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Esequiel Mesquita
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Florence, June 20-22, 2018 - XIV International Conference on Building Pathology and Constructions Repair View project
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1. Introdução
2. Estudo de Caso
A cidade de Sobral localiza-se na região Noroeste do Ceará e Nordeste do Brasil, é
ligada a capital Fortaleza através da rodovia BR-222, que liga, ainda, o estado do
Ceará ao Piauí, do Maranhão e do Pará. As três pontes objetos de estudo neste
trabalho, são de relevância para o patrimônio e desenvolvimento desta cidade, quais
sejam: Pontes sobre o rio Oiticica (PT1 e PT2) e Ponte Pref. José Euclides (PT3),
todas situadas sobre o Rio Acaraú, servindo de caminho para entrada e saída de
veículos de pequeno à grande porte, transportando pessoas e mercadorias.
A ponte PT3, ilustrada na Figura 3, inaugurada no dia 22/04/2000, tem uma grande
importância para a cidade, tendo em vista que sua construção diminuiu a distância
entre os moradores das margens esquerda e direita do Rio Acaraú. Configurou-se
em uma nova opção de tráfego para os moradores dos bairros Dom Expedito e
Sinhá Saboia, assim como para os trabalhadores do Distrito Industrial, tendo como
consequência a diminuição do tempo de deslocamento para o trabalho
(VENÂNCIO, 2012).
Assim como, a partir dos valores de velocidade da onda ultrassônica, foi possível
determinar o Módulo de Elasticidade Dinâmico do concreto (Ed), pela equação 1,
do qual permite um melhor entendimento do comportamento estrutural e, estimar os
valores de resistência à compressão (Fc) dos pilares, pela equação 2. Neste estudo,
adotou-se o coeficiente de Poisson de 0,30 e a massa específica do concreto de
2400 kg/m3.
(1 + 𝜈) ∙ (1 − 2𝜈) (1)
𝐸𝑑 = ρ. 𝑉 2 .
(1 − 𝜈)
Módulo de Resistência à
Velocidade de pulso
Pontos Elasticidade compressão axial
ultrassônica (m/s)
Dinâmico (GPa) (MPa)
P1 3010 16,15 26,25
P2 3080 16,91 26,88
P3 3110 17,24 27,15
P4 3125 17,41 27,29
P5 3155 17,75 27,56
Média 3096 17,09 27,03
Sd 40,80 0,45 0,37
P6 3220 18,49 28,14
P7 3240 18,72 28,32
P8 3245 18,77 28,37
P9 3335 19,83 29,18
P10 3340 19,89 29,22
Média 3276 19,14 28,65
Sd 49,20 0,58 0,44
Diversos fatores influenciam nos resultados obtidos pelo método de ultrassom como
a presença de armadura, principalmente no sentido de propagação da onda; a
distância entre as superfícies de contato dos transdutores; tipo e massa específica
do agregado; tipo de cimento e seu grau de hidratação; massa específica do
concreto; tipo de adensamento; condições de concretagem; condições de superfície
do concreto e idade do concreto (MOHAMAD; INÁCIO, 2015).
Além das anomalias apresentadas, as Figuras 8 a 11 ilustram outras manifestações
encontradas nas pontes estudadas.
Figura 8 – Infiltração e eflorescências na PT1. Figura 9 – Corrosão das barras do tabuleiro na PT2.
Figura 10 – Manchas de infiltração na PT3. Figura 11 – Desplacamento cerâmico na PT3.
4. Conclusões
A análise das informações obtidas por VPU possibilita que se obtenha padrões para
avaliar as características dos elementos estruturais de concreto. Sendo a
interpretação dos resultados, o ponto chave para utilizar esta técnica em
diagnósticos de estruturas.
No que se refere aos problemas da PT1, observaram-se: manchas de umidade,
eflorescências, fissuras e trincas em dois pilares, além da desagregação do
concreto em todos os pilares da estrutura, o que tornam estas anomalias
preocupantes no estado em que se encontram.
Quanto a PT2, além de pequenas fissuras e trincas não foram detectados pelas
inspeções visuais sérios problemas no pilar parede, demonstrando que
aparentemente apenas necessite de reparos em sua estrutura. Todavia, outros
ensaios não destrutivos podem auxiliar o método ultrassônico para uma verificação
mais precisa sobre a qualidade do elemento, por exemplo.
Em relação aos danos observados da PT3, observaram-se: fissuras, trincas, perda
de revestimento cerâmico, erosão nos pilares e nas fundações, falhas nas juntas de
dilatação e em sua maioria, manchas de umidade. Apesar destes danos serem
leves, estas manifestações patológicas não devem ser desprezadas, uma vez que
possibilitam a diminuição do desempenho mecânico da ponte, consequentemente
afetando a durabilidade.
Diante do exposto, além da necessidade de as pontes passarem por manutenções
e constantes monitorizações, percebe-se que o método do Ultrassom é uma
ferramenta sensível a variações de densidade e homogeneidade. Podendo fornecer
dados importantes na tomada de decisão a respeito dos elementos estruturais de
concreto, além de ser muito útil para estudos de mapeamento de danos nas
estruturas. Todavia, o ano de construção das construções deve ser levado em
consideração na classificação da qualidade dos concretos empregados.
Referências
[1] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7187: Projeto de
pontes de concreto armado e de concreto protendido – Procedimento. Rio de
Janeiro: ABNT, 2003.
[2] BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).
Manual de inspeções de pontes rodoviárias. 2ª ed. Rio de Janeiro, 2004.
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Current Practice and Research Challenges. Infrastructures, v. 3, p. 1–23, 2018.
[4] GIANNINI, R. et al. Assessment of concrete strength combining direct and NDT
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[5] HIASA, S. et al. Monitoring concrete bridge decks using infrared thermography
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[6] AHMED, M.; MOSELHI, O.; BHOWMICK, A. Two-tier data fusion method for
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[7] LORENZI, A. et al. Emprego de ensaios não destrutivos para inspeção de
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[8] ALVES, A. et al. Estimativa do módulo de elasticidade global de uma
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[9] ADAMATTI, D. S. et al. Analysis of reinforced concrete structures through the
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[10] AMARAL, K. et al. Influência do teor de umidade relativa do concreto na
propagação de ondas ultrassônicas. Congresso Brasileiro de Patologia das
Construções - CBPAT, April, 2018.
[11] VENÂNCIO, R. Travessias ribeirinhas: narrativas e práticas cotidianas.
Cadernos do LEME, Campina Grande, v. 4, nº 1, p. 47 – 66, 2012.
[12] MESQUITA, E. et al. Boletim Técnico: Caracterização, avaliação e
recuperação estrutural de construções históricas. ALCONPAT-BRASIL, 2015.
[13] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8802: Concreto
endurecido – Determinação da velocidade de propagação de onda ultrassônica.
Rio de Janeiro: ABNT, 2019.
[14] ISAIA, G. C. Concreto: Ensaio, Pesquisas e Realizações. São Paulo: Ibracon,
2005.
[15] MOHAMAD, G.; INÁCIO, P. Métodos combinados para a avaliação da
resistência de concretos. Revista Matéria, v.20, n.01, p. 83–99, 2015.