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ESCOLA SESI RINALDO CAMPOS SOARES

Autoavaliação
ATIVIDADE: DISCIPLINA: FILOSOFIA PROFESSOR: Quantitativa -
MATTHEUS ROSA
Valor a definir
Hume, Kant e Hegel ENSINO MÉDIO

ALUNO: Giovanna Leite Araújo

Turma: 2° Série Turno: Matutino Data: 16/10/23 Exercícios de Fixação - Trabalho

1 - Considere os textos abaixo:


Texto I: “A primeira premissa de toda a história humana é, naturalmente, a existência de indivíduos humanos vivos, a
organização física destes indivíduos e a relação com o resto da natureza. Toda a historiografia tem de partir destas
bases naturais e da sua modificação ao longo da história pela ação dos homens”.

MARX, Karl. Obras escolhidas. Lisboa: Edições Avante, 1982. P.8.

Texto II: “A dialética de Hegel foi colocada com a cabeça para cima ou dizendo melhor, ela, que se tinha apoiado
exclusivamente sobre sua cabeça, foi de novo resposta sobre seus pés”.
ENGELS, in: “Ludwig Feuerbach e o fim da filosofia clássica alemã”.

Considerando os fragmentos acima, DIFERENCIE a dialética hegeliana do materialismo histórico dialético marxista.

A dialética hegeliana é uma forma de entender a história e o desenvolvimento humano a partir da razão, do espírito
absoluto, que se manifesta em diferentes formas de consciência e se supera em sínteses cada vez mais elevadas. A
dialética hegeliana é idealista, pois considera que a realidade é determinada pelas ideias. A dialética hegeliana se
baseia na sucessão de três momentos: tese, antítese e síntese.
O materialismo histórico dialético marxista é uma forma de entender a história e o desenvolvimento humano a partir
das condições materiais, das relações de produção, que determinam as formas de consciência e de organização
social. O materialismo histórico dialético marxista é materialista, pois considera que a realidade é determinada pela
matéria. O materialismo histórico dialético marxista se baseia na contradição entre as forças produtivas e as relações
de produção, que geram lutas de classes e transformações sociais.

2 - (UECE 2020) Relacione, corretamente, os pensadores com seus respectivos pensamentos acerca da forma
como o conhecimento da realidade se verifica, numerando os parênteses abaixo, de acordo com a seguinte
indicação:

1. Immanuel Kant
2. Karl Marx
3. Renè Descartes
4. G.W.F Hegel

( 4 ) A reflexão filosófica deve partir de um exame da formação da consciência e a experiência da consciência não é
só uma experiência teórica: é necessariamente histórica.
( 2 ) Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. É a ideologia a responsável
por produzir uma alienação da consciência humana de sua situação real.
( 3 ) É sempre possível duvidar de um princípio, questionar as bases de uma teoria. É preciso colocar em questão
todo o conhecimento adquirido.
( 1 ) O conhecer é um ato de autodeterminação do sujeito, é anterior a toda experiência, e trata não tanto dos
objetos, mas dos conceitos a priori sobre os objetos.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


A) 1, 3, 2, 4.
B) 3, 1, 4, 2.
C) 4, 2, 3, 1.
D) 2, 4, 1, 3.

3 - (Enem 2012) Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado. A
menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o
próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de
decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Tem coragem de fazer uso de teu próprio
entendimento, tal é o lema do esclarecimento. A preguiça e a covardia são as causas pelas quais uma tão grande
parte dos homens, depois que a natureza de há muito os libertou de uma condição estranha, continuem, no entanto,
de bom grado menores durante toda a vida.

KANT, I. Resposta à pergunta: o que é esclarecimento? Petrópolis: Vozes, 1985 (adaptado).

Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da
Modernidade.

Com base nestas informações, responda:

O que é a Revolução Copernicana operada pelo filósofo?

A Revolução Copernicana operada por Kant é uma mudança de perspectiva na forma de entender o conhecimento
humano. Kant propõe que, em vez de considerar que o sujeito se adapta aos objetos do mundo, como na astronomia
de Ptolomeu, que colocava a Terra no centro do universo, devemos pensar que os objetos se adaptam ao sujeito,
como na astronomia de Copérnico, que colocou o Sol no centro do sistema solar. Assim, Kant afirma que o
conhecimento não é uma cópia passiva da realidade, mas uma construção ativa do sujeito, que aplica suas formas a
priori de intuição (espaço e tempo) e de entendimento (categorias) aos dados da experiência sensível. Dessa forma,
Kant busca superar o impasse entre o racionalismo e o empirismo, e estabelecer os limites e as condições da
possibilidade do conhecimento humano.

4 - (UEL 2019) Leia o texto a seguir.

Mesmo supondo que as faculdades racionais de Adão fossem inteiramente perfeitas desde o primeiro momento, ele
não poderia ter inferido da fluidez e da transparência da água que ela o afogaria, ou da luz e do calor do fogo, que
este o consumiria. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidades que aparecem aos sentidos, tanto as causas que o
produziram como os efeitos que surgirão dele; nem pode nossa razão, sem o auxílio da experiência, jamais tirar uma
inferência acerca da existência real e de um fato.

HUME, D. Investigação acerca do Entendimento Humano. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 50.

Com base na interpretação do texto, EXPLIQUE o conceito de causalidade na epistemologia de David Hume.

O conceito de causalidade na epistemologia de David Hume é o de que a relação entre causa e efeito não é uma
relação necessária, mas apenas uma associação habitual baseada na experiência. Segundo Hume, não podemos
conhecer a priori as causas e os efeitos dos objetos, mas apenas observar a sua regularidade empírica. Assim, a
causalidade é uma inferência que fazemos a partir da memória e da imaginação, mas que não tem fundamento
racional. Hume critica a ideia de que há uma conexão essencial entre os fenômenos, e afirma que tudo o que
sabemos é que, de causas que nos parecem semelhantes, esperamos efeitos semelhantes.

RESPOSTAS:
Resposta da questão 4:
A experiência, para Hume, constitui fonte de conhecimento ao revelar a relação causal existente entre os fenômenos
naturais. Toda causa gera, como consequência, um efeito. A experiência, e não a razão, é quem captura a relação
existente entre uma causa e seu efeito. Logo, a experiência é fonte reveladora da relação causal. O que Hume
questiona é o fato de a experiência, assim como a razão, serem insuficientes na justificação da existência de uma
conexão causal entre os fenômenos naturais. Que o fogo, em razão do calor que lhe é inerente, produz queimaduras,
é um conhecimento empírico. Ou seja, há uma relação direta entre o fogo (causa) e a queimadura (efeito) revelada
pela experiência. No entanto, a experiência é incapaz de inferir a existência de uma conexão necessária entre fogo e
calor. Não há nada na experiência que garanta a manutenção da relação causal entre fogo e calor. Nem a
experiência nem a razão podem inferir sobre a determinação causal entre os fenômenos naturais. Sabemos apenas
que há uma relação causal, mas não sabemos se há, de fato, uma conexão causal (de forma necessária) entre o
fogo e o calor. Enfim, identificar a causa de um efeito não envolve um conhecimento objetivo da causa em si, de suas
qualidades e poderes não perceptíveis, nos quais o efeito estaria necessariamente implicado. Essa necessidade
causal não se pode conhecer, isto é, não se tem acesso àquilo que na causa implica necessariamente o efeito. Só
notamos uma relação uniforme e regular ou uma conjunção constante entre o que consideramos causa de um
determinado efeito produzido, ambos percebidos pela experiência, numa sucessão temporal.

Resposta da questão 3:
Como diz Kant em Resposta à pergunta: “O que é Iluminismo?” (1784), a palavra de ordem deste movimento de
renovação cultural é “Sapere aude!”, isto quer dizer basicamente que os homens deveriam deixar sua menoridade,
da qual são culpados, e direcionarem seu entendimento a partir de suas próprias forças, sem a guia de outro.
(Para uma noção geral sobre o assunto: <http://www.youtube.com/watch?v=9a9kWxpnjWk>.)
Esta posição perante o mundo possibilitou um movimento em busca da liberdade e de um ideal de independência
política, econômica e intelectual. Desta busca nasce, entre muitos outros movimentos, a Independência americana, a
Independência haitiana e a Revolução francesa (esta última influenciada pelo pensamento do filósofo Jean-Jacques
Rousseau). E sendo uma posição opositora dos regimes absolutistas, o Iluminismo almeja a libertação da riqueza e
de tudo mais dos mistérios divinos tão presentes no pensamento medieval e influentes neste tipo de Estado absoluto.
Tudo passa a ser problema resolvível se o entendimento do homem se empenhar de maneira metodológica. Nada é
misterioso. Desta confiança na razão nasce uma reflexão sobre a riqueza e sua administração – Adam Smith, A
riqueza das nações (1776), por exemplo. Neste contexto Montesquieu também é importante, na sua obra O Espírito
das Leis temos um tratado sobre as relações do poder administrativo e uma teorização sobre a tripartição deste
poder (executivo, legislativo e judiciário) de modo a serem separados, porém interdependentes.

Resposta da questão 2:
[C]

Renè Descartes, em sua filosofia epistemológica, tem como base o princípio da “dúvida metódica” como “caminho”
para a obtenção de um conhecimento verdadeiramente seguro. Para esse pensador, tal princípio implica o
questionamento sistemático de todos os pressupostos até então tidos como verdadeiros, pois só o processo que
coloca em dúvida todo o conhecimento construído até então poderia produzir uma verdade segura.

A filosofia epistemológica kantiana diferencia o conhecimento das “coisas em si” do das “coisas para nós” ao
introduzir o pressuposto de que a razão humana encontra limites para o conhecer, de modo que o conhecimento
humano se relaciona com os conceitos a priori acerca dos objetos. Kant também considera que o processo de
conhecimento está ligado à autonomia do sujeito no uso da razão e se dá devido a estruturas cognoscentes que
existem anteriormente à qualquer experiência empírica.

Hegel faz uma crítica à concepção kantiana do sujeito transcendental, uma vez que esta parte do pressuposto de
uma consciência já considerada como posta, originária. A partir dessa crítica, Hegel levanta o problema filosófico da
formação da consciência. Ao analisar esse processo, Hegel considera central a percepção de que se trata de um
processo essencialmente histórico. A partir de uma consciência crítica acerca da história, portanto, seria possível
entender o sentido e a direção da história, identificando as “leis da história”

Marx, por sua vez, entende a consciência como produto das condições materiais de existência, considerando sua
construção e reprodução, de modo que seria a vida que determina as formas de consciência, e não o contrário.
Nessa perspectiva, Marx também entende a ideologia como uma forma de interpretação da realidade que a dissocia
das condições materiais históricas da sua formação, resultando, portanto, em uma interpretação distorcida e
produtora de alienação.

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