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Teoria Crítica
Principais autores: Theodor Adorno, Max Horkheimer, Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Habermas.
Teóricos do Instituto de Pesquisas Sociais - fundado em 1923, junto à Universidade de Frankfurt . Desilusão de
grande parte dos intelectuais com respeito às transformações do mundo contemporâneo.
1931 – Horkheimer assumiu a direção do Centro que se associava à Universidade de Frankfurt. Com a ascensão do
nazismo na Alemanha, os principais integrantes do Instituto – com exceção de Walter Benjamin, que se
suicidou na fronteira da França com a Espanha, em 1940 – emigraram para a França e depois para os Estados
Unidos (1950).
Em contato com a sociedade de massas norte americana, os teóricos frankfurtianos direcionaram seus estudos
para a cultura de massas, elaborando o que consideravam uma “teoria crítica” da sociedade.
Dois conceitos importantes foram criados durante o exílio nos Estados Unidos:
a Dialética do Esclarecimento e a Indústria Cultural.
Dialética do Esclarecimento - Uma crítica à ideia de que a razão libertaria a humanidade, de que a evolução
tecnológica elevaria a sociedade a um estágio superior. Para os frankfurtianos, o Iluminismo (movimento
intelectual europeu do séc, XVII) libertou o homem da emoção, do misticismo, mas o acorrentou à razão.
A racionalidade técnica, na sociedade capitalista, em lugar de garantir a autodeterminação dos indivíduos, os
submeteu à dominação econômica, sem condições de se insurgir contra o sistema estabelecido.
A indústria cultural – Foi utilizado pela primeira vez por Horkheimer e Adorno na Dialética do Iluminismo (texto
iniciado em 1942 e publicado em 1947). o mercado de massas impõe estandardização e organização; os gostos
do público e as suas necessidades impõem estereótipos e baixa qualidade. A máquina da indústria cultural, ao
preferir a eficácia dos seus produtos, determina o consumo e exclui tudo o que é novo, tudo o que se
configura como risco inútil.
A sociedade é sempre a vencedora e o indivíduo não passa de um fantoche manipulado pelas normas sociais.
(Adorno, 1954, 384).
A influência da indústria cultural, em todas as suas manifestações, leva a alterar a própria individualidade do
consumidor. Algo de semelhante acontece com a resistência do ouvinte [de música ligeira ou popular] em
virtude da enorme quantidade de forças que agem sobre ele. Quando a música ligeira se repete com tal
intensidade que deixa parecer um elemento intrínseco ao mundo natural, [...] a unidade da individualidade
começa a desmoronar-se. (Adorno, 1941, 44).
Segure o tchan
Pau que nasce torto
Nunca se endireita
Menina que requebra
A mãe pega na cabeça
Pau que nasce torto nunca se endireita
Menina que requebra
A mãe pega na cabeça...
Num consumo deste tipo, a linguagem da música é transformada, por processos objetivos, numa linguagem que os
consumidores pensam ser a sua, uma linguagem que serve de receptáculo às suas necessidades
institucionalizadas. (Adorno, 1941, 39).
Com efeito, a mensagem oculta pode ser mais importante do que a que se vê, já que escapará ao controle da
consciência, não será impedida pelas resistências psicológicas aos consumos e penetrará provavelmente no
cérebro dos espectadores.
Para a Teoria Crítica, são instrumentos de reprodução de massa que, na liberdade aparente dos indivíduos,
reproduzem as relações de força do aparelho econômico e social.
Teoria Culturológica
A Escola Francesa - Ramo de estudos desenvolvidos na França; Tem seu marco inicial na obra “Cultura de massa no
século XX: o espírito do tempo”, de Edgar Morin. (1962).
Edgar Morin - Edgar Morin nasceu em Paris em 8 de julho de 1921, filho de Vidal Nahoum e Luna Beressi, judeus
morando na França. É sociólogo, antropólogo, historiador e filósofo, considerado um dos maiores intelectuais
contemporâneos. Diretor do Centro Nacional de Pesquisa Científica, fundador do Centro de Estudos
Transdisciplinares da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris. Autor de mais de trinta livros, é
considerado um dos pensadores mais importantes do século XX.
Objeto de estudo - Os meios de comunicação, mas não a partir dos seus efeitos sobre o público, mas na
identificação de uma nova forma de cultura na sociedade contemporânea, a cultura de massa, gerada
essencialmente a partir dos mass media.
Para Morin
Cultura - um sistema constituído de valores, símbolos, imagens e mitos que dizem respeito quer à vida prática quer
ao imaginário coletivo, compondo toda uma dimensão simbólica que permite aos indivíduos se localizarem no
grupo, que formam uma espécie de “atmosfera”, e que permeia a inserção dos sujeitos no mundo.
A Cultura de massa - É uma realidade que não pode ser tratada a fundo a não ser com um método, o da
totalidade. Devemos tentar ver aquilo a que chamamos “cultura de massa” como um conjunto de cultura,
civilização e história.
Contrasta com a Teoria Crítica - Morin não vê a indústria cultural como um sistema harmonioso, construído do
alto para a manipulação dos homens;
Nesse sentido é possível falar que, na França, tratava-se do mesmo tema que a Escola de Frankfurt, mas de um
outro lugar teórico, de uma perspectiva diferente que buscava dar conta da complexidade. A cultura de massa
fornece os mitos que conduzem as aspirações individuais da coletividade; Mas ao mesmo tempo que a cultura
de massa abastece o imaginário coletivo, ela também se supre dos mitos desse imaginário. Surgem os heróis
contemporâneos: não somente astros de cinema, mas todos aqueles que se destacam das pessoas comuns,
por sucesso, nobreza, talento ou riqueza.
Mitos de auto-realização da vida privada
Vão ditar as normas de conduta, não por imposição, mas por corresponderem às expectativas e necessidades dos
indivíduos;
Temas fundamentais da cultura de massa:
● Felicidade: euforizante. Dicotomia entre a prioridade dos valores afetivos e dos valores materiais;
Entre o ser e o ter; Ao mesmo tempo, a busca da conciliação dessas forças antagônicas.
● Liberdade - de não estar sujeito às normas sociais e às leis; em todos os níveis: individual, afetivo ou
íntimo.
● Juventude - A incessante busca pelo elixir da juventude eterna; Promoção de valores juvenis.
Teoria Culturológica - Tem como pressuposto a ideia de que os aspectos ambientais, históricos, sociais e
econômicos devem ser considerados no processo de interpretação e compreensão da cultura de massa.
Sincretismo - É o termo mais adequado para traduzir a tendência para homogeneizar a diversidade dos conteúdos.
O papel do sincretismo na cultura de massa liga-se aos fatores estruturais que a constituem. Acarreta, por
exemplo, a tendência para a homogeneização entre os dois grandes setores da cultura de massa: a informação
e a ficção. Enquanto a ficção se tinge de realismo, as intrigas romanescas têm a aparência de realidade.
● Interesse em Obter Informação: Escassez de interesse, apatia social, dificuldade de acesso à informação e outros
fatores fazem com que uma grande parte da sociedade simplesmente opte por não tomar conhecimento de uma
campanha. Quanto mais expostas as pessoas são a um determinado assunto, mais o seu interesse aumenta.
● A Percepção Seletiva: Os elementos do público não se expõem aos meios de comunicação num estado de nudez
psicológica, apresentam-se revestidos e protegidos por predisposições.
A interpretação transforma e adapta o significado da mensagem recebida, podendo resultar em decodificação
aberrante (ruído).
● A Memorização Seletiva: Aspectos que estão em consonância com os valores e atitudes do receptor são
memorizados num grau mais elevado do que os outros, e essa tendência se acentua à medida que vai decorrendo
o tempo de exposição da mensagem.
Teoria Hipodérmica
Teoria Hipodérmica – Os meios de comunicação têm um efeito imediato e poderoso no público, modificando
comportamentos, alterando atitudes e interferindo diretamente na mente das pessoas.
Os efeitos são dados como certos. Se houve um estímulo, com certeza, haverá uma resposta e a mensagem será
recebida exatamente da forma como foi emitida. A questão psicológica é a mais importante e trata diretamente da
persuasão.
Função de Reintegração – A experiência anterior contribui para focarmos nossa atenção nas especificações da
mensagem, valorizando apenas as partes da imagem.
Ex: Se olharmos para uma fotografia só com o rosto de uma pessoa, somos capazes de reintegrar na imagem o seu
corpo, em função da nossa experiência anterior esta capacidade chama-se função de reintegração.