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Características do marxismo
O termo “marxismo” foi criado por pensadores posteriores a Marx para fazer
referência ao conjunto de ideias propostas pelo autor, ou seja, para designar o
conjunto de sua obra e a sua doutrina socialista científica. No fim do século XIX e
início do século XX, o marxismo difundiu-se na Europa, principalmente, por conta
dos sindicatos e dos partidos de orientação socialista e comunista que surgiram no
período, fazendo com que grande parte da classe trabalhadora, também
denominada proletariado, enxergasse a situação de exploração em que vivia.
Karl Marx é considerado um dos três sociólogos clássicos, junto aos sociólogos
Émile Durkheim e Max Weber. Mais alinhados ao capitalismo, estes dois sociólogos
criaram métodos de análise social fundamentadas em elementos dissolvidos na
sociedade, enquanto Marx reconheceu que a análise social devia partir de relações
entre diferentes classes sociais.
A partir de então ele percebeu uma disputa de classes sociais em que uma classe
(a burguesia) explorava outra classe (o proletariado) na sociedade capitalista.
Observou também que essa disputa sempre esteve presente em outros modelos
sociais, fundamentando o que levou Marx a reconhecer a história da humanidade
como uma histórica luta de classes sociais.
Marx, que no início de sua carreira foi um discípulo intelectual das ideias de Hegel,
subverteu a filosofia desse idealista e deixou de ver sentido em qualquer tipo de
idealismo que não promovesse a mudança social. Dessa maneira, passou a
entender que a sociedade deveria mudar e que qualquer filosofia estabelecida
deveria lutar pela mudança social. A dialética seria, nesse caso, a expressão da
mudança radical da sociedade a partir de elementos práticos baseados na
igualdade socialista.
O marxismo sempre foi mal visto pela ótica capitalista e de setores conservadores
da sociedade, sobretudo por alguns setores religiosos. No mundo todo, foi criado
um ambiente de “caça” aos comunistas e de pessoas com qualquer ligação ao
pensamento marxista durante vários momentos da história. Aqui no Brasil, tivemos a
proibição do Partido Comunista durante a Era Vargas e durante a ditadura militar,
que se iniciou com um golpe de Estado em 1964.
Até mesmo parte dos pensadores de direita, liberais e antimarxistas aponta que o
marxismo cultural é uma espécie de fantasma inexistente utilizado para atacar a
esquerda. Um deles é Gary North, economista neoliberal e membro do Instituto
Mises, uma das instituições de pesquisa sobre economia liberal, portanto de direita,
com maior representatividade na atualidade.
Marxismo e feminismo
O movimento feminista, que ganhou força no fim do século XIX, pegou algumas
inspirações em ideias marxistas, apesar de Marx não ter teorizado diretamente
sobre a emancipação feminina e igualdade de gênero. Acontece que a primeira
onda do feminismo foi sustentada principalmente por mulheres da classe
trabalhadora que queriam os mesmos direitos que os homens, como jornadas de
trabalho menos exaustivas e remuneração igual para desempenhar atividades
iguais.
A partir dessa forte massa que compunha o feminismo, filósofas, como Rosa
Luxemburgo e, na década de 1930, na França, a existencialista Simone de
Beauvoir, além da pintora mexicana Frida Kahlo basearam-se nos ideais marxistas
para pautar as suas teorias feministas. Assim como o marxismo pregava a
igualdade de classes sociais, as feministas marxistas lutavam pela igualdade de
gênero mediante uma espécie de luta revolucionária contra o poder patriarcal
que oprime as mulheres.
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/conceitos-marxismo.htm