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Patologias Decorrentes da Umidade nas Edificações na Cidade De Palmas –

To
Pathologies Resulting From Moisture in Buildings in Palmas – To

Renê Faria de Araújo (1); André Soares Mendes (2); Daniel Iglesias de Carvalho (3);
Beatriz Correa Xavier (4); Maria Carolina Estavam D’Oliveira (5), Flavio da Silva Ornelas
(6)

(1) Estudante de Graduação, CEULP ULBRA - eng.renearaujo@gmail.com


(2) Estudante de Graduação, CEULP ULBRA/IFTO – andre.ifto@gmail.com
(3) Mestrando em Engenharia Ambiental, CEULP ULBRA/UFT - daniel.iglesias.carvalho@gmail.com
(4) Engenheira Civil, CEULP ULBRA – bia_cx@hotmail.com.br
(5) Mestre em Engenharia Civil, UFT/CEULP ULBRA – carolina.doliveira@uft.edu.br
(6) Mestrando em Geotecnia, UNB/IFTO - flavioornelas@ifto.edu.br

Resumo
O presente trabalho tem objetivo de informar a natureza dos problemas ocasionados por umidade em
paredes de vedação revestidas de argamassa nas edificações da cidade de Palmas-TO, que é regido por
um clima tropical de grandes variações de umidades sazonais e períodos de estiagem com umidades
relativas baixas. O método de diagnóstico das principais patologias ocorreu em caráter exploratório onde
estas decorram de algumas características especiais que servem de embasamento para mecanismos de
proteção visando evitá-las. Isso é feito através de um levantamento dentro da literatura que norteia o tema,
onde a diversidade e variabilidade repentina de intempéries que agem nesta região. O trabalho se
fundamenta na importância de se buscar uma maior durabilidade das edificações, evitando que patologias
de umidade venham a danificar o patrimônio público ou privado e comprometer a saúde das pessoas que
utilizam estas edificações, já que estas quando surgem nas edificações, sempre trazem um grande
desconforto e degradam a construção rapidamente, sendo as soluções de alto custo. Os resultados iniciais
apresentados demonstram a necessidade de técnicas e cuidados especiais na execução dos serviços e
sem estes é certo o aparecimento de patologias onde não há como garantir a qualidade e durabilidade das
edificações.

Palavras chave: patologias; umidade; durabilidade; edificações.

Abstract
This study aimed to report the nature of the problems caused by moisture in walls and coverings in buildings
in Palmas -TO region, which is governed by a large seasonal tropical climate humidities and dry periods with
low relative humidities. The diagnostic method of the main pathologies occurred in exploratory where these
arise from some special characteristics that serve as basis for protection mechanisms aiming to prevent
them. This is done through a survey within the literature that guides the subject, where the diversity and
variability of sudden storms that act in this region. The work is based on the importance of seeking greater
durability of buildings , preventing moisture conditions may damage public or private property and jeopardize
the health of people who use these buildings , as these arise when the buildings , always bring a great
discomfort and degrade the building quickly , with high-cost solutions . Initial results show the need for
special techniques and care in performing the services and without these is the appearance of certain
diseases where there is no way to guarantee the quality and durability of buildings.

Keywords: pathologies; moisture; durability; buildings.

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1 Introdução
Definindo Patologia: Todas as manifestações cuja ocorrência no ciclo de vida da
edificação, venha prejudicar o desempenho esperado do edifício e suas partes
(subsistemas, elementos e componentes). Assim a patologia pode ocorrer na estrutura,
na vedação, nos componentes de abastecimento (dutos elétricos, hidráulicos). O homem
vem adquirindo um conhecimento sobre a construção de edifícios desde o início da
civilização, visando sempre atender suas necessidades. Mas, em alguns casos, as
construções apresentam problemas de durabilidade, interferindo no conforto e segurança
de uso, sendo sempre que necessário quando da ocorrência de problemas patológicos, a
busca de intervenções adequadas para a melhoria dessas construções. A engenharia
veio a utilizar o termo “patologia” para estudar nas construções as manifestações, suas
origens, seus mecanismos de ocorrência das falhas e seus defeitos que alteram o
equilíbrio pré-existente ou idealizado. Segundo Ripper (2002) a patologia nas construções
é semelhante à Ciência Médica, já que estuda os sintomas, formas de manifestação,
origens e causas das doenças ou falhas que ocorrem nas edificações. De acordo com
Pedro et al. (2002), a origem das patologias pode ser classificada em: congênitas,
construtivas, adquiridas e acidentais, as congênitas são aquelas que surgem ainda na
fase de projeto, e ocorrem pela falta de observação das Normas Técnicas, também por
falhas e descuidos dos profissionais, as construtivas, conforme Pedro et al. (2002), o
surgimento dessas patologias está relacionado na etapa de execução da obra, e tem
ocorrência no emprego de mão-de-obra desqualificada, materiais não certificados e
ausência de metodologia para execução dos serviços. as características construtivas
modernas favorecem muito o aparecimento de patologias, as adiquiridas. aparecem
durante a vida útil da edificação e são causadas pela exposição ao meio em que se
inserem e as acidentais são as patologias causadas pela ocorrência de algum fenômeno
atípico, resultado de uma solicitação incomum. Hoje, sempre se está à procura de
construções que sejam realizadas com o máximo de economia, reduzindo assim o
excesso de segurança, em função do conhecimento mais aperfeiçoado e aprofundado
dos materiais e métodos construtivos. Com o conhecimento preciso de que até que ponto
pode se confiar e utilizar um material tem-se a redução do seu consumo. Mas, com isso, o
mínimo erro pode gerar diversas patologias. KLEIN (1999) ainda cita a má qualidade da
mão-de-obra como favorecimento do surgimento de patologias. Então a patologia estuda:
Manifestação, mecanismo de ocorrência, causa natureza, origens e consequências.
Assim se busca sistemas construtivos que tenham durabilidade (aumentando o custo-
benefício do produto usado): produto com vida útil a cima do esperado, mas com a
manutenção recomendada pelo fabricante. Assim para se ter durabilidade alguns fatores
são relevantes:
 à durabilidade dos materiais e componentes utilizados;
 às condições de exposição a que está submetido;
 às condições de uso;
 às ações de manutenção realizadas.

A umidade nas construções representa um dos problemas mais difíceis de serem


corrigidos dentro da construção civil. Essa dificuldade está relacionada à complexidade
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dos fenômenos envolvidos e à falta de estudos e pesquisas. Essa carência ainda é
percebida hoje, mais de 26 anos após elaboração do trabalho do autor citado. Os
problemas de umidade quando surgem nas edificações, sempre trazem um grande
desconforto e degradam a construção rapidamente, sendo as soluções caras. Conforme
citado anteriormente, como fatores que geraram aumento do número e intensidade de
patologias, o aparecimento frequente de problemas ocasionados por umidade é
decorrente de características construtivas adotadas pela arquitetura moderna assim como
os novos materiais e sistemas construtivos empregados nas últimas décadas aliados a
mão de obra não treinadas. Com o uso do concreto armado, as paredes passam a ter
como função principal a de vedação, deixam de serem portantes, resultando assim em
paredes mais esbeltas. Esses conjuntos de materiais diferentes tipos nas fachadas e
coberturas apresenta o problema de desgaste diferencial, pois cada um tem uma
durabilidade específica e deste modo o envelope externo fica vulnerável (PEREZ, 1985).
De acordo com Santos Filho (2008), a umidade é uma das principais causas de patologias
nas edificações, sendo responsável por aproximadamente 50% dos casos, conforme
pesquisas realizadas no Brasil.

2 Metodologia
O método de diagnóstico das principais patologias ocorreu em caráter exploratório através
de imagens retiradas de edificações na cidade de Palmas-TO, imagens essas que
evidenciam as patologias decorrentes da umidade na maior parte delas em revestimentos.

3 Origem da Umidade nas Edificações


Na construção civil, os defeitos mais comuns são decorrentes da infiltração de água que
provocam formação de manchas de umidade. Esses defeitos geram problemas graves e
de difíceis soluções, tais como:

 Prejuízos de caráter funcional da edificação;

 Desconforto dos usuários e em casos extremos os mesmos podem afetar a saúde


dos moradores;

 Danos em equipamentos e bens presentes nos interiores das edificações;

 E diversos prejuízos financeiros.

Têm-se as seguintes origens as umidades nas construções, conforme VERÇOZA (1991):

 Trazidas durante a construção;

 Trazidas por capilaridade;

 Trazidas por chuva;


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 Resultantes de vazamentos em redes hidráulicas;

 Condensação.

4 O Clima Regional em Palmas-To


A mais nova capital do Brasil, Palmas uma cidade planejada, porém bem conhecida por
seu clima, por ter temperaturas altas acima dos 40° C em determinada época.

Segundo o Site de pesquisa Wikipedia: Predomina em Palmas o clima tropical com


estação seca (Aw, segundo a classificação climática de Köppen-Geiger). Clima quente
todo o ano. Apesar de ter algumas variações, são poucas, pois a diferença entre o mês
mais quente (setembro) e o mais frio (julho) é de apenas 3°C. A média das máximas em
setembro é de 36°C, e a das mínimas é de 22°C, em julho, a média das temperaturas
máximas atinge 33°C, enquanto a das mínimas cai para 15°C. Assim, a temperatura
média anual é de 26°C. Apesar de setembro ser o mês mais quente, as temperaturas
mínimas maiores acontecem em março, com 24 C. O mesmo acontece com julho (mês
mais frio), onde a menor temperatura máxima acontece em março e fevereiro.
A distribuição sazonal das precipitações pluviais está bem caracterizada acusando, no
ano, dois períodos bem definidos: a estação chuvosa de outubro a abril com temperatura
média que varia entre 22°C e 28°C, com ventos fracos e moderados e a estação seca nos
meses de maio a setembro com temperatura média que varia entre 27°C e 32°C e tem
como temperatura máxima 41°C. O mês mais chuvoso é janeiro, quando chove 241mm,
enquanto o mês mais seco é julho, quando chove apenas 5mm.
Este clima favorece dois efeitos muito conhecidos na engenharia o de dilatação e retração
tanto em estruturas como nos revestimentos.

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5 Patologias de Revestimento Encontradas na Cidade De Palmas-To

As figuras abaixo evidenciam as patologias encontradas das edificações visitadas:

Figura 1: Machas e Fissuras

Figura 2: Machas, fissuras e desplacamento do revestimento

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Figura 3: Machas no revestimento

Figura 4: Machas no revestimento

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Figura 5: Machas no revestimento e pequenas fissuras

Figura 6: Machas no revestimento e pequenas fissuras

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6 Discussão e Conclusão

Os problemas referentes à ação da umidade estão presentes em todas as fases da vida


de uma edificação, em especial nos revestimentos como os identificados nas figuras
demonstradas. É fato concluir que a prevenção é a melhor solução. Corrigir erros na fase
de projeto é primordial. “Prevenir é melhor que remediar”: seguindo este lema preventivo
e aplicando o contra as patologias de umidade, além de ser mais eficaz e sem gastos
econômicos, garante uma maior segurança e durabilidade do Sistema Construtivo.
Também tem de ser considerado o clima que atua na edificação, o qual é de fundamental
importância para se evitar a ação de água como causador de patologias. A incidência de
chuva e vento pode variar de uma fachada para outra, exigindo características especiais e
cuidados. E ainda relevante ressaltar que o clima da cidade de Palmas-TO, contribui
bastante para essas patologias devido as variações de temperatura que levam a retração
e dilatação dos revestimentos, abrindo assim caminho para a umidade, através da água
se infiltrar com mais facilidade nos revestimentos deteriorando ainda mais rápido esses
revestimentos. A escolha de materiais empregados e tipos de sistemas construtivos
podem evitar o surgimento de patologias de umidade, assim como uma boa
impermeabilização. A impermeabilização deve ser muito bem escolhida e estudada, pois
reparos e uma nova aplicação são dispendiosos e geram gastos não planejados.
Percebe-se que é frequente o erro de não se dar atenção a este sistema, gerando gastos
superiores na substituição que na primeira impermeabilização.

7 REFERÊNCIAS
KLEIN, D. L. Apostila do Curso de Patologia das Construções. Porto Alegre, 1999 -
10° Congresso Brasileiro de Engenharia de Avaliações e Perícias.

PEDRO, E. G.; MAIA, L. E. F. C. ; ROCHA, M. O.; CHAVES, M. V. . Patologia em


Revestimento Cerâmico de Fachada. Curso de Pós-Graduação do CECON,
Especialização em Engenharia de Avaliações e Perícias. Síntese de Monografia. Belo
Horizonte, 2002.

PEREZ, A. R. Umidade nas Edificações: recomendações para a prevenção de


penetração de água pelas fachadas. Tecnologia de Edificações, São Paulo. Pini, IPT –
Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Coletânea de trabalhos da
Div. de Edificações do IPT. 1988. p.571-78.

RIPPER, T; MOREIRA DE SOUZA, V. C. Patologia, recuperação e reforço de


estruturas de concreto. São Paulo, Pini, 1998.

SANTOS FILHO, L. M. Apostila patologia das construções. Curitiba, outubro de 2008.

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VERÇOZA, Ênio José. Patologia das Edificações. Editora Sagra.1991 YAZIGI, Walid. A
Técnica de Edificar. Editora PINI. 1997

Wikipédia – Enciclopédia Livre. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Palmas#Clima.


Acessado em 15 de fevereiro de 2014.

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