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SOCIOLOGIA
A fundação do "Instituto para Pesquisa Social" (Institut für Sozialforschung) se daria somente em 22
de junho de 1924. Era um anexo da Universidade de Frankfurt que estava sob a direção de Carl
Grünberg. Ele dirigiu a instituição até 1930, ano em que assume Max Horkheimer. Mais tarde, com a
ascensão do nazismo, o instituto é transferido para Genebra e Paris. Em 1935, foi transferido para
Nova Iorque, Estados Unidos. Ali, será acolhido pela Universidade de Colúmbia, até 1953, quando o
Instituto para Pesquisa Social retorna à Frankfurt definitivamente.
Dessa forma, a ideia da verdade passa a depender meramente das preferências subjetivas do
indivíduo. O nosso ministro da Educação, por exemplo, considera inútil o investimento em Ciências
Humanas.
Horkheimer afirma que “o homem comum afirmará que as coisas razoáveis são aquelas que são
evidentemente úteis”. A razão instrumental busca sempre a dominação sobre a natureza, sobre os
seres humanos e sobre o próprio indivíduo.
Portanto, segundo Adorno e Horkheimer, graças à razão instrumental, o homem forja uma
relação de instrumentalidade com a natureza. O homem usa e domina a natureza, colocando-a no
patamar de “objeto”.
Nesta mesma obra, os autores criticam o Iluminismo, que estimulou o desenvolvimento dessa razão
instrumental e controladora que predomina na sociedade contemporânea. Eles mostram a ligação
do Iluminismo com a razão instrumental e com o domínio sobre a natureza. Eles também associam
o Iluminismo ao capitalismo, à autopreservação e à repressão que surge por meio dele.
Adorno argumenta que os seres humanos que fazem parte de uma sociedade moderna vivem uma
vida pré-programada, tanto em relação ao trabalho como em relação ao lazer. Mesmo durante
seus momentos de lazer, quando conseguem fugir da monotonia de seu trabalho, eles nada mais
fazem que se transformam de produtores para consumidores. Não se tornam indivíduos livres, que
contribuem para a sociedade, seja no trabalho ou em suas atividades recreativas. Assim, ocorrera a
morte da razão crítica, que fora asfixiada pelo capitalismo.
A expressão indústria cultural foi usada pela primeira vez no livro “Dialética do Esclarecimento”, de
Theodor Adorno e Max Horkheimer (1895-1973). Eles foram dois importantes pensadores de um
instituto de pesquisa alemão conhecido como Escola de Frankfurt.
Curiosamente os autores citados afirmaram ter criado o termo “indústria cultural” justamente para
se contrapor ao conceito “cultura de massas”, pois eles entendiam esta nomenclatura como uma
produção de caráter espontâneo de uma determinada comunidade, em outras palavras, eles
entendiam ‘cultura de massas’ como sinônimo de ‘cultura popular’. Portanto, apesar desta distinção
de conceitos, podemos aproximar ‘indústria cultural’ de ‘cultura de massas’ se levarmos em
consideração que esta última não é sinônimo de ‘cultura popular’, mas sim uma manifestação
maquinal produzida sob a égide do capital.
Com a ascensão de Hitler, os membros da Escola de Frankfurt tiveram que ir embora da Alemanha.
Adorno (1903- 1969) e Horkheimer viveram na pele o horror dos regimes fascistas na Europa. Mas,
ao se refugiarem nos Estados Unidos, assustaram-se com uma sociedade capitalista onde tudo se
media pela cifra do dinheiro, inclusive a cultura.
Na virada do século XIX para o século XX, o mundo ocidental conheceu uma nova forma de
produção cultural. O método de produção em larga escala, difundido por Henry Ford, começou a se
estender. Os avanços tecnológicos possibilitaram o surgimento de novas formas de expressões
artísticas e o estabelecimento de novas relações entre o público e a arte.
O cinema, por exemplo, é uma dessas expressões. A gravação de determinada sequência de cenas
pode ser copiada e o filme pode ser visto por diversas pessoas em diversos lugares do mundo. É
certo que essa possibilidade de alcançar muitas pessoas é boa. Porém, os filósofos que citei logo
acima perceberam que havia algo não tão positivo nessa nova realidade.
Por conta disso, Max Horkheimer e Theodor Adorno, observando esse novo momento do fazer
artístico, cunharam o termo “indústria cultural”.
Indústria cultural é o termo usado para designar esse modo de fazer cultura, a partir da lógica
da produção industrial. Significa que se passou a produzir arte com a finalidade do lucro. A
indústria cultural é fruto da oportunidade de expansão da lógica do capitalismo sobre a cultura.
Para se obter lucro com o cinema, por exemplo, é preciso fazer um filme que agrade o maior número
de pessoas. Dessa forma, criam-se alguns padrões, como o vilão e o mocinho, as histórias de amor,
os finais felizes. No fundo, toda a produção artística fica padronizada e não há muito espaço para
o novo. Todo esse processo de padronização ocorre também no universo da música. Um ritmo ou
artista de sucesso logo é “copiado”, não possibilitando aos ouvintes a escolha, já que é tudo muito
parecido. Outro problema é que não há mais espaço para a liberdade de criação. No caso da
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música, a composição precisa estar de acordo com o produtor musical, com o empresário, com o
dono da gravadora. No fundo, a lógica da produção artística é a mesma da produção industrial,
onde cada um “aperta um parafuso” sem conhecer todo o processo. O importante é sempre vender
muitos álbuns, não importando muito a qualidade musical.
Essa indústria da cultura, produzindo essa cultura para as massas, faz com que se entre num círculo
vicioso. A indústria define qual tipo de arte pode ser consumido; e parte do público que não se
rebelou com os padrões impostos passa a perder a sua capacidade de julgar e de perceber algo
bom. Com isso, a indústria cultural passa a produzir mais arte de péssima qualidade e o público
consome essa arte. Disso resulta arte sempre com qualidade inferior e público sempre com gosto
inferior. Essas atividades se organizam em termos industriais, produzidas para o mercado e para a
maximização do lucro.
5. O caráter de montagem dos produtos: a arte passa a ser um produto montado, tal qual um
carro ou qualquer objeto industrializado.
7. O consumidor passivo.
Além disso, com o avanço tecnológico, mais pessoas tenham acesso às ferramentas para a
produção cultural. Benjamin não viu o mundo tecnológico que temos hoje, mas o que ele pensou
pode ser observado. O barateamento da tecnologia permitiu que muitos artistas gravassem em
estúdios improvisados nas suas garagens e quartos. O computador é uma dessas ferramentas que
possibilitam uma abertura para o mundo, democratizando o acesso à cultura.
Benjamim acreditava que a reprodutibilidade e, por sua vez, o “declínio da aura”, da originalidade
da obra de arte, proporcionaria o acesso das obras de arte à população e que reprodução técnica
seria instrumento de democratização do saber artístico. Certo disso, Benjamim afirma que a
reprodução técnica “pôde, principalmente, aproximar o individuo da obra, seja sob a forma de
fotografia, seja do disco. A catedral abandona seu lugar para estalar-se no estúdio de um amador;
o coro, executado numa sala ou ao ar livre, pode ser ouvido num quarto.” Nota-se facilmente que
Benjamin atribui à arte e, por sua vez, também à reprodutibilidade, um caráter político, que poderia
facilmente ser chamado de democratizante. De certa forma, não se pode negar, que em algumas
situações, tal reprodução age no cumprimento desse objetivo. Ela proporcionou a apreciação de
grandes clássicos, antes restrita a uma pequena minoria de privilegiados.
Segundo Marcuse, um dos pesquisadores da chamada Escola de Frankfurt, tais forças externas
são resultantes de:
a) legado social.
b) patrimônio político.
c) produto da moralidade.
d) conquista da humanidade.
e) ilusão da contemporaneidade.