Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GALVÃO DE SOUSA
CAPITALISMO,
SOCIALISMO E
COMUNISMO
1965
:.--,
,_
:�:\ ?, �·. ,
,.
J
.1
PRóXIMAS PUBLICAÇÕES:
CONSELHO CONSULTIVO
ADMINISTRAÇÃO
Apresentação ..................................... 7
Advertência ...................................... 11
l.ª PARTE
2.ª p ARTE
3.ª PARTE
J. V. Freitas Marcondes
Superintendente do ICT
ADVERT:tNCIA
o "Capitalismo, So cia
socialismo. J ustifica-se, porém, o títul
cand - e neste último um produto
lismo e C omunismo", desta o s
,
d,:> capitalismo privado liber al d o secul � IX e o desagu,adou-
�
- 0 verter as c rren es s ocialis tas de nossa e poca.
r o em que va ·
o t
-
. c nside rar c unis na sua rea1·a i ade
Além d isso, importa o om mo
o
. , . .
ica v l c10n ana m ais qu e uma
histórica atu al, como dinâ m re o u
concepção dogmática. _ , _ , .
1cos tem_ coexis-
C om O capitaJismo o utros sis temas econom
- r que estepm por
ti.do, e na0 desapareceram nem d.evemos pensa . dom . , .
alis as e c nomia estica,
desaparecer. Formas não. capi d e o
ª?
t
t
. agran , . - resi tm · ·
c _ n mia a va
de economia coo perativa, de
e o o o s do
:j
trabalho reunindo o marido, a mulher e os filhos em tôrno da
mesma tarefa e das mesma preocupações, ao passo que a famí
lia do operário fabril, no industrialismo absorvente, fica mais
exposta à desagregação.
Quanto à produção, que antes se destinava à cobertura do
consumo, passou a ser ordenada ao lucro. Neste sentido é que
se diz que a economia medieval era uma economia de consumo
e a ecõriorriia capitalista moderna é de produção, pois ela tende
ao lucro do empreendedor e ao aumento da produção, cami
nhando para a superprodução e utilizando-se da propaganda, que
muitas vêzes faz surgir necessidades artificiais para dar vazão às
mercadorias. Vemos, no capitalismo, como ponto de partida,
uma soma de capital a ser empregada com fito de lucro.
A ordem social da Idade Média não estava orientada tão
fortemente para as atividades econômicas. 'Produzia-se para vi
ver, não se vivia para produzir. ·o objetivo de lucro introduzido
pelo capitalismo foi criando a mentalidade do "homem econô
mico" moderno, e trouxe desde logo os g·ermes do comunismo.
Na sociedade comunista, prevalece a idéia de uma ordem social
em função das fôrças econômicas, e o homem é considerado pri
mordialmente um agente produtor.
Ainda no 4izer do autor citado, o capitalismo moderno pode
ser entendido como processo econômico para aumentar um pa
trimônio lucrativo expresso em cifra monetária. Nesta concei
tuação, encontramos os seguintes elementos:
"l) Patrimônio, lucrativo: uma pessoa possui um patrimô
nio e deseja servir-se dêle para lucrar; em outras palavras: para
aumentar êsse patrimônio". Por aí se pode perceber a dinâmica
da produção capitalista, impulsionando para a supeTprodução do
hipercapitalismo. Para que o aumento do patrimônio? Res
ponde o mesmo autor: "para tornar a aumentar, e ainda em
maior escala, o patrimônio aumentado".
''2) O lucro deverá obter-se jJelo patrimônio. Isso não
significa que o possuidor do patrimônio lucrativo (o "capitalis
ta") não queira trabalhar também. Muitos e mesmo a maioria
dêsses proprietários trabalham até o limite de suas fôrças ... até
esgotá-las prematuramente. Mas o lucro é, . no parecer dêles,
CAPITALISMO, SOCIALISMO E COMUNISMO 21
não tanto o fruto de seus esforços, e talvez de seu espírito de em
preendedora iniciativa, antes produto do patrimônio empregado
para fins de lucro. O emprêgo acertado do patrimônio (no pe
ríodo de reconstrução, em emprêsas de reequipamento; na fase
de escassez, na armazenagem dos bens que faltam, etc.) é que
decide do êxito".
"3) Patrimônio expresso em uma cifra monetária: o lucro
visado é posto em relação com a cifra de dinheiro que o repre
senta, e calculado pela percentagem dela. Não importará tanto
acrescentar a êsse patrimônio sempre mais parcelas constituti
vas, como seriam a ampliação dos locais de uma emprêsa ou a
anexação de novos setores, mas antes o aumento da cifra mone
tária do patrimônio. Será secundário saber quais as coisas cujo
valor vem adicionar-se a essa cifra monetária; o de que se trata
em última análise é a cifra monetária, como tal. Os capitalis
tas típicos dessa espécie interessam-se, por conseguinte, mais
pelo trabalho de escrituração (contabilidade, balanço), na qual
aparecerá demonstrada a decisiva cifra monetária, do que pelas
emprêsas em que são produzidos os valores que aparecerão
afinal nessa cifra, podendo acontecer até que êles jamais tenham
visto suas emprêsas". 2
Essa análise torna patente a verdadeira revolução operada
pelo capitalismo na vida econômica dos povos: a economia es
sencialmente ordenada à produção, a produção para o lucro e
o lucro como fim em si mesmo. As ativi_dades econômicas e
financeiras passaram à ser orientadas no sentido da formação e
do reinvestimento do capital.
Na economia pré-capitalista tínhamos o seguinte esquema:
22 J. P. GALVÃO DE SOUSA
!-
ftste espírito de lucro fàcilmente se transforma em desme
dida gananciosidade, pela avidez de enriquecer indefinidamente,
daí resultando o exercício da atividade econômica não mais su
bordinada à lei moral.
Se a dissociação entre o capital e o trabalho caracteriza o
sistema capitalista, esta separação entre a economia e a moral
gerou o espírito individualista dominante no capitalismo libe
ral-burguês dos séculos XIX e XX.
Daí a distinção feita pelo grande economista Toniolo entre
dois sentidos da expressão "economia capitalista": "um primeiro
e correto, i�to é, de um sistema de relações econômicas, em que
prevalecem pela importância comparativa as classes superiores
possuidoras do capital. Neste sentido a palavra denota uma
fase normal da economia dos povos, afirmação de uma certa ma
turidade e medida de um crescente poder do homem" .3
O segundo sentido corresponde ao sistema capitalista vi
ciado por aquêle espírito individualista, oriundo do naturalis
mo econômico moderno. Então, "economia capitalista" ou "ca
pitalismo" são expressões comparáveis a egoismo, parlamenta
rismo, socialismo, que significam a perversão de um conceito
normal. O egoismo é o amor próprio desordenado, o parla
mentarismo é a perversão do sistema representativo parlamen
tar e o socialismo é uma concepção que exagera o predomínio
que de fato deve reconhecer-se ao interêsse social sôbre o inte-
·..·_··.:.
' ..'_·
landa e da Franca. 9
Foi nesse mundo europeu, transformado pelo naturalisml)
renascentista e pelo protestantismo, que se formou o moderno
espírito capitalista, sendo de notar um fato de importância ca
pital: a influência dos judeus, expulsos da Espanha por Fernan
do e Isabel, e passando a exercer uma atuação decisiva nos ne
gócios e na política de outros povos.10
O capitalismo financeiro, oriundo do capitalismo comer
cial, fomentava a circulação das riquezas e dava origem à acumu
lação dos capitais. As bolsas suplantavam as grandes feiras, e
eis bancos iam ganhando uma preponderância cada vez maior,
resultante do desenvolvimento do crédito.
O empréstimo a juros muito contribuiu para êsse nôvo es
tado de coisas. Durante a Idade Média, a Igreja condenara,
combatendo a especulação e os excessos do comércio do dinhei
ro.11 Nos países em que era maior a influência do protestantis-
l
�,f•. · .'.
.• ..
32
-�
J. P. GALVÃO DE SOUSA
i "
mação de associações que têm por base as unidades smd1ca is
classistas.
Essa idéia foi comprometida pe lo regime fascista e outro s
semelhantes, de t endência para o Estado totalitário. H oje em
dia, para certas pessoas que não conhecem bem o ass�nto, falar
-se em corporativismo é o mesmo que se falar em fascismo. Ora,
na realidade o corporativismo fascista é a n eg ação da idéia cor
porativa tradicional e autêntica num dos seus aspectos funda
mentais. Essencialmente, o corporativismo representa o reco
nhecimento da autonomi a dos grupos sociais perante o Estado,
com capacidade dêstes grupos p ara resolverem as questões que
lhes dizem respeito, sem interferência do poder político. As an
tigas corp orações tinham a seu cargo a regulamentação da pro-
-48 J. P. GALVÃO DE SOUSA
;�
';
CAPITALISMO, SOCIALISMO E COMUNISMO 51
;�
., -
·1
)ismo medieval nada tinha de coletivista, e o que caracteriza o
socialismo é exatamente o coletivismo, isto é, o enquadr�mento
. dos indivíduos numa coletividade planificada pelo Estado de
um modo compulsório, tendo em vista estabelecer uma padroni
zação da vida para realizar o ideal da plena igualdade entre os
homens. A aspiração igualitária é a mola do socialismo moder
no. Daí decorre a atribuição à coletividade, representada pelo
Estado, de amplos poderes de regulamentação social, a ponto d e
fazê-la absorver direitos dos indivíduos e das famílias. Há uma
.::rr
::'.
CAPITALISMO, SOCIALISMO E COMUNISMO 63
.::rr : -
::'.
64 J. P. GALVÃO DE SOUSA
l
\ dade, acarreta legítimas desigualdades. Da mesma forma na or
dem econômica, se a todos devem ser abertas oportunidades de
1 melhorar suas condições, não é justo que aos mais capazes e de
r
:, maior iniciativa se impeça de granjear uma situação mais fa
1
vorável, da qual poderão advir benefícios para muitos outros.
Transferindo a propriedade dos bens de produção para a
coletividade, isto é, para o Estado, que representa a coletividade e
deve tomar a seu cargo a administração dêsses bens, o socialismo,
por uma dinâmica incoercível, conduz a uma grande centraliza
ção político-administrativa. Além disto, a igualdad: absoluta
almejada pelos socialistas só pode ser realizada mediante uma
imposição do poder público, ao qual cabe reprimir as inevitáveis
tendências dos homens para se sobreporem uns aos outros e rom
perem o círculo dessa igualdade. .A..s democracias liberais, ado
tando o lema de 1789 - "Liberdade, igualdade, fraternidade" -
acabaram por sacrificar a igualdade em virtude da liberdade de
sordenada que admitiam, provocando, pelos excessos da livre
iniciativa e da livre concorrência, a concentração do capital e a ex
ploração da classe proletária. O socialismo, para corrigir tais
abusos e implantar a igualdade entre todos, imola a liberdade
nas aras do Estado totalitário.
CAPITALISMO, SOCIALISMO E COMUNISMO 65
tecipa a Marx, e como êste considerava que não p odem haver mo
dificações na ordem social sem se modificar o regime da pro
priedade. Engels, no seu ANTI-DüRING, louvou a "genial
amplidão de vistas" de Saint-Simon.
Quanto a Proudhon, foi um escritor cheio de p osições con
traditórias. Po r vêzes, parece colocar-se numa linha de pensa
mento tradicionalista, é apologista entusiasta das pequenas uni
dades sociais contra o estatismo, preco niza o federalismo e o
mutualismo . Mas um dos p ontos centrais do seu pensamento
foi a revolta contra a própria idéia de Estado, fazendo- o chegar
à concepção de uma sociedade em que o p oder p olítico fôsse
extinto e substituído por livres acordos entre os trabalhadores.
Criticava a concepção democrática de Rousseau, por conduzir
ao despotismo da "vontade geral", e opunha-se a tôda autorida
de, tanto a da Igreja como a do Estado. Sua doutrina era vis
ceralmente anti-re ligiosa e foi inspiradora do anarquismo. No
seu livro QU'EST-CE QUE LA PROPRIÉTE? afirmava que
a pro priedade é um roub o.
Ao contrário de Louis Blanc, adepto de um so cialismo go
vernamental e da revolução pelo poder, Proudlzon batia-se por
um socialismo estritamente democrático com a revolução feita
pelo povo. Rompeu com Marx, que o chamava de charlatãt),
mas a sua idéia de uma sociedade sem Estado passou para o
marxismo. Marx escreveu a MISÉRIA DA FILOSOFIA con
tra a FILOSOFIA DA MISÉRIA de Proudhon; alguns anos
antes, comentando o l ivro de Proudhon sôbre a propriedade,
dissera tratar-se de uma obra fundamental que vinha tornar
possível a revolução da eco nomia política.8
Costuma-se dizer que com Marx e Engels tem início o so
cialismo científico, terminando -a fase dó socialismo utópico.
Isto porque o marxismo pretendeu estabelecer leis de validade
universal explicando cientificamente o desenvolvimento das so-
l
Daí por diante foi a Alemanha o país em que o socialismo
alcançou maior expansão, atuando politicamente e tendo que
enfrentar o govêrno de Bismarck. Formaram-se duas alas no
socialismo alemão, destacando-se à frente de uma delas Lassalle
e da Outra Wilhelm Liebknecht e August Bebel. Deu-se a fusão
destas correntes num congresso realizado na cidade de Gotha,
em 1875. Daí resultou o Programa de Gotha, recebido com res
trições por Afarx, que criticou alguns de seus itens mais impor
tantes. A Crítica do Programa de Gotha tornou-se um dos do
cumentos clássicos do pensamento marxista e aí Niarx faz ver
que a transição do capitalismo para a sociedade sem classes do
0 de Jules Moch, na F
rança, opondo-se ao comunismo e ao- ca
ráter ditatorial do regim e soviético e preconizando um "socia-
i3
lismo com liberdade".
, um combativo lider, Jean
Antes dêle, no socialismo· fra ncês
ção sem lhan te, no intento de conci
Jaures, colocava-se em posi
e
o. A seu ver, deviam ser man
e
liar a liberdade com o socialism da
reputadas por êle conquistas
tidas as liberdades individuais,
e d e voto, liberda de de consciên
Revolução francesa: liberda d
Revolução de 1789 continha-se
da, liberdade de trabalho. Na
o regime socialista poderia reali
um "socialismo humano" e só
Direito_s do �.amem._ faures;
zar plenamente a D�c� aração dos O socialismo e
a dizer:
combatendo o colet1v1smo, chegava
ividual. É o individua lis
a afirmação suprema do direito ind
e engrandece o individua-
mo lógico e completo. Êle continua
14
lismo revolucionári'o"
países escandina
guildista, na Inglaterra, e do socialismo dos
vo·, bem como do
vos, admitindo organizações de tipo. corporati
do que socialismo
socialismo cooperativista. Êste último, mais
_ com matiz:� s�ci�lis
propriamente dito, é um coope_rativismo
Pelo que p for dito,
listas. Tal a posição do economista Gzde.
, também pode ser
Proudhon, por alguns aspectos de sua obra
lismo associonista.
classificado entre os representantes do socia
resulta podermos
De tudo isto, sem esgotarmos o assunto,
lism o moderno, numa
indicar as seo-uintes modalidades do socia
leta e inclui o anar-
enumeração que não pretende ser comp
qwsmo:
l. socialismo dos precursores (antes de Marx);
2. anarquismo (Proudhon e outros);
3. coletivismo integral (Marx e Engels);
4. coletivismo agrário (H. George);
anha) ;
5. social-democracia (principalmente na Alem
6. socialismo de cátedra;
7. socialismo fabiano;
);
8. socialismo associonista (guildista, cooperativista
9. socialismo revisionista;
10. socialismo ético;
11. socialismo religioso;
12. neo-socialismo francês;
13. nacional-socialismo;
alismo;
14. sindicalismo revolucionário e anarco-sindic
ou bolche
15. marxismo-leninismo (comunismo soviético
tas das cha
vismo, variante chinesa, regimes coletivis
.e Tito na Iu
madas "democracias populares", cisão d do
no mun
goslávia, socialismo cubano, repercussões
afro-asiático) ;
16. trotskismo.
3. O MARXISMO
-:.l
CAPITALISMO, SOCIALISMO E COMUNISMO 87
i a
Note-se que êle não condena, segundo �m critér o de avali
explo r ç o d e um cl sse p
ção moral, as diferentes formas de a a a a or
_
outra, a começar pela escra
vidão. Coloca-se diante delas como
da evolução humana.
fatos históricos, correspondentes a fases
r ç que impede� o_ desen
Repele, isto sim, as formas de expl o a ão
mesm o a atnbmr uma
volvimento das fôrças produtivas. Cheg a
cialismo.
ns
No momento histórico oportuno, o proletariado, com a co
-se fôrç dialét ic que se lev nta em
ciência de classe, torn a a a a a
'
:.lk.
4. A TÁTICA FABIANA E O TRABALHISMO.
b consi�te na teoria
O p onto de p artida � a � outrina f� � ana
,
oCiahsmo de Sidney Webb.
da continuidade entre capi tal ismo e s
cio nário u ma conseqüên
Marx considerava o socialismo revol u
erária e do fraca sso do cap i
cia da crescente miséria da classe op
er o p rob le�a da distr �
t alismo p el a sua incap acidade _em resolv _
gar do capitah�o da �1-
buição. M as começava a surgir, �m lu
levando o padrao de �ida
sen a, o capitalismo da ab undância, e
da s classes menos favor
ecidas . Em face de tais persp ectivas,
t e a situa�ão dos tra
Webb esperava o me lhoramento crescer:i- _ d
at wa d as riquezas, gr a
balhadores e uma distribuição mais eqmt
de trab alho ? u
ç as à legisla ção sôbre sa lários, horas e con ções
di
s, c o mo nas naCio
impôsto progressivo . Via nestas reform bem
a
çã o pública de i n ú tr ias e serviç os,
nalizações e na admi nistra
d s
a lismo. 2 i
etapas para chegar ao so ci
revol ucionário
Dissentiram os prim os fabianos do método
e ir
- agrup ament o
da Federa ção Socia l De mocrática de Hyndman
m sub ídi t inári s primeiro p ara
marxis ta - e fornecera s os dou r o
d o Partido Liberal.
c
�n�eder, a tít l o experimenta l, liberdade a empresários indus
u
c c
pequenas areas
para s erem por eles cu l t1vadas .29
A •
!�
6. SOCIALISMO, PLANEJAMENTO E NACIONALI
ZAÇÃO.
; coletivista.
�
100 J. P. GALVÃO DE SOUSA
J,1,
O 103
CAPITALISMO, SOCIALISMO E COMUNISM
J,,1,
104 J. P. GALVÃO DE Sous�
1
natureza d a obra a realizar ;
2:º) de_ficiênc i as motivadas por co ndições extrínsecas e aci
denta is, em epocas de crise ·
3.0� rest rições impostas à liv re ação dos particulares por
• A
exigencias do bem c omum nacional, para atender a razões de
segur�nça ou para manter a independência efetiva de um povo.
E certo que o Estado, na missã o de promover o bem comum,
.
vai exercendo, e� nossos dias, atribuições cada vez mais a mplas,
por serem tambem cada vez mais numerosas as necessidades in-
ISME, POLLTIQUE DE
33. Per Engdahl, LE CORPORAT s
s . 8 e 17.
L'AVENIR, ed. Les Sept Coule
ur , pág
;� rr·-
,t -�--
. ,)
3.ª PARTE
110
J. P. GALVÃO DE SOUSA
------------. ..
114 J. P. GALVÃO DE SOUSA
TE,
6. Líu-Chao-Tchi, POUR l!TRE UN BON COMMUNIS
Paris: Editions Sociales·, 1955, pág. 49.
7. Ver acim a, 2.ª Parte, n. V.
et citado
8. Ver a respeito o magnífico trabalho de Jean Ouss págs. 104-
SME , princ ipal ente
à nota 5, LE MARXISME-LÉNINI
m
transcreve esta dec araçã o uito expre ssiva
-105. O mesm o autor l m
cidos teóricos mar
do professor Henri L efevre, um dos m ais conhe
xistâs na França: "O marxismo não é porta dor de um humanismo
se debru çou sôbre o proletariado por
sentimental e piegas. Marx não
a opressão. . . O marx1s�1':
que êle é oprimido, para l a�·entar su é fraco -. caso de cert�,
não se interessa pelo prol etariado enquantornalistas smce ros ou nao,
pessoas "c;;ridosas", de utopistas , de pate
ÇA" (págs . 86-8 7).
- MAS ENQUANTO l!LE É UMA FôR
116 J. P. GALVÃO DE SOUSA
.
_o ma xismo tem
r d a aç ão revo lucionári a u ma
concepç ao
.
- mm
to ive a a noç ão corrente "e e-vo1uç ao
d rs d - e que a sim se po e ex-
d r s d
,
de um fim' que e, ma oCiedade melhor e uráve l. Ta1 nao
e s u b e
- e
.
evi e ntem ente a concepç ão do m a x1. ta, pa_ra quem _n ão há bem
u s d
r r d r o
· o •La e, e n-
_ 1 10n . ', n.
época de
s
contrar os meio e ta aç ão r vo º: ;
s r
a. _n
se : r�� � e, ª m1�en� ex t�e:11 ª e
s d s ª
m m io e c lh
a
-
a
l\1 r x u e s o ea d
o r s
revol cionária".9
° e r
- -
u
. ,
.
d d u
,
" ca· sua m
-
· fl,u • nCi· a
.
s d e
s s d r d
- ,
pe rfeitamente entro de a concepç ao a d1a letica .
o s o s d d e
. .
d ss d
s d
guer a , se apelou p�ra � pat�o:fs; o ;�::�, :�:;ta��o�::i�� :a�
r
.
9.mesma idéia e"pressa p I. H . e�ri Lef,evre na citaçã o da
no ta anterior. Estas linhas :ão de �u�ona e Jean Daufat, em CON-
É a
o internacionali
mo de outros tem
lo es nacionais e prete indo a dialé
s
pos, i to t do é compree
r
d
t é p erfeita
s
fim de
a
e nt do em
o o
atacar a P olônia e d
e
er ao s
a r
i .
u
o incessante da
da aç ão, na inâmica o fl x
u
d
co as s s
itária do
a, a soc i dade i gual
d u
deve,
mundo comunista, t o isto
e
ro uç ão da h man
poi , se ent n i o como a int
s ss
o o
d d
u
ma vez q
d
em que,
de plenitu e r volucionária
e d d
s r
a r in o aos h
dos s bs
a uebr
ã -, esta prevalece á,
u
novaç ão c ia-
b d
r
e uma perpétua e
u o
dora .
da classe pr l tária l vando
Tal o esultado do movim nto , a ci
e
egundo o ma xi ta
o e
e
será,
à civilizaç ão do tra alho, que
r
s s
Ação.
ó exi te a matéria, não po-
P ara o materiali mo d ialético anto
ue permanece, ma enq
s s
ora.
s
m m
na aç ão material, e o h
s
N ão h á existência enão
d
e
li
e
r
o
ão. A
mente pela ua própria aç
s
e o marxi m é a
e
u
e
n l i l, as im
d
Jea n Da uja t s o
l. P la
e
v a
o
litari mo da xpa n ã
s
e
st de
o it
d
s
, e
e
t s e
é o conflito das fôrças produ
r u
r d
ana. Quanto
u
ua da n atureza hum
ra q o
m.
t an
h m
e
ta o para o céreb ro do
s
s
a distinç ão
o marxism o nega
s or d
ent e a verda e e o êr o, o
s
da aç ão r -
s
ue
da e, ma as exigênc i
r b
volucionária.
,
NTRA A CRUZ NA CHINA
11. F. Dufay, . A ESTRtLA CO
1954, Editôra Vozes, págs. 64-65.
3. A TECNOCRACIA MATERIALISTA.
FAZER?" e pub lica do em 1902: "Sem teoria r evo lu cio nária não
pode ha ve r mo vime nto re vo lucionár io".
A teori a em que êle ass entou o mo vim en to co mu nista nã o
fo i meramen te u ma dou tr ina co ncerne nte à re vo lu ção e aos se us
pro cessos , ou mes mo u ma teor ia do Es ta do ou u m sis te ma de eco
n o mia . Tudo is to é abran gido numa a mpla cos mo vis ão de s enti
do pro funda me nte r evolu cio nár io , nu ma co nce pção da vida hu
mana e de seu s fins , em o pos ição irredutível à vis ã o ca tólica do
u niverso e às cre nças tra dicio na is do po vo russ o.
da Re vo lu çao de ou �ubr
e s
, i 1 t . .
pel o P ar t"ido C omu nista . ta ndo - s e da a na rqtu a reinante na
me
r v 1 .
a
,
Russ1 a p s q ed . . r espec1e de
ae a1i a dos e se m qu alqu e .
mar o pod"� r se m preo s ar
o u
· _
a
issos , f.01-
a t:i,
o s.
i
Ass m livre d c p
co liga ç _ � c m ut �s g do
aa r às' últ imas conse qüên cia
e om rom
f e l1eb
Tu
o n-
o alguma e deve c
e u
0 ao t t smo e
s
uss 1a
te nos de sa cordos entre a ma le na realizaç ão
da
n
Os comunis ta� prossse guem a �;s�: �� � nJ ro gres so da c iên
t r
qu ele na tura lis mo , que �roe é c111
.
c ·nd
1 us tr ia l so b a di
p
l t
ur s
o a sooed
d
cia tra ns forma nd
a
· a do E s ta do
.
e e a
re ça p g rama do22 .o C o ng
res-
oM 111f to-
É o que nos faz ver n . d e 196 1.
Mos cou no
ro
. r eu nido e m
a es
a de do fu tu
ro , êst
Se J\1arx a nunciava a so c1ed .
o
ndo rus-
u e o o
p � nt s , tto e, , d .
os leitores di
a nte das rea lida d e m se u
cornda pe o com mº :�
e re e e
e da ca min ha da per
s
so de hoj e
u s
15
alastr am ento pelo globo .
3 j ulh_o 1950 .
177-185, n. , E RE-
NIN TO STALIN in .TH
14. W. Gurian, FROMLE
. 12.
VIEW OF POLITICS, vol �uest-o foi a mplamente divulgado pel a
15. O docu mento e_m VDA de 30 de ju lho
a o or�g inal no PRA
imprens a m undial. P ubhca � n o s:rn.ana, n · o RELAZIONI INTER-
o,
de 1961. Um a boa tra duça de agosto claquele ano.
26
NAZIONALl deMilão de
124
J. P. GALVÃO
DE SOUSA
Alé�' de _se referir a tem
mente o nacionalismo" as estratég icos e tat , rco
. s - notada
. , expIora do como a rm .
nos 1:11ov1mentos de lib a de prop aganda
ertação nacional e
relacronadas com a "co numer osas que
· existência pao'fº' " stões
ica - ·
Comumsta focaliza êstes
. dois temas essenc1a . . o nôvo Mamfesto
oentI'f'ico e a marcha da 1s.· 0 na turahsm
i-evolucão. o
.
. NA T� RALISMO CIE.NTfFICO
- A soci. eda de
a)
msta, na expenencia sov . comu.
iética' é uma imen sa tecnocracr· a,
lho r, uma tecno-burocrac ou me-
ia materiai'ista.
- A tarefa da sua edific
acão, pelo Estado total . , .
nao apenas a estruturacã . rtano, si ifica
, o ela - ordem socra I em novas b a gn
a te, mesmo a reconstruç ses, mas
ão do homem.
O �a� ifesto expõe os
. objetivos do , Partido no co
base tecmco-material da
sociedade' a d'rreç�- o d n cernente
ª.
cronal e à planificação . ec o n omia na.
' ao desenv.o1v1me
a
1 a, ao bem-estar mater nto industn· a1 e
ial do povo' as - agríco -
m ocraci. a s ocra . .
hsta' aos p··1 oblemas das
. funçoes do Esta d
. . o na de-
1 mg .
, trc na
· u1s as, a, educação instrucão ' . • . cronahdades e questões
, .
dos parses socralrstas en' . ' cren cra e cultu ra, as ' re1 ações
tre si.
Pormenores sôbre organ
izacã . 1 d. .
letras e artes, além de ou tras m;t�/;: i_cal,_ vida _r�ral, espo rtes,
d1versas, ar figura
. Mas .º. que cumpre sobretudo destacar é m
na dos dingentes comun a plena
istas de estarem despe con sciên-
maneir · a de conceb ' rtando uma nova
er o mu 11d o e a v1 da entre o s I
· 1ar
Irm · da era tec iomens. No
nolóo-t:>ica ' aprese11tam-se
grandes vanguardeiros, os comun·rst�s c
- reivindicando para s1. o.mo os
na renovaça o da humanid . um pione1n .
ade · O messianismo sob . smo
Marx e Engels redigiram - �UJ· o sig.
o primeiro Mamfesto . no
ga ao seu auge. E ao Comunista che
. . me smo tempo se comprov -
msmo esta, muito . a que o
lona-e de ser mero sis comu-
suª f.orça dessa espécie tema econômic_o, .
de "mística" oen pois tira
t:,