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Max Horkheimer 

(1895 – 1973)

Foi o principal teórico da Escola de crítica social de Frankfurt, a chamada Escola de


Frankfurt, e o principal diretor do Instituto para pesquisa social da Universidade de
Frankfurt, principal instituto ligado àquela Escola. Nasceu em 1895 na Alemanha,
abandonou os estudos para trabalhar junto com seu pai. Em 1919 começou a estudar
Filosofia e no ano de 1926, junto com Theodor Adorno, funda a escola de Frankfurt.
Em 1926 funda o “Instituto de Pesquisas Sociais” (Escola de Frankfurt) em parceria
com Theodor Adorno e assume cargo de professor em 1930 e, em 1931 é nomeado
Diretor do referido Instituto. Horkheimer e Adorno cultivaram a Teoria Crítica,
desenvolvendo intervenções teóricas sobre os problemas gerados pelo capitalismo.

Alguns aspectos gerais da Teoria

- O pensamento de Mas Horkheimer caracterizou-se pelo seu marxismo não ortodoxo e


pela orientação crítico-sociológico com base filosófica;

- Critica a razão abstrata da teoria tradicional, por julgá-la uma criadora dos mitos em
que se assenta o cientificismo;

- O homem domina a Natureza e o conhecimento se torna cada vez mais uma forma de
poder;

- As tecnologias aumentam a possibilidade de conforto para a espécie humana ao


mesmo tempo em que intensificam a exploração e a dominação.

Tanto em seu trabalho como diretor do Instituto para pesquisa social quanto em seus
ensaios de juventude, publicados na Revista de pesquisa social (Zeitschrift für
Sozialforschung, em alemão), estabeleceu a orientação para o trabalho colaborativo
entre os diversos pensadores participantes da Escola de Frankfurt nas pesquisas de
ciências sociais, incluindo análises do desenvolvimento do Estado capitalista, da
família, da cultura moderna e do fascismo. Estabeleceu também as bases filosóficas para
a crítica e a pesquisa social empreendidas pela Escola de Frankfurt.

Nesses ensaios, um deles intitulado A presente situação da filosofia social e a tarefa do


Instituto para pesquisa social, elaborou a relação de cooperação entre a filosofia e as
ciências sociais através de um materialismo histórico interdisciplinar. Uma de suas mais
importantes contribuições ao pensamento proposto pela Escola de Frankfurt foi a
distinção entre a teoria “crítica”, principal forma de análise da Escola, e a teoria
“tradicional”. Com esta distinção, demonstra-se que a teoria crítica busca a
emancipação dos seres humano em vez de apenas descrever a realidade tal qual ela se
apresenta, como o faz a teoria tradicional.

No ano de 1939, Horkheimer estabeleceu uma relação direta entre o capitalismo e o


fascismo, ao afirmar que “o fascismo é a verdade da sociedade moderna” e que “quem
não quer falar sobre o capitalismo deve calar também sobre o fascismo”, indicando,
assim, a semelhança entre esses dois modelos de sociedade, pois, como acreditava, o
fascismo funciona dentro das leis do capitalismo. Neste conjunto de afirmações de
Horkheimer encontra-se o que para ele era uma verdade: por trás das leis econômicas
encontra-se a lei do poder. A realidade da ideologia fascista não é o poder do povo
alemão, como declarava Hitler, mas, antes, o poder de uma minoria embasada na posse
dos instrumentos de produção. A tendência ao lucro é, necessariamente, a tendência ao
poder social.

Contudo, a crítica estabelecida por Max Horkheimer não se dirige somente ao


capitalismo, mas também ao comunismo. O comunismo nada mais é, segundo ele, do
que um capitalismo de estado, é apenas uma variante do estado totalitário. No
comunismo, as organizações de massa do proletariado também constituíam estruturas
burocráticas, estruturas que também se desenvolvem para todas as áreas da vida no
capitalismo. Assim, os movimentos proletários não vão além do capitalismo de estado.
A semelhança entre o capitalismo e o comunismo, de acordo com Horkheimer, é que os
seres humanos, tanto em um quanto em outro, continuam sendo nada mais que objetos
da administração do sistema. Através do lucro, no capitalismo, e do “controle do plano”,
no comunismo, os seres humanos vivem sempre sob uma repressão cada vez maior.

O problema central desta análise social empreendida por Horkheimer encontra-se no


que ele e Theodor Adorno chamaram de Indústria Cultural. A Indústria Cultural é o
modo pelo qual o sistema, que é a sociedade tecnológica contemporânea, faz acontecer
o seu funcionamento. Ela é constituída pelas mídias de massa, como o rádio, a televisão,
o cinema e a publicidade, nos tempos de Horkheimer, podendo ser hoje incluídos
também a internet e as redes sociais, em uma reflexão posterior. Através dessa Indústria
Cultural, o sistema estabelece os valores, os modelos de comportamento, a linguagem e
cria necessidades, todos eles muito semelhantes uns aos outros, pois devem estar ao
alcance de todos. Desse modo, a Sociedade Industrial, quer dizer, uma sociedade
construída pelo instrumento da Industria Cultural, não emancipa os seres humanos nem
estimulam sua criatividade, mas bloqueiam-nos, de modo a fazer a sociedade receber
passivamente suas informações.

ALGUMAS OBRAS DE HORKEIMER

ECLÍPSE DA RAZÃO - Livro de 1947 – Faz um diagnóstico da forma de pensar


ocidental e suas limitações em face da barbárie da segunda guerra. Aqui aparece de
forma filosófica pela primeira vez, a crítica da razão instrumental que o tornou um
filósofo conhecido.

MATERIALISMO E MORAL - Livro de 1933 – Fala da necessidade de reunificar ética


e política, sentimentos morais e transformação social.

TEORIA TRADICIONAL E CRÍTICA - Livro de 1937 – Mostra a indivisão entre a


teoria conceitual e práxis social. A teoria Crítica reunifica razão pensamento dialista que
separa sujeito e objeto de conhecimento.

TEORIA TRADICIONAL E CRÍTICA

Livro de 1937 – Mostra a indivisão entre a teoria conceitual e práxis social. A teoria
Crítica reunifica razão pensamento dialista que separa sujeito e objeto de conhecimento.

Referências:
AUDI, Robert. The Cambridge Dictionary of Philosophy. New York: Cambridge
University Press, 1999.

ANTISIERI, Dario; REALE, Giovanni. História da filosofia: Do romantismo até os


nossos dias. São Paulo: Paulus, 1991.

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