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LAUDO TÉCNICO

DE PERICIAL RESIDENCIAL

AUTORA:
ENG. CIVIL: MAÍRA MOREIRA SOARES
1
Sumário
IDENTIFICAÇÃO DA OBRA:............................................................................................................................... 3
APRESENTAÇÃO: ............................................................................................................................................. 4
REFERÊNCIAS : ................................................................................................................................................. 4
DESCRIÇÃO: ..................................................................................................................................................... 7
DESCRIÇÕES GERAIS: ....................................................................................................................................... 7
OBJETIVO: ........................................................................................................................................................ 7
ELEMENTOS INSPECIONADOS: ........................................................................................................................ 7
PROCEDIMENTOS DE INSPENÇÃO: .................................................................................................................. 8
METODOLOGIA: .............................................................................................................................................. 8
DESCRIÇÃO DO ÍMOVEL E PATOLOGIAS INVESTIGADAS ............................................................................. 10
ANÁLISE TÉCNICA : ........................................................................................................................................ 19
 SEGUNDO UM EIXO PRINCIPAL ..................................................................................................... 21
 FORA DE UM EIXO PRINCIPAL........................................................................................................ 22
 VERTICAIS JUNTO AO SOLO POR RUPTURA DAS FUNDAÇÕES .................................................... 24
 INCLINADAS DEVIDAS A RECALQUES DIFERENCIAIS EM PRÉDIOS ESTRUTURADOS ................. 24
 REFORÇOS E RECUPERAÇÃO DE FISSURAS CAUSADAS POR RECALQUES DE FUNDAÇÃO ......... 25
CONCLUSÃO: ................................................................................................................................................. 28
ENCERRAMENTO: .......................................................................................................................................... 28

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IDENTIFICAÇÃO DA OBRA:

1.1. Nome proprietário: JOELSON SEBASTIÃO BATISTA LEBRON

1.2. Obra: EDIFICAÇÃO RESIDENCIAL UNIFAMILIAR;

1.3. EQUIPE TÉCNICA EXECUÇÃO DA OBRA: MAÍRA MOREIRA SOARES

1.4. Endereço: RUA CASTANHEIRA, LOTE 9 QUADRA 10

1.5. Bairro: SANTA TEREZINHA

1.6. Cidade: CARMOPOLIS DE MINAS

1.7 ASSUNTO: Laudo Técnico Estrutural

1.8 Responsável Técnico pela Vistoria: MAÍRA MOREIRA SOARES

1.9 RRT Projeto Arquitetônico: LUIS EDUARDO BESE REZENDE

1.10 ART de projetos complementares e execução de obra: 14201800000004883711

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APRESENTAÇÃO:

O presente Laudo técnico de Inspeção Predial tem seu conteúdo embasado na Norma de Inspeção Predial
de 2009 do IBAPE( Instituto Brasileiro de Perícias de Engenharia – Entidade Nacional) e da Norma de
Manutenção de Edificações NBR 5674, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que dispõe sobre
regras gerais e especificas a serem obedecidas na manutenção e conservação de edificações.

O Laudo Técnico caracteriza-se pela inspeção predial, tendo como foco central o diagnóstico geral sobre
as patologias identificadas no edificio, sendo assim serão apontadas anomalias construtivas e falhas
decorrentes da falta de manutenção, além da realização da análise de riscos oferecidos aos usuários, ao
meio ambiente e ao patrimônio, que prejudicam a utilização do espaço, frente ao desempenho dos
sistemas construtivos, as alvenarias de vedações, as instalações elétricas, as hidráulicas e as de
esgotamento sanitário, exceto as fundações da construção.
No contexto aqui apresentado a ANOMALIA representa a irregularidade relativa à construção e suas
instalações, enquanto que a FALHA diz respeito à manutenção, operação e uso da edificação.

REFERÊNCIAS :

 ARANTES, Y. K. Uma visão geral sobre impermeabilização na construção civil. Monografia (Especialização
em Engenharia Civil) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizontes, 2007.
 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 13752:1996. Perícias de Engenharia na
Construção Civil. Rio de Janeiro, 1996.
 HANAUER, D. A. Análise de manifestações patológicas provenientes da umidade através de estudo de caso
em Boa Vista do Buricá/RS. 2016. Monografia (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Regional do
Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2016.
 HUSSEIN, Jasmim S. M. Levantamento de patologias causadas por infiltrações devido à falha ou ausência
de impermeabilização em construções residenciais na cidade de Campo Mourão - PR. Monografia
(Graduação em Engenharia Civil) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2013.

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 JORDY, J. C.; MENDES, L. C. Perícias em Engenharia de Impermeabilização. 13° Simpósio Brasileiro de
Impermeabilização. Rio de Janeiro, 2013.
 MACEDO, J. V.; BATISTA, P.; LOPES, P.; SOUZA, R.; MONTEIRO, E. Manifestações Patológicas Causadas Pela
Umidade Devido à Falha ou Ausência de Impermeabilização: Estudo De Caso. CONPAR – Conferência
Nacional de Patologia e Recuperação de Estruturas. Recife, 2017.
 PRESOTTO, M. I. M.; EBERLE, C. R.; TONI, R. TREVISAN, F. Perícias de Engenharia na Construção Civil: Estudo
de Caso. Revista Técnico-Científica do CREA-PR. 2017.
 AVALIAÇÃO E PERÍCIA PREDIAL EM PATOLOGIAS OCASIONADAS POR INFILTRAÇÃO REVISTA CIENTÍFICA
SEMANA ACADÊMICA. FORTALEZA-CE. EDIÇÃO 207. V.9. ANO 2021. 14
 RIBAS, Pedro Gomes. Métodos para impermeabilização em base de paredes internas e externas. Revista
TechnoEng-ISSN 2178-3586, v. 2, n. 2, 2010.
 RIGHI, Geovane Venturini. Estudos dos sistemas de impermeabilização: patologias, prevenções e
correções–análise de casos. Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2009.
 SILVA, Fernando Benigno da. Patologia das construções: uma especialidade na engenharia civil. Ed. 174,
2011. Disponível em https://www.phd.eng.br/wpcontent/uploads/2011/07/Artigo-Techne-174-set-2011-
Prof.pdf. Acesso em 23 de dezembro de 2020.
 SOUZA, Marcos Ferreira de. Patologias ocasionadas pela umidade nas edificações. Dissertação (Mestrado
em Engenharia) – Escola de Engenharia, Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2008.
 VITÓRIO, A. Fundamentos da Patologia das Estruturas nas Perícias de Engenharia. Instituto
Pernambucano de Avaliações e Perícias de Engenharia – IPEAPE. Recife. 2003
 ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto:
procedimentos. Rio de Janeiro, 2003.
 ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575: Impermeabilização: seleção e projeto.
Rio de Janeiro, 2003.
 ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14.931: Execução de estruturas de concreto:
procedimentos. Rio de Janeiro, 2003.
 ABNT, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15.575: Edificações habitacionais –
Desempenho: Requisitos para os sistemas estruturais. Rio de Janeiro, 2013.
AMBRÓSIO, Thais da Silva. Patologia, tratamento e reforço de estruturas de concreto no metrô de São Paulo.
Trabalho de conclusão de curso: São Paulo, 2004.

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CÁNOVAS Manoel Fernández. Patologia e terapia do concreto armado. Tradução de Maria Celeste
Marcondes, Carlos W. F. dos Santos, Beatriz Cannabrava. São Paulo: Pini, 1988.
CASCUDO, Osvaldo. O Controle da Corrosão das Armaduras em Concreto. Inspeção e Técnicas
Eletroquímicas. São Paulo: Pini, 1997.
 HELENE, Paulo Roberto Lago. Manual para Reparo, Reforço e Proteção de Estruturas de Concreto. São Paulo:
Pini, 1997. HELENE, Paulo Roberto Lago; PEREIRA, Fernanda. Rehabilitación y mantenimiento de estructuras de
concreto. São Paulo, 2007.
 LERSCH, Inês Martina. Contribuição para a Identificação dos Principais Fatores e Mecanismos de Degradação
em Edificações do Patrimônio Cultural de Porto Alegre. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 2003.
LICHTENSTEIN, Norberto Blumenfeld. Boletim Técnico 06/86: Patologia das Construções. Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo: São Paulo, 1986.
MACHADO, Ari de Paula. Reforço de estruturas de concreto armado com fibras de carbono. São Paulo: Pini,
2002.
MIOTTO, Daniela. Estudo de caso de patologias observadas em edificação escolar estadual no município de
Pato Branco - PR. Monografia (Especialização em Construção de Obras Públicas) – Universidade Federal do
Paraná: Paraná, 2010.
OLIVEIRA, Alexandre Magno. Fissuras trincas e rachaduras causadas por recalque diferencial de fundações.
Monografia (Especialização em Gestão em Avaliações e Perícias) – Universidade Federal de Minas Gerais: Belo
Horizonte, 2012.
 PIANCASTELLI, Élvio Mosci. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto Armado. Ed.
Departamento de Estruturas da EEUFMG – 1997.
 SOUZA, Vicente Custódio Moreira; RIPPER, Thomaz. Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de
Concreto. São Paulo: Pini, 1998. TUUTTI, Kyösti. Corrosion of steel in concrete. Stockholm, Swedish Cement
and Concrete. Research Institute, 1982.

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DESCRIÇÃO:

Em atendimento a solicitação do proprietário Joelson Sebastião Batista Lebron, na data de 10 de maio de


2023, deu-se início a Vistoria presencial da residência no endereço supracitado, com o objetivo de investigar
a condição de integridade estrutural e habitável da edificação. A edificação possui 330.80m² sendo um
sobrado de 2 pavimentos apartamentos. O levantamento in loco findou-se em 10 de maio de 2023.

DESCRIÇÕES GERAIS:

Trata-se de edificação residencial unifamiliar, com 2 pavimentos. A edificação foi executada entre
17/07/2019 e a obra ainda se encontra e fase de acabamento, porem paralisada.

OBJETIVO:

O presente laudo tem como objetivo fornecer informações acerca das atuais condições de desempenho da
edificação, realizando apontamentos das situações de não conformidade encontradas. Para alcançar estes
objetivos, o trabalho percorreu a seguinte marcha:

1. Vistorias in loco;

2. Análise de elementos e sistemas estruturais;

3. Elaboração do laudo técnico.

ELEMENTOS INSPECIONADOS:

Os seguintes elementos pertencentes a edificação foram inspecionados:

• Alvenarias Internas da edificação;


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• Alvenarias externas da edificação,

• Muro de divisa faces internas;

• Muros de divisa faces externas;

• Contra piso externo;

• Terrenos adjacentes.

PROCEDIMENTOS DE INSPENÇÃO:

Para a inspeção de campo, foi desenvolvida metodologia de atuação, permitindo acesso a todos os
elementos pela parte interior e exterior, da seguinte forma:

• Reconhecimento da patologia;

• Verificação de danos;

• Verificação da funcionalidade;

• Identificação de condições estruturais anormais.

METODOLOGIA:

Critério Utilizado:

A inspeção está baseada na vistoria da edificação, que tem como resultado a análise técnica do fato ou da
condição relativa à utilização, mediante a verificação “in loco” de cada sistema construtivo, no que tange a
segurança e a manutenção predial, de acordo com as diretrizes da Norma de Inspeção Predial do IBAPE –
2009 e da Norma de Manutenção em Edificações - NBR 5674, da ABNT.

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A inspeção procede ao diagnóstico das anomalias construtivas e falhas de manutenção que interferem e
prejudicam o estado de utilização da edificação e suas instalações, tendo como objetivo verificar os aspectos
de desempenho, vida útil, utilização e segurança que tenham interface direta com os usuários.

Nota: Não foram realizados testes, medições ou ensaios na ocasião das vistorias, conforme nível de inspeção
estabelecido no escopo para realização deste trabalho.

NIVEL DE INSPEÇÃO

Esta inspeção é classificada como “Inspeção de Nível 01”, representada por análise expedida dos fatos
e sistemas construtivos vistoriados, com a identificação de suas anomalias e de falhas que se apresentam de
forma aparente.

Caracteriza-se pela verificação isolada ou combinada das condições técnicas de uso e de manutenção do
sistema da edificação, de acordo com a Norma de Inspeção Predial do IBAPE, respeitado o nível de inspeção
adotado,com a classificação das deficiências encontradas quanto ao grau de risco que representa em relação
à segurança dos usuários, à habitabilidade e à conservação do patrimônio edificado.

Grau de Risco:

Conforme a referida Norma de Inspeção Predial do IBAPE, as anomalias e falhas são classificadas em três
diferentes graus de recuperação, considerando o impacto do risco oferecido aos usuários, ao meio
ambiente e ao patrimônio.

GRAU DE RISCO CRÍTICO – IMPACTO IRRECUPERÁVEL – é aquele que provoca danos contra a saúde e
segurança das pessoas e meio ambiente,com perda excessiva de desempenho e funcionalidade, causando
possíveis paralisações, aumento excessivo de custo, comprometimento sensível de vida útil e desvalorização
imobiliária acentuada.

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GRAU DE RISCO REGULAR – IMPACTO PARCIALMENTE RECUPERÁVEL – é aquele que provoca a perda parcial
de desempenho e funcionalidade da edificação, sem prejuízo à operação direta de sistemas, deterioração
precoce e desvalorização em níveis aceitáveis.

GRAU DE RISCO MÍNIMO – IMPACTO RECUPERÁVEL – é aquele causado por pequenas perdas de
desempenho e funcionalidade, principalmente quanto à estética ou atividade programável e planejada, sem
incidência ou sem a probabilidade de ocorrência dos riscos relativos aos impactos irrecuperáveis e
parcialmente recuperáveis, além de baixo ou nenhum comprometimento do valor imobiliário.

Documentação Analisada:

Foram analisados os projetos Arquitetônico, Estrutural , Hidrossanitario da edificação em questão.

Destacamos que não foi analisado o projeto estrutural do muro de arrimo do confrontante.

PRINCIPAIS FATORES INSPECIONADOS

Durante as inspeções, foram registradas imagens de elementos danificados, tais como:

• Muro de divisa da fachada posterior;

DESCRIÇÃO DO ÍMOVEL E PATOLOGIAS INVESTIGADAS

A seguir será apresentado os registros fotográficos de todas as patologias encontradas na inspeção in loco.
O quadro conterá o ambiente , sua descrição, em seguida , o liame causal, ou seja, a relação de causalidade
da patologia. Em seguida será apresentado os registros fotográficos.

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AMBIENTE: AREA EXTERNA DA AREA GOURMET

PAREDES Muro de divisa apresenta trincas em 45 graus próximo ao pilar de canto. Manchas de umidade
Ao longo do muro do fundo, paralelo ao muro de arrimo do vizinho.
TETO -

Contra piso apresenta fissura decorrente ao muro de divisa .


PISO

PONTOS EM DESACORDO:

 Classificação do Problema: falha;

 Manifestações: Recalque diferencial de fundação, devido a cargas excessivas e não


previstas em projeto, onde o muro de divisa apresenta trincas de 6 mm de espessura em
45 graus nas áreas do fundo e perpendicular. As trincas em 45 graus foram encontradas
também na parte externa do muro. Foi detectado que as trincas danificaram toda a
alvenaria de vedação entre os pilares. Há fissuras no contra piso ,na junta com o muro.
As trincas se iniciam no pilar de canto e se destinam ao encontro do próximo pilar.

 Manchas de umidade e infiltração são perceptíveis no muro do fundo, onde o mesmo


se encontra paralelo ao muro do vizinho.

 Causa: Solo submetido a cargas excessivas ocasionando deformação da estrutura nele


apoiada, ou seja, recalque da fundação. Tal deformação é dada pelo deslocamento
vertical da base da estrutura em relação a um determinado ponto de referência. O solo
sofreu uma sobrecarga excessiva devido ao aterro executado sob o terreno em questão,
onde na época de execução não possuía nenhum volume de massa extra, ao não ser o
terreno em solo natural. A sapata de divisa localizada no canto do muro, sofreu um
recalque diferencial em relação a outra sapata, ocasionando uma movimentação acima
do aceitável ao longo da viga de travamento , deslocando a alvenaria de vedação ,apoiada
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sobre a viga.

 Infiltração por intempéries, entre os muros de divisa, apresentando manchas e acúmulo


de água.

 Intervenção:

Diante do recalque, primeiramente deve se tratar a causador e em seguida reparar a


estrutura danificada.
É necessário realizar a montagem de um sistema de drenagem na área aterrada, afim de
conduzir o excesso de agua acumulada sobre o aterro e conduzi-la a destinação correta.
É indicado o sistema de espinha de peixe, muito utilizado em áreas gramadas.
É necessário executar um sistema de impermeabilização de todo o muro de contenção.
A impermeabilização correta, se daria em ambos os lados do muro, porém sendo inviável
essa execução na atual situação, a impermeabilização se daria apenas pela área externa,
mas não menos eficiente por isso. Indicado o uso de argamassa polimérica e logo em
seguida reboco liso. É necessário também a instalação de pingadeiras nos muros, uma
vez que a pingadeira impede a entrada de água na alvenaria e que ela escorra por ela.

Após o tratamento do causador, é possível tratar as patologias do muro da edificação em


questão . Será necessário calçar a sapata que sofreu o recalque. Para essa atividade, será
necessária acessar sua face inferior através da divisa e concretar novamente sua base ,
afim de que ela seja novamente nivelada. Finalizado o calçamento da sapata, se inicia o
reparo de toda a alvenaria danificada. Todo o plano entre os pilares, deverá ser retirado
e refeito .Em seguida revestir com chapisco e reboco liso.

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Imagem 1 – Muro com vista interna. Trinca com 6 mm de espessura deixando
exposta tubulação.

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Imagem 2 – Muro com vista interna. Trinca em 45 graus e manchas de umidade onde o
muro de contenção vizinha se encontra paralelo.

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Imagem 3 – Muro com vista interna. Trinca em 45 graus ,manchas de umidade onde o
muro de contenção vizinha se encontra paralelo e fissura entre o muro e o
contrapiso indicando deslocamento.

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Imagem 4 – Muro com vista interna. Danos no reboco ,atingindo alvenaria de vedação devido
Recalque.

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Imagem 5 – Muro com vista externa. (Paralelo se encontra o muro de contenção

do terreno vizinho) Trinca em 45 graus.

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Imagem 6 – Muro com vista externa. (Paralelo se encontra o muro de contenção

do terreno vizinho) Trinca em 45 graus.

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ANÁLISE TÉCNICA :

Observa-se muito na construção civil, o frequente aparecimento de patologias ao longo da vida útil de uma
edificação. Uma das patologias comumente encontradas durante a utilização de uma estrutura é o
aparecimento de fissuras, trincas , umidade nas paredes, causando transtornos, danificação de estruturas ,
desconforto visual, entre outros problemas.

Outro fator importante que contribuem para as patologias se agravarem são as falhas na
impermeabilização que podem ser as grandes responsáveis na maioria dos casos, gerando enormes
transtornos e que com grande complexidade.
As trincas e fissuras também podem ser responsáveis pela passagem de umidade e água, principalmente
quando falamos da água da chuva, pois à água adentra nas pequenas fissuras e começam a danificar os
materiais construtivos.
Existem algumas formas de reforços e recuperação da alvenaria e a importância em se adotar medidas
complementares para preservar a edificação da ação dos agentes causadores, como por exemplo a
impermeabilização do solo, desvio e drenagem das águas pluviais .

Considerando que a grande maioria das edificações estão suscetíveis, ao longo de sua vida útil, a efeitos
oriundos de recalques de fundação, algumas características, causas, efeitos e possíveis tratamentos
relacionados às fissuras ocasionadas por esse fenômeno, podem ser levados analisados, propondo métodos
corretivos mais adequados a serem executados, visando o restabelecimento da funcionalidade da
edificação.

O recalque de fundação é o rebaixamento causado pelo adensamento do solo sob a fundação de uma
edificação.

Existem 2 (dois) tipos de recalques: uniforme e diferencial.

O uniforme se caracteriza quando todos os pontos da fundação apresentam a mesma amplitude de


recalque, fazendo com que toda base da edificação desça como um corpo rígido. Nesse caso, a estrutura

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não sofre dano, mas podem ocasionar problemas nas tubulações de água e esgoto, acesso de veículos,
entre outros.

Já o recalque diferencial ocorre quando existe uma diferença de nível entre partes da estrutura, causando
rachaduras e até mesmo a ruína da edificação.

Os recalques de fundação surgem porque todos os solos que são submetidos a carregamento externo se
deformam em maior ou menor proporção.

Cada tipo de solo possui características de deformabilidade e capacidade de carga que são influenciadas
por diversos fatores: posição do lençol freático, intensidade da carga, tipo de fundação etc.

Segundo Maná (1978), o recalque diferenciado da fundação introduz tensões nas paredes capazes de gerar
fissuras, notadamente por flexão ou distorção angular.

As fissuras por recalque de fundações geralmente se caracterizam por uma orientação inclinada, sendo
muitas vezes confundidas com fissuras por deformação de elementos estruturais de concreto armado
(THOMAZ, 1989).

Devido a sua complexidade e multicausalidade, as fissuras em paredes de alvenaria oriundas de recalque


de fundações possuem diversas configurações, sendo por isso, de difícil diagnóstico.

Segundo Thomaz (1989), as principais causas de recalques diferenciais são:

 Fundações assentadas sobre corte e aterro (Figura 1 – a);


 Recalque diferenciado causado por rebaixamento do lençol freático em seção de corte na lateral
inclinada do terreno (Figura 1 – b);
 Recalque diferenciado causado pela interferência no bulbo de tensões do edifício menor em
função da construção do edifício maior (Figura 1 – c);
 Recalque diferenciado por falta de homogeneidade do solo (Figura 1 – d).

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Figura 1 – Fatores que causam recalques diferenciais em fundações

Fonte: Thomaz (1989, p. 96).

Conforme Duarte (1998); Mañá (1978) e Thomaz (1989), existem 5 (cinco) configurações típicas de fissuras
em paredes de alvenaria causadas por recalque de fundações: segundo um eixo principal, fora de um eixo
principal, verticais em peitoris de janelas por flexão negativa, verticais junto ao solo por ruptura das
fundações e inclinadas devidas a recalques diferenciais em prédios estruturados.

 SEGUNDO UM EIXO PRINCIPAL

Segundo Maña (1978), aparecem quando o recalque diferencial das fundações é aplicado sobre um dos
eixos de simetria da edificação (supondo que exista). Neste caso, as paredes estarão solicitadas,
preponderantemente, por esforços de flexão, e o seu sistema de fissuras seguirá o modelo teórico de
flexão, acompanhando as isostáticas de compressão, como em uma viga.

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Figura 2 – Representação de fissuras causadas por recalque de fundações segundo um eixo principal

Fonte: Mañá (1978).

 FORA DE UM EIXO PRINCIPAL

Ocorrem quando o recalque diferencial das fundações se aplica fora dos eixos de simetria da edificação
(um canto por exemplo). Neste caso, a edificação também é submetida a esforços de torsão e existirão
famílias de fissuras em duas direções (MAÑÁ, 1978).

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O conjunto de fissuras inclinadas nas paredes de alvenaria atingidas é de difícil interpretação, sendo
recomendável sua representação através de uma perspectiva axonométrica para uma percepção global das
deformações (MAÑÁ, 1978).

Figura 3: representação de fissuras causadas por recalque de fundações fora de um eixo principal

Fonte: Mañá (1978).

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 VERTICAIS JUNTO AO SOLO POR RUPTURA DAS FUNDAÇÕES

São provocadas por recalque diferencial por distorção angular (DUARTE, 1998). Possui a característica de
ter uma abertura maior junto ao solo. Manifestam-se, em geral, em pontos onde a estrutura da fundação
é mais fraca, em mudanças de seções ou em pontos de concentração de cargas, muitas vezes em
combinação com movimentações de origem térmica (SAHLIN, 1971).

Figura 5 – Fissuras verticais junto ao solo por ruptura das fundações

Fonte: Duarte (1998).

 INCLINADAS DEVIDAS A RECALQUES DIFERENCIAIS EM PRÉDIOS ESTRUTURADOS

Ocorrem por recalque diferenciado entre pilares de concreto armado. Neste caso, as fissuras configuram-
se inclinadas em direção ao pilar que sofreu o recalque (THOMAZ, 1989).

Figura 6 – Fissuras inclinadas por recalque diferencial entre pilares

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Fonte: Thomaz (1989).

 REFORÇOS E RECUPERAÇÃO DE FISSURAS CAUSADAS POR RECALQUES DE FUNDAÇÃO

Segundo Faleiros et al. (2013), os reforços de fundação são uma mudança no sistema solo-fundação-
estrutura existente, objetivando melhorar o seu desempenho, sendo necessária quando a fundação não
está suportando as cargas a que ela está sujeita ou, ainda, quando a fundação existente não conseguir
absorvê-las sem riscos e reduções nos coeficientes de segurança.

Dessa forma, é extremamente importante a verificação da necessidade de uma intervenção, pois a falta
dessa pode ocasionar, por exemplo, o desabamento de uma edificação.

A restauração das fissuras deve ser executada somente após a redução ou eliminação dos agentes
causadores da patologia.

Segundo Thomaz (1989), no caso de fissuras causadas por recalques de fundação, nenhum método será
eficiente sempre que existir a possibilidade de evolução do movimento. Dessa forma, somente após a
estabilização do recalque é que poderão ser realizados os reparos definitivos na estrutura.

Dentre as formas de recuperação, as mais utilizadas, segundo Thomaz (1989) são:

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 Restauração com Pintura Acrílica;
 Aplicação de Tela de Poliéster;
 Recuperação com Bandagem de Dessolidarização;
 Recuperação com Grampos de Fixação;
 Substituição das Juntas de Assentamento;
 Substituição do Revestimento;
 Argamassa armada e reboco armado;
 Substituição dos elementos degradados e fechamento das juntas;
 Injeção de graute ou resina epóxi expansiva;
 Protensão;
 Recuperação de Revestimentos Rígidos;
 Adição de vigas e colunas de aço;
 Reforço com materiais compósitos FRP (fibra reforçada com polímero).
Segundo Casotti (2007), medidas complementares também devem ser aplicadas, como por exemplo a
impermeabilização da superfície do terreno ao redor da obra, drenagem superficial e poda de árvores que
podem absorver muita água do terreno, visando a diminuição e eliminação dos agentes causadores dos
recalques.

Patologias das alvenarias associadas com a presença de água nos blocos que a compõe podem ocasionar, além
de insatisfação e desconforto aos usuários, complicações mais sérias, como necessidade de desocupação da
edificação .
Com respeito aos mofos e bolores, o seu aparecimento nas construções é, em grande parte, consequência ou
uma extensão da patologia infiltração. Esses problemas são causados por fungos vegetais que produzem ácidos
que corroem as alvenarias e provocam deformação no aspecto estético das construções caracterizado pelo

aparecimento de manchas escuras, amarelas ou esbranquiçadas.

As patologias identificadas na edificação em questão são provenientes de tipos de infiltração tanto de


intempéries quanto infiltração por vazamentos.

A má impermeabilização da fachada ou falta dela, permite que fluidos penetrem em fissuras ou poros
existentes do revestimento da fachada.

Além de se apresentar como componente de estética, a fachada de uma edificação desempenha papel
fundamental: é elemento de vedação.
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Expostas a intempéries, as paredes requerem cuidados que, em nenhuma hipótese podem ser descartados, já
que a estanqueidade (sem vazamento) da edificação poderá estar comprometida.

A penetração de agentes danosos nas fachadas geralmente tem como causa a falha de projeto, falta de
manutenção periódica, dentre outras.

É pela ação do vento que a água de chuva penetra nas paredes das fachadas das edificações, aproveitando-se
de fissuras, trincas, ou simplesmente pelos poros.

Como consequência temos, então, paredes úmidas, deterioração das camadas de tinta ou revestimentos, o
aparecimento de manchas ou bolores danos de móveis de madeira no interior da edificação e, não raro, a
transformação em um ambiente insalubre.

Fato agravante se dá nesses casos quando a argamassa de má qualidade é utilizada para o revestimento das
paredes.

Somente se configura argamassa de boa qualidade aquela que atende aos preceitos das NBR’s 13749 e 7200.
A primeira trata dos revestimentos de paredes e tetos de argamassa inorgânicas e sua especificação e a
segunda dos revestimentos de paredes e tetos com argamassas: materiais, preparo, aplicação e manutenção –
procedimento.

Outro ponto de extrema significância é a vedação das esquadrias. Quando o ocupante de uma edificação se
acomoda quanto a aparição de paredes úmidas, bolor, trincas, dentre outros problemas ligados à penetração
de água nas fachadas, o risco de danos, evidentemente, se intensifica.

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CONCLUSÃO:

Diante das inconformidades técnicas construtivas e da falta de desempenho nos sistemas verificados no

imóvel vistoriado, assim como a falta de finalização da execução do muro, classificamos a edificação

Residencial Unifamiliar, de uma maneira global, como de GRAU DE RISCO CRÍTICO, principalmente no que

diz respeito às condições encontradas na area externa, que possuem em vista o impacto de desempenho

parcialmente irrecuperável, sendo necessária a intervenção imediata como montage de Sistema de

drenagem superficial da area aterrada, impermeabilização, reparo na estrutura danificada ,

acabamamento em reboco do muro , para então sanar os problemas apontados no laudo de inspeção.

ENCERRAMENTO:

A vistoria realizada no dia 10 de maio de 2023, foi dirigida por profissional habilitado, perante a presença do
proprietário e do profissional pedreiro que executou a obra. Todos os itens descritos foram relatados no dia da
vistoria e qualquer alteração no que foi apresentado, será de responsabilidade do proprietário.

Sem mais a narrar, segue o presente laudo técnico composto por 28 páginas, por mim rubricado.

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ENG. MAÍRA MOREIRA SOARES
CREA: 198.161/D

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