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CRITÉRIOS DE
Grupo I
1.
1.1. D.
1.2. B.
1.3. C.
1.4. C.
Grupo II
1.1. Neste texto, Descartes defende que, pelo facto de, enquanto crianças, «quando
não tínhamos ainda o pleno uso da nossa razão», termos desenvolvido juízos
precipitados sobre as coisas que se apresentaram aos nossos sentidos, juízos que nos
impedem de atingir o conhecimento da verdade, só nos libertaremos desses juízos se
decidirmos duvidar de tudo aquilo em que notarmos a mínima incerteza. Assim,
devemos questionar os conhecimentos que acumulamos ao longo da vida, já que nada
nos garante que estejamos seguros acerca da sua verdade. Com efeito, o
conhecimento poderá ser falso.
O ato de duvidar pode estar na origem da filosofia. Ao duvidarmos daquilo que
temos por garantido e ao colocarmos em causa as perceções dos sentidos, de
preconceitos e ideias infundadas ou opiniões contraditórias, estamos a criar as
condições para que o filosofar se exerça. Neste sentido, a dúvida em questão assume
um carácter metódico, sendo provisória e não sistemática ou definitiva. Ela é colocada
ao serviço da verdade.
2. Refere Ortega y Gasset que a atitude do filósofo perante o seu objeto é distinta da de
qualquer outro sujeito que conhece. Com efeito, ao contrário do que sucede com as
ciências, cujo objeto corresponde a uma particularização da realidade, o objeto da
filosofia corresponde ao real como um todo. Isso significa que a filosofia procura uma
compreensão do real na sua totalidade. Interessam-lhe os problemas fundamentais, ou
seja, aqueles em que pomos em questão as nossas crenças fundamentais.
3. A filosofia teve um início no tempo histórico, e foram os pensadores “pré-socráticos”
que abriram caminhos que ninguém antes vislumbrara. A filosofia ocidental nasceu na
Grécia, mais propriamente em Mileto, por volta dos inícios do século VI a. C. Por essa
altura, Tales, Anaximandro e Anaxímenes (os primeiros filósofos) sentiram a
necessidade de substituir as perspetivas fornecidas pelo mito por explicações com
fundamentos racionais, isto é, baseadas na experiência e na razão.
O certo é que «nesta primeira incursão» não se alcançou propriamente uma
verdade absoluta, «uma cidade fortificada segura», mas antes algo que deixou livre a
«continuação das buscas». Temos aqui implícita a ideia de que, ao longo da história, os
filósofos foram levantando problemas e desenvolvendo teorias para lhes darem
resposta, apresentando diferentes argumentações para as mesmas teorias, bem como
diferentes teorias para os mesmos problemas, sem terem alcançado uma solução
consensual.
Muitas teorias desenvolvem-se, nesse sentido, como crítica às suas
antecessoras. Surgindo no interior de uma tradição, de um contexto social, cultural,
político, religioso e económico, as teorias filosóficas diferem entre si. Por outro lado,
sendo influenciado pela sua cultura, pelos modos de pensar, sentir e agir da época
histórica em que vive, o filósofo procura ultrapassar tais elementos da sua
circunstância, frequentemente questionando-os.
4.1. São filosóficas as questões referidas nas alíneas a), c), e), g), h), i), k), e n). Todas
as restantes são não filosóficas.
Grupo III
1. Neste excerto, Bertrand Russell reconhece que, embora «incapaz de nos dizer ao
certo qual venha a ser a verdadeira resposta às variadas dúvidas que ela própria
evoca», a filosofia «sugere numerosas possibilidades que nos conferem amplidão aos
pensamentos». Com efeito, ela satisfaz, antes de mais, as necessidades intelectuais e
espirituais. Trata-se de uma atividade que confere autonomia e liberdade ao nosso
pensamento, ampliando a nossa compreensão do mundo e expandindo os nossos
horizontes intelectuais. Neste sentido, ela liberta-nos da «tirania do hábito», podendo
também ajudar-nos a desenvolver a capacidade de ver o mundo a partir da perspetiva
de outros indivíduos e culturas e a de exercer o pensamento crítico. Por fim, ela permite
desenvolver competências que são comuns a outras áreas e disciplinas: resolução de
problemas, capacidade de comunicação oral e escrita, e poder de persuasão.