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Grupo: Bruna Fomm, Julia Zagury, Luiza Masset & Rafaella Scapin
G2 – Resenha crítica
O texto a seguir tem como objetivo fazer uma resenha sobre o livro “Confiança e Medo
na Cidade” por Zygmunt Bauman, relatando seus objetivos ao escreve-lo e analisando
especificamente cada capitulo. Para isso, o trabalho também conta com uma breve
biografia do autor, mencionando sua formação e detalhes de sua vida pessoal e
profissional que possam ser relevantes.
1
BAUMAN, 2009, p. 8
2
Ibid., p. 11
Grupo: Bruna Fomm, Julia Zagury, Luiza Masset & Rafaella Scapin
G2 – Resenha crítica
que possibilitaram a passagem de uma fase sólida para a constatada fase líquida da
modernidade. “A segregação das novas elites globais; seu afastamento dos
compromissos que tinham com o populus do local no passado; a distância crescente entre
os espaços onde vivem os separatistas e o espaço onde habitam os que foram deixados
para trás” 3. A mensagem que Bauman busca transmitir com essa frase é que “as cidades
se transformaram em depósitos de problemas causados pela globalização” 4. É daí que
as cidades contemporâneas começam a ser vistas como grandes campos de batalha, no
qual surge o estranhamento com o estrangeiro, por sua presença causar desconforto. O
resultado disso é o paradoxo dos grandes centros urbanos.
O capítulo seguinte tem o nome de “Buscar abrigo na caixa de Pandora: medo e
incerteza na vida urbana”, onde Bauman trata da importância que transferiu a segurança
pessoal na sociedade e da instabilidade das relações sociais. A consequência dessa
atividade, por segurança, se dá numa espécie de arquitetura do medo: espaços vigiados
constantemente. Ou seja, a promessa de progresso ao invés de trazer mais segurança,
trouxe mais insegurança. O autor analisa as implicações sociais da arquitetura que nascem
com a cultura do medo, da incerteza e do risco. A arquitetura do medo tende a virar
padrão. Os espaços modernos projetados pelos arquitetos modernos, que privilegiavam o
acesso e o convívio público, são reconstruídos com o interesse da uniformização das casas
dos residenciais vigiados pelas câmeras de seguranças, cercados por muros e cercas
eletrificadas. As praças e os espaços urbanos de convívio social perdem o seu significado
e são contestados pelas novas gerações, que mais sofrem com esse próprio esvaziamento
urbano. Com essas ações dos agentes preocupados com a segurança, eles acabam
gerando, ao contrário do que eles desejam, ainda mais medo e incerteza. O autor ressalta
que nunca é possível estar totalmente seguro.
Por fim, o terceiro e último capítulo do livro, que se chama “Viver com
estrangeiros”, que faz uma transcrição de uma conferência feita por Bauman em 2004.
Ele diz que “viver numa cidade significa viver junto – junto com estrangeiros” 5.
Ademais, ele traz o questionamento da obsessão da separação de fronteiras, na qual a
resposta estaria em algo que se origina do desejo de recortar para nós um lugar
confortável, seguro, num mundo que se mostra selvagem e ameaçador. O autor defende
que a preocupação contemporânea deveria residir na compaixão, algo fundamentalmente
3
BAUMAN, 2009., p. 15
4
Ibid., p. 17
5
Ibid., p. 37
Grupo: Bruna Fomm, Julia Zagury, Luiza Masset & Rafaella Scapin
G2 – Resenha crítica
humano. Bauman também afirma que é preciso “ver, reconhecer e resolver os problemas
da convivência” 6. Somos sempre os estrangeiros do outro, já que nos caracterizamos
como vizinhos de pessoas que, na maioria dos casos, mal nos conhecem e também não
conhecemos. Nas novas aglomerações urbanas, essa diferença vem sendo encarada
através da criação de fronteiras com o “estrangeiro”, tentando construir moradias em que
não há brecha para qualquer figura externa, sendo o nosso lugar acolhedor, longe de toda
a “loucura” da cidade.
Conclui-se então que esta obra é relevante para a discussão da análise dos
movimentos urbanos, processos de segregação e a crescente onda de xenofobia mundial.
Mesmo com os problemas das relações interpessoais pós-modernidade, é possível
observar que o autor sinaliza esperanças para que os seres humanos vivam de forma
pacífica e respeitando as diferenças de cada um. Na frase “levar essa compaixão e essa
7
solicitude para a esfera planetária” , releva a sua maior preocupação com a
contemporaneidade. Esta sociedade moderna é determinada por diversos aspectos,
principalmente aqueles resultantes da globalização e da industrialização. O mundo
globalizado tem tanto seu lado positivo, quanto negativo, já que atualmente o capitalismo
se estende em todo o hemisfério. Dessa forma, ao mesmo tempo em que nas grandes
cidades há mais oportunidades e escolhas para as pessoas por causa das grandes empresas,
as mesmas causam os maiores problemas da época, como o medo, a insegurança e a
fragilidade dos indivíduos. Assim, tornando-se responsável pela transformação do espaço
e do tempo, atuando de maneira contraditória e gerando conflitos e mudanças nas relações
e nas posições sociais das pessoas. Atualmente, essas cidades são locais onde a pobreza
se encontra em qualquer lugar, assim como o medo e a insegurança. De acordo com
Bauman, devemos reduzir o medo de estranhos e aumentar a vontade exacerbada de
conviver com os mesmos, para assim, resolvermos os problemas da cidade moderna com
compaixão, solidariedade e a valorização daquele mesmo espaço que é ocupado por
muitos.
6
BAUMAN, 2009, p. 37
7
Ibid., p. 44
Grupo: Bruna Fomm, Julia Zagury, Luiza Masset & Rafaella Scapin
G2 – Resenha crítica
Bibliografia
ARAÚJO, Janaina Lucia de. Resenha: confiança e medo na cidade. Temática, João
Pessoa, n. 7, p. 210-214, jul. 2015. Disponível em:
https://periodicos.ufpb.br/index.php/tematica. Acesso em: 25 jun. 2021.