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Fausto
Dialética marxista, dialética hegeliana: a produção capitalista como
circulação simples. 1ª edição, Paz e Terra/Brasiliense, São Paulo
SP, 1997.
RESENHAS Hector Benoit (Professor do Departamento de Filosofia, Unicamp.)
Como fizera nos dois volumes de postos são postos exatamente como e
Marx: Lógica e política, investigações enquanto aparência. Nesta primeira se
para uma reconstituição da dialética ção de O Capital, portanto, se faz exata
(1983 e 1987), neste novo livro, de ma mente a teoria do fundamento enquanto
neira tão paciente quanto naquelas obras, fundamento aparente. Toda a dificulda
prossegue Ruy Fausto a sua herme de dialética, mostra o autor, está justa
nêutica da obra de Marx à luz da Lógica mente em compreender que o fundamen
de Hegel. Em Lógica e política, o autor to é afirmado a partir de um juízo de
estudara sob luz hegeliana diversas reflexão, isto é, um juízo que poderia
questões relativas à obra de Marx, como ser enunciado da seguinte forma: o fun
o humanismo, o althusserismo, a noção damento posto é... aparência. Sendo as
de trabalho abstrato, a circulação de sim, o fundamento(sujeito) se reflete no
mercadorias, a concepção marxista da predicado (a aparência), o sujeito não
história, as noções de pressuposição e permanece estável, isto é, temos um
posição, as classes e o Estado. Agora, juízo de reflexão e não um juízo do
nesta nova obra, Dialética marxista, sujeito. Ressaltese, Fausto utiliza o sig
dialética hegeliana: A produção capi no ... para exprimir exatamente a re
talista como circulação simples, as aná flexão em um juízo. Neste tipo de juízo
lises de Fausto são mais localizadas e o sujeito se reflete no predicado estando
obedecem a maior unidade: como apon assim apenas pressuposto. Seria o caso
ta o próprio título do livro, tratase de do fundamento na I seção de O Capital.
estabelecer os pontos exatos de contato Foi também utilizando o mesmo juízo
entre a dialética hegeliana e a dialética de reflexão que Fausto já dissolvera
de Marx na primeira seção de O Capital. dialeticamente, em Lógica e política I
No primeiro capítulo, Fundamento (cap. 1), o falso (e inocente) dilema entre
e aparência, o autor estuda uma certa humanismo ou negação do humanismo
dificuldade que existiria na seção I de O em Marx: em todos os juízos que fizer
Capital. Se a circulação simples tratada mos sobre o homem antes do fim da pré
nesta seção representa a aparência do história, explicara ele, o homem é um
sistema, como é possível logicamente sujeito que se reflete no predicado e o
apresentar como postos, já nesta altura predicado ao invés de revelar a essência
do desenvolvimento da obra, os elemen do sujeito homem apenas anuncia outro
tos valor e trabalho que parecem perten que o próprio homem.
cer aos fundamentos do sistema e não à No segundo capítulo do livro, Fausto
aparência dele? Na verdade, mostra estuda a questão de matéria e forma na
Fausto que, nesta seção os fundamentos seção I de O Capital. Procura explicar
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como a dualidade matéria/forma se arti Hegel], e outra, em que a constituição
cula com as noções de substância, de su está inscrita numa base material [ou seja,
jeito e com a dualidade conteúdo/forma. Marx] (p. 47). E acrescenta o autor, na
Mais uma vez, fará aproximações com mesma página, que talvez aí, nesta dife
Hegel. Sustenta que essas dialéticas da rença, se encontrem os subsídios para
obra de Marx correspondem mais de per uma definição possível do materialismo
to à dialética do fundamento absoluto de Marx. Nesse sentido lembra Fausto
na lógica da essência de Hegel. A texto dos Grundrisse em que Marx afir
dialética da forma e da essência (primeiro ma ser necessário corrigir a maneira ide
item de O fundamento absoluto na lógi alista da apresentação, que produz a apa
ca hegeliana) corresponde, segundo rência de que se trata só de determina
Fausto, à passagem do valor de troca ao ções conceituais e da dialética desses
valor e, na seqüência, à constituição da conceitos. Sobretudo, escreve ainda
substância como trabalho abstrato. O se Marx, a fórmula: o produto (ou a ativi
gundo item em O fundamento absoluto dade) se torna mercadoria; a mercadoria
de Hegel (Forma e matéria) corres valor de troca; o valor de troca dinheiro
ponde à dialética em Marx da forma do (cit. por R. F., p. 47). Como comenta
valor e do dinheiro, e o terceiro item Fausto, o sentido dessa autocrítica é que
(Forma e conteúdo) corresponde ao a sucessão das determinações estão ins
fluxo do próprio capital, ainda que este critas numa matéria anterior e que a cons
em Marx seria mais analógico com a tituição de um conteúdo formal seria fei
passagem ao conceito, ou seja, já o ta na dialética marxista sobre o fundo e
processo de transição para o livro III na na base da supressão de um conteúdo
Ciência da Lógica de Hegel. pressuposto. No exemplo estudado, a
No entanto, apesar destas múltiplas dialética da forma do valor, ocorreria a
analogias, já neste segundo capítulo, o supressão do conteúdo da finalidade
autor apresenta também algumas dife ligada ao valor de uso (cf. p. 48).
renças essenciais entre Hegel e Marx. Quanto a esta diferença entre a
Na dialética hegeliana, segundo Fausto, dialética de Hegel e de Marx, cabem aqui
haveria uma constituição da matéria e do algumas observações. Inquestionável
conteúdo, o movimento de apresentação parece ser que a dialética em Marx e suas
hegeliano seria assim um processo de categorias formais sempre se desenvolvem
constituição sobre o fundo do nada (p. sobre uma base material pressuposta, base
47), enquanto que em Marx, matéria e esta que conforme vai sendo suprimida
conteúdo material são pressupostos, isto enquanto pressuposta vai recebendo
é, estariam presentes como presençaau vida (tratase de encontrar a vida da
sente desde o início. Como escreve matéria, dizia Marx em célebre prefácio
Fausto: Fica a diferença entre uma de O Capital), até que em certo momento
dialética em que todas as determinações da exposição esta base se mostra como
são constituídas pelo processo [ou seja histórica. 1 No entanto, no Hegel da
1. Escreve Marx no prefácio da segunda edição: das Leben des Stoffs....; cabe recordar que
em termos do desenvolvimento filosófico interno ao idealismo alemão, a passagem da dialética
da vida orgânica ou natural à dialética da vida do espírito enquanto esta vida é história marca
exatamente a passagem de Schelling a Hegel.
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Fenomenologia do espírito temos um Podese no entanto argumentar, com
processo bastante analógico... Cabe re razão, que Ruy Fausto, em suas analogi
cordar que em termos do desenvolvimen as entre Hegel e Marx, não se refere à
to filosófico interno ao idealismo alemão, Fenomenologia..., mas sim, à Ciência da
a passagem da dialética da vida orgânica Lógica e seria somente esta obra, graças
ou natural à dialética da vida do espírito, justamente ao seu grau maior de abstra
enquanto esta vida é entendida como ção, que permitiria relações pertinentes
história, marca exatamente a passagem com a dialética de O Capital.2 Ora, em
de Schelling a Hegel. Assim, na Feno sentido contrário, ainda que rapidamen
menologia..., as diversas figuras da cons te, podemos lembrar as relações cerradas
ciência (certeza sensível, percepção, que existem entre a Fenomenologia e a
entendimento...) e suas dialéticas nada Ciência da Lógica. Quando Hegel pro
mais são do que abstrações do todo que jetou escrever a primeira obra, como se
precede seus momentos isolados, e a to sabe, 3 pensava inicialmente apresentar
talidade deste devir, como afirma Hegel uma parte do seu sistema que consistiria
nas últimas linhas da Fenomenologia..., em uma introdução seguida pela sua ló
por um lado, em sua forma contingente, gica e sua metafísica, no decurso da re
é a própria história; por outro lado, en dação a introdução ao sistema trans
quanto organização conceitual, a totali formase na Fenomenologia do espírito,
dade deste devir é a ciência do saber fe que passa a ser designada como a pri
nomenal; finalmente, a unidade destes meira parte do sistema da Ciência. Ain
(história e ciência), por sua vez, é da que a relação teórica definitiva entre
novamente história, porém a história ele a Fenomenologia... e a Ciência da Lógica
vada acima da contingência, isto é, como permaneça discutível(para o próprio
diz Hegel, a recoleção e o calvário do Hegel), é possível dizer, em vários senti
espírito absoluto. A história portanto, dos, que a Fenomenologia... prepara a Ci
ainda que concebida de forma idealista, ência da Lógica, sendo assim, em certo
é também uma base material (matéria sentido, o substrato material da ciência
inteligível, como dizia Aristóteles na especulativa. Realmente, ao término da
Metafísica) pressuposta em toda a Fenomenologia..., quando superase a os
dialética das experiências teoréticas da cilação entre a verdade objetiva externa
Fenomenologia... Não se diluiria assim, e a certeza subjetiva que seria sem verda
em parte, essa suposta diferença entre a de, suprimese a diferença entre a forma
dialética hegeliana e dialética marxista objetiva da verdade e a verdade do Eu
apontada por Ruy Fausto? que sabe, atingese o saber absoluto que
2. Como observa Bento Prado (em perspicaz prefácio que acompanha o livro de Ruy Fausto), se
Paulo Arantes escolheu o Hegel da Fenomenologia..., Ruy escolheu o Hegel da Ciência da
Lógica: Aparentemente um escolheu o Hegel da Ciência da lógica, enquanto outro ficou com
o da Fenomenologia do espírito. No fundo, a questão em pauta parece ser (também) a seguinte:
para devolver significação à dialética, será necessário restaurar seu momento racionalpositivo,
recorrendo à artilharia pesada da lógica? (p. 22).
3. Cf. J. Hoffmeister, in introdução à Phänomenologie des Geistes, edição Lasson/Hoffmeister,
S.W., II, 1937, p. XXXI; também J. Hyppolite, Genèse et structure de la Phénomenologie de
l'esprit de Hegel, AubierMontaigne, Paris, 1946, p. 56.
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justamente é o resultado da Feno passado, mas o ser passado intemporal
menologia..., resultado que permite a (zeitlos).5 Para Hegel, assim, a lógica da
transição para o saber puramente espe essência não parte do nada como ausên
culativo, a ciência pura liberta de toda cia, mas sim, do que era ser, isto é, o
contingência, a lógica dialética, domínio passado do ser (a história do seu processo
propriamente da ciência suprema, região de determinações), ou o ser superado e
que Platão chamara nóesis, território an suprimido em sua temporalidade contin
hypotético no qual ocorreu a anairésis gente. Como se vê, na lógica da essência,
(supressão ou superação, Aufhebung ) de mais uma vez, também aparece um
todas as hypoteses anteriores. Parecenos substrato material a partir do qual
assim bastante discutível sustentar que a ocorre o processo dialético. A diferença
dialética hegeliana se diferenciaria entre a lógica hegeliana e a marxista
daquela de Marx pela inexistência na talvez deveria ser assim procurada, não
primeira de uma base material. Sobre tanto na denúncia da suposta inexistência
tudo, se entendermos esta base material do substrato material em Hegel, mas sim,
enquanto o que está subposto (a hy muito mais, na determinação da diferença
potese na dialética platônica) ou en de conteúdo deste substrato material.
quanto o substrato (a ousia enquanto Enquanto em Hegel a essência, o pas
hypokeimenon em Aristóteles), ou ainda sado do ser, a história, são determinados
a potência ou dynamis (aristotélica), 4 a partir da história política, cultural, reli
todos estes diversos sentidos de giosa, filosófica, superestrutural, em
substrato material e de pressuposto Marx, ao contrário, a superestrutura não
predominantes na lógica hegeliana tem propriamente história, os processos
constituem uma matéria a partir da qual superestruturais, o desenvolvimento das
se desenvolve o devir das categorias. Não idéias, das categorias e assim da própria
acompanhamos Fausto, particularmente, lógica dialética (ser, nãoser, devir...),
quando na sua argumentação (para possuem como substrato material as con
ressaltar a suposta diferença entre Hegel tradições da história (ou préhistória) da
e Marx) afirma que a lógica da essência humanidade que, até os nossos dias, para
em Hegel se desenvolve sobre o fundo Marx, são as contradições da história da
do nada (p. 47) , ainda que em seguida luta de classes. Este é o conteúdo do
relativize de um nada que é nadado substrato material da lógica dialética
ser (ibidem). Ora, como o próprio Hegel marxista que diferencia radicalmente
comenta no começo da lógica da essência Marx de Hegel e de todo o pensamento
(e aqui, sem dúvida, recordando Aristó burgues e reformista.
teles), a essência (Wesen) foi conservada As leituras acadêmicas, mesmo aque
na forma verbal do passado do verbo ser, las rigorosas como a de Ruy Fausto, no
isto é, em alemão gewesen, e acrescenta, entanto, separando e recortando analiti
com efeito, a essência (Wesen) é o ser camente a obra de Marx anulam o movi
4. Hypótese, hypokéimenon e dynamis são noções convergentes da filosofia grega clássica e
estão presentes no sentido do substrato e pressuposto hegeliano.
5. Ciência da lógica, in S. W., IV, edição Glockner, 1965, p. 481. Observese que em Aristóteles
a essência é expressa pela célebre locução o que era ser (tó tí en êinai), traduzida em latim por
quod quid erat esse .
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mento dialético deste conteúdo (a luta de para uma teoria do Estado capitalista.
classes) que, do Manifesto... a O Capital, Esta sugestão de Ruy Fausto, completar a
dos anos da Liga Comunista à Primeira apresentação da obra de Marx com uma
Internacional, para Marx, aparece como teoria do Estado, parece ser necessária,
posto historicamente e sempre pressupos para ele, pois, somente quando o direito
to teoricamente, desde o início, em todas do Estado estivesse posto seria plena
as abstrações e exposições teóricas de mente justificada a transgressão do
Marx. No caso de Ruy Fausto, neste livro, contrato, e assim, estariam também
esta leitura acadêmica (nãomarxista) de justificados os textos históricopolíticos
Marx, fica bastante clara no capítulo 4. com as classes em luta enquanto postas.
Ali Fausto descreve (p. 7475) a dialética Ora, na verdade, assim como o De
da apresentação dos agentes em O Capital. zoito Brumário... foi publicado em 1852
Primeiramente, os agentes são postos e não pode esperar a apresentação nem
enquanto pólos homogêneos que trocam do livro I de O Capital nem do capítulo
mercadorias na relação jurídica do con 52 para colocar como posta a luta de clas
trato. Permanecem assim durante o mo ses, durante a própria exposição interna
mento da circulação simples. No momento de O Capital, as classes sociais e a luta
da produção capitalista enquanto produ de classes não esperam o capítulo 52 para
ção capitalista os agentes são indivíduos se manifestarem. Como na Fenomeno
heterogêneos em inércia, representando a logia do espírito, no modo de exposição
primeira negação do contrato. No momen em O Capital (ainda que, mais uma vez,
to da produção capitalista apresentada com outro conteúdo histórico), ocorrem
como reprodução, os agentes são suportes constantes adiantamentos realizados
sociais do capital e assim classes sociais, pela instância para nós do percurso. Na
porém classes em inércia e, diz Fausto, instância do para nós se conhece
somente pressupostas, apesar de ocorrer antecipadamente o percurso de supressão
aqui a segunda negação do contrato da aparência e os momentos que na
também não existe aqui ainda luta de instância da consciência mergulhada na
classes. Finalmente, no capítulo 52 do aparência são ainda apenas pressu
livro III de O Capital, os agentes serão postos, na instância do para nós
classes postas, mas também ainda em aparecem como já postos. Assim como
inércia, e portanto continuaria inexistindo do ponto de vista do para nós em Hegel
a luta de classes. Onde está então, segundo (que coincide com o saber absoluto) se
Ruy Fausto, a luta de classes em Marx? sabe, desde o começo, a pobreza abstrata
Somente para além dO Capital, temse da certeza sensível, assim também em
classes em luta, o que significa Marx, do ponto de vista do para nós
transgressão do contrato (p. 76). Como (que aqui coincidiria com a vanguarda
se vê, para Fausto, a luta de classes histórica da classe operária européia que
transcende o conteúdo de O Capital. Este já de fato havia participado da luta de
além são os textos históricopolíticos classes desde pelo menos 1830), se sabe,
de Marx, como O Dezoito Brumário de desde o começo de O Capital, que só
Luís Bonaparte e Guerra civil em França. aparentemente alguém vai ao mercado
Observa ainda em nota (p. 76, nota 75) capitalista enquanto indivíduo homo
que entre o capítulo 52 de O Capital e os gêneo; na verdade, as classes sociais e a
textos históricopolíticos haveria lugar luta de classes estão postas historicamen
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te sob a aparência dos indivíduos homo da da classe operária. 7 A dialética em
gêneos, como mostrará sobretudo o ca Marx é assim crítica e revolucionária,
pítulo XXIV, descrevendo a acumulação como ele próprio afirmou.8 A supressão
primitiva. No entanto, já no capítulo I da aparência em O Capital é assim teoria
ocorrem antecipações postas pela van da revolução e a própria maneira de ex
guarda do para nós que anuncia não posição (die Darstellungsweise), com o
somente a luta de classes como também seu desdobramento em níveis de cons
a supressão das classes e o próprio socia ciência, como perceberão Lenin e
lismo. Como escreve já no capítulo I Trotski, expressam uma teoria do
Marx: Imaginemos finalmente, para va partido e do programa revolucionários.
riar, uma associação de homens livres, Mas, esta certamente seria uma visão
que trabalham com meios de produção marxista que Fausto não aceitaria,
comunais e despendem suas múltiplas pois, parece ler Marx, conscientemente,
forças individuais de trabalho conscien de fora do marxismo.
temente como uma força de trabalho so Se, por um lado, esta visão externa o
cial. E após descrever uma sociedade conduz a separar analiticamente a obra
consciente das suas relações de produ de Marx (talvez, contra parte de Marx),
ção e planejada socialmente, ao fim do por outro lado, esta mesma visão externa
mesmo parágrafo, escreve Marx: As re o leva a descrever e esclarecer com preci
lações sociais dos homens com seus tra são inigualável certos processos da
balhos e com seus produtos do trabalho dialética da aparência que caracterizam
ficam aqui transparentemente simples exatamente a circulação simples. Isto
(durchsichtig einfach) tanto na produ ocorre na dialética da forma do valor
ção como na distribuição6 . Muitas ou (descrita no capítulo 3) e na dialética do
tras antecipações similares aparecem no dinheiro (capítulo 5). Também a partir
decorrer do livro I. Lembremos do capí desta posição contemplativa do enten
tulo VIII, cujos itens 5, 6 e 7 tratam sob dimento, Fausto descreve, em apêndice
aspectos diferentes a luta (der Kampf) deste livro, as diferenças entre a dialética
pela jornada normal de trabalho, mas de Marx e as análises de LéviStrauss e
esta dualidade entre o para nós e a Weber, advertindo sobre os riscos concei
consciência mergulhada nada mais é tuais que existem em certos ecletismos
do que a oposição contraditória entre a teóricos, em geral, inconscientes. Nesse
aparência e a essência do ser no modo de sentido, mesmo aqueles que permanecem
produção capitalista, oposição esta, ela no interior do marxismo, adquirindo a
própria, expressão da luta de classes, a paciência do conceito, muito podem e
luta entre a economia burguesa e a sua devem aprender com esta nova obra de
crítica, a economia política da vanguar Ruy Fausto.
6. MEW, 23, p. 923; edição Abril, p. 75.
7. Nesse sentido, escreve Marx in Manifesto inaugural da Associação Internacional dos
Trabalhadores, referindose à luta pela limitação da jornada de trabalho: Pela primeira vez, a
economia política da burguesia foi derrotada em plena luz do dia pela economia política da
classe trabalhadora (politischen Ökonomie der Arbeiterklasse). (MEW, 16, p. 9).
8. MEW, 23, p. 28.
138 RESENHAS
BENOIT, Hector. Resenha de: FAUSTO, Ruy. Dialética marxista, dialética hegeliana: a
produção capitalista como circulação simples. São Paulo: Paz e Terra/Brasiliense, 1ª.
edição, 1997. Crítica Marxista, São Paulo, Xamã, v.1, n.7, 1998, p.133-138.