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ESCOLA DE FRANKFURT

Postado por Ailton Sena em 05/10/2020 e atualizado pela última


vez em 05/10/2020

Conheça as contribuições dessa instituição


para o pensamento moderno

A Escola de Frankfurt foi uma das instituições mais


importantes para pensar a cultura e a sociedade. Ela surgiu no
início do século XX e seus pensadores desenvolveram reflexões
filosóficas e sociológicas que orientam a realização de estudos
e de reflexões críticas até os dias de hoje. A escola era formada
por pensadores marxistas do Instituto para Pesquisa Social,
vinculado à Universidade de Frankfurt, na Alemanha.

A Teoria Crítica e o conceito de Indústria Cultural estão entre


as principais contribuições oferecidas pelos teóricos da Escola
de Frankfurt. A primeira recebe esse nome porque apresenta
uma postura crítica à construção cartesiana do pensamento
presente nas teorias positivas e também pela leitura crítica que
ela propõe ao pensamento de Karl Marx. A Indústria Cultural diz
respeito à padronização de produtos da cultura.

As implicações do contexto histórico no


pensamento da Escola de Frankfurt

O contexto histórico em que surge a Escola de Frankfurt


coincide com marcos acontecimentos importantes da história
mundial. No início do século XX, nos 1920, acontece a Primeira
Guerra Mundial e, ao final da década, o mundo irá sucumbir à
crise de 1929. Nesse período, as discussões em torno da
implementação de regimes socialistas ganhavam força, ainda
que houvesse diferentes perspectivas acerca de como deveria
ser feito.

Uma das perspectivas era a defendida pelos intelectuais que,


mais tarde, iriam integrar a Escola de Frankurt. Para eles, era
importante que as ideias de Marx foram implementadas tendo
em vista o cenário observado no século XX. Essa foi uma das
questões discutidas no Primeira Semana de Trabalho Marxista,
que resultou na criação do Instituto de Pesquisa Social.

A Escola de Frankfurt era formada por pensadores marxistas (Imagem:


Pixabay)

O contexto de mudanças tecnológicas e reconfiguração social


vivido durante o período de surgimento da Escola de Frankfurt
também contribuiu para que os filósofos questionassem as
ideias apresentadas pelos iluministas. Os frankfurtianos
colocaram em xeque a ideia de que o avanço moral da
sociedade caminharia lado a lado com o avanço científico que
deveria ser compartilhado pela escolarização.

Essa perspectiva era defendida por iluministas,


como Voltaire, Montesquieu, Diderot e D’Allambert. E estava
presente no pensamento positivista, que prega a ideia de que o
avanço social somente acontece com a criação e disseminação
científica, que possibilitaria a reorganização social tendo como
foco o desenvolvimento europeu, em especial o francês.

A experiência da Primeira Guerra Mundial e a perseguição


nazista são os, principais, fatos que evidenciam para os
filósofos frankfurtianos como o pensamento Iluminista e do
Positivismo estavam equivocados. Nesse sentido, é importante
ressaltar que os pensadores da Escola de Frankfurt eram judeus
e em decorrência da ascensão do nazismo, o Instituto de
Pesquisa Social foi transferido para Genebra e Paris. Em
seguida, mudou para Nova Iorque e só voltou à Frankfurt em
1953.

O conceito de Industria Cultural é uma das grandes


contribuições dada pela Escola de Frankfurt. Ele denuncia a
existência de uma lógica de produção padronizada, como a
existente nos contextos industriais de fabricação seriada, no
fazer artístico e cultural. Esse fenômeno teria se tornado
possível em virtude das mudanças ocorridas nas formas de
trabalho e pela emergência dos meios de comunicação.

Os pensadores da Escola de Franfurt

Como já foi dito anteriormente, a Escola de Frankfurt era


formada por pensadores marxistas. Desse modo, as reflexões
produzidas por eles apresentam uma visão do sistema
capitalista. Em seus trabalhos é possível observar a denúncia
das formas de dominação presentes
na política, economia, cultura e psicologia da sociedade
moderna. Entre os nomes mais importantes estão:

 Max Horkheimer (1895-1973) - era filósofo e sociólogo. Junto


com Adorno, desenvolveu o conceito de Indústria Cultural,
presente no livro "A Dialética do Esclarecimento";
 Theodor W. Adorno (1903-1969) - foi filósofo, sociólogo e
músico. Autor dos livros "Dialética Negativa", "A Ideia de
História Natural" e defensor da educação como forma de
emancipação do sujeito;
 Herbert Marcuse (1898-1979) - seus estudos se dedicam a
apontar as relações entre capitalismo e sexualidade, bem como
as questões envolvendo raça e exclusão social;
 Friedrich Pollock (1894-1970) - foi cofundador do Instituto para
Pesquisa Social de Frankfurt. Seus trabalhos mais proeminentes
estudam as relações entre capitalismo e Estado;
 Erich Fromm (1900-1980) - suas reflexões utilizam bases do
pensamento marxista aliadas a elementos da psicanálise. Em
seus trabalhos, ele analisa as relações sociais, a família e
outras elementos que interferem na formação da pessoa;
 Jürgen Habermas – esse pensador, ainda vivo, faz parte da
segunda geração da Escola de Frankfurt. Seus trabalhos
analisam as relações entre ética e política.

Fonte de pesquisa

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/filosofia/escola-de-frankfurt
http://lattes.cnpq.br/2480282795396650

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