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OS PENSADORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA – Karl Marx

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA


Daltec – Câmpus Florianópolis
Sociologia – Professora Kênia Gaedtke

Karl Marx é um pensador alemão nascido em 1818 em


Treves, e falecido em 1883. Em 1836, matriculou-se na
Universidade de Berlim, doutorando-se em filosofia em
Iena. Foi redator da gazeta liberal na cidade de Colônia.
Mudou-se em 1842 para Paris, onde conheceu Friedrich
Engels, seu companheiro de ideias e publicações por
toda a vida. Expulso da França foi para Bruxelas, onde
participou da recém fundada Liga dos Comunistas. Em
1848 escreveu com Engels O manifesto do partido
comunista, obra fundadora do “marxismo” enquanto
movimento político e social a favor do proletariado.
Marx foi um dos fundadores da Associação
Internacional dos Operários ou a Primeira Internacional.
Suas principais obras foram: A ideologia alemã, Miséria
da filosofia, A luta de classes em França, O capital,
entre outras.

A obra de Karl Marx foi desenvolvida em uma época em que a Europa sofria as
consequências da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. Para Marx, a estrutura de uma
sociedade depende da forma como está organizada a produção social de bens, ou seja, o modo
como os indivíduos produzem os bens necessários para a vida social. O objeto de estudo da
Sociologia, nesse caso, seria o MODO DE PRODUÇÃO SOCIAL.
A produção social de bens engloba alguns fatores básicos:
* Forças Produtivas: são as condições materiais de toda produção, ou seja, as matérias-primas,
objetos, terras etc. e o conjunto de forças naturais transformadas pelos homens, como
ferramentas, máquinas e instrumentos, necessárias à produção de qualquer bem material. Esses
objetos, instrumentos, máquinas, terras, etc. são chamados também de meios de produção.
* Relações de produção: são as formas pelas quais os seres humanos se organizam para
executar suas diferentes atividades produtivas, isto é, as interações estabelecidas entre os seres
humanos para extrair ou transformar esses bens. Em cada tipo de sociedade as relações de
produção ocorrem de forma diferenciada. Nas sociedades escravocratas, como a que existiu no
Brasil até o final do século XIX, as relações de produção se davam por meio da escravização,
trabalho forçado e sem remuneração, dos negros por parte da elite branca. Em uma sociedade
capitalista, a produção de bens ocorre por meio da exploração de uma classe social por outra.
* Modo de produção: representa o resultado de como as forças produtivas e as relações de
produção existem e como se reproduzem, ou seja, como se desenvolvem dentro de cada
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sociedade.
Segundo Marx, o estudo do modo de produção é fundamental para compreender como se
organiza e como funciona uma sociedade. Nas sociedades ocidentais o modo de produção
predominante é o capitalista. O capitalismo é formado basicamente por duas classes sociais: a
burguesia e o proletariado. Mas o que difere uma classe social de outra? O que diferencia
uma classe social de outra é a posição dos indivíduos em relação aos meios de produção:
* Burguesia: é proprietária dos meios de produção.
* Proletariado ou trabalhadores, operários: possuem sua força de trabalho que é vendida à
classe dominante.
Apesar de que, mesmo na época em que Marx escreveu, a configuração das classes sociais
não se limitasse a burgueses e proletários, esse esquema serve para identificar a configuração
básica das classes sociais no modo de produção capitalista.
Há outros conceitos importantes na obra de Marx que são utilizados até hoje. Um deles é o
de ALIENAÇÃO. Para Marx, a alienação está relacionada à forma como os seres humanos se
relacionam com o TRABALHO e com o PRODUTO DE SEU TRABALHO. Marx afirma
que com o desenvolvimento do capitalismo o trabalho torna-se alienado, ou seja, torna-se
independente de quem o produziu. O trabalhador nesse caso relaciona-se com o produto de seu
trabalho como se não pertencesse a ele, sua atividade não está sob o seu domínio. O trabalho
passa a ser, portanto, unicamente o meio para a sobrevivência e não uma atividade criativa que
difere os seres humanos dos animais. Conforme as palavras de Marx: “do mesmo modo como o
operário se vê rebaixado no espiritual e no corporal à condição de máquina, fica reduzido de
homem a uma atividade abstrata e a um estômago” (Marx apud. QUINTANEIRO, 2002, p. 51).
* IDEOLOGIA: para Marx seria uma espécie de consciência distorcida que mascara as
contradições da sociedade, contribuindo para a reprodução do sistema. De acordo com
ANTONIO GRAMSCI (1891-1937), seguidor do marxismo, a IDEOLOGIA é uma
concepção de mundo ou um sistema de ideias, capaz de fornecer certas orientações para a ação.
É através da IDEOLOGIA que uma classe pode exercer HEGEMONIA sobre as outras
classes. Por meio da IDEOLOGIA uma determinada visão de mundo pode se transformar em
SENSO COMUM das pessoas. O objetivo da IDEOLOGIA é atingir a HEGEMONIA,
fornecendo conceitos e imagens articulados que ajudem as pessoas a entenderem a sua realidade
social.
Marx afirmava que a LUTA DE CLASSES era o que movia as sociedades. A forma como
uma determinada classe social se contrapunha a outra classe seria o motor da história. Para ele, o
proletariado seria a classe revolucionária por excelência. Nesse sentido, a organização dos
grupos explorados e a intensificação da luta política desembocam na conquista do poder. Mas
isso não implica numa mera troca de posições, os oprimidos passam a opressores, e sim, na
construção de uma nova sociedade sobre outras bases. Essa seria então a SOCIEDADE
COMUNISTA. Nela haveria a apropriação social das condições de existência e os seres
humanos trabalhariam conforme as suas necessidades e para desenvolver as suas
potencialidades.

Referência:
QUINTANEIRO, Tânia. Um toque de clássicos. Mar, Durkheim e Weber. BH: UFMG, 2002.

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