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EREM DR.

MOTA SILVEIRA

LUIZ CARLOS BARBOSA


KAYLLANI SANTANA
CIBELE MARINALVA
ANNY KAROLINY
SANDRIELY CASTRO
MARIA TARCILA

AS TEORIAS SOCIALISTAS

BOM JARDIM
NOVEMBRO/ 2022
1. INTRODUÇÃO
Todas as sociedades e regimes existentes no decorrer de todo processo
histórico, sem exceção, foram marcados pela desigualdade e pela exploração do
homem pelo homem, seja durante o regime escravocrata, o sistema feudal, o
sistema monárquico ou o atual sistema capitalista. Paralelamente a isso, o desejo de
liberdade e igualdade sempre persistiu nos campos da consciência e na expectativa
dos homens. Muitas foram as tentativas de se buscar revolucionar e reverter a
situação, assim como foram inúmeras as devidas repressões contra revolucionárias.

Nessa conjuntura, surgiram inúmeros teóricos que tentaram desmascarar e


colocar “à prova” a realidade dos sistemas econômicos de produção e de
exploração, bem como foram inevitáveis, por outro lado, a formulação de valores
conservadores e que representavam os interesses da classe dominante. E é
justamente isso que acaba por proporcionar o desenvolvimento da história das
sociedades, uma vez que, segundo o economista, filósofo e socialista alemão, Karl
Marx, a história de toda sociedade passada é a história da luta de classes

Ademais, muitas pessoas, embora já tenham ouvido falar, desconhecem a


origem e os princípios básicos da ideologia socialista, bem como os seus
verdadeiros significados. O que acontece é que muitas vezes essa visão é posta
pelo sistema de uma forma totalmente deturpada, uma vez que se funda em
princípios totalmente contrários ao sistema vigente. Mais recentemente, a partir do
séc. XIX, apesar de se diferenciarem em diversos aspectos, as teorias socialistas
trazem uma crítica ao individualismo burguês e seu caráter exploratório,
responsabilizando-os pelas condições precárias em que vive a classe operária,
desse modo para acabar com esta situação, colocaram a necessidade de acabar
com a propriedade privada e de expandir a igualdade social.

Este trabalho tem como objetivo proporcionar uma maior e mais ampla visão
da realidade histórica e socioeconômica que marcam as sociedades, apresentado as
principais teorias socialistas modernas: o socialismo utópico, o anarquismo e o
socialismo científico, permitindo que o leitor possa ter uma análise acerca da
realidade das teorias que perpassam o movimento socialista e que vai além da
ideologia imposta pela classe dominante, proporcionando um pequeno esboço do
pensamento esquerdista.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1. Contextualizando o socialismo
Nas primeiras décadas do século XX, o socialismo torna-se um ideia-força
indiscutível, esse movimento poderoso, converteu-se numa ameaça concreta e uma
alternativa viável ao capitalismo e à sociedade burguesa, tendendo a indicar, de fato,
o nascimento de uma nova e radiante era de esperança para as grandes massas
exploradas e oprimidas.

Isto parecia tornar-se realidade quando, em outubro de 1917, os bolcheviques


tomaram o poder na Rússia. Enquanto o movimento socialista conquistava o poder e
implementava diversas transformações, que o legitimava perante os trabalhadores, o
capitalismo nas décadas seguintes “viveu uma era de catástrofe, vulnerabilidade e
instabilidade constante, com um futuro que parecia inteiramente incerto”
(HOBSBAWM, 1992). Ou ainda “por mais de setenta anos os governos e as classes
dirigentes ocidentais foram atemorizados pelo fantasma da revolução social e do
comunismo” (idem).

No entanto, se no limiar do século e nas décadas seguintes a realidade parecia


indicar que o capitalismo estava condenado e que o futuro era do socialismo, já em
seu término a situação histórica é totalmente inversa. O “socialismo real”, derivado
da revolução de outubro de 1917, entrou em colapso na União Soviética e no Leste
Europeu de forma rápida, fulminante e inesperada, expondo seus caracteres
autoritários, burocráticos em toda a sua plenitude. O comunismo passou a ser
sinônimo e identificado — não só na propaganda burguesa e na mídia internacional,
mas também no senso comum — com autoritarismo e opressão.

A crise do socialismo, derivada da tragédia do “socialismo real”, revela para a


esquerda em geral e como um todo uma situação dramática e traz consigo
problemas e elementos capazes de abalar os próprios ideais do socialismo de
homologar e legitimar, por um tempo mais ou menos longo, o capitalismo dominante
no Ocidente Europeu, nos Estados Unidos e Japão.

Dessa forma, os fatos e acontecimentos que redundaram no colapso do “socialismo


real” abrem uma crise, sem precedentes, do socialismo e com desdobramentos
ainda difíceis de se visualizar, pois está ainda no seu início ou apenas começando a
se manifestar e pode ter uma duração longa. A crise do socialismo afetou não só os
partidos que geriram (ou ainda gerem) os regimes autoritário-burocráticos e os
partidos que, de uma forma ou de outra, se identificaram com aqueles, mas afeta
sobretudo os ideais libertários e igualitários do socialismo.

2.1. As teorias socialistas


2.1.1. Socialismo utópico
Ao longo da história da humanidade, encontra-se diversas ideias de uma sociedade
perfeita, livre de injustiças e dispondo de distribuição de riquezas. No século V a.C.,
o filósofo grego Platão havia criado o ideal desse tipo de sociedade em "A
República". No entanto, a palavra Utopia (que significa "um lugar que não existe"),
de origem grega, foi usada pela primeira vez no século XVI por Tomás Morus,
quando escreveu um livro de cunho filosófico chamado “Utopia”. No livro, Maurus
descreve uma ilha onde a propriedade privada e o poder religioso não existem. No
século XIX, alguns dos principais socialistas utópicos foram os franceses Saint
Simon, Proudhon e Fourier. Esses, defenderam a liberdade e a igualdade, como
fruto do autogoverno liderado pelos trabalhadores organizados em cooperativas.

2.1.2. Anarquismo
O anarquismo (anarkhía, a, não, e arché, comando) principia da ideia que cada
indivíduo é capaz de se autogovernar por meio da convivência comunitária. As
ideias do socialista utópico Proudhon, influenciaram bastante esta teoria política, que
teve como um dos principais representantes o russo Mikhail Bakunin (1814-1876).

O anarquismo acredita na coexistência pacífica das pessoas e se baseia em


estruturas autogovernadas, desprovidas de regras, autoridades e hierarquias,
valorizando apenas a liberdade natural de cada indivíduo. Conhecidos como
libertários, em oposição aos ideais do liberalismo, ao autoritarismo e à autoridade,
os anarquistas se opõem a qualquer tipo de estado, levando estranhamente o
conceito de liberalismo aos extremos. Se o liberal enxerga o Estado como um mal
necessário, os anarquistas o veem como um mal desnecessário.

2.1.1. Socialismo científico


Somente com Karl Marx (1818-1883), o socialismo tornou-se objeto de análise
científica, de modo que ele, o fundador do socialismo científico, conseguiu criar uma
teoria que apontasse efetivamente para a transformação da sociedade.
Depois de Maquiavel, que separou a ética da política, e provocou uma verdadeira
revolução nas teorias políticas desde a antiguidade, Marx, desmascarando a política
liberal, causou uma verdadeira revolução, não só teórica, mas também prática.
Diversos países, como a URSS, e Cuba, entre outros, realizaram suas revoluções
instrumentalizados pela teoria marxista.

Para Marx, a liberdade numa sociedade baseada na divisão do trabalho é ilusória,


porque camufla os interesses antagônicos das classes para manter a dominação de
uma sobre a outra. Sua obra, extremamente complexa, parte de um profundo
combate às filosofias idealistas e avança para construção do a materialismo
histórico, uma doutrina baseada no princípio de que são as lutas de classes que
produzem a história e transformam as sociedades. Foi assim entre senhores e
escravos, e entre senhores feudais e servos. Da mesma forma, entre burguês
(patrão) e proletário (operário).

Na base do pensamento marxista, divide- se a realidade social em três dimensões:


econômica, política e simbólica. Nestas dimensões definem-se a infraestrutura e a
superestrutura.

A infraestrutura, é a base de toda a superestrutura, a realidade econômica


fundamental, que comanda todos os fenômenos sociais. A superestrutura
(determinada pela infraestrutura) é dividida em superestrutura jurídico-política
(Estado, polícia, exército, leis, normas e tribunais) e superestrutura ideológica (ideias
políticas, religiosas, estéticas, éticas, morais e filosóficas).
Portanto a visão que temos do mundo e a nossa psicologia são reflexo da base
econômica de nossa sociedade. As ideias que surgiram ao longo da história se
explicam pelo desenvolvimento das sociedades. Elas são oriundas das
necessidades das classes sociais de cada tempo. Por isso a teoria marxista é
materialista, porque considera que as manifestações espirituais
(ideias/pensamentos) são determinadas pela estrutura material da sociedade
(superestrutura), diferente dos idealistas para quem as ideias movimentam o mundo.
Segundo Marx, ao examinarmos a maneira pela qual os homens produzem os bens
necessários à vida, podemos compreender as formas do seu pensamento.

Assim escreveu Marx em Ideologia Alemã: "A classe que tem à sua disposição os
meios de produção material dispõe, ao mesmo tempo, dos meios de produção
espiritual, o que faz com que a ela sejam submetidas, ao mesmo tempo e em média,
as ideias daqueles aos quais faltam os meios de produção espirituais.". Portanto
representação a ou ideia apresentada como racionais, mas que exprimem OS
interesses da classe dominante, Marx chama de ideologia. Devido à ideologia o
proletário não percebe a própria alienação e, portanto, não reconhece a exploração
de que é vítima. Um operário sem consciência de classe é um reprodutor das ideias
dominantes, contrárias aos seus próprios interesses. Para Marx, a ideologia surge
das relações de produção que determinam as contradições sociais.

A realidade contraditória da sociedade é negada e ocultada por falsas ideias,


produzidas e divulgadas pela classe dominante. De acordo com a teoria marxista, o
operário, a classe social que vende sua força de trabalho para viver, quando
consciente de ser explorada, se destina a libertar-se e libertar toda a humanidade na
construção do socialismo.

Após o socialismo, de acordo com a teoria marxista, uma fase superior se


desenvolveria: o comunismo. O Estado desapareceria definitivamente, pois seu
único papel é manter a divisão das classes e perpetuar a exploração. Com o fim das
classes, a sociedade seria baseada no bem coletivo dos meios de produção, com
todas as pessoas sendo absolutamente livres.

3. CONCLUSÃO

No presente trabalho foi feita uma revisão geral, porém sucinta, do


desenvolvimento histórico e organizacional do socialismo, buscando mostrar um
pouco a respeito das teorias socialistas incutidas no processo de desenvolvimento
desse, trazendo e expondo, como citado no decorrer do trabalho, de que modo estas
teorias tentam erradicar com o caráter exploratório da burguesia, a propriedade
privada e tentar promulgar a igualdade social. Desta maneira, buscou-se fazer uma
retrospectiva na escala cronológica, mostrando a evolução do socialismo, e
inserindo as diferentes teorias influenciadas pelo contexto histórico e social vigentes
entre divergentes realidades no decorrer da história.

REFERÊNCIAS

ENGELS, Friedrich. Do socialismo utópico ao socialismo científico. Edipro,


2022.

GALLO, Ivone. Utopia e socialismo. Morus-Utopia e Renascimento, v. 6, p. 245-


254, 2009.

GRUPPI, Luciano. Tudo começou com Maquiavel: as concepções de Estado em


Marx, Engels, Lênin e Gramsci. Porto Alegre: L&PM, 2000.

HOBSBAWM, E. J. (1992). “Adeus a tudo aquilo”, In: Blackbum, Robin (org.). Depois
da queda. Rio de Janeiro, Paz e Terra.

REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo:


Paulus, 1990.

SARTORI, Giovanni. A política: lógica e método nas ciências Sociais. Brasília:


Editora Universidade de Brasília.

TONET, Ivo. Socialismo: obstáculos a uma discussão. CLIO: Revista de Pesquisa


Histórica, v. 26, n. 1, 2008.

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