P9 3335 19,83 29,18
P10 3340 19,89 29,22
Média 3276 19,14 28,65
Sd 49,20 0,58 0,44

No caso específico e em termos diretos, os valores supracitados demonstram


uniformidade no concreto empregado para a construção desta ponte, podendo ser
classificado, de acordo com a Tabela 1, como um concreto BOM. Esta ponte é mais
nova que a PT1, o que contribuiu para uma melhor classificação do material e para
o aumento na velocidade de propagação devido menor porosidade da matriz.
Por fim, a Tabela 4 ilustra os resultados obtidos para a PT3, tanto para a velocidade
ultrassônica, por transmissão direta, quanto para o módulo de elasticidade dinâmico
do concreto.
Diferentes das outras pontes estudadas, nesta não foi possível realizar as medições
em todos os pilares devido ao péssimo acesso aos elementos estruturais, em
detrimento da mata alta e de poças d’água que dificultaram o percurso. Diante disso,
realizou-se o ensaio de ultrassom em apenas 06 pilares, os próximos a margem
esquerda, dos 18 pilares de sustentação existentes.
Tabela 4 – Valores da velocidade de pulso ultrassônico e módulo de elasticidade dos concretos
nos pilares da PT3.

Média de velocidade Módulo de Resistência à


Pilares do pulso ultrassônico Elasticidade compressão axial
(m/s) Dinâmico (GPa) (MPa)
P1 3107 17,21 27,13
P2 3138 17,56 27,41
P3 2815 14,13 24,50
P4 2649 12,51 23,00
P5 2800 13,98 24,36
P6 2814 14,12 24,49
Média 2887,17 14,92 25,15
Sd 156,89 1,64 1,41

Diante dos resultados da Tabela 4, os pilares P1 e P2 são os únicos com uma


classificação de concreto BOM, talvez por estes serem os pilares de extremidade
da ponte, não mantendo contato direto com a água do Rio Acaraú, do qual os
impactos de corrosão por erosão são menores. Os demais pilares, em contato direto
com água, possuem uma qualidade REGULAR, necessitando que haja
manutenções. O caso de erosão supracitado é ilustrado na Figura 7.

Figura 7 – Erosão acentuada dos pilares e da fundação

Diversos fatores influenciam nos resultados obtidos pelo método de ultrassom como
a presença de armadura, principalmente no sentido de propagação da onda; a
distância entre as superfícies de contato dos transdutores; tipo e massa específica
do agregado; tipo de cimento e seu grau de hidratação; massa específica do
concreto; tipo de adensamento; condições de concretagem; condições de superfície
do concreto e idade do concreto (MOHAMAD; INÁCIO, 2015).
Além das anomalias apresentadas, as Figuras 8 a 11 ilustram outras manifestações
encontradas nas pontes estudadas.

Figura 8 – Infiltração e eflorescências na PT1. Figura 9 – Corrosão das barras do tabuleiro na PT2.
Figura 10 – Manchas de infiltração na PT3. Figura 11 – Desplacamento cerâmico na PT3.

4. Conclusões
A análise das informações obtidas por VPU possibilita que se obtenha padrões para
avaliar as características dos elementos estruturais de concreto. Sendo a
interpretação dos resultados, o ponto chave para utilizar esta técnica em
diagnósticos de estruturas.
No que se refere aos problemas da PT1, observaram-se: manchas de umidade,
eflorescências, fissuras e trincas em dois pilares, além da desagregação do
concreto em todos os pilares da estrutura, o que tornam estas anomalias
preocupantes no estado em que se encontram.
Quanto a PT2, além de pequenas fissuras e trincas não foram detectados pelas
inspeções visuais sérios problemas no pilar parede, demonstrando que
aparentemente apenas necessite de reparos em sua estrutura. Todavia, outros
ensaios não destrutivos podem auxiliar o método ultrassônico para uma verificação
mais precisa sobre a qualidade do elemento, por exemplo.
Em relação aos danos observados da PT3, observaram-se: fissuras, trincas, perda
de revestimento cerâmico, erosão nos pilares e nas fundações, falhas nas juntas de
dilatação e em sua maioria, manchas de umidade. Apesar destes danos serem
leves, estas manifestações patológicas não devem ser desprezadas, uma vez que
possibilitam a diminuição do desempenho mecânico da ponte, consequentemente
afetando a durabilidade.
Diante do exposto, além da necessidade de as pontes passarem por manutenções
e constantes monitorizações, percebe-se que o método do Ultrassom é uma
ferramenta sensível a variações de densidade e homogeneidade. Podendo fornecer
dados importantes na tomada de decisão a respeito dos elementos estruturais de
concreto, além de ser muito útil para estudos de mapeamento de danos nas
estruturas. Todavia, o ano de construção das construções deve ser levado em
consideração na classificação da qualidade dos concretos empregados.
Referências
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7187: Projeto de
pontes de concreto armado e de concreto protendido – Procedimento. Rio de
Janeiro: ABNT, 2003.
[2] BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Manual de inspeções de pontes rodoviárias. 2ª ed. Rio de Janeiro, 2004.
[3] OMAR, T. ; NEHDI, M. Condition Assessment of Reinforced Concrete Bridges:
Current Practice and Research Challenges. Infrastructures, v. 3, p. 1–23, 2018.
[4] GIANNINI, R. et al. Assessment of concrete strength combining direct and NDT
measures via Bayesian inference. Engineering Structures, v. 64, p. 68–77, 2014.
[5] HIASA, S. et al. Monitoring concrete bridge decks using infrared thermography
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277–296, 2016.
[6] AHMED, M.; MOSELHI, O.; BHOWMICK, A. Two-tier data fusion method for
bridge condition assessment. NRC Research Press, v. 214, p. 197–214, 2018.
[7] LORENZI, A. et al. Emprego de ensaios não destrutivos para inspeção de
estruturas de concreto. Revista IMED, v. 3, n. 1, p. 3–13, 2016.
[8] ALVES, A. et al. Estimativa do módulo de elasticidade global de uma
edificação. Congresso Brasileiro de Patologia das Construções - CBPAT, April, p.
1–9, 2016.
[9] ADAMATTI, D. S. et al. Analysis of reinforced concrete structures through the
ultrasonic pulse velocity: technological parameters involved. Revista IBRACON de
Estruturas e Materiais, v. 10, n. 2, p. 358–385, 2017.
[10] AMARAL, K. et al. Influência do teor de umidade relativa do concreto na
propagação de ondas ultrassônicas. Congresso Brasileiro de Patologia das
Construções - CBPAT, April, 2018.
[11] VENÂNCIO, R. Travessias ribeirinhas: narrativas e práticas cotidianas.
Cadernos do LEME, Campina Grande, v. 4, nº 1, p. 47 – 66, 2012.
[12] MESQUITA, E. et al. Boletim Técnico: Caracterização, avaliação e
recuperação estrutural de construções históricas. ALCONPAT-BRASIL, 2015.
[13] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8802: Concreto
endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica.
Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
[14] ISAIA, G. C. Concreto: Ensaio, Pesquisas e Realizações. São Paulo: Ibracon,
2005.
[15] MOHAMAD, G.; INÁCIO, P. Métodos combinados para a avaliação da
resistência de concretos. Revista Matéria, v.20, n.01, p. 83–99, 2015.

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