Teoria Sociológica

KARL MARX

Professor Ayrton Jorge

 Biografia de Karl Marx (1818 – 1853)
▪ Karl Marx, filósofo e sociólogo alemão que passou grande parte de sua vida em Londres, na Inglaterra, além de ter
contribuído para o estudo social e econômico, foi o desenvolvedor de uma teoria política
que deu alicerce ao socialismo científico.

▪ Junto a Friedrich Engels, Marx elaborou um novo conceito de dialética sustentado na

produção material da humanidade. Denominado materialismo histórico dialético, esse
conceito conduziu a análise social e científica da história da sociedade a uma nova visão,
a qual passou a considerar como objeto de estudo a produção material humana e seus
mecanismos de construção em cada época.

▪ Marx nasceu em Tréveris (Prússia), em 1818. Pertencente a uma família de classe alta
e filho de um advogado, Marx, aos 17 anos de idade, iniciou seus estudos na Universidade
de Bonn, no curso de Direito, transferindo-se no ano seguinte para a Universidade de
Berlim, onde ingressou no Clube dos Doutores e desenvolveu seu interesse por filosofia,
desistindo de cursar direito.
 Biografia de Karl Marx (1818 – 1853)
▪ Na Universidade de Berlim, Marx, que já demonstrava interesse no estudo de
governos e governantes e inclinações para a crítica social, Marx se tornou um discípulo
intelectual da obra deixada por Georg Wilhelm Friedrich Hegel, cujos fundamentos
serviram de base para sua produção teórica, sobretudo para o conceito de dialética.

▪ Ao defender sua tese em filosofia, em 1841, aos 23 anos de idade, Marx obteve o
título de doutor, porém, ao contrário do que desejava, não conseguiu ingressar na
carreira acadêmica. Sua acentuada crítica ao governo prussiano fez com que todas
as universidades vetassem sua admissão como professor.

▪ O que o obrigou a trabalhar como jornalista até o ano de 1843, quando a Gazeta
Renana, redação de cunho socialista em que atuava, foi fechada pelos censores do
governo. Nessa mesma redação, Marx conheceu Friedrich Engels em 1842, enquanto
esse a visitava.
 Biografia de Karl Marx (1818 – 1853)
▪ Ainda em 1843, Marx casou-se em segredo com Jenny von Westphalen e mudou-se
para Paris, onde foi apresentado a diversos pensadores socialistas. Lá vivenciou situações
precárias decorrentes da falta de dinheiro e recusa de empregos. Por um longo tempo,
Marx e sua família, composta por sua esposa e sete filhos, dos quais quatro morreram
ainda na infância, viveram com dinheiro proveniente da herança de seus pais.

▪ Karl Marx adotava posições radicais e fortes críticas ao governo, o que lhe rendeu
múltiplas expulsões de territórios prussianos, alemães e franceses. Em 1845 foi expulso
da França, e em 1848 foi expulso de Colônia, na Alemanha. Também em 1848, publicou,
junto a Engels, o Manifesto comunista, dando início à obra marxista que constitui o que
se chama hoje de socialismo científico.

▪ Em 1849, Marx mudou-se para a Inglaterra, onde se dedicou a desenvolver o que é

considerado sua obra mais importante, O Capital, além de inúmeros outros livros que se
tornaram parâmetros para os estudos de Sociologia, Socialismo e da Economia.
 Biografia de Karl Marx (1818 – 1853)
▪ Devido a complicações respiratórias decorrentes do uso de tabaco, Marx faleceu em
14 de março de 1883, tendo seu corpo sepultado em Londres.
 O Marxismo como corrente de pensamento
▪ Marxismo: é o conjunto de ideias político-filosóficas que propunha a derrubada da
classe dominante, através de uma revolução do proletariado, criticava o capitalismo e seu
sistema de livre empresa; e propunhando uma sociedade na qual os meios de produção
fossem de toda a coletividade.

▪ Para Marx, a categoria central pela qual a História humana pode ser compreendida é
a categoria “trabalho”, que permite ao homem se diferenciar dos animais e construir o
mundo em que vive.

▪ Crítica de Marx à Filosofia Europeia

• Desse modo, a categoria “trabalho” é usada por Marx dentro de uma concepção
materialista da História. O mesmo entende que a realidade social é determinada pelas bases
materiais de uma determinada sociedade delimitada historicamente.

Capitalismo x Feudalismo: as bases materiais entre os dois eram bastante distintas, pois
enquanto no Feudalismo, o trabalho em vigor era o artesanal, o modo de produção
capitalista introduziu o trabalho fabril.
 O Marxismo como corrente de pensamento
▪ Crítica de Marx à Filosofia Europeia
As relações materiais e o Homem: Marx entende que os aspectos materiais de uma
sociedade são construídos pela ação do homem, por isso a importância da categoria
“trabalho” em sua teoria. No modelo capitalista, no entanto, o caráter humanizador do
trabalho, ou seja, a possibilidade que o trabalho oferece para o homem de criar o seu mundo
social é substituída por jornadas de trabalho exaustivas tendo como única preocupação a
produção do lucro.

Burguesia x Proletariado: Segundo Marx, há sempre uma classe social dominante e uma
classe social dominada. Na dialética marxista, a História é representada a partir desse
antagonismo, ou seja, no capitalismo, esse antagonismo teria atingido o seu ápice em
função da concentração de renda, da desigualdade e da exploração do trabalho que estão
na base do sistema, marcando uma intensa diferença entre as classes dominante (burguesia)
e dominada (proletariado).
 Marx e o Materialismo Histórico e Dialético
▪ Materialismo Histórico e Dialético
O materialismo histórico e dialético: É o método desenvolvido
pelo pensador para explicar o sistema de funcionamento das
sociedades em todas as épocas; Marx explica que as relações
sociais são construídas de acordo com as relações materiais de
existência, a forma como os indivíduos manifestam sua vida
reflete muito exatamente aquilo que são.

A lógica do trabalho capitalista: A mesma se basearia numa

relação de exploração e de dominação sobre o proletariado, que é
mantido ignorante sobre sua situação pela ideologia – o conjunto
de ideias, valores, instituições e leis que expressam a visão de mundo
da classe dominante. O trabalhador não se reconhece naquilo que
produz, pois se encontra alienado do resultado do seu próprio
esforço.
 Marx e o Materialismo Histórico e Dialético
▪ Materialismo Histórico e Dialético
Os conceitos de Infraestrutura e Superestrutura: Marx por sua
vez, emergem os conceitos de Infraestrutura e Superestrutura. A
primeira seria a parte da sociedade relacionada aos meios de
produção da vida material, enquanto a segunda corresponderia aos
sistemas ideológicos que visam acima de tudo manter a
infraestrutura.

Poder Político e Poder Econômico: As elites econômicas

encontram no topo da hierarquia política, logo impõe a forma
de organizar a sociedade que lhe é mais conveniente.

Ideologia para Marx: A crença de que os indivíduos seriam iguais

perante o Estado (leis), é o que Marx chama de Ideologia. A mesma
é justamente um conjunto de ideias e representações acerca da vida
social, que tem por objetivo mascarar a realidade e esconder as
contradições próprias do capitalismo.
 Marx e o conceito de Lutas Sociais
▪ Lutas Sociais
Marx, o Estado não-capitalista e a Revolução Proletária: Marx acredita
ser possível criar um Estado não-capitalista que consiga inverter a lógica de
dominação e elevar os trabalhadores de sua condição indigna e alienada.
Isso se daria pela Revolução Proletária, que se iniciaria a partir da tarefa de
conscientização dos operários, que seria seguida de uma mobilização que
reunisse e organizasse a força operária.

Classes Sociais: grupo de agentes sociais nas mesmas condições no

processo de produção, e que possuem afinidades políticas e ideológicas.
Segundo Marx, a divisão da sociedade em classes é consequências dos
papéis desiguais que os grupos sociais têm no processo de produção.
 Marx e o conceito de Lutas Sociais
▪ Lutas Sociais
A divisão das classes sociais: A ideia central de Marx é de que as
sociedades se dividem em classes sociais (burguesia “classe capitalista”
versus Proletariado “classe trabalhadora”); Essas duas classes vivem em
luta porque a burguesia detém a dominação do proletariado e da sociedade
através do domínio dos meios de produção;

Conclusão das classes: Para Marx, o processo da luta de classes seria o

motor das mudanças sociais, refletiria as diferenças materiais que se
instauram no meio social. De um lado, os trabalhadores reivindicam, por
meio dos seus sindicatos, melhores salários e condições de trabalho.
De outro lado, os capitalistas querem aumentar seu lucro, existe então um
embate entre forças sociais opostas.
 Marx e o conceito de Alienação
Marx e a definição de “alienação”: A palavra “alienação” vem do latim e significa “de fora”, “pertence ao outro”. A
mesma se justifica estar alheia aos acontecimentos sociais, ou seja, está fora da sua realidade. Marx define o termo ao
descrever a falta de contato e o estranhamento que o trabalhador tinha com o produto que produzia.

O trabalho como exemplo de “alienação”: Marx considerava o trabalho como uma maior forma de expressão
humana, e quando o homem perde o controle sobre ele, o mesmo entra num processo que gera a alienação social
(desigualdade crescente, pobreza em meio à plenitude, antagonismo social e luta de classes).
 Marx, entre a Revolução Proletária, o Estado Socialista e o Comunismo
A Revolução Proletária: do Estado Socialista até o Comunismo
✓ O pensamento marxista define que através da Revolução Proletária citada anteriormente no tópico sobre Luta de
Classes, teria por primeiro objetivo implementar o Estado Socialista (Estado Operário ou Ditadura do Proletariado) –
período de domínio temporário e transitório dos operários até a instauração do regime definitivo: o Comunismo.

✓ Na teoria marxista, a disputa das classes sociais pelo poder político é determinada pela esfera econômica. Desse
modo, o poder político seria parte da superestrutura de uma determinada sociedade, e como o sistema social moderno
capitalismo na concepção de Marx é resultado do poder da classe burguesa sobre o restante da sociedade, a política seria
o reflexo da supremacia econômica dessa classe.

✓ Por fim, Marx teceu poucas considerações a respeito dos indivíduos e suas vontades individuais, Isso porque em sua
teoria, todos os indivíduos são representantes de categorias de caráter coletivo como as classes sociais. Logo, todo
indivíduo estaria sempre atrelado aos interesses da classe à qual pertence. Por esse motivo, o marxismo também entende
ser impossível a obtenção de um conhecimento científico neutro sobre a realidade social. Tal qual qualquer instituição
social, a ciência é um produto da História.