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PAULO HENRIQUE SOUZA SANTANA

PATOLOGIAS E RECUPERAÇÃO DE FISSURAS EM


ALVENARIAS

Teixeira de Freitas BA
2016
PAULO HENRIQUE SOUZA SANTANA

PATOLOGIAS E RECUPERAÇÃO DE FISSURAS EM ALVENARIAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Engenharia Civil.

Orientador:

NOME DO(S) AUTOR(ES) EM ORDEM ALFABÉTICA


Teixeira de Freitas BA
2016
PATOLOGIAS E RECUPERAÇÃO DE FISSURAS EM
ALVENARIAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial
para a obtenção do título de graduado em
Engenharia Civil.

Aprovado em: __/__/____

BANCA EXAMINADORA

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)

Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a)


HENRIQUE, Paulo. Patologias e recuperação de fissuras em alvenarias.
Trabalho de Conclusão de Curso de engenharia civil- faculdade Pitágoras de
Teixeira de Freitas, 2016.

RESUMO

Com o advento da globalização, dos avanços tecnológicos, ocorreram diversas


mudanças em vários setores, inclusive o da construção civil. As construções estão
mais modernas, utilizasse tecnologias a fim de proporcionar mais praticidade e
rapidez e para atender os desejos da sociedade. Entretanto, apesar das facilitações
tecnológicas, ainda ocorrem muitas patologias nas obras, sendo preciso que o
profissional detenha de conhecimento sobre as possíveis patologias que poderá
surgi na construção e as maneiras de preveni-las e corrigi-las. Diante dessas
perspectivas, o presente artigo aborda sobre as principais patologias das obras,
evidenciando medidas preventivas e corretivas para tais patologias.

Palavras chaves: Patologias; Edificações; Manutenção; Recuperação.


HENRIQUE, Paulo. Patologias e recuperação de fissuras em alvenarias.
Trabalho de Conclusão de Curso de engenharia civil- faculdade Pitágoras de
Teixeira de Freitas, 2016.

ABSTRACT

Key words :
LISTA DE FIGURAS

Figura 1Resistência e o desempenho físico de estruturas..................................16

Figura 2– Etapas de processo de construção......................................................18

Figura 3 - Causas patológicas................................................................................20

Figura 4 Tipos de aberturas....................................................................................22

Figura 5- Fissuras verticais em peitoril causadas por flexão negativa..............23

Figura 6 Parte lateral de empreendimento com patologia aparente...................26

Figura 7–Viga externa com fissura........................................................................26

Figura 8 Viga externa com Fissura........................................................................27

Figura 9Parte interna do empreendimento............................................................28

Figura 10Método para levantamento de fluxo de diagnóstico de manifestações


patológicas...............................................................................................................30

Figura 11Parte superior do empreendimento.......................................................32


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 8
1.1 PROBLEMA DE PESQUISA.............................................................................9
1.2 OBJETIVO GERAL........................................................................................... 9
1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO..................................................................................9

2 HISTÓRIA DA ALVENARIA..............................................................................10
3 ALVENARIA.......................................................................................................11
3.1 PAREDES DE ALVENARIA NÃO ESTRUTURAIS OU DE VEDAÇÃO..........12
3.2 CARACTERISTICAS DOS ELEMENTOS DA ALVEMARIA...........................12

4 RESISTENCIA MECANICA E A CAPACIDADE DE DEFORMAÇÃO..............14


4.1 ORIGEM DAS PATOLOGIAS.........................................................................17

5 PATOLOGIAS....................................................................................................19
5.1 CAUSAS DAS PATOLOGIAS.........................................................................19

6 AS PATOLÓGIAS ENCONTRADAS COM MAIOR FREQUENCIA NAS


ARMADURAS........................................................................................................... 21
6.1 CORROSÃO DAS ARMADURAS...................................................................21
6.2 DESAGREGAÇÃO DO CONCRETO..............................................................22

7 FISSURAS..........................................................................................................23
8 ESTUDO DE CASO........................................................................................... 29
8.1 ETAPAS DO ESTUDO DE CASO...................................................................29

9 DESCRIÇAO DO ESTUDO DE CASO...............................................................31


9.1 LAJE COM ARMADURA EXPOSTA E OXIDADA..........................................32
9.2 RECUPERAÇÃO DE FISSURAS....................................................................33

CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 34
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
8

1 INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil é um dos setores mais lentos para aceitar


inovações; contudo, atualmente, decorrente de um acelerado desenvolvimento e uma
crescente evolução das técnicas construtivas e do uso de novos materiais e
produtos. Assim, surgem iniciativas de entidades governamentais, setoriais, iniciativa
privada e comunidade acadêmica, para trazer mais inovações para o setor da
construção. (CROCE, 2003).
Entretanto, apesar da adesão das novas tecnologias e técnicas construtivas e
o controle rígido sobre a qualidade dos materiais de construção, ainda é
encontrasse um percentual significativo de residências e edificações que
apresentam em sua estrutura patologia das mais variadas espécies.
Geralmente, os erros nas obras são decorrentes de erro de projetos e
planejamento, que podem vim a causar danos gravíssimos na obras, os quais
poderiam ser evitados se houvesse tomado medidas preventivas.
O presente artigo foi elaborado através do método de pesquisa qualitativo, com o
objetivo de identificar e abordar sobre as principais patologias existentes nas obras
da construção civil, sendo elas de estabilidade comprometida ou que possa
comprometer a estética visual da construção. Para isso, utilizou-se do método de
pesquisa bibliográfica de revisão histórica, a fim de identificar a evolução do tema
abordado, abordando os fatores determinantes ao estudo e implicações no âmbito
da construção civil. E estudo de caso a fim de trazer de forma detalhada as
patologias na construção civil em uma verificação da prática em relação aos
fundamentos teóricos estudados.
Visto que (mesmo com grandes avanços e utilização de tecnologias na
construção civil) ainda é possível evidenciar diversas patologias em diversas obras.
diante desta problemática vê-se a necessidade de uma maior compreensão acerca
das patologias na construção civil, as suas principais causas e métodos de
prevenção. Tal pesquisa possui relevância para uma maior elucidação a respeito
das patologias nas construções, contribuindo para o melhor conhecimento e
prevenção destas nas obras. E aos estudantes de engenharia civil o mesmo poderá
auxiliar, ao fim do estudo, na maior amplitude conceitual a respeito das patologias,
compreendendo melhor as suas causas e formas de prevenir.
9

1.1 PROBLEMA DE PESQUISA

Em consequência da grande prevalência de patologias na construção civil,


dos custos ocasionado por tais problemas. Surge indagação sobre, quais são as
principais causas das patologias? Como prevenir tais patologias?

1.2 OBJETIVO GERAL

Estudar sobre as principais patologias na construção civil. A fim de trazer uma


análise sobre quais as principais causas das patologias e as maneiras de preveni-
las.

1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO

 Expor sobre a alvenaria


 Identificar os mais diversos fatores e agravantes que causam as
manifestações patológicas;
 Evidenciar as principais causas das patologias e maneiras de preveni-las.
 Analise de estudo de caso
10

2 HISTÓRIA DA ALVENARIA

No inicio do século XIX, a alvenaria era um dos principais sistemas


construtivos utilizados pelo homem. As construções eram levantadas seguindo
regras rigorosas e puramente prática e experimental, baseadas em experiências
adquiridas com o passar do tempo. A alvenaria era baseada em sua maioria por
blocos de barro secados ao sol, popularmente conhecido como adobe ou adobo
(SAMPAO, 2010).
Em meados do século XX, Com a introdução do concreto armado e
do aço, ocorreu uma grande evolução na forma construtiva, juntamente com novos
tipos de materiais que facilitaram grandes obras, com novos materiais surgiram
também novas técnicas construtivas com fundamentação científica que foram se
aprimorando com o decorrer do tempo e suas necessidades. Por meio disso, a
alvenaria foi sendo esquecida e deixada para segundo plano, passando a ser quase
de uso exclusivo para fechamento e isolação das construções (LOPEZ, 1988).
De acordo Lopez (1988):
Por volta do século XX, com grande demanda do mercado houve
necessidade de aprimorar novas técnicas e alternativas construtivas,
melhorando esse sistema. Consequentemente pesquisas foram
desenvolvidas em diversos países, no intuito de criar novos métodos de
cálculos e normas baseadas em técnicas racionalizados e já utilizadas.

Na Europa e Estados Unidos, teve grandes pesquisas em alvenaria


estrutural houve grande evolução permitindo a criação de normas modernas e
eficientes, contendo sugestões para o planejamento e execução dessas obras,
assim introduzindo formas e técnicas de se construir competindo com as demais
maneiras existentes (SAMPAIO, 2010).
Richter et al (2010), comprovaram a ampla usabilidade da alvenaria
devido a sua grande serventia em comparação a outros métodos construtivos.
Vantagens estas que, na incorporação desse método há grande redução de custos
frente à estrutura de concreto armado. Apesar de grande limitação na aplicação
desse sistema, fato esse que pode ser desconsiderado devido a fácil usabilidade em
empreendimentos de baixa renda, com isso ampliando suas vantagens e
consequentemente maior aplicação desse sistema em seus empreendimentos.
11

3 ALVENARIA

De acordo MOLITERNO (1995, p. 2). “Alvenaria é o conjunto de materiais


pétreos, naturais ou artificiais, juntados entre si por meio de argamassa”, assim
podemos compreender que as alvenarias são estruturas que dispensam o uso de
armações de aço ou madeira, sendo executadas apenas com materiais pétreos de
origem rochosa e argamassa.
Existem alvenarias executadas sem a argamassa de assentamento, pelo simples
encaixe de seus componentes, e, ainda, alvenarias reforçadas por meio de barras
de aço, chamadas alvenarias estruturadas, ou armadas.
A NBR 8798 norma brasileira para execução e controle de obras em alvenaria
estrutural de blocos vazados de concreto, traz as seguintes definições:
1)Parede: elemento laminar vertical apoiado de modo contínuo em toda a
sua base, com comprimento maior que 1/5 de sua altura; 2) parede
portante: parede dimensionada para suportar cargas verticais além de seu
peso próprio; 3) parede não portante: parede que não suporta cargas
verticais além de seu peso próprio; 4) estrutura de alvenaria armada:
alvenaria que possui armaduras solidárias aos componentes da alvenaria
para resistir a esforços calculados; 5) estrutura de alvenaria não armada:
alvenaria que só possui armaduras se com finalidade construtiva ou de
amarração, sem absorver esforços calculados.

As paredes de alvenaria têm como função principal a vedação de ambientes,


definindo sua configuração interna e compartimentação, e o controle sobre a ação
dos agentes externos indesejáveis, criando condições de habitabilidade para as
edificações e atuando em conjunto com as esquadrias e os revestimentos. Devem
atender requisitos funcionais que dizem respeito à sua utilização, segurança e
durabilidade, possuindo características e propriedades que favoreçam este
desempenho, tais como: resistência mecânica, estabilidade dimensional, condições
superficiais, propriedades térmicas e acústicas, resistência ao fogo, à penetração de
água e aos agentes agressivos (MASSETTO; SABBATINI, 1998).
As alvenarias devem ser projetadas e construídas de modo a garantir a
habitabilidade da edificação, apresentando adequadas condições de estabilidade,
conforto térmico, estanqueidade, isolamento acústico e acabamento, transmitindo
ao usuário a sensação de salubridade e bem estar (DAL MOLIN et al., 2001, p. 2).
Kazmierczak (1989) classifica as alvenarias segundo os seguintes critérios:
Pela finalidade: alvenaria estrutural ou de vedação; Pelos materiais: alvenaria de
12

tijolos maciços, de blocos cerâmicos, entre outros; Pelo processo de fabricação:


alvenarias pré-fabricadas ou feitas em obra.

3.1 PAREDES DE ALVENARIA NÃO ESTRUTURAIS OU DE VEDAÇÃO

De acordo Moliterno (1995) as paredes de alvenaria não estruturais ou de


vedação “são as paredes não portantes construídas em alvenaria utilizadas como
fechamento e divisórias.”.
São exemplos de alvenarias não estruturais ou de vedação Alvenaria de
pedra arrumada: executada com pedras com ou sem argamassa de assentamento,
em geral utilizada em revestimentos de taludes do solo; Alvenaria de tijolos furados:
executada com tijolos de 6, 8 ou 10 furos ou blocos de cerâmica extrudada, utilizada
em paredes de vedação e divisórias; Alvenaria de blocos de concreto leve:
executada em blocos de concreto celular e utilizada como vedação; Alvenaria taipa:
executada com barro como material de vedação entre elementos estruturais de
madeira em moradias populares; Alvenaria de blocos cerâmicos: executada em
blocos cerâmicos com objetivo de fechamento sem fins estruturais.

3.2 CARACTERISTICAS DOS ELEMENTOS DA ALVEMARIA

A alvenaria caracteriza-se por ser um subsistema da construção produzido no


canteiro, resultante da união de seus componentes (tijolos ou blocos) através de
juntas de argamassa, formando um conjunto rígido e coeso (SABBATINI, 1984).
São chamados componentes da alvenaria os tijolos ou blocos utilizados em
sua execução. Os componentes da alvenaria são elementos de tamanho e peso
manuseáveis, e geometria regular. As juntas de argamassa são constituídas pela
argamassa de assentamento aplicada em estado plástico que, após o
endurecimento e cura, apresenta forma definida e função de solidificação dos
componentes (SABBATINI, 1984).
A disposição construtiva dos componentes e juntas de argamassa é
dependente do tipo de componente, do tipo de parede a ser edificada e da mão-de-
obra utilizada. Características como espessura das paredes, espessura e
preenchimento das juntas, amarração dos componentes entre si, amarração dos
13

cantos e encontros de paredes, estabilidade das fiadas e ligação com a estrutura


adjacente são importantes no desempenho das paredes de alvenaria e altamente
dependentes da qualidade da mão-de-obra (AZEREDO, 1977).
O processo construtivo e os materiais empregados são determinantes da
qualidade das alvenarias. Os materiais utilizados devem ser adequados às
propriedades desejadas da alvenaria e às condições de trabalho e de mão-de-obra
disponíveil. Por isso, é aconselhado o uso de componentes da alvenaria com baixa
absorção inicial e argamassas com alta retenção de água.
Estas condições básicas proporcionam boa trabalhabilidade, possibilitam a
correta execução das juntas e a desejada extensão de aderência (KAZMIERCZAK,
1989).
Podem fazer parte os elementos dos mais diversos, na constituição da
alvenaria. É o caso das armaduras metálicas de reforço não estruturais, das
armaduras de reforço de alvenarias estruturais armadas e das argamassas de
grouteamento utilizadas para o envolvimento da armadura nestas alvenarias.
14

4 RESISTENCIA MECANICA E A CAPACIDADE DE DEFORMAÇÃO

As alvenarias estão sujeitas a uma série de solicitações que fazem com que a
sua resistência mecânica e capacidade de deformação sejam fundamentais para
seu desempenho técnico-construtivo. Estas solicitações estão ligadas às
movimentações por variações térmicas e higroscópicas de certos materiais em
absolver agua, deformações das estruturas de concreto armado e fundações, cargas
de vento e choques, entre outras, que provocam tensões de compressão, tração e
cisalhamento isoladas ou simultaneamente (MASSETTO; SABBATINI, 1998).
Por este motivo, é importante ser conhecida a resistência mecânica individual
das alvenarias face a solicitações diretas e seu comportamento associado às outras
estruturas e outros elementos construtivos, de modo a verificar sua resistência
diante de esforços induzidos (MASSETTO; SABBATINI, 1998), tanto em alvenarias
estruturais quanto de vedação.
Em uma edificação, as paredes de alvenaria são dimensionadas para resistir,
basicamente, a quatro tipos de esforços: compressão, cisalhamento, flexão no plano
e flexão fora do plano da parede (PRUDÊNCIO JR. et al., 2002). A resistência à
tração das alvenarias é extremamente baixa, e, por isto, alguns projetistas adotam
resistência nula (MOLINARI NETO, 1990).
O tipo de solicitação mais importante é a compressão, pois este é o tipo de
esforço ao qual as alvenarias apresentam a dendê a presta a melhor resistência. As
solicitações de compressão provêm das cargas verticais. Já as cargas laterais, como
a ação do vento, por exemplo, geram solicitações de flexão e cisalhamento nas
paredes transversais e de fachada que provocam tensões adicionais de
compressão e tração que devem ser neutralizadas ou absorvidas pela aderência
dos componentes como a argamassa assim não tendo fissuras (PRUDÊNCIO JR. et
al., 2002).
Os principais estudos sobre a resistência das alvenarias são realizados com
ensaios de resistência à compressão, que podem ser executados de três maneiras
(JAWOROSKI, 1990):
 Ensaios de resistência à compressão dos componentes de alvenaria e
das argamassas: são ensaios individuais dos componentes (tijolos ou blocos)
e corpos-de-prova de argamassas, regulados pelas NBR 6460, 6461, 7184 e
15

5739); com estes ensaios, a resistência à compressão das alvenarias é


estimada através de tabelas já existentes e de uso restrito, pois limitado aos
materiais e condições de ensaio utilizados em sua elaboração;
 Ensaios de prismas: são ensaios com corpos-de-prova constituídos de
componentes e argamassa (paredinhas), preparados conforme a NBR 8215
(Associação Brasileira De Normas Técnicas, 1983d); com estes ensaios, a
resistência à compressão das alvenarias é determinada pela correlação
existente entre ensaios de prismas e ensaios de paredes, uma vez que os
tamanhos dos prismas e as condições de ensaio exercem forte influência
sobre seus resultados;
 Ensaios de paredes: são ensaios com corpos-de-prova em escala real
(paredes), conforme a NBR 8949 (Associação Brasileira De Normas
Técnicas, 1985b); estes ensaios constituem a maneira mais precisa de se
avaliar a resistência à compressão das alvenarias.
Resultados de ensaios destes três tipos têm demonstrado que a resistência
dos componentes é maior que a resistência dos prismas, e a destes, por sua vez,
maior que a resistência das paredes (MASSETTO; SABBATINI, 1998).
Sahlin (1971) refere que a resistência das alvenarias de tijolos maciços é, em
geral, cerca de 25 à 50% da resistência dos tijolos, sendo o menor valor relativo a
argamassas de menor resistência e o maior valor relativo a argamassas de maior
resistência. Alvenarias de blocos de concreto têm sua resistência variável entre 35 e
55% da resistência dos componentes.
A resistência das alvenarias é função direta da resistência de seus
componentes (tijolos ou blocos); entretanto, outros fatores também exercem
influência na resistência final da alvenaria: a resistência das juntas de argamassa, a
espessura das juntas, a absorção dos componentes, a resistência de aderência, as
condições de cura e a qualidade da mão-de-obra de execução (JAWOROSKI, 1990;
MOLITERNO, 1995; SAHLIN, 1971).
16

Figura 1Resistência e o desempenho físico de estruturas

Fonte: 1 site: http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/207

A resistência de aderência entre as juntas de argamassa e os componentes


da alvenaria é a mais importante propriedade da argamassa endurecida, e deriva da
conjunção de três propriedades da interface argamassa-substrato (JAWOROSKI,
1990): resistência de aderência à tração, resistência de aderência ao cisalhamento e
extensão de aderência.
A resistência de aderência das argamassas é influenciada pelos seguintes
fatores: qualidades da argamassa, tais como retenção de água e trabalhabilidade;
qualidades do substrato, tais como taxa de absorção e porosidade; qualidades da
mão-de-obra; e, condições de cura (JAWOROSKI, 1990).
Moliterno (1995) ainda salienta que a resistência aos esforços mecânicos das
argamassas varia com o traço, a granulometria do agregado, a quantidade de água,
a compactação da massa, o modo de lançamento e as condições ambientais de
temperatura e umidade.
O cálculo e dimensionamento de estruturas de alvenaria são feito pelo
Método das Tensões Admissíveis. Devem ser consideradas as possibilidades de
carregamento e solicitação em função da multiplicidade de cargas a que podem
estar sujeitas as alvenarias, sejam elas estruturais ou de vedação. Sendo assim, as
alvenarias devem ser dimensionadas pela compressão axial, flexão simples ou
composta, esforços horizontais, flexocompressão e flambagem. No entanto, o
17

comportamento não homogêneo e não isotrópico das alvenarias insere elementos


de cálculo que as torna particularizadas (MOLITERNO, 1995; SÁNCHEZ, 2002).

4.1 ORIGEM DAS PATOLOGIAS

Os principais problemas patológicos pode se originar pelo envelhecimento


natural da estrutura ou pela falta de conhecimento durante a execução da obra,
onde não seguem as normas estabelecidas, e utilizam materiais de péssima
qualidade, ainda que as construções sejam realizadas com maior controle e
tecnologias com materiais e técnicas modernas, podem ocorrer patologias que
causam defeitos anomalias e aparecem efeitos estéticos indesejáveis nas
construções, gerando às vezes a possibilidade de não utilização dessa construção.
Nas edificações a qualidade nem sempre é uma preocupação considerada no
projeto e na execução, (Sabbatini, 2003), quando se realiza um projeto mais
eficiente a probabilidade de ocorrências patológicas diminui, evitando retrabalho e a
sua correção posterior.
Segundo Helene e Pereira (2007), os problemas encontrados no concreto em
sua grande maioria são compactação, aterramento, fissuras e flechas excessivas.
Depois de se conhecer as patologias são possíveis as consequências dos
problemas.
O princípio das patologias tem origem em falhas que ocorrem na
realização de três atividades pertencentes ao sistema genérico, que se denomina
Construção Civil e podem ser classificadas nas seguintes etapas: concepção,
execução, adquirida e utilização, conforme mostra a Figura 1.
Concepção - Na etapa de concepção é importante que o projeto seja bem
dimensionado e que cumpra os prazos estabelecidos, e os custos orçados para o
empreendimento. Em muitas situações quando o problema patológico é identificado,
oriundo da falha do projeto, a solução se torna menos complexa, permitido um
reparo rápido em relação às etapas a seguir.
Execução - Para etapa de execução é de grande importância que seja
seguida de acordo com o especificado no projeto, e que todas as modificações nas
estruturas sejam feitas sob consulta de um profissional responsável pela elaboração.
Segundo Pedro et al. (2002), a ocorrência das patologias originadas pelo processo
dessa etapa é desencadeada pela força da mão de obra desqualificada, e a
18

utilização de materiais sem critérios, de acordo com a metodologia na execução das


atividades.
Adquiridas – Para Pedro et al. (2002), essas patologias se desenvolvem,
durante a vida útil da edificação e são causadas pela exposição ao meio em que se
inserem.
Acidentais – São as patologias causadas pela ocorrência de algum fenômeno
atípico, resultado de uma solicitação incomum (PEDRO et al.,2002).
Segundo (MACHADO, 2002), “as manifestações patológicas referentes
às fases de planejamento, projeto, fabricação e construção surgem no período
inferior a dois anos, porém durante a utilização os problemas podem aparecer
depois de muitos anos. Por isso, é muito importante identificar em qual etapa
surgiram os vícios construtivos, até mesmo para atribuição de responsabilidades
civis”.
Fluxo do processo de construção, que pode ser cíclico até que todos os Data
Marts sejam desenvolvidas.

Figura 2– Etapas de processo de construção

Fonte: 2 site http://corporate.canaltech.com.br/tutorial


19

5 PATOLOGIAS

A patologia é parte da engenharia que estuda os sintomas, causas e


origens dos defeitos das construções civis diagnosticando e indicando o que
ocasiona o seu surgimento. As origens das patologias apresentam manifestações
externas e internas com característica peculiares, a partir da qual se pode dizer a
sua natureza, origem e os mecanismos das forças envolvidas em sua criação, assim
como se podem deduzir suas prováveis consequências e causas. Os problemas
patológicos só têm inicio assim que tem a execução propriamente dita, ao termino
de conclusão da ultima fase da obra. No que diz respeito à recuperação dos
problemas patológicos, podemos ter a certeza que "quanto mais cedo for feita
qualquer tipo de correção mesmo por menor que seja será com um custo menor e
com maior durabilidade". Os custos que tem aumento segundo uma progressão
geométrica constante. A divisão das etapas construtivas e de uso em quatro
períodos correspondentes ao projeto construtivo em execução, à execução
propriamente dita, à manutenção preventiva efetuada dentro do período de três anos
e à manutenção de correção efetuada assim que problemas e identificado, a cada
uma corresponderá um determinado custo que segue uma progressão geométrica.
Como se nota, o processo de execução é muito importante quando se
trata de patologias. Para não comprometer a vida útil do empreendimento sob as
condições ambientais esperadas, e mantenham sua segurança, funcionalidade e a
aparência aceitável durante um período de tempo além de não comprometer o
desempenho e comportamento, ao longo da vida útil, e a suas medidas relativas à
manutenção.
Um indicador da ocorrência de que possa ocorre um problema
patológico e a durabilidade de uma estrutura mantendo a capacidade de manter as
suas características estruturais e funcionais originais.

5.4 CAUSAS DAS PATOLOGIAS

São muitos os fatores que contribuem na geração de manifestações


patológicas nas construções. Machado (2002) descreve as principais causas:
20

 Deficiências do projeto no que se refere detalhamento errado ou insuficiente,


deficiência no estudo preliminar e execução do projeto;
 Deficiências oriundas pelo processo das modificações realizadas sem o aval
do profissional responsável pela elaboração;
 Equivoco no cálculo estrutural é até mesmo na avaliação de resistência do
solo;
 Decorrentes da movimentação térmica, concentração de armaduras, retração
hidráulica e térmica, alta relação água/cimento, exposição a ambientes
marinhos, ação da água;
 Utilização inadequada da construção (alteração da destinação, acréscimo das
solicitações).
Como sabemos os problemas de patologia vão surgir em grande parte
das edificações, alguns de formas mais intensas do que outras, e além de
apresentarem diferentes formas de manifestações.
Mesmo terminando todas as fases do projeto, por mais que todas essas
etapas foram concluídas com muito cuidado, a estrutura ou construção não esta livre
de apresentar anomalias. De nada adiantara todos os cuidados tomados, se na
utilização da construção, houver falhas ou descuidos na manutenção do sistema.
Segundo (RIPPER E SOUZA, 1998), “O maior interessado em que a estrutura
tenha um bom desempenho é o usuário, poderá vir a ser, por ignorância ou por
desleixo, o agente gerador de deterioração estrutural”.

Figura 3 - Causas patológicas

Fonte: 3 SITE: http://construfacilrj.com.br/


21

6 AS PATOLÓGIAS ENCONTRADAS COM MAIOR FREQUENCIA NAS


ARMADURAS

6.4 CORROSÃO DAS ARMADURAS

A corrosão das armaduras e um problema que os profissionais da


engenharia vêm se deparando cada vez mais, a corrosão e seus agravantes podem
comprometer severamente a utilização e capacidade da estrutura. O caso de
corrosão das armaduras de concreto se da basicamente pela oxidação, pela relação
gás-metal com surgimento de uma lamina delgada denominada oxidação.
De acordo com Gomes (2006) apud Cascudo (1997), as seguintes
formas de corrosão podem ser configuradas segundo a morfologia apresentadas a
seguir: Pode se estabelecer por: corrosão química (seca ou oxidação) eletroquímica
(corrosão aquosa).Pode se estabelecer por: corrosão por pits (puntiforme) sobre
tensão (generalizada).
Geralmente a formação de fissuras no concreto, paralelas ao eixo do
seguimento da armadura ocasiona o desprendimento do recobrimento da armadura,
essencial para não expo a ferragem. Em estruturas que apresentam elevado grau de
umidade, os primeiros sintomas de corrosão, e caracterizado por meio de manchas
de oxido nas superfícies do concreto. Ao produzir-se por efeito oxido expansivo
ocorrendo o aumento do volume de até dez vezes em relação ao tamanho original,
criam-se fortes tensões no concreto, levando o mesmo a se romper por tração, se a
corrosão for muito intensa pode apresentar fissuras com linhas que seguem as
armaduras principais, incluído dos estribes (FERNÁNDES CÁNOVAS, 1988)
A corrosão do concreto afeta a estabilidade, durabilidade das
estruturas, essas estruturas não são obras eternas, devendo, por isso, passar por
inspeção manutenção para que as anomalias que possam apresentar venham a ser
diagnosticadas e reparadas de forma adequadas.
22

Figura 4 Tipos de aberturas

Fonte: 4 Google Imagem

6.5 DESAGREGAÇÃO DO CONCRETO

Essa forma patologia caracteriza-se quando uma parte do concreto


perde a capacidade de resistir aos esforços que a solicitam, entende-se que e a
desunião física entre parte ou fatias do concreto, perda do caráter aglomerante do
cimento, ficando os agregados soltos pela perca de função, onde se denomina ·.
A desagregação do concreto ocorre por diversos fatores sejam eles:
 Fissuração
 Movimentação de formas
 Calcinação corrosão do concreto
 Presença de sulfatos
 Infiltração, manchas, bolor ou mofo, eflorescência.
São formas patológicas mais frequentemente encontradas e de fácil
identificação, são elas:
 Infiltração- acumulo de água em determinada área da estrutura que
pode fluir ou até pingar resultando numa infiltração.
 Manchas-água que penetra as barreiras ficando ali contida, gerando
uma mancha.
 Bolor ou mofo-surgimento de fungos em paredes e revestimento
internos e externos ou fachadas que causa efeito visual indesejável,
surgindo manchas escuras e tonalidades pretas marrons e verdes ou
amareladas.
23

7 FISSURAS.

Vários fatores são responsáveis pelo surgimento de fissuras no concreto. E


necessário identificar as principais causas e efeitos determinando as características
das fissuras, levando em conta a abertura e a profundidade atingida no passar dos
anos. Podem-se estabelecer as fissuras se sua origem ou causa ainda podem se
classificar como ativas ou inativas.

Figura 5- Fissuras verticais em peitoril causadas por flexão negativa

Fonte: 5: THOMAZ, 1989

As fissuras podem se manifesta por diversos fatores sejam:


 Falha no projeto
 Retração
 Oxidação das armaduras
 Variação térmica
 Falha na execução
 Contração plástica
 Falha de resistência do concreto (assentamento do concreto)

Adverte Fenándes Cánovas (1988) que, as fissuras e trincas e seus


agravantes são um dos principais sintomas característicos das patologias das
estruturas de concreto armado.
24

Para Souza (1998) as fissuras são os danos mais comuns e que mais chama
a atenção dos leigos, por ser uma forma de patologia bem acentuada. Elas surgem
por diversos motivos, e de extrema importância que antes de fazer quaisquer
reparos em fissuras, que seja feita uma análise para descobri a causa do problema
para que seja sanado. Já que a fissura e a consequência de algum problema já
implicado na estrutura.
Há muitas discussões sobre o que se diz respeito a fissuras, todavia e
terminantemente necessário que o concreto venha a desenvolver fissuras.
Frequentemente notam-se fissuras verticais em paredes de concreto que retraem
sem que nada impeça, chegando apresentar aberturas bem significativas na
extremidade superior. Essas fissuras estabelecem uma ligação totalmente direta
com eletrólitos e sistemas de armaduras e cabos de pretensão, que são fabricadas
com aço reativo ou corrosivo. Dessa forma quanto mais fissuras apresentar o
concreto mais resistente ele deverá ser, por que haverá um volume maior de pasta
de cimento, causador do fenômeno de retração. (BARBOSA, 2010).
Fissuras com valores acima dos limites aceitáveis são consequências
de problemas que se desenvolveram nas edificações. Podendo aparecer em
diversos materiais e apresentar diversos tipos de anomalias, sendo elas, fissuras e
trincas causadas por recalque de fundações, Fissuras e trincas causa das por
detalhes construtivos são os mais comuns encontrados.
Segundo Ripper e Sousa (1988), quando se trata em termos de
durabilidade, esses tipos de anomalias são os mais nocivos, pois contribui para a
ação direta de agentes corrosivos as barras estruturais, ocasionando uma vida útil
menor que esperado.

7.4 FISSURAS EM ALVENARIA

A alvenaria, e um conjunto de unidades unido por um material ligante que


possuí a capacidade de suportar cargas e desempenhar a função de estrutura em
construções (tijolos, blocos, pedras, etc.).
O sistema construtivo em alvenarias é resultado de aprendizagem e
experiência acumulada, tendo como principal foco a resistência de suas unidades e
25

eficiência das mesmas nos sistema estrutural, pensando que, as cargas assumam
trajetórias e tensões provenientes das compressões sofridas pelos elementos. Pelo
fato de apontar entre suas unidades fracas ligações, a alvenaria apresenta facilidade
de manutenção e reparação, resistente a ação do tempo, ate mesmo algumas ações
do homem, existem exemplos de alvenarias estruturais seculares executadas
(SENNA VALLE, 2008).
A alvenaria apresenta bom resultado na compressão, mas não
apresenta bom comportamento quanto à tração de cisalhamento, o seu desempenho
e efetividade são reduzidos, podendo haver a aparição de trincas. Um dos fatores
resultantes dessas ações podem ser a movimentação da estrutura afetada pelos
esforços externos existentes, acomodação da estrutura/ edificação ou ações
naturais como os ventos.
Fatores a serem considerados em paredes de alvenaria que pode ser
um critério de analise para essas anomalias, que as mesmas são compostas por
junções, tais como blocos e argamassa de assentamento
Existem fatores que são de grande importância e de grande efetividade nas
estruturas de alvenaria, amarrações, travamentos dos vãos de portas e janelas,
enfraquecimento provocado por embutimento, geometria, rugosidade e porosidade
da alvenaria, índice de retração, poder de aderência e retenção de líquidos,
observações importantes que muitas vezes não são considerados na hora de
projetar e executar, causando consequências desagradáveis e inesperadas.
26

Figura 6 Parte lateral de empreendimento com patologia aparente

Fonte: 6 elaborado pelo autor, 2016

As trincas apresentadas na parede indica grande impacto na estrutura em


decorrência da retração e expansão térmica aonde o recobrimento se desloca na
parede deixando aparente a separação da alvenaria na forma de trinca.

Figura 7–Viga externa com fissura

Fonte: 7elaborado pelo autor, 2016


27

Refere-se a pela figura a exposição da viga a intemperes e calor do sol a viga


apresenta em recobrimento de reboco e como acabamento esse procedimento por
se tratar de área externa não oferece isolamento do calor do sol grande responsável
por dilatação da viga .

Figura 8 Viga externa com Fissura

Fonte: 8 Elaborado pelo autor, 2016

Segundo Thomay (1989), qualquer tipo de material que apresenta na


construção está suscetível a variação de temperatura, seja em qualquer estação do
ano. A decorrência dessa variação acaba dilatando e contraindo os materiais que
compõem a estrutura
Anomalias geradas na fase de concepção do projeto, as anomalias pode dar-
se por diversos fatores; inadequado dimensionamento, descuido na avaliação de
cargas, falta de correção na relação solo-estrutura negligencia no levantamento de
juntas de dilatação. Geralmente as dificuldades técnicas e o alto para somar um
problema patológico originado de uma falha de projeto, estão diretamente ligadas a
agilidade que essas falhas são diagnosticadas. Um erro de analise preliminar gera
um problema muito mais complicado de solucionar do que avaliar e acontecer na
fase de anteprojeto.
As falhas provenientes de estudos preliminares ou de anteprojeto equivocado
são de fato responsáveis pelo elevado estado do processo de construção
28

Figura 9Parte interna do empreendimento

Fonte: 9 Elaborado pelo autor, 2016

Problemas construtivos são fatores primordiais para esses tipos de


patologias, as manifestações existentes nesse caso são fatores que fortalece essa
linha de raciocínio. Uma observação rápida para esse caso é o surgimento de
agravantes devido a uma má impermeabilização como citado na figura 02, outro
problema é a questão de escoamento, pois o telhado da casa superior, não há calha
ou algum sistema que possa evitar que a água seja desviada ou canalizada para
que a mesma não acumule na sacada, empoçando por algum determinado tempo irá
se infiltrar. A grande presença de umidade neste local agrava em trincas, que
contribui para um fator maior de problemas que a cada dia se torna irreversível. Pois
com a constante presença de umidade há surgimento de manchas, fungos e bolor
De acordo com Santos Filho (2008), para que os fungos se desenvolvam,
necessita-se de grande quantidade de umidade no local afetado, um ambiente com
teor de umidade (acima de 75%). A temperatura é de grande importância para esse
desenvolvimento, já que necessitam de temperaturas entre 10°C e 35°C.
29

8 ESTUDO DE CASO

Realizou-se um estudo de campo em alguns bairros da cidade de Teixeira de


Freitas-Ba, onde foram estudados e fotografados os diversos tipos de patologia e
suas incidências, sendo evidenciadas diversas patologias, devido a cidade ter 80%
de sua população de renda per capita baixa, o que ocasiona uma dificuldade para
contratar um profissional capacitado para realizar as atividades.
A escolha e definição dos locais para o presente estudo foi dado devido à
presença de manifestações patológicas e os relatos de moradores ou pessoas
ligadas aos bairros. Foram visitados locais em no quais a presenças das patologias
eram prevalentes.
As obras para serem analisadas foram escolhidas aleatoriamente 10 (dez)
residências, de pavimento único, com problemas similares, resultantes das diversas
falhas que surgem por erros construtivos, e verificados as causas desses problemas.
As casas são de área igual ou inferior a 200,00m², por ter o maior índice de obras
registradas nessa faixa de área, e existentes a mais de 3 (três) anos, que é tempo
suficiente para que problemas resultantes na alvenaria sejam visíveis. Após a
delimitação dos critérios e dados a serem analisados, iniciamos o estudo e
acompanhamento em obras.

8.1 Etapas do estudo de caso

 Levantamento de dados: fora aplicado questionário contendo 10(dez)


questões relacionadas à execução, projeto, e patologias na residência,
incluindo exemplo anexado;
 Registro fotográfico das patologias;
 Analise dos dados: Foram estudadas as obras e busca de possíveis soluções
que podem ser adotadas, conforme a situação de cada residência.

8.2 MÉTODOS PARA LEVANTAMENTO DE DIAGNÓSTICO DE


MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS
30

Para analisar os problemas patológicos existentes e presentes no local


de estudo de caso, tomamos como referência o método de Liechtenstein. Tomando
como base esse método pelo fato de ser disponível e conhecido e de possuir vários
exemplos práticos de pesquisas. A fim de Identificar patologias e a consequência de
suas causas, contribuindo possivelmente na correção e direção de novas formas e
propostas duráveis para a construção.
A metodologia sugerida por Lichtenstein (1985) entende-se três partes
diferentes: o levantamento de subsídios, o diagnostico da situação, definição de
conduta. Como exemplificado na figura a seguir.

Figura 10Método para levantamento de fluxo de diagnóstico de manifestações


patológicas

Fonte: 10FAAP
31

9 DESCRIÇAO DO ESTUDO DE CASO

As anomalias em uma construção retratam manifestações externas, que podem ser


avaliadas através de testes. E tende-se a manifestar logo após a etapa de execução
e posteriormente ao longo de sua utilização. Relacionado aos problemas
patológicos, Helene (1992) afirma que “as correções serão mais duráveis, mais bem-
sucedidas, mais fáceis de serem executadas e bem mais baratas quando mais cedo
forem executadas”.
Segundo o manual de alvenaria estrutural, para atingir com perfeição o
desempenho técnico das edificações é preciso adotar os cuidados especiais durante
a concepção do projeto e a execução, levando em consideração a aplicação dos 5
M’s da qualidade.
Esta etapa pretende relata casos de patologia em alvenarias construtivas e
estruturais, a qual teve sua deficiência correlacionada à etapa de execução.
O Estudo de levantamento foi executado na cidade de Teixeira de Freitas-Ba,
onde foi realizado um levantamento por amostragem de residência e edifícios, em
diversos bairros, onde algumas dessas edificações apresentaram diversas
patologias dentre elas: trincas em alvenarias etc.
Partes dessas patologias foram originadas no pré-projeto e na execução, seja
ela na escolha dos materiais com especificações técnicas, mão de obra qualificada,
no processo de produção das peças ou na execução do projeto.
Através de visitas técnicas e registros fotográficos, podemos tomar como um
norte as patologias apresentadas, partindo desse ponto buscamos um
embasamento cientifico a ser utilizado na prática, para diagnósticos e sugestões nas
correções das anomalias evidenciadas.
 Executada em blocos cerâmicos extrudados sem fins estruturais.
 Executada em blocos cerâmicos extrudados sem fins estruturais.
32

9.1 LAJE COM ARMADURA EXPOSTA E OXIDADA

Casos mais comuns de se encontrar por falta de conhecimento


técnico são em lajens pré-moldadas, podendo originar um acidente caso velha a
ceder. O que podemos observar também e que as ferragens da laje, estão
visivelmente já esta comprometida devido à oxidação da mesma.
Como mencionado no caso anterior, as fissuras existentes próximas à porta.
Existe também presença de bolor com manchas nas proximidades da sacada e sem
nenhuma presença de verga nessa situação, conforme evidenciado na figura 05
abaixo.

Figura 11Parte superior do empreendimento

Fonte: 11elaborado pelo autor, 2016


8 Diagnóstico
Patologias existentes nesse local, decorrentes de pouca inclinação de
sua cobertura, e certamente ocasionadas pela umidade que certamente não há
soluções para esses problemas de infiltração no caso citado. Observa-se pela sua
forma arquitetônica que se trata de uma laje plana com grande possibilidade de
água parada, facilitando a infiltração do mesmo devido a grande quantidade de
tempo dela sobre a estrutura, com isso aumentando grandes chances de
surgimentos de patologias que pode ser vista na figura 13 acima.
33

Santos Filhos (2008), um dos principais fatores de surgimentos de


patologias nas edificações é a umidade, conforme pesquisas realizadas no Brasil
esse fator é responsável por 50% dos casos.
Observa-se no caso em que a umidade origina-se da infiltração na
laje citada acima, ocasionando patologias, oxidações nas ferragens da estrutura,
tendo em vista que o fato da água ficar muito tempo armazenado, havendo tempo
suficiente para que comprometa a eficácia do concreto com as ferragens, fazendo
com que haja uma desagregação entre o concreto e as ferragens, com isso levando
aparições de trincas e fissuras que agrava e acelera as patologias mostradas na
figura 13 acima.

9.2 RECUPERAÇÃO DE FISSURAS

A indicação em paredes internas e a limpeza e aplicação de resina PVA


(massa corrida) fechando assim por completo a fissura e regularizando o
revestimento; para parede interna o procedimento quase o mesmo, porém
aplicando-se massa corrida à base de resina acrílica; em alguns casos a parede tem
que receber uma nova pintura por completo ou ate mesmo a retirada de todo o
revestimento original para aplicar um novo revestimento.
Outro meio que se pode usar é a extração do reboco e aplicar direto na
parede o chapisco com o Aditivo Plastificante, com uma tela de viveiro com o
espaçamento de 5x5 cm na bloco cerâmico conhecido como lojata e depois
aplicando o reboco
Algumas tintas apresenta uma formula acrílica elástica que pode chegar ate
300% de elasticidade e o caso da tinta Sol & Chuva, da linha Tintas Coral, que cria
uma película impermeável muito flexível que acompanha a dilatação e a retração de
paredes de alvenaria e de concreto, prevenindo o aparecimento de fissuras.
34

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A maioria das patologias pesquisadas refere-se a problemas de umidade,


ação térmica e química, vibrações e recalque do solo, logo se pode concluir a
necessidade de profissionais qualificados para prevenir patologias, utilizando dos
avanços tecnológicos e dos meios de comunicação.
Em geral a presença de patologias nas casas térreas é maior do que em
apartamentos devido quem em grande parte das casas térreas não tenha
acompanhamento técnico para sua fabricação; a maior parte dos problemas tem sua
origem na deficiência de projetos ou na má execução da obra; pequenos detalhes
construtivos, são feitos adequadamente, podem reduzir o número de problemas e os
custos da obra em reparos futuros.
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