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Aluna: Rafaella Scapin - Trabalho G1 - Teoria/História da Arquitetura

San Carlo alle Quattro Fontane e Edifício Wainwright.

San Carlo alle Quattro Fontane


A igreja San Carlo alle Quattro Fontane fica localizada em Roma, na Itália e foi desenhada pelo
arquiteto Francesco Borromini, que ficou conhecido por revolucionar a arquitetura, rompendo
totalmente com o estilo clássico. A igreja está situada no cruzamento entre a Strada Pia e a Strada
Felice e ganhou esse nome devido à essa localização, que fica em um dos quatro cantos onde se
encontram as famosas fontes. O local em que foi construída era apertado e difícil de trabalhar, por
isso, o arquiteto teve que desenhar sua proposta com base em um baixo orçamento e com uso eficiente
do espaço limitado.
A obra apresenta uma arquitetura Barroca, que foi marcada pela centralidade religiosa, na qual a
religião era tratada como projeto político do estado. Nesse período, Roma apresentava uma estratégia
de monumentalização das cidades a partir das construções religiosas.
Como o barroco pretendia afirmar a soberania católica, a Igreja San Carlo, assim como as outras
obras da época, foram marcadas pela exaltação de Deus e da Igreja. Esse projeto utilizou recursos
geométricos e figurativos para gerar multiplicidade de entendimentos e produzir emoções e sensações,
quebrando a ideia de racionalidade e simetria do classicismo greco-romano. No caso dessa igreja, sua
planta quadrada se transforma em uma eclipse espremida, exibindo uma forte tensão que ajuda a criar
a dramaticidade típica da arquitetura barroca. Vale ressaltar que ela foi a primeira construção barroca
a ter sua cúpula revestida com formas geométricas e não com afrescos.
A exaltação da Igreja também é feita por meio de uma decoração extravagante que traz a ideia de
grandiosidade e poder, o que é uma grande característica da arquitetura Barroca, que é ousada e as
irregularidades de proporção são comuns nesse estilo.
Nesse período, Roma pretendia expandir os limites da cidade medieval e renascentista, integrar as
vias, criar circuitos viários diretos entre os pontos de peregrinação e criar novas vias de circulação. O
urbanismo barroco via o espaço público como algo que precisava ser integrado. Sendo assim, em
1600, o Papa Sisto V promoveu a reforma urbanística de Roma pretendendo facilitar o acesso e ligar
os diversos pontos da cidade à Basílica de São Pedro, dando um importante passo para o conceito de
urbanismo moderno.
O simbolismo da igreja é dedicado a San Carlos Borromeo, mostrado na composição da fachada, que
apresenta paredes ondulantes e sua forma exterior não exige mudanças muito drásticas. Ela é definida
por formas côncavas e convexas e grandes colunas coríntias, que a dividem em dois andares,
divididos verticalmente em três seções: a entrada e as laterais dela. Os principais entablamentos,
sustentados pelas colunas coríntias, ajudam a separar mais a parte inferior e superior da fachada. Um
segundo grupo de colunas coríntias, com seus próprios entablamentos estão por trás das colunas
principais. Elas emolduram nichos menores, esculturas e janelas, além da entrada da igreja e do
grande oval sustentado por anjos na parte superior da fachada.
No interior da igreja, as colunas parecem pertencer a colunatas diferentes, enfatizando os efeitos da
perspectiva. Além disso, esse interior é composto por três partes: a base, a cúpula e a zona de
transição entre as duas. O altar está localizado no eixo principal da planta.
Com base nessa análise, conseguimos concluir que na arquitetura barroca reaparecem os elementos
do Renascimento, porém elevados ao grau máximo de representação. Este trabalho permitiu enxergar
o quanto a arquitetura barroca possuí características evidentes, como o exagero e a grandiosidade, os
elementos curvos e a geometria complexa. Além disso, essa arquitetura aumenta o sentido
propagandístico da igreja e, assim, a busca por um espaço mais individualizado.

Edifício Wainwright
O edifício Wainwright, de Louis Sullivan e Dankmar Adler, foi um dos primeiros arranha-céus
construídos no mundo e é considerado um modelo influente de uma arquitetura moderna1 de
escritórios. O projeto mostra esteticamente as teorias de Sullivan sobre edifícios em altura, com a
composição de três partes, sendo elas a base, corpo e coroamento, que é baseado nas estruturas das
colunas clássicas. "O arranha-céu deve ser alto, cada centímetro dele alto. A força e o poder de
altitude deve estar nele, a glória e o orgulho de exaltação deve estar nele. Deve ser tudo uma polegada
de orgulho e subindo, subindo em exultação pura que de baixo para cima é uma unidade sem uma
única linha divergente.”
Em suas teorias, Sullivan dizia que a estrutura, a composição e a decoração partem de uma mesma
ideia funcionalista. Ele foi o primeiro arquiteto modernista que defendia a máxima de que "a forma
segue a função". Em seus projetos, ele buscava melhorar a qualidade de vida dos habitantes da cidade
de Chicago.
Ele se preocupava com a estética da estrutura metálica localizada fora dos edifícios, então ele se
concentrou em desenvolver um simbolismo arquitetônico que consiste em formas geométricas
simples, estruturais e ornamentação orgânica, em harmonia com o restante do design. Para isso, ele
usou escalas, ornamentos e ritmos que foram adaptados às funções do edifício. Isso justifica o fato da
estrutura do edifício analisado ser baseada em aço independente e seu revestimento ser de cerâmica
vermelha.
O edifício Wainwright apresenta 42 metros de altura e é distribuído em 10 andares. Conforme
projetado, o primeiro andar foi destinado para lojas acessíveis pela rua, o segundo, para escritórios
públicos de fácil acesso, os andares superiores para escritórios mais particulares, enquanto o ultimo
piso apresentava tanques de água e máquinas de construção. Por conta dessa distribuição, os primeiros
pavimentos foram marcados por fachadas de grandes aberturas de vidro.
Apesar do conceito clássico de coluna, o design do edifício é julgado moderno e não apresenta o
estilo neoclássico que Sullivan desprezava. Todas as suas janelas estão atrás das colunas e pilares
circundantes, para reter a estética vertical de Sullivan. Podemos ressaltar como ornamentos e
estruturas orgânicas do projeto o friso que fica abaixo da cornija profunda, a superfície ao redor da
porta principal e as tensões entre as janelas em diferentes pisos. Os dois primeiros andares são
revestidos por arenito marrom, e os sete andares seguintes são pilares contínuos de tijolo. Cada andar
é decorado por relevos de folhagem ornamentado, esculpidos em painéis de terracota.
O arquiteto uniu as paredes externas do edifício, ressaltando os membros verticais e aumentando os
pilares de canto para possibilitá-los de subir livremente para a cornija. Ele colocou pilares mais finos
verticalmente orientados entre as janelas para servirem como ligações visuais entre a base e cornija.
Além disso, também se tornaram fontes de união, panos floreais que existiam abaixo destes pilares.
Com essa análise, conseguimos concluir que a dupla de arquitetos conseguiu criar um método que
serviria de referência para alcançar a unidade visual no edifício alto, realizando uma inovação na
arquitetura dos Estados Unidos.

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