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ESCOLA DE ENGENHARIA
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO DE OBRAS NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
LILIAN A. SOKOLOSKI
CURITIBA
2022
LILIAN A. SOKOLOSKI
CURITIBA
2022
PATOLOGIAS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO - ESTUDO
DE CASO RECUPERAÇÃO DE FACHADA EM CONCRETO EM UM
PRÉDIO EM CURITIBA - PR
RESUMO
O concreto armado é um dos principais materiais utilizados no ramo da construção civil, ele é encontrado
na maior parte das obras (edifícios, pontes, usinas hidrelétricas entre outras construções). Tais estruturas
de concreto armado, são formadas basicamente pela composição de concreto e aço, geralmente são
encontradas na forma de pilares, vigas, fundações e lajes. Entretanto, a execução e manutenção desse
método construtivo deve ser realizada rigorosamente, evitando – se assim as chamadas manifestações
patológicas. Dentro dessa vertente este estudo permite analisar as possíveis causas mais comuns e
determinar soluções para as manifestações. À vista disso, com o intuito de contribuir para o
desenvolvimento de pesquisas acerca do assunto, o presente artigo tomou como base um laudo técnico da
Fachada de concreto de um prédio administrativo, construído em 1979 no centro de Curitiba - PR.
Posteriormente é feito uma abordagem das possíveis causas mais recorrentes que podem ter acarretado o
surgimento dessas patologias e, logo após, são comentadas as providências que seriam adotadas para
solucionar os problemas apontados de modo a evitar que o mesmo venha a acontecer futuramente.
Tendo como conclusão a imprescindível aplicação de medidas intensas (critérios de durabilidade) nos
projetos e execução da obra juntamente com as principais medidas de prevenção.
Além disso, a inspeção/manutenção é um procedimento fundamental para a elaboração do correto
prognóstico e correção da patologia ao longo do tempo.
As manifestações patológicas tem sido muito crescente, reduzindo assim a vida útil do concreto armado é
comprometendo diretamente a durabilidade das edificações.
Reinforced concrete is one of the main materials used in the civil construction industry, it is found in
most works (buildings, bridges, hydroelectric plants, among other constructions). Such reinforced
concrete structures, basically formed by the composition of concrete and steel, are usually found in the
form of columns, beams, foundations and slabs. However, the execution and maintenance of this
constructive method must be carried out rigorously, avoiding – if so, the so-called pathological
manifestations. In view of this, in order to contribute to the development of research on the subject,
this article was based on a technical report of the concrete façade of an administrative building, built in
1979 in the center of Curitiba - PR.
Subsequently, an approach is made of the possible more recurrent causes that may have caused the
emergence of these pathologies and, soon after, the measures that would be adopted to solve the
problems pointed out are commented in order to prevent it from happening in the future.
Having as conclusion the indispensable application of intense measures (durability criteria) in the
projects and execution of the work together with the main prevention measures.
In addition, inspection/maintenance is a fundamental procedure for the elaboration of the correct
prognosis and correction of the pathology over time.
Pathological manifestations have been increasing, thus reducing the useful life of reinforced concrete
and directly compromising the durability of buildings.
2. METODOLOGIA
3. JUSTIFICATIVA
6. FISSURAS
As fissuras são os primeiros sintomas a aparecerem em uma estrutura de
concreto e podem se manifestar desde a concretagem até anos após ela.
Figura 1 – Fissuras
Fonte: www.aecweb.com.br
Ainda em relação as fissuras, a NBR 6118 (ABNT,2014) traz limites tamanhos
de aberturas para concretos armados inseridos nas classes de agressividade II e III
(0,3 mm) e IV (0,2 mm).
Segundo Souza e Ripper (1998), esse tipo de fissura que se forma devido ao
assentamento do concreto, acarreta o efeito parede, que consiste em um vazio que é
formado na parte inferior da barra de aço, assim causando uma perda de aderência
e fissuras. No caso das barras estarem próximas e em grande número, poderá haver
uma interação entre as fissuras, gerando um quadro mais grave.
Fonte: DocPlayer
de suma importância pois existem alguns fatores agravantes que podem ter
um processo de fissuração mais rápido, como elevadas temperaturas, baixo teor de
umidade do ar e incidência direta de ventos são prejudiciais ao endurecimento do
concreto. Existem alguns tipos de fissuras de retração do concreto, sendo ela
plástica, por secagem, química, autógena e térmica.
Figura 4 – Fissuras por retração no concreto
Fonte: Tecnosilbr
Retração Plástica
Retração química
Retração autógena
Fonte: ResearchGate
Figura 6 – Fissuras orientadas na direção menor da RAA
Na figura a seguir podemos perceber que em uma barra de aço que são
alternadas, formando um efeito de pilha; a área de menor concentração de O2, onde
apresenta corrosão nas armaduras é a área anódica.
Figura 8 – Célula de corrosão no concreto armado
8. CARBONATAÇÃO
Fonte: www.researchgate.net
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Figura 15 – Vista da fachada sul (Rua Marechal Deodoro).
Fonte: Autor
Figura 16 – Vista da fachada oeste (Rua João Negrão, a esquerda da foto) com
fachada sul (a direita da foto).
Fonte: Autor
Figura 17 – Vista da fachada norte (divisa vizinho).
Fonte: Autor
A metodologia adotada para realização das inspeções e escolha dos locais dos
ensaios resume-se abaixo:
Realização de inspeção inicial com Drone, realizando-se imagens RGB
(vídeos em 4k, e fotos coloridas) e imagens termográficas, em voos distintos;
Inspeção visual externa e in-loco nos pontos padrões de fachada em concreto,
assim como em trechos de possíveis falhas detectadas por drone / inspeção visual;
Cadastramento das fissuras e eventuais danos estruturais tais como corrosão,
segregações e deformações excessivas, com cadastramento em planta;
Escolha e realização dos ensaios de carbonatação e demais complementares
nos locais de concreto armado que apresentavam trincas e revestimentos com som
oco ou cavo;
Cadastramento de todas as anomalias visuais e dos levantamentos a
percussão existentes nas fachadas;
ENSAIOS REALIZADOS
Foram realizados os seguintes ensaios para verificação das fachadas do
edifício:
Levantamento geométrico e cadastral das fachadas com a utilização de trenas
manuais de fita e trena laser de alcance 70m e precisão de +- 1mm;
Ensaios de Esclerometria para determinação da dureza superficial do concreto
e correlação com sua resistência a compressão, conforme “NBR 7584/2012”;
Ensaios de Carbonatação realizados após a fratura do concreto são, para
determinação do nível de agressividade do concreto às armaduras (ou ausência de
proteção), de acordo com a frente de carbonatação atingida e cobrimentos das
armaduras;
Ensaios de Pacometria para localização dos elementos estruturais nas
fachadas lisas assim como verificação dos cobrimentos médios existentes até as
armaduras;
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Figura 20 – Resultados dos ensaios de esclerometria realizados
Fonte: Autor
De acordo com as plantas estruturais do estudo, o concreto tem resistência de
projeto de 160 kgf/cm², o que equivale a 16 MPa. Considerando um ganho de
resistência médio de norma de 30% ao longo do tempo, chega-se a um Fck = 21
MPa. Portanto, conclui-se que as resistências estimadas encontradas estão muito
acima da resistência característica de projeto, o que garante além de segurança aos
carregamentos estruturais, uma maior durabilidade dos elementos de concreto
armado.
ENSAIOS DE CARBONATAÇÃO
A espessura carbonatada do concreto foi medida borrifando-se a solução de
fenolftaleína em base alcoólica sobre o concreto seco e fraturado no instante da
determinação. Foram escolhidos para ensaios os mesmos pilares ensaiados por
esclerometria. Esta medição é feita com instrumento de precisão, visualizando-se de
forma bem definida a diferença de coloração entre as zonas carbonatadas e as
zonas íntegras dos corpos de prova. Este indicador químico é incolor em pH inferior
a 8,3 (neutro a ácido); para valores de pH superiores a 9,5 (básico) torna-se
vermelho-carmim; para valores de pH entre 8,3 e 9,5 (neutro) apresenta uma
coloração variável de rosa a vermelho-carmim. Este nível de pH do concreto já é o
suficiente para desencadear a despassivação das armaduras e início do processo
corrosivo das mesmas
Onde:
x = espessura carbonatada (mm)
k = constante de carbonatação em função da porosidade e permeabilidade do concreto
n = 2 em ambientes internos e n < 2 em ambientes externos (considerado = 1,5)
t = tempo de vida do concreto (anos)
Fonte: Autor
Figura 23 – (a) Pilar P8 com baixo cobrimento e corrosão visual das armaduras após
fratura do concreto para ensaio e (b) Carbonatação pilar P5
Fonte: Autor
Fonte: Autor
ENSAIOS DE PACOMETRIA
Os ensaios de pacometria são realizados por meio de equipamentos portáteis e
utilizam tecnologia de indução de pulso magnético para detectar as barras de
reforço. As bobinas na sonda são periodicamente carregadas com pulsos de
corrente e, assim, geram um campo magnético. Correntes parasitas são produzidas
sobre a superfície de qualquer material eletricamente condutor que estiver no campo
magnético. Elas induzem um campo magnético na direção oposta. A mudança
resultante na tensão pode ser utilizada para a medição, coforme Figura 1 abaixo.
Figura 25 – Princípio indutivo gerado nos ensaios de pacometria para leitura das
barras de aço internas.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
■ Solução:
A recuperação das armaduras, danificadas pela corrosão, é delicada segundo
Helene (1986). Requer uma mão de obra especializada. Consiste em três etapas,
sendo elas:
Etapa 01 Efetuar uma limpeza rigorosa, de preferência com jato de areia e
quebra de todo o concreto solto ou fissurado, inclusive das camadas de
óxidos/hidróxidos das superfícies das barras.
Etapa 02, com base em análise foi detectado algumas partes com perca de
seção transversal das armaduras atacadas. Em algumas partes irá preciso fazer
ancoragem química, em outra parte será necessário fazer a inserção de novas
armaduras longitudinais é novos estribos. Sempre que for empregado a solda, colocar
eletrodos controlando o tempo e a temperatura para que não se tenha mudança da
estrutura do aço, principalmente se for da classe B (deformados a frio).
Etapa 3 é a reconstrução do cobrimento das armaduras de preferência com
concreto bem adensado, com o intuito de impedir a penetração de umidade, oxigênio e
agentes agressivos até a armadura, recomposição da área da seção de concreto original e
por fim, propiciar um meio que garanta a manutenção da capa passivadora do aço.
A reconstrução do cobrimento pode ser executada de acordo com alguns
requisitos: o concreto projetado em espessura mínima de 50mm, tem boa aderência ao
concreto antigo e não requer fôrmas, mas tem a desvantagem de gerar perda de
materiais e degradar o ambiente.
Por isso se fazer o uso de adesivos a base epóxi são úteis, pois o mesmo faz
união do concreto antigo com o novo, e tem maior vantagem em relação ao concreto
projetado por impermeabilizar definitivamente a armadura, impedindo que se forme a
corrosão mesmo que haja a carbonatação superficial.
De acordo com Souza e Ripper (1998), no caso de estruturas recém-
construídas, os reparos devem ser feitos imediatamente após a retirada das fôrmas,
para diminuir a possibilidade de existirem grandes diferenças entre as propriedades
dos dois concretos. O concreto de reposição deverá ter resistência no mínimo igual à
do concreto existente na estrutura, possuir granulometria e diâmetro máximo dos
agregados compatíveis com o serviço, além de apresentar uma trabalhabilidade
conveniente, a qual poderá ser melhorada com o uso de aditivos fluidificantes.
11. CONSIDERAÇÕES FINAIS
12. REFERÊNCIAS