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UNIVERSIDADE CEUMA

PRÓ-REITORIA DE COMUNICAÇÃO
COORDENAÇÃO DO CURSO DE PUBLICIDADE &
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INARA DELEANA CASTRO FERREIRA RA: 076569
IZABELLA INGRYD BEZERRA PESSOA RA:068422
DÉBORA WALERIA COSTA PONTES RA:079447
FERNANDA CRUZ PONTES BAYMA RA:006479

Resumo do quinto capítulo "As origens recentes: os meios de


comunicação pelo viés do paradigma da sociedade de massa"

SÃO LUÍS
2024
1- Angústias e interesses acerca da sociedade e cultura de massa

Foi através dos questionamentos feitos por estudantes no curso de Comunicação Social,
que surgiu a necessidade de levantar uma discussão sobre a sociedade de massa. Diante
de tais questionamentos, mesmo com dificuldade para dar uma resposta, gerou-se um
impulsionamento acerca das reflexões sobre a sociedade e sobre a comunicação em
massa. Todos esses questionamentos se mostram muito essenciais para o entendimento
dentro de um panorama geral acerca da sociedade e como tudo isso se reverbera através
dos meios de comunicação. E entre tudo isso, encontrar um entendimento tentando
compreender todas as abordagens já criadas e estudadas até aqui. O texto a seguir é fruto
dos questionamentos trazidos em sala de aula a respeito da sociedade e da comunicação
em massa e como isso é entendido no decorrer de todos os processos.

2 - Da sociedade moderna à sociedade de massa


A reflexão sociológica do século XIX no tocante à sociedade moderna deu origem aos
termos cultura e meios de comunicação em massa, um trabalho de reflexão acumulado ao
longo de várias décadas. No decorrer do século 19 ocorreram várias transformações, em
especial na Europa e nos Estados Unidos. Tais mudanças foram os principais objetos de
reflexão das ciências sociais. A distinção entre sociedade antiga (Gemeinschaft) e
sociedade moderna (Geselschaft) foi crucial para entender as transformações sociais. Na
sociedade moderna, em oposição à antiga, ocorre um deslocamento maciço da população
para as cidades na Europa. Esse movimento resulta em concentração populacional nos
espaços urbanos, marcados pela urbanização e industrialização, levando à massificação.
Surgem organizações de massa, como partidos e sindicatos, refletindo reivindicações
coletivas, manifestações culturais, como cinema e esporte, também seguem essa
tendência. As massas deixam de ser camponesas, passando a caracterizar-se pelo novo
trabalho. Karl Marx analisa essas mudanças, destacando o proletariado urbano como centro
das novas formas de produção, marcando uma sociedade industrializada centrada na
indústria e na técnica, com uma especialização crescente das tarefas.

A especialização é central na sociedade moderna, afetando diversos aspectos da vida


social, como preferências culturais e papeis sociais. No entanto, as pessoas são
identificadas e reivindicam com base em suas especialidades, enfraquecendo os laços
tradicionais e promovendo relações contratuais. A transição da sociedade antiga para a
moderna é analisada principalmente através da divisão do trabalho, industrialização e
urbanização, com diferentes perspectivas de sociólogos como Émile Durkheim, Ferdinand
Tönnies e Max Weber. Durkheim argumenta que a especialização do trabalho pode
enfraquecer a consciência coletiva, levando ao isolamento e, às vezes, ao suicídio. A
sociologia do século XIX surgiu em resposta às desorganizações sociais causadas pela
Revolução Francesa, pela sociedade americana e pela Revolução Industrial, centrando-se
na transição entre o antigo e o moderno e no medo da desintegração social. A formulação
da sociedade de massa emerge como uma resposta à crítica da desintegração social na
sociedade moderna. Além das abordagens europeias, Alexis de Tocqueville contribuiu com
sua análise da sociedade americana e dos princípios democráticos, apontando a
centralização como uma causa da decadência da aristocracia e defendendo a liberdade
como contraponto à igualdade promovida pelo liberalismo político.Tocqueville enfatiza a
tensão entre igualdade e liberdade na sociedade democrática.

3- “Da sociedade de massa ao homem-massa ou a ontologia da


sociedade de massa”:

(Débora)

O autor faz uma interessante colocação sobre a sociedade de massa e suas


características. Percebe-se que a sociedade de massas é constituída do poder que
a influência universal exerce sobre os indivíduos.

Le Bon: Dentro desse contexto, o autor, Giovandro Ferreira, cita o sociólogo Le Bon
e seus pensamentos, para construir sua tese sobre tal influência. Nessa citação
pode-se perceber que o sociológico traz a ideia de uma “alma coletiva”, uma certa
união de mentes, de sentimentos e sensações por determinadas situações e
problemáticas apresentadas a essa multidão, com a ideia de que essa, por sua vez,
possui sua própria natureza. Em seus pensamentos, também há a narrativa da
existência de uma grande influência por parte da mistura de diferentes origens
étnicas, essas impulsionam certas codificações em pensamentos, culturas e ideais.
Trata a ideia de que a sociedade de massa, ou multidão, engloba o indivíduo por
uma “contaminação mental”, gerada pelas características raciais, hereditárias e
populares, sendo então denominada pela expressão citada, “alma coletiva”.

Ortega y Gasset: o autor, Giovandro, também faz menção ao filósofo Ortega, e sua
tese do homem-massa. Primeiramente, trazendo conceito de sociedade de massa
dito em seu livro “A rebelião das massas” analisa-se que ele traz a ideia de que
esse homem-massa é considerado assim por está inserido numa sociedade que:

- “[…]Deste modo se converte o que era meramente quantidade - a


multidão — numa determinação qualitativa: é a qualidade comum, é o
mostrengo social, é o homem enquanto não se diferencia de outros
homens, mas que repete em si um tipo genérico.[…]”,

ou seja, ele não tem seus próprios limites nem pensamentos, mas se adequa a dito
“monstrengo social”, o homem vazio em sua existência, sendo ele então,
abrutalhado, violento e promotor do esgarçamento social. Considera também, as
duas instituições maiores:

- as organizações sociais e os indivíduos que são moldados por essas


organizações.

Por fim, o autor traz a conclusão de seus estudos sobre o tópico em questão
discorrendo que dentro dessa análise, faz-se necessário uma leitura sociológica e
psicológica, pois trata-se de questões complexas que se expõem em relevos e
meandros, ou seja, diferentes níveis e críticas sociais.

4 - "Os meios da comunicação no contexto da sociedade de


massa" : Da teoria Hipodérmica ao agendamento (agenda setting)

Abordagens que estiveram presentes ao longo do século XX, acerca do paradigma da


sociedade de massa.

Teoria Hipodérmica: sociedade de massa e behaviorismo.

Evidência a onipotência do mass media e da sociedade, e a vulnerabilidade do indivíduo e


do público. A teoria hipodérmica associa o público ao tecido humano, atingido por uma
substância, a informação, e todo o corpo social é atingido. A teoria social é originária da
crítica à sociedade moderna. O homem massa perde seus vínculos com a sociedade por
conta da falência das instituições ou laços primários que socializam os indivíduos. As
abordagens que utilizam o paradigma da sociedade, usam como pré requisito a fragilidade e
a impotência dos indivíduos. De acordo com a teoria hipodérmica, a força dos meios de
comunicação é proveniente do indivíduo sob a égide da psicologia behaviorista, e o
afrouxamento do tecido social. Sob essa ótica, os meios de comunicação preenchem o
vazio deixado pelas Instituições ineficazes, e passa a ditar o comportamento dos indivíduos.

Teoria crítica : da sociologia heterodoxa à psicanálise ortodoxa.

A partir da teoria crítica, a perspectiva da sociedade de massa deve ser vista a partir da
noção a partir do desenvolvimento da razão. Segundo Adorno, a teoria crítica da sociedade,
precisa partir do ataque à raiz da sociedade moderna, pela razão ter deixado de ser crítica,
e passar a ser técnica. A indústria cultural, que é formada principalmente pelos mass media,
é parte do desenvolvimento da razão degenerada, importante instrumento para
funcionalidade social, portanto, a indústria cultural é um sistema. A teoria crítica cancela
toda a possibilidade de consumir a cultura de maneira crítica. Os efeitos da indústria cultural
são determinantes entre o produto e o consumidor.

4.1 - Tema: “A Agenda Setting e a Espiral do Silêncio”.

(Inara)

● O que é a agenda setting?

A agenda setting que, na tradução fica como "configuração da agenda" é um termo da


teoria da comunicação, onde propõe que os meios de comunicação (mídia, internet) não só
transmitem ideias e informações, mas também influenciam e determinam os gostos das
pessoas. No espaço digital, a agenda setting pode ser relacionada com o que conhecemos
hoje como "algoritmo". O que nada mais é que uma função que as as plataformas digitais,
como o YouTube, Instagram e Twitter usam para definir e recomendar o que um usuário
consome. Quanto mais o usuário pesquisar sobre determinado assunto, mais conteúdos
relacionados a isso vão aparecer em suas contas.

● O que é a Espiral do Silêncio? E qual é a visão de Elizabeth Noelle-Neumann sobre


isso:

A espiral do silêncio é uma teoria desenvolvida pela cientista política alemã Elisabeth
Noelle-Neumann. Ela sugere que as pessoas têm medo de se sentirem isoladas
socialmente e, por isso, tendem a não expressar opiniões que acreditam serem minoritárias
em determinado ambiente. Isso leva a uma espiral de silêncio, onde opiniões consideradas
dominantes ganham mais espaço, enquanto as minoritárias são suprimidas. A Espiral do
Silêncio está diretamente ligada ao "Efeito Manada", termo que, é recorrente visto na
Internet, onde as pessoas costumam opinar/argumentar sobre determinado assunto que
está em alta, (mesmo que elas não tenham argumentos e opiniões individuais e
embasadas) e, isso pode levar à uma opressão de grupos menores que não concordam ou
vão contra suas ideias.

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