Você está na página 1de 6

COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO

Professora Joana

Aluna: Rosemeri Titoneli Dias Guimarães RA: 23102324

Trabalho 1 Semestre

Zygmunt Bauman

Zygmunt Bauman (1925-2017) foi um sociólogo e filósofo polonês e


britânico. Foi o autor do conceito modernidade líquida o qual expressa que estamos
vivendo tempos de instabilidade e volatilidade, as ideias de emancipação,
individualidade, tempo/espaço, trabalho e comunidade estão propensas a mudar
com rapidez e de forma imprevisível. 

Falecido em 2017, Bauman foi professor emérito de sociologia nas


Universidades de Leeds (Inglaterra) e de Varsóvia (Polônia). Foi agraciado com
o Prêmio Príncipe das Astúrias de comunicação e humanidades em 2010, teve
mais de 20 obras publicadas no Brasil, dentre as quais “Modernidade líquida”,
“O mal estar da pós modernidade” e “Vidas desperdiçadas”, incluindo em suas
considerações, os  laços humanos próximos e distantes (amigos reais e amigos
virtuais), privacidade, liberdade e segurança.
 
Zygmunt Bauman - Fronteiras do Pensamento
https://www.youtube.com/watch?v=POZcBNo-D4A&t=20s
Londres, 25 de julho de 2011

Sobre o vídeo da entrevista para Fronteiras do Pensamento

Na entrevista para Fronteiras do Pensamento, de julho de 2011, ele fala da


passagem que ocorreu ao longo do século XX de "uma sociedade de produção, para
uma sociedade de consumo" e a partir daí questiona a fragmentação da vida, onde
não existe mais "projeto" e a sociedade foi "individualizada", onde não podemos
fazer nossa vida a partir de "heranças", mas criá-la pessoalmente, "a partir do zero"
e não apenas isso, "mas você tem que passar sua vida de fato, redefinindo sua
identidade".

Ele fala ainda de questões ambientes e de como assuntos globais nos


afetam mais do que afetaram gerações anteriores. Fala sobre democracia, algo em
crise, abordando os perigos que ela corre hoje em dia, após os Estados não terem
cumpridos suas promessas do pós-Segunda Guerra.

Ele segue comentando as relaçãos humanas, fazendo uma ligação entre


os Talks Shows (a ¹Ágora dos nossos tempos) e a democracia, seguindo em direção
à coisas bem presentes na vida ordinária de muitos de nós, ou seja, as relações a
partir de redes (como o Facebook),
Bauman alerta, principalmente, para a urgência da reinvenção dos laços
humanos. Entende-se, com ele, que as identidades tradicionais se dissolveram na

efemeridade afetiva da modernidade líquida.


Termina então falando sobre felicidade, afirmando que existem muitas
formas de ser feliz e não apenas uma, recordando o que escrevera em seu livro  A
Arte da Vida, onde diz que existem "dois fatores relativamente independentes que
dão forma à vida humana: um é o destino (...) e o outro é o caráter"; dois fatores que
se dividem entre aquilo que não temos poder de ação e aquilo que é produzido por
nós individualmente e, portanto, pode ser melhorado, aperfeiçoado. 

¹ O que significa ágora em Filosofia?


O termo ágora tem origem na língua grega e significa “espaço aberto para reunião”; no
início da história da Grécia, designava a área de uma cidade onde os cidadãos nascidos livres
podiam se reunir para ouvir anúncios cívicos, organizar campanhas militares ou discutir política.

O assunto primordial que permeia a obra é a insegurança. Um fenômeno


resultante da "vontade de liberdade", uma marca, segundo o autor, da pós-
modernidade, princípio que se opõe diretamente à projeção em torno de uma vida
social estável, na ordem moderna. Em um mundo globalizado, a sociedade não é
mais protegida pelo Estado, ou pelo menos é pouco provável que confie na proteção
oferecida por este. Ela agora está exposta à rapacidade de forças que não controla
e não espera, nem pretende, recapturar e dominar. Assim sendo, a obra em análise
contribui para o entendimento e compreensão dos fenômenos sociais que nos
cercam, e indica como interagir de modo adequado e com efeitos previsíveis.

Quem tem laços afetivos está em segurança, mas, às vezes, quer liberdade.
Quem não ama, tem total liberdade, mas sente falta do amor, e da segurança que
ele proporciona. O sociólogo Zygmunt Bauman destaca, porém, que nunca viu quem
tenha conseguido conciliar ambas as coisas, dois valores tão importantes para a
felicidade das pessoas. 

Nesta entrevista Zygmunt Bauman resume alguns de seus pensamentos


sobre democracia, amizade, felicidade, redes sociais, liberdade e segurança.
Um pouco mais sobre Bauman e sua filosofia.

“Vivemos tempos líquidos. Nada é feito para durar.”

Tudo isso é verdadeiro e profundo,mas a análise apurada que existe por trás
dessa citação, o caminho trilhado até essa conclusão, foi fruto de uma das mentes
mais sagazes de nosso tempo, uma mente capaz de trazer um debate
essencialmente acadêmico para a realidade cotidiana, o que condiz com suas
próprias ambições de atingir um público composto de pessoas comuns esforçando-

se para ser humanas no mundo mais e mais desumano.


Bauman nasceu na Posnânia, na Polônia, em 1925 onde passou sua
infância, em 1939 como era de uma família judia foi obrigada a se mudar pra União
Soviética fugindo dos nazistas que invadiram seu país. Durante os adolescência na
Rússia, motivado pelo desejo de desvendar e solucionar os mistérios do universo,
Bauman cursou dois anos de física em uma faculdade por correspondência, já que
os imigrantes não podiam viver em cidade grande, onde ficava na universidade. Aos
18 anos de idade ele se alistou no exército vermelho, com a esperança, de retornar
assim, a sua terra natal e combater suas fileiras durante os anos finais da segunda
guerra. Com o fim da guerra, Bauman voltou para a Polônia encontrou um cenário
devastador, a ocupação nazista havia arruinado o país e agravado sua condição
anterior de miséria de desemprego em massa, de conflitos éticos e religiosos
aparentemente insolúveis e de exploração de classe brutal. O projeto tópico de
modernidade, que estava em andamento na Europa e que previa a construção de
uma sociedade mais humana e melhor estruturada para promover a felicidade e a
dignidade humana, parecia ainda mal ter começado a engatinhar na Polônia, isso
gerou em muita gente a necessidade de trabalhar para construir as condições em
que esse ideal de modernidade pudesse florescer. Foi o que levou o Bauman a
estudar Sociologia na universidade de Varsóvia, por razões ideológicas o curso foi
instinto e ele acabou se formando em filosofia, foi nesse período que conheceu
Janina Lewinson Bauman, com quem permaneceu casado por toda sua vida teve
três filhas e que foi além de sua companheira amada, uma grande fonte de
inspiração. No início de sua carreira acadêmica, Bauman esteve fortemente
vinculado ao Marxismo Ortodoxo, tanto, que já no início dos anos 40, tinha se filiado
ao partido operário unificado polaco, o partido comunista polonês, e serviu de 1945 a
1953 em uma unidade militar da Polônia Stalinista, mas com o tempo, ele se tornou
um crítico ferrenho do comunismo, atacando severamente o governo polonês, seus
estudos, o aproximaram das idéias de Gramsci e Simmel, o que o conduziu a uma
visão
humanista do Marxismo afastando da doutrina original, apesar disso
afirmava humildemente:” eu nunca me tornei antimarxista como a maioria se tornou,
eu aprendi muito com o Marx e sou agradecido”. Em 1950 ele iniciou seu mestrado
em filosofia concluído em 1954, quando se tornou Professor assistente na
universidade de Varsóvia, onde defendeu seu doutorado em sociologia, entre 1956 e
1957 realizou na London School Economy seu pós-doutorado sobre a classe
operada Inglesa, em seguida continuou a lecionar na universidade de Varsóvia até

1968,
quando
Georg Simmel - Sociólogo alemão 1
uma série
Antonio Gramsci – Filósofo 1
de revoltas estudos clamando por mais democracia levou o Partido
Comunista cada vez mais radical a perseguir e expulsar os judeus comunistas que
criticavam suas tendências autoritárias. Nesse contexto Palma foi demitido e expulso
de vez no Partido Comunista e obrigado a deixar novamente seu país, lecionou
então por três anos na universidade Telaviv, em 1971 aceitou o convite para ser
chefe do departamento de sociologia na universidade de Lydsney na Inglaterra,
cidade onde viveu até a sua morte em 2017 aos 91 anos de idade. O Legado de
mais de meio séculos de dedicação a um misto de sociologia e filosofia em prol da
busca por uma sociedade mais justa, passa por diversas questões teorias, mas sem
dúvida sua a contribuição mais impactante está associada ao seu conceito de
modernidade líquida. (O pensamento de Bauman não se presta ao recente debate
maniqueísta, sobre esquerda e direita comunismo e capitalismo). Ele se diz
socialista por acreditar que esse pensamento funciona como uma faca afiada,
pensada contra as flagrantes injustiças da sociedade. Mas isso não impediu de
criticar os governos comunistas já que ele defende que sua sociologia não serve
para fortalecer estados e ser uma arma para o poder, mas sim para dar voz aos
cidadãos, assim pouco importa o sistema político, desde que não promova uma
sociedade individualista e carente de valores morais, por isso, assim como ele
criticou as maselas do comunismo ele criticou também os absurdos neoliberalismo,
que fornece grande parte dos ingredientes para sua visão de modernidade líquida,
que pode ser caracterizada, como uma fase da era moderna em que as incertezas
se diluem e as estruturas sociais e de poder não possuem uma forma fixa rígida,
mas ao contrário, se moldam e remodelam com a fluidez líquidos, uma sociedade
que as relações de trabalho adquirem novos contornos a cada dia, os
relacionamentos amorosos e de amizade, se tornam altamente descartáveis e as
pessoas, perdem a capacidade de planejar seu futuro.

Sustentabilidade
Ética
Dign
idade

Você também pode gostar