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Uma revolução na filosofia

E a duvida invade os caminhos


A carta de amor (1670)
DESCARTES

 Os pensamentos
que tenho
dormindo são
idênticos aos
que tenho
quando
acordado.
CETICISMO METODOLÓGICO
Duvidar de tudo que não seja claro e distinto
Algo que já nos enganou não pode ser
considerado verdadeiro (PARMÊNIDES)
A duvida invade o mundo

 Nada mais é
seguro
 Tudo é incerto e
duvidoso
 Autoridade da
igreja começa a
desmoronar.
A filosofia cartesiana, desenvolvida por René Descartes no século
XVII, é considerada um marco na história da filosofia e da
subjetividade privada.
Ao propor o cogito como fundamento do conhecimento, Descartes
colocou a subjetividade no centro da reflexão filosófica,
inaugurando uma nova perspectiva de compreensão do ser
humano e do mundo.
Para Descartes, o cogito é o ponto de partida para a construção de
uma metafísica fundada na certeza indubitável do sujeito pensante.
A partir desse ponto de partida, o filósofo desenvolveu uma teoria
que separava a res cogitans, ou seja, a esfera do pensamento, da
res extensa, ou seja, a esfera da matéria.
Essa distinção inaugurou uma nova perspectiva para a reflexão
filosófica, que passou a considerar a subjetividade como uma
esfera independente separada do mundo objetivo.
O MUNDO SEGURO E CERTO
ACABA RUINDO .
Os homens medievais viviam em um mundo
em que não haviam duvidas
emerge a crise.
Crise se manifesta na arte Barroca.
Igreja de São Francisco
Salvador
Pierre Legros: A Religião derrotando a
Heresia e o Ódio, Igreja de Jesus,
Roma
Aleijadinho: Cristo no Monte das Oliveiras,
Pietro da Cortona: O triunfo da Divina
Providência, 1633-1639. Afresco em
teto do Palazzo Barberini, Roma
Pietro Perugino: O batismo de Cristo, ca.
1481-83. Capela Sistina obra
renascentista
DESCARTES O
REVOLUCIONÁRIO
 Dúvida cartesiano inovadora.
 Na dúvida uma certeza: “Penso logo
existo”
 Máxima cartesiana servirá de padrão para
outras verdades.
 Verdade cartesiana racional, clara e
distinta.
 Mundo sensível relegado a segundo
plano.
Quais idéias são claras e distintas
como o cógito?
 As verdades matemáticas se impõem
como inabaláveis a certeza.
Como são as verdades
matemáticas
 Racionais
 Claras e distintas
 Universais.
A matemática será o padrão para a
vida
 O Discurso propõe um modelo quase
matemático para conduzir o pensamento
humano, uma vez que a matemática tem
por característica a certeza, a ausência de
dúvidas.
 A autoridade passa a ser a razão
deixando de ser a fé.
Geometrização
 Descartes foi profundamente influenciado pela
invenção do relógio
 O tempo era algo profundamente subjetivo e imaterial
 De repente o próprio tempo se torna sujeito de
relações matemáticas
 Se o próprio tempo pode ser regularizado, tudo pode
 A imagem do relógio servirá de metáfora do universo
e do corpo humano para Descartes
 Deus passa a ser visto como um grande relojoeiro
O método cartesiano
O método
 Receber escrupulosamente as informações,
examinando sua racionalidade e sua justificação.
Verificar a verdade, a boa procedência daquilo que
se investiga – aceitar o que seja indubitável, apenas.
 Análise, ou divisão do assunto em tantas partes
quanto possível e necessário.
 Síntese, ou elaboração progressiva de conclusões
abrangentes e ordenadas a partir de objetos mais
simples e fáceis até os mais complexos e difíceis.
 Enumerar e revisar minuciosamente as conclusões,
garantindo que nada seja omitido e que a coerência
geral exista.
 Escreve o próprio Descartes
Onde está a lógica formal?
 Na tentativa de sujeitar tudo a relações
matemáticas
 Na intensa análise da realidade
 No desprezo aos sentidos
..''E como a multiplicidade de leis serve frequentemente para escusar os
vícios, de sorte que um estado é muito melhor governado quando,
possuindo poucas, elas são aí rigorosamente aplicadas, assim, em lugar
de um grande número de preceitos dos quais a lógica é composta,
acrediteis que já me seriam bastante quatro, contanto que tomasse a
firme e constante resolução de não deixar uma vez só de observá-los
O primeiro consistia em nunca aceitar, por verdadeira, coisa nenhuma
que não conhecesse como evidente; isto é, devia evitar cuidadosamente
a precipitação e a prevenção; e nada incluir em meus juizos que não se
apresentasse tão claramente e tão distintamente ao meu espírito que não
tivesse nenhuma ocasião de o pôr em dúvida.
O segundo – dividir cada uma das dificuldades que examinasse em
tantas parcelas quantas pudessem ser e fossem exigidas para melhor
compreendê-las.
O terceiro – conduzir por ordem os meus pensamentos, começando
pelos objetos mais simples e fáceis de serem conhecidos, para subir,
pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais
compostos, e supondo mesmo certa ordem entre os que não se
precedem naturalmente uns aos outros.
e o último – fazer sempre enumerações tão completas e revisões tão
gerais, que ficasse certo de nada omitir''."...
Ideias claras e distintas
 Descartes se dispõe a aceitar apenas ideias que
são evidentemente corretas
 São para o filósofo inatas e são o fundamento
para o conhecimento
 Elas são verdadeiras por que produzidas pela
razão independentemente das ideias que vem do
mundo objetivo que são formadas pelos sentidos
 Também são independentes das ideias formadas
pela imaginação
 A primeira ideia inata é o cogito
O racionalismo

“O racionalismo é então a convicção


de que a atividade racional poderá
construir sistemas, que se igualarão ao
diverso dos fenômenos” (Ullmo)
Verdade
 Adequação entre pensamento e realidade
 É importante notar que a verdade se
estabelece por meio de uma relação do
pensamento com a realidade
 Para esta corrente filosófica a verdade está
contida na interpretação que os homens
fazem da realidade
 A verdade está além dos fenômenos e pode
ser alcançada apenas por meio de um
pensamento que segue as regras da lógica
O que não pode ser medido
 Todos os elementos que não podem ser
tabulados de acordo com as regras
lógicas não são passiveis de estudo
 Só é possível construir verdades de
elementos que sejam passives de
mensuração.
neutralidade
 Apesar de a verdade ser descoberta por
sujeitos ela independe dos homens.
 A verdade está para além da subjetividade.
 Busca-se construir regras que sejam
validas para toda a humanidade (conceitos)
 Estas regras não podem depender da
subjetividade
 Isto motiva a necessidade de se
fundamentar nos princípios matemáticos.
A subjetividade
 No “Ego cogito” de Descartes a ênfase recai
sobre o pensamento. Mas ele é assim mesmo o
primeiro a colocar em questão a subjetividade.
 Para Descartes o Ego é uma substancia
pensante que divide o real com a res extensa e
a res infinita.
 O eu penso de Descartes marca a emergência
da subjetividade mas não do sujeito. Descartes
não trata do homem concreto, mas da natureza
humana abstrata.
Descartes
 O objetivo de Descartes é garantir
segurança ao conhecimento.
 Ele acredita que a ciência pode encontrar
copias perfeitas da realidade. É
recolocada a questão da cópia e do
simulacro.
A divisão do universo
 O método cartesiano divide a realidade
 Descartes acreditava que a simples soma
das partes forma o todo.
 É possível fragmentar a realidade em
diversas áreas de conhecimento.
 Perde-se a visão de conjunto.
As pessoas nascem com as
condições
 Os elementos usados para conhecer são
inatos.
 O racionalismo é a doutrina segundo a
qual o espírito humano possuiria os
princípios a-priori, independentes da
experiência que comandariam o
conhecimento.
Solipsismo
 A dúvida cartesiana leva o filósofo a um
paradoxo.
 Como provar realidades não materiais
 Para Descartes o que salva o
conhecimento de um solipsismo absoluto
é a divindade que garante as idéias dos
homens e mulheres
 Solução não é satisfatória .
Deus salva o mundo
 “Em Descartes, o penso é ameaçado pelo
eu. Na medida em que a subjetividade
permanece ligada a um sujeito individual,
ela é ameaçada pelo solipsismo. Só Deus
é garantia para o nós, para a
intersubjetividade, e a Razão é a grande
mediadora entre as várias subjetividades.”
(p.15)
Antropocentrismo
 A subjetividade é elevada a referencial
central para a busca do conhecimento e da
verdade.
 Desde Descartes a representação passa a
ser o lugar de morada da verdade, sendo o
problema central sabermos se chegamos a
ela pelo caminho da razão ou da experiência.
 A razão, desde que conduzida por um
método adequado, tem o poder de desvendar
todos os mistérios.
Conseqüências
 A matemática passa a ser o padrão para todo o
conhecimento.
 O ideal passa a ser pensar de forma lógico
matemática
 Com Descartes acentua-se o dualismo psicofísico.
 Estabelecem-se dois domínios diferentes:

o corpo objeto e estudo da ciência


a mente objeto apenas da reflexão filosófica.
Isto marcará as dificuldades do surgimento das
ciências humanas que não lidam com objetos
facilmente mensuráveis.
O empirismo
Empirismo
Doutrina segundo a qual todos os nossos
conhecimentos ou princípios representam
uma aquisição da experiência.
Negação de que haveriam idéias anteriores
a experiência.
“O empirismo (...) ao invés de
procurar o verdadeiro no
pensamento, dirige-se para a
experiência no presente exterior
e interior.” (Hegel)
John Locke
Pontos em comum com
Descartes
 Concorda com Descartes quanto a
necessidade de se encontrar uma verdade
que seja segura.
 Concorda quando Descartes afirma que
esta verdade deve ser clara e distinta
 Concorda que idéias matemáticas são
seguras, claras e distintas.
Discorda de Descartes
 As verdades não provem apenas do
pensamento.
 Verdades devem vir do contato
experimental com o mundo.
 Ao nascermos somos uma tabula rasa a
ser preenchida durante nossa vida.
A experiência de Locke
Suponha um homem nascido
cego, que, quando adulto,
aprendeu a distinguir, pelo tato,
um cubo e uma esfera de
mesmo material e tamanho, de
modo a poder dizer, ao tocar um
e outro, qual é o cubo e qual é a
esfera.
Suponha que o cubo e a esfera
são colocados sobre a mesa e
que o homem cego passe a
enxergar.
Eu pergunto: pela visão, ele
poderia distinguir a esfera do
cubo, antes de chegar a tocá-la?
De onde vem o conhecimento
 Todo conhecimento vem da experiência.
 Mesmo as ideias matemáticas são fruto
de nosso contato com o mundo
Tudo vem da experiência
 teorias científicas devem ser baseadas na
observação do mundo, em vez da intuição
ou da fé.
 O cientista agrupa fatos e com base neste
agrupamento constrói conceitos.
 Conceitos serão universais
Segundo Darwin
"...ciência consiste em
agrupar factos para
que leis gerais ou
conclusões possam
ser tiradas deles." -
CONTROLE
 Experiência controlada é aquela que é
realizada com técnicas que permitem
descartar as variáveis passíveis de
mascarar o resultado.
 O cientista deve ser imparcial na busca do
conhecimento.
 O elemento subjetivo não pode interferir na
pesquisa pois isso impediria a
universalização
O método científico
 A maioria das disciplinas científicas consiste em
juntar evidências observáveis, empíricas (ou
seja, baseadas apenas na experiência) e
mensuráveis e as analisar com o uso da lógica.
 Nada mais é do que a lógica aplicada à ciência.
 A pesquisa deve ser passível de reprodução por
outros cientistas (PRINCIPIO DA
FALSEABILIDADE)
Tradução matemática
 Realiza-se uma observação.
 Testa-se a observação
 Feito isso basta traduzir esta observação
para uma linguagem matemática
 A linguagem matemática afastaria a
subjetividade do pesquisador.
 Matemática aparece como garantia de
neutralidade.
MÉTODO PASSO A PASSO
 Definir o problema.
 Recolhimento de dados
 Proposta de uma hipótese
 Realização de uma experiência controlada, para
testar a validade da hipótese
 Análise dos resultados
 Interpretar os dados e tirar conclusões, o que
serve para a formulação de novas hipóteses.
 Publicação dos resultados
Racionalistas e empiristas
 Racionalistas e empiristas diferem quanto
a caminho que tomam mas ambos
querem atingir o reino da verdade, da
identidade e da universalidade.
 Ambos querem criar um conceito
Concluindo sobre empirismo
e racionalismo
 Com o avanço do pensamento cientifico
no séc XVII o modelo de pensar
aristotélico é substituído pelo modelo
mecânico da física de Newton.
 As revoluções suscitadas na ciência
impelem Descartes a investigar os
domínios da razão na busca do
conhecimento.
Racionalistas e empiristas
 Racionalistas e empiristas diferem quanto
a caminho que tomam mas ambos
querem atingir o reino da verdade, da
identidade e da universalidade.
Inovações
 Houve modificações o mundo das idéias
foi substituído pela subjetividade, mas o
objetivo que estabelece que as cópias
devem se adequar aos modelos
permanece.
O objetivo mantém-se reduzir a
horizontalidade dos
acontecimentos a verticalidade
da razão.
E o céu se deslocou
A nova física
A TERRA É O CENTRO
Idade Média X física
 Imperava na Idade Média a teoria geocentrica
A teoria encontrava-se nas obras de
Aristóteles e foi posteriormente completada
por Ptolomeu (séc II)
 O Universo era finito, esférico e hierarquizado.
 A teoria é comprovada pelo senso comum
(que percebe o Sol em movimento e a Terra
parada)
 E pelas sagradas escrituras
Idade Média X física
 Esta teoria vai ser derrubada e com ela
toda uma visão de mundo
 Toda uma estética do universo é destruída
 O universo é geometrizado
 Todos os espaços são igualados sejam
terrenos ou celestes.
 Universo é desmistificado
COPERNICO
E ELES MUDARAM O SOL!!!!
 Busca por noções cientificas motiva
pensadores a buscarem novas
explicações para o mundo.
 Matemática é eleita como a forma
universal e segura de busca da verdade
 Usando os novos conhecimento
Copernico desata o Sol de seu lugar
O astrônomo Copernicus: Conversa com Deus, por Jan Matejko
 
 

Casa do astrónomo em Toruń-Polônia


Podem até invocar as escrituras
 (...) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o
Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta
dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas
principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro
como satélites em redor dos planetas principais e com estes em
redor do Sol. (...) Não duvido de que os matemáticos sejam da
minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar
conhecimento, não superficialmente mas duma maneira
aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns
homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o
abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que
torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades
matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos.
 (COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium)
Esquecida
 A obra de Copérnico foi praticamente
ignorada
 As idéias de Copérnico ganham
importância graças ao resgate de Galileu
Galilei
GALILEU GALILEI
A ciência
 Galileu Galilei
E os planeta saem do seu lugar
 Teoria
Heliocentrica
O seguidor de Copérnico
 Galileu é um seguidor de Copérnico.

 "A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que


continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o
universo), que não se pode compreender antes de
entender a língua e conhecer os caracteres com os
quais está escrito. Ele está escrito em língua
matemática, os caracteres são triângulos,
circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos
meios é impossível entender humanamente as palavras:
sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro
labirinto.“Galileu, O ensaiador, Col. Os pensadores, São
Paulo, Abril Cultural, 1973, p. 119.
Adeus Aristóteles
 Galileu foi o responsável pela superação
da filosofia Aristotélica
 Ele criou a concepção moderna de
ciência.
 Sua vida foi marcada pela perseguição
política e religiosa
 Foi condenado pela inquisição.
Condenação de galileu
Condenação de Galileu
Em vista do Exposto invocando o
sacratíssimo nome de Nosso Senhor Jesus
Cristo, e de sua Santíssima mae A Virgem
Maria, pronunciamos esta que é Nossa
sentença final (...) Pronuciamosm julgamos
e declaramos que vós, o dito
Galileu,tornou-se profundamente suspeito
de heresia a este santo oficio, isto é, de ter
acreditado e sustentado a doutrina (que é
falsa e contrária as sagrada e divinas
Que o Sol é o centro do mundo, e que não se
move de leste para oeste, e que a Terra na
verdade se move, e não é o centro do
mundo; e, além disso, que uma opinião pode
ser mantida e sustentada como provável
mesmo depois de ter sido declarada
absolutamente contrária as escrituras e, em
consequencia, que incorreste em todas as
censuras e penalidades prescritas e
promulgadas nos sagrados canones e em
outras ordenanças gerais e particulares
contra culpados desse tipo.
Do que foi exposto, manifestamos Nosso
agrado em que sejais absolvidos,
contando que, com o coração sincero e fé
legitima, em nossa presença, ABJURE,
AMALDIÇOE E DETESTE os ditos erros
e heresias, e todos os demais erros e
heresias contrários à igreja Católica,
Apostólica Romana (...)
O fim da especulação
 Galileu contribui para várias áreas do conhecimento
 Sua imensa produção foi possível devido a vários fatores
dentre eles os inúmeros instrumentos usados por ele
 Galileu tinha uma oficina com plano inclinado, termômetro,
luneta, relógio de água.
 Embora engenhocas um tanto primitivas, eram suficientes
para mostrar o valor dado à observação,
 Com a observação Galileu abandona a ciência especulativa
e caminha em direção à construção de uma ciência ativa.
 Em oposição ao discurso formal, Galileu solicita o
testemunho dos sentidos e o auxílio da técnica.
 Valoriza a experiência e se preocupa com a descrição dos
fenômenos e do que os constitui que está para além do
fenomênico.
Pintura de H.J. Detouche (Paris, século XIX ) retrata Galileu mostrando seu
telescópio a Leonardo Donato
Os novos instrumentos
 Com o telescópio Galileu viu coisas nunca
antes vistas
 Viu que para além das estrelas fixas
deveriam existir infindáveis mundos
 A superfície da Lua é rugosa e irregular
 O Sol tem manchas
 Júpiter tem 4 luas
O choque com Aristóteles
 Para Aristóteles o universo é finito
 Sol e Lua são feitos de substâncias
perfeitas
 Júpiter está em uma esfera de cristal e
não poderia ter luas.
Tudo igual
 É desfeita a diferença entre mundo
supralunar e o celeste.
 Os corpos não são mais explicados a
partir de suas naturezas perfeitas e
imperfeitas.
 O mundo fechado medieval é substituído
pela concepção de Universo Infinito.
O Infinito
 Infinito era um atributo exclusivamente
divino
 Giordano Bruno foi queimado por afirmar
que o universo era infinito
 O espaço é desmistificado, dessacralizado
Lugares sagrados
 Haviam lugares especiais e sagrados
 Olimpo ou céu
 Espaço do Templo
 Espaço público
 O Gineceu
 Espaços perdem a mística.
 Segundo Koyré ocorre a destruição do Cosmo e
geometrização do mundo.
 Todos os espaços se tornam iguais.
 Assim é possível postular leis que expliquem todos os
espaços afinal eles são iguais.
 É possível criar conceitos sobre os espaços
 O termómetro de
Galileu. O seu
funcionamento baseia-
se na descoberta de
que a densidade de
um líquido, e logo
também a
força de impulsão por
este exercida,
depende da
temperatura.
Uma nova postura
 Enquanto a física antiga procura o "porquê" do
fenômeno
 e o explica pelas qualidades inerentes aos corpos,
 Galileu se interessa pelo "como",
 o que supõe a descrição quantitativa do fenômeno.
 Aristóteles se preocupava com os motivos que
levavam um corpo a cair.
 Galileu quer descrever como, para usar isso a seu
favor
 As explicações dadas por ele são traduzidas em
formas geométricas.
O que deve estudar a ciência
 A ciência deve se preocupar apenas com
elementos que podem ser tratados
matematicamente. (forma, figura, número
e movimento).
 A ciência deve se preocupar com
elementos objetivos
 Elementos subjetivos como (cor, odor,
sabor) não são objeto da atividade
científica.
Há experimentos mentais
 Valorizar o empírico não significa
abandonar a especulação mental.
 Porém as “experiências mentais” só serão
consideradas validas depois de
comprovadas empiricamente.
Ruptura
 Embora chame sua atividade de filosófica.
 Com Galileu começa a separação entre a
reflexão filosófica e a atividade do
cientista.
Tumulo de Galileu
Issac Newton
(1642 – 1727)
A síntese newtoniana
 Newton nasceu no ano em que morreu
Galileu.
 Sua principal obra foi Princípios
Matemáticos de filosofia natural
 Com resultados dos cientistas anteriores a
ele publicou a famosa teoria da gravitação
universal
Newton e os conceitos
 As leis formuladas antes de Newton referiam-se
apenas a aspectos particulares dos fenômenos
 O sistema newtoniano cobre a totalidade de um
certo setor da realidade
 As leis de Newton são assim conceitos
 Newton realizou a maior síntese sobre a
natureza do mundo físico.
 Newton consegue unir a lei da queda dos
corpos de Galileu as leis planetárias de Kepler
sobre o movimento dos astros
Galileu e Newton
 Galileu foi condenado pela igreja
 Newton foi sagrado cavaleiro
 Com Newton consolida-se a revolução tão
duramente iniciada pelos primeiros
cientistas.
A revolução
 Houve uma secularização da consciência
 Não há mais espaço para explicações baseadas na
causalidade divina.
 A dimensão religiosa que permeava o saber medieval é
abandonada.
 O cosmo é descentralizado, deixa de ser finito e ordenado
 A Terra é retirada do centro do universo.
 A Terra passa a ser um simples planeta.
 Passa a ser questionado o lugar do ser humano no mundo.
 Há uma geometrização do mundo
 Ficam excluídas da ciência causas finais
 O conhecimento passa a estar a serviço do lucro
A CRISE
E LE NOS DESPERTOU DE NOSSO
SONO DOGMÁTICO
DAVID HUME
Os argumentos
 Indução
Segundo Aristóteles “A indução é a passagem dos
casos particulares ao universal”
 Dedução

Segundo Descartes “Operação pela qual


entendemos tudo o que se conclui
necessariamente de outras coisas conhecidas
com certeza.
Tautologia
 A dedução não propicia um avanço no
conhecimento pois suas conclusões já
estão dadas nas premissas.
 O que afirmamos na dedução é sempre
uma coisa que já sabíamos
 A dedução é útil para organizar nosso
conhecimento.
A indução
Segundo Popper “A indução, a saber, uma
inferência fundada na multiplicidade das
observações, é um mito.”
Dez mil cisnes brancos mesmo que
queiramos não são todos os cisnes
A indução é impossível como ensina o Peru
indutivista de Russell
Do singular para o universaç
 Do ponto de vista lógico é impossível
inferir assertivas universais a partir de
assertivas singulares, por mais numerosas
que sejam estas últimas.
Hume já havia percebido
 O próprio David Hume de certa forma já
coloca está questão ao discutir a relação
de causalidade.
A pedra e o Sol
 Exemplo: A pedra esquenta por que o
Sol bate na pedra.
 Vemos o Sol bater na pedra
 A pedra esquenta
 Desta observação repetida inúmeras
vezes induzimos
 A pedra esquenta por que o sol bate nela.
 Isto não passa de habito
De onde vem
 A afirmação tem como base duas
impressões inquestionáveis de ordem tátil
(pedra esquenta) e visual (Sol bate na
pedra).
Mas o que respalda a palavra
por que.
 A pedra esquenta POR QUE o Sol bate na
pedra
 O que respalda o por que da afirmação é
o habito que cria uma crença.
 De tanto vermos o Sol bater na pedra e
esta esquentar relacionamos os dois
elementos Sol e quentura da pedra
 O que foge das relações matemáticas que
são apoditicas não passam de crenças.
Exemplo: Simpatias
 As simpatias seguem um principio similar.
 Elas geralmente estabelecem uma relação
de causa e efeito.
 Ex: simpatia da grama.
 Relação de causa e efeito não é possível.
O conhecimento cientifico seria
então pura crença ou habito?
Voltamos ao principio
 A ciência surgiu como uma tentativa de
romper com o pensamento mitológico
 O pensamento mitológico era baseado na
crença
 Com Hume percebe-se que este rompimento
não foi adequado
 Todo pensamento científico entre em crise
 É possível de fato um conhecimento seguro e
universal sobre as coisas.
Quanto a filosofia
 Hume pode ser entendido como um empirista
 Entendia que era necessário fazer
experiência.
 Mesmo que não tenhamos certeza elas nos
dão um certo grau de previsibilidade.
 Se sempre foi assim é possível que continue
assim.
 É possível e não é necessário.
A mente é uma tabula rasa

tudo o que existe provem das


impressões que são as marcas
deixadas pelas sensações em nossa
mente
Tudo o que se conhece são
basicamente duas coisas:
 Impressões : dados fornecidos pelos
sentidos
 idéias: representações da memória e da
imaginação que juntam os dados
fornecidos pelos sentidos.
A esta teoria de Hume
chamaremos empirismo
psicológico.
Só podemos ter idéias de
elementos concretos.
As idéias metafísicas
 Idéias metafísicas são impossíveis de
serem conhecidas por não encontrarem
um correspondente na realidade.
 Idéias metafísicas até podem ser reais
mas não podemos afirmar nada delas
 Não há como comprová-las.
Empirismo lógico
 As palavras metafísicas são vazias de
sentido.
A esta teoria chamamos empirismo lógico
As palavras só tem sentido se ligadas a
elementos concretos.
As idéais
 O conhecimento além de referir-se a
elementos concretos refere-se as relações
entre as idéias
 A lógica muitas vezes não passa de
relações entre idéias.

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