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SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE ESTUDO TUTORADO

COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA


ANO DE ESCOLARIDADE: 3º ANO – EM
PET VOLUME: 02 - Atividade complementar
NOME DA ESCOLA: Escola Estadual Professor Teodoro Coelho
ESTUDANTE:
TURMA: 3º ANO REG1 TURNO:
MÊS: TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR NÚMERO DE AULAS POR MÊS:

SEMANA 7 e 8

EIXO TEMÁTICO:
Ética

TEMA:
KANT — ÉTICA DO DEVER.

HABILIDADE:
-Compreender o papel dos valores na formação da identidade.
- Reconhecer a relação da cultura com a formação dos valores.
- Analisar o conceito de cidadania.
- Compreender a importância das relações sociais.
- Identificar e compreender as diversas motivações para as organizações políticas e sociais.
- Entender a importância da comunicação para a constituição das organizações políticas e sociais.
- Compreender a política no cotidiano.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
— A importância dos valores suas implicações na construção da moralidade.
— A questão da cidadania hoje.
— Estado, Democracia e Sociedade.
— Identidade Cultural.
— Autonomia e Liberdade.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Os conteúdos, conceitos e processos tratados nas habilidades acima serão retomados ao longo do ano
nos componentes curriculares Geografia, História e Sociologia através de perspectivas específicas
dessas áreas.
ÉTICA DE KANT: UMA ÉTICA DO DEVER
POR WILLIAM GODOY
Immanuel Kant (1724-1804) é considerado um dos filósofos mais profundos e originais que já
existiu. Suas ideias sobre ética e metafísica ainda são discutidas e influenciam nossa forma de
pensar o mundo.
Dever e inclinação
Até então temos o seguinte quadro da ética de Kant. Podemos agir com base em nossos desejos
(ele chama isso de inclinações) ou com base na razão. O primeiro caso ocorre quando fazemos algo
porque desejamos; o segundo, quando é nosso dever moral fazer. Em resumo, podemos agir com
base no dever ou com base na inclinação.
Essa teoria de Kant leva a algumas consequências contraintuitivas. Imagine que encontre uma
pessoa na calçada tendo um ataque cardíaco. Você sente compaixão pela pessoa e num instante liga
para um serviço de emergência médica.
Nesse caso, você agiu com base numa inclinação. Agora imagine um exemplo um pouco diferente.
Suponha que você é uma pessoa fria, que não sente compaixão nesse tipo de situação. Porém,
decidimos ligar da mesma forma para o serviço de emergência porque é nosso dever ajudar pessoas
necessitadas. Nesse último caso, então, o motivo da sua ação foi o dever moral.
Naturalmente diríamos que as duas pessoas agiram corretamente. No entanto, Kant faz uma
distinção nesse caso. Ele não afirma que é errado agir com base na inclinação. Fazemos isso o tempo
todo. Porém, pensa que não devemos receber mérito por isso. Diz que uma ação motivada por
inclinação não tem valor moral.
Até animais ajudam outros animais ou pessoas por inclinação. Você já deve ter visto histórias de
cachorros que adotam um gatinho recém-nascido sem mãe ou que protege com a vida seu dono.
Embora bonitas e curiosas, tais ações são motivadas por inclinação e não tem valor moral.
Portanto, para Kant só tem valor moral aquelas ações que são praticadas porque isso é nosso
dever. Cabe agora entender como ele determina o que é nosso dever fazer ou não.
E essa é a razão porque a ética de Kant é chamada de ética do dever. Fazer a coisa certa é agir com
base em regras morais (imperativos categóricos) por que isso é o certo a fazer. Quando ajudo uma
pessoa necessitada porque esse é meu dever, então minha ação tem valor moral para Kant.

https://filosofianaescola.com/moral/etica-de-kant/. Acesso em: 27 de jun. 2020.

ATIVIDADES
1 — (Enem 2017) Uma pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe mui
to bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer
firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda
consciência bastante para perguntar a si mesma: não é proibido e contrário ao dever livrar-se
de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria:
quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedi-lo emprestado e prometo pagá-lo, embora
saiba que tal fato nunca sucederá.
KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980.

De acordo com a moral kantiana, a “falsa promessa de pagamento” representada no texto:

a) Assegura que a ação seja aceita por todos a partir da livre discussão participativa.

b) Garante que os efeitos das ações não destruam a possibilidade da vida futura na terra.

c) Opõe-se ao princípio de que toda ação do homem possa valer como norma universal.

d) Materializa-se no entendimento de que os fins da ação humana podem justificar os


meios.

e) Permite que a ação individual produza a mais ampla felicidade para as pessoas
envolvidas.

2 — (Uncisal 2011) No século XVIII, o filósofo Emanuel Kant formulou as hipóteses de seu idealismo
transcendental. Segundo Kant, todo conhecimento logicamente válido inicia-se pela
experiência, mas é construído internamente por meio das formas a priori da sensibilidade
(espaço e tempo) e pelas categorias lógicas do entendimento. Dessa maneira, para Kant, não é
o objeto que possui uma verdade a ser conhecida pelo sujeito cognoscente, mas sim o sujeito
que, ao conhecer o objeto, nele inscreve suas próprias coordenadas sensíveis e intelectuais. De
acordo com a filosofia kantiana, pode-se afirmar que:
a) A mente humana é como uma “tabula rasa”, uma folha em branco que recebe todos os seus
conteúdos da experiência.
b) Os conhecimentos são revelados por Deus para os homens.
c) Todos os conhecimentos são inatos, não dependendo da experiência.
d) Kant foi um filósofo da antiguidade.
e) Para Kant, o centro do processo de conhecimento é o sujeito, não o objeto.
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO DE MINAS GERAIS

PLANO DE ESTUDO TUTORADO

COMPONENTE CURRICULAR: FILOSOFIA


ANO DE ESCOLARIDADE: 3º ANO – EM
PET VOLUME: 02 - Atividade complementar
NOME DA ESCOLA: Escola Estadual Professor Teodoro Coelho
ESTUDANTE:
TURMA: 3º ANO REG1 TURNO:
MÊS: TOTAL DE SEMANAS:
NÚMERO DE AULAS POR SEMANA: NÚMERO DE AULAS POR MÊS:

SEMANA 9 e 10

EIXO TEMÁTICO:
Liberdade e Determinismo.

HABILIDADE:
— Reconhecer o valor da autonomia do agir e pensar.
— Desenvolver o senso crítico relativo ao estar aí no mundo.

CONTEÚDOS RELACIONADOS:
— Confronto entre desmistificação da fé para o amadurecimento da mesma e desenvolvimento crítico e
pessoal;
— Reflexão sobre liberdade e autonomia;
— Responsabilidade Social.

INTERDISCIPLINARIDADE:
Sociologia; História.

Nietzsche: o critério da vida

O filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900), nascido na Prússia (Alemanha), após estudar filologia e teologia,
tornou-se professor de filologia grega na cidade de Basileia, na Suíça. Abandonou a vida acadêmica devido à
saúde frágil, que se deteriorou ao longo de sua vida. Publicou seu primeiro livro, 0 nascimento da tragédia no
espírito da música, em 1872, seguido por Humano, demasiado humano, A gaia ciência, Assim falou Zaratustra,
Para além do bem e do mal, A genealogia da moral, entre outros.
Nietzsche procedeu a um deslocamento do problema do conhecimento, alterando o papel da filosofia. Para
ele, o conhecimento não é uma explicação da realidade, pois não passa de interpretação, de atribuição de
sentidos. Atribuir sentidos é, também, revestir de valores, ou seja, os sentidos são construídos com base em
determinada escala de valores que se quer promover ou ocultar.

Genealogia

A genealogia é o método de decifração proposto por Nietzsche para desmascarar o modo pelo qual os
valores são construídos. Por esse método, ele descobre lacunas, espaços em branco mais significativos, e o
que não foi dito ou foi reprimido. Com isso, identifica como determinados conceitos foram transformados em
verdades absolutas e eternas.
O método genealógico visa resgatar o conhecimento primeiro, indevidamente transformado em verdade
metafísica, estável e intemporal. Como a vida é um devir - está sempre em movimento, não é possível
reduzi-la a conceitos abstratos, a significados estáveis e definitivos.
Ao compreender a avaliação que foi feita dos instintos, Nietzsche percebe que o único critério que se impõe
é a vida. O "critério da vida" investiga, no processo do exame genealógico, que sentidos atribuídos às coisas
fortalecem nosso "querer-viver" e quais o degeneram.
A esse respeito, a professora Scarlett Marton comenta:

Fazer qualquer apreciação passar pelo crivo da vida equivale a


perguntar se ela contribui para favorecê-la ou obstruí-la;
submeter ideias ou atitudes ao exame genealógico é o mesmo
que inquirir se são signos de plenitude de vida ou da sua
degeneração; avaliar uma avaliação, enfim, significa questionar
se é sintoma de vida ascendente ou declinante.

MARTON, Scarlett. Nietzsche: a transvaloração dos valores. 2.


ed. São Paulo: Moderna, 2006. p. 52. (Coleção Logos)

Por exemplo, nada sabemos da natureza ou da essência da honestidade, mas conhecemos numerosas ações
individualizadas, portanto, desiguais: ao reunir todas elas sob o conceito de honestidade, estamos diante de
uma abstração. O que se perde nesse processo é que, ao colocar seu agir sob a regência das abstrações, as
intuições são desprezadas para privilegiar o conceito.¹

Como conhecemos?

Para Nietzsche, o conhecimento se vale da metáfora. Se na linguagem comum a metáfora é um


ornamento e como tal não tem significado de conhecimento propriamente dito, para o filósofo prussiano,
a metáfora assume um caráter cognitivo. Só ela consegue perceber as coisas no seu devir permanente,
porque cada metáfora intuitiva é individual, e, por isso, escapa ao "grande edificio dos conceitos". O
conceito, por sua vez, nada mais é do que "o resíduo de uma metáfora". Assim diz Nietzsche:

O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, [...] antropomorfismos,


enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente,
transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas,canônicas e
obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que
se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só
entram em consideração como metal, não mais como moedas.
NIETZSCHE, Friedrich. Sobre verdade e mentira no sentido extramoral. 3. ed. São Paulo:
Abril Cultural, 1983. p. 48. (Coleção Os Pensadores)

REFERÊNCIAS
ARANHA, Maria Lúcia Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando – Introdução à Filosofia.
São Paulo: Moderna.
ATIVIDADES
1 — As alternativas a seguir apresentam e descrevem conceitos encontrados na filosofia de
Nietzsche, exceto:
a) A vontade de potência: motivo básico da ação do homem, a vontade de viver e adaptar-se aos
desígnios sociais.
b) O super-homem: indivíduo que é capaz de superar-se e possui um valor em si.
c) O eterno retorno: recorrência permanente dos mesmos evento.
d) Bondade, objetividade, humildade, piedade, amor ao próximo, constituem valores inferiores.

2 — (UFFS – FEPESE – 2010) No pensamento de Nietzsche, pode-se encontrar grande quantidade


de
considerações a respeito dos valores. Assinale a alternativa que não está de acordo com a
filosofia
de Nietzsche sobre os valores.
a) A perda da fé em Deus conduz à desvalorização de todos os valores.
b) É preciso reconhecer que, pelos seus próprios critérios, nossa moral é imoral.
c) Deve-se criar novos valores por meio da vontade de potência.
d) Não existe papel para a razão na compreensão dos valores.

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