1) O documento define filosofia como o amor pela sabedoria e discute suas origens segundo Platão, Aristóteles e Descartes. 2) A filosofia é dividida em atividade, atitude e conteúdo, incluindo lógica, ética, metafísica e mais. 3) A metafísica lida com a natureza da realidade última e examina o que é real, desde o nível molecular até o energético.
1) O documento define filosofia como o amor pela sabedoria e discute suas origens segundo Platão, Aristóteles e Descartes. 2) A filosofia é dividida em atividade, atitude e conteúdo, incluindo lógica, ética, metafísica e mais. 3) A metafísica lida com a natureza da realidade última e examina o que é real, desde o nível molecular até o energético.
1) O documento define filosofia como o amor pela sabedoria e discute suas origens segundo Platão, Aristóteles e Descartes. 2) A filosofia é dividida em atividade, atitude e conteúdo, incluindo lógica, ética, metafísica e mais. 3) A metafísica lida com a natureza da realidade última e examina o que é real, desde o nível molecular até o energético.
A palavra "filosofia" deriva-se de duas palavras gregas,
philein, "amar", e sophia, "sabedoria". Pelo que se sabe, o primeiro homem a usar essa palavra foi Pitágoras, em cerca de 600 a.C. Ele referiu-se a pessoas chamadas "sábias" (gr. sófoi), embora negando que qualquer ser humano fosse realmente sábio e afirmando que somente Deus é sábio. Dizia que as pessoas interessadas nas coisas divinas são buscadoras da sabedoria, isto é, filósofas. Similarmente, Platão também declarou que o nome "sábio" é adequado somente para a divindade.
Outras definições:
a. "Ciência dos princípios e causas" (Lisa - Grande
Dicionário Enciclopédico da Língua Portuguesa).
b. "Sistema de princípios destinados a agrupar uma dada
ordem de fatos, procurando explicá-los; doutrina ou sistema particular de um filósofo, escola, país, época..." Enciclopédia Brasileira Mérito).
c. "Estudo das leis que orientam o desenvolvimento das
sociedades humanas" (Idem).
Conceitos selecionados sobre filosofia:
1. "A verdadeira filosofia é reaprender a ver o mundo."
2. "A filosofia guia-se pelo princípio de que nada se sabe;
e desta perplexidade primeira, inicia a interrogação e questionamento do que é familiar."
3. "A filosofia é marcada não pela posse da verdade, mas
pela sua busca."
4. "Não há filosofia que se possa aprender, só se pode
aprender a filosofar."
5. "A filosofia é a procura amorosa da verdade."
6. "A filosofia não faz juízos da realidade, como a ciência,
mas juízos de valor."
7. "A filosofia não só vê como é, mas como deveria ser."
Filosofia 2 =================================================================
Na antiguidade, o vocábulo filosofia referia-se tanto à
atividade do filósofo como também aos sistemas segundo os quais essa atividade tinha lugar. Há uma filosofia específica para cada ramo do conhecimento, embora a filosofia tradicional encerre seis sistemas, os quais entraram na filosofia por meio de Sócrates, Platão e Aristóteles. Os sistemas tradicionais são: 1) lógica; 2) estética; 3) ética; 4) política; 5) gnosiologia (ou epistemologia); 6) metafísica.
Qual é a origem da filosofia? Platão dizia que é o assombro.
Enquanto o salmista, ao ver as estrelas e a magnificência da realidade que o rodeava, sentia-se impulsionado a pensar na companhia de Deus, Platão sentia-se movido pelo desejo de investigar o universo, impulso e estudo que ele chamou "filosofia". Aristóteles identificou a origem da filosofia com a admiração que experimentava frente ao que é estranho, porque essa admiração exigia consciência do que não sabia e era impulsionado a buscar o conhecimento. Para Descartes, a origem da filosofia estava na dúvida que, em seu sistema filosófico, se transforma em dúvida metódica e chega a ser a fonte do exame crítico de todo conhecimento. Para Karl Jaspers, a origem da filosofia está nas situações extremas. Estas são situações das quais o homem não pode sair e que não pode alterar, como morrer, padecer, lutar, submeter-se ao acaso, afogar-se no sentimento de culpa. "A consciência destas situações extremas é, depois do assombro e da dúvida, a origem mais profunda ainda da filosofia." Com esta origem, a filosofia não pode ser outra coisa senão uma permanente "jornada". Por esta razão suas perguntas são mais essenciais que suas respostas e toda resposta converte-se numa nova pergunta.
A filosofia, no seu sentido técnico, deve ser considerada em
três aspectos:
A. Atividade - refere-se ao que os filósofos fazem:
1. Sintetizar - descansa no desejo e necessidade do
homem de possuir uma visão compreensiva e consistente da vida que providencie uma base sobre a qual unificar seus pensamentos, basear suas aspirações e interpretar suas experiências. O filósofo busca unir e integrar todo o conhecimento especializado da humanidade numa visão global e unificada.
2. Especular - dada a limitação do
conhecimento humano, permite um pulo do conhecido ao desconhecido. É necessário para nos movermos para além do que pode ser demonstrado empiricamente. Filosofia 3 =================================================================
3. Prescrever - busca estabelecer normas
para avaliar os valores quanto ao comportamento e às artes. As prescrições geralmente são expressas em termos de como as pessoas "devem" atuar ou reagir em determinada situação que envolva julgamentos estéticos ou morais. Envolve a tarefa de definir o que significa "bom", "mau", "certo", "errado", "belo", "feio", etc.
4. Analisar - concentra-se num exame da
linguagem e no seu uso a fim de esclarecer o nosso entendimento dos problemas e como podem ser solucionados. Esquadrinha o uso da lógica num argumento. Opera com a premissa de que desentendimentos básicos quanto aos significados podem ser a causa dos problemas humanos.
B. Atitude - refere-se a como os filósofos pensam (mente
filosófica).
1. Integridade - envolve uma disposição para ser tão
honesto quanto possível em relação com os próprios preconceitos. Ninguém é neutro: é difícil reconhecer os nossos preconceitos. Uma vez feito o reconhecimento, deve-se considerar esta informação na interpretação e comunicação.
2. Compreensividade - busca coletar dados relevantes
sobre determinado assunto de uma variedade de fontes, ampliando assim a visão sobre o tema. Procura ver a totalidade do fenômeno antes que apenas as partes.
3. Penetração - disposição de ir tão profundamente
em um problema quanto o permitirem a habilidade, tempo e energia. Fugir do superficial em favor de uma pesquisa pelos princípios básicos, questões e soluções.
4. Flexibilidade - sensibilidade que permite perceber
antigos problemas numa forma nova. Disposição de reestruturar as próprias Filosofia 4 =================================================================
idéias em face de suficiente evidência
e habilidade de vislumbrar alternativas viáveis a um ponto de vista. A flexibilidade, entretanto, não deve ser confundida com indecisão ou incapacidade de assumir uma posição.
C. Conteúdo - há três categorias
fundamentais ao redor das quais o conteúdo filosófico tem sido organizado:
1. Metafísica.
"Metafísica" é a transliteração do Grego que significa
literalmente "além da física". Esta palavra teve origem nas obras de Aristóteles, referindo-se simplesmente à seção de seus escritos que vinham após o seu tratamento sobre a física.
Ramo da filosofia que lida com a natureza da
realidade. "Qual é a realidade última?" é a questão básica no estudo da metafísica.
A primeira vista parece uma questão simples, pois,
afinal, as pessoas parecem estar certas sobre a "realidade" de seu mundo. Os objetos numa casa, os sons dos pássaros, o solo sob os pés, estas coisas são reais.
Examine-se, entretanto, tais conceitos iniciais da
realidade. Por exemplo, qual é a realidade do piso onde você se encontra? É sólido, tem uma cor particular, seu material pode ser identificado (madeira, concreto, etc.) e suporta o seu peso. Aparentemente esta é a realidade do piso.
E para o físico, qual é a realidade do piso? Ele dirá
que o piso é feito de moléculas; que as moléculas consistem de átomos; átomos de elétrons, prótons e nêutrons; e estes, afinal, de energia elétrica. No piso real há mais espaço que matéria.
E o que dirá o químico? O piso é um corpo de
hidrocarbonos associados de maneira específica e sujeito a certas espécies de influências ambientais (calor, frio, oxidação, etc.). É evidente que a questão da realidade não é tão simples como parece. Se a realidade de um simples piso é tão confusa, o que dizer da realidade última do Filosofia 5 =================================================================
universo?
Aspectos da metafísica
Um visão rápida na metafísica pode ser obtida pelo
exame das principais questões concernente à natureza da realidade. Verifica-se que as questões metafísicas estão entre as mais gerais que se podem apresentar. A verificação completa de qualquer resposta particular a estas questões está além do âmbito da demonstração humana. Entretanto, isto não torna irrelevante a discussão destes assuntos, desde que as pessoas, estejam ou não conscientes disto, baseiam suas atividades diárias e seus objetivos de longo prazo em um conjunto de crenças metafísicas. A metafísica reside no fundamento da ciência moderna. Essencialmente representa as atividades especulativa e sintetizadora da filosofia, e provê a estrutura teórica que permite aos cientistas criar cosmo-visões e desenvolver hipóteses que podem ser testadas segundo suas suposições básicas. Assim, as teorias da ciência estão ultimamente relacionadas às teorias da realidade, e a filosofia da ciência forma a base da experimentação científica. Deve-se reconhecer que os cientistas são às vezes tentados a fazer interpretações que vão além dos "fatos", e assim tentam apresentar respostas metafísicas. Esta é a posição dos cientistas que fazem declarações sobre criacionismo ou evolucionismo. Eles vão além dos fatos experimentais e assumem o papel de metafísicos. Isto pode ser correto, desde que conscientemente reconheçam que saíram do âmbito da ciência e entraram no mundo da metafísica.
As questões metafísicas podem ser divididas em quatro
sub-itens:
a. Aspecto cosmológico. Cosmologia consiste no
estudo das teorias sobre a origem, natureza e desenvolvimento do universo como um sistema ordenado. "Como o universo se originou e desenvolveu?" é uma questão cosmológica. As pessoas respondem variadamente a esta questão, com desígnio e acidente (acaso) em seus pontos extremos. Outra questão cosmológica diz respeito ao propósito do universo. Há um propósito para o qual o universo se move? As respostas afirmativas a esta questão são consideradas teleológicas. A fé cristã é Filosofia 6 =================================================================
teleológica porque vê um fim para a história
terrestre com o segundo advento de Cristo.
b. Um segundo aspecto metafísico é teológico.
Teologia é a parte da teoria religiosa que trata das concepções de e acerca de Deus. Existe Deus? Se existe, há um ou mais de um? Quais são os atributos de Deus? Se Deus é tanto bondoso quanto todo- poderoso, como é que o mal existe? Existem seres como anjos, Satanás, Espírito Santo? Se sim, qual é seu relacionamento com Deus? Estas e questões similares têm sido debatidas através de toda a história da humanidade. As pessoas respondem a estas questões de variadas maneiras. O ateu alega que não há Deus, enquanto o panteísta afirma que Deus e o universo são idênticos - tudo é Deus e Deus é tudo. O deísta vê a Deus como o criador da natureza e leis morais, mas diz que Deus existe apartado, e não está interessado na humanidade e no universo físico. Por outro lado, o teísta crê em um Deus criador pessoal. O politeísmo (deidade plural) é oposto ao monoteísmo (há um Deus) em relação à questão do número de deuses.
c. Um terceiro aspecto da metafísica é o
antropológico. A antropologia lida com o estudo da humanidade. O aspecto antropológico da filosofia é uma categoria única porque o homem é tanto o sujeito como o objeto da inquirição. Quando as pessoas filosofam sobre a humanidade, falam acerca de si mesmas. As perguntas são as seguintes: Qual é a relação entre a mente e o corpo? Existe interação entre a mente e o corpo? A mente é mais fundamental que o corpo, com o corpo dependendo da mente, ou vice-versa? Qual é o status moral da humanidade? As pessoas nascem boas, más, ou moralmente neutras? Até que ponto os indivíduos são livres? Desfrutam de uma vontade livre, ou seus pensamentos e ações são determinados pelo ambiente e herança? Os indivíduos possuem uma alma? Se sim, o que é a alma? As pessoas adotam diferentes posições sobre estas questõees, e tais posições se refletem em suas práticas e desígnios políticos, sociais, religiosos e educacionais.
d. O quarto aspecto da metafísica é o ontológico.
Ontologia é o estudo da natureza da existência. Há várias questões que são centrais para a ontologia: É a realidade básica encontrada na matéria ou energia física (o mundo que podemos sentir), ou é Filosofia 7 =================================================================
encontrada no espírito ou energia espiritual? É
composta de um elemento (p. ex., matéria ou espírito), ou dois (p. ex., matéria e espírito), ou muitos? É fixa e imutável, ou a mudança é sua característica fundamental? É esta realidade amigável, não amigável, ou neutra, em relação à humanidade? Metafísica e teologia
Mesmo uma olhada superficial nas sociedades históricas
ou contemporâneas indicarão o impacto exercido pelos aspectos cosmológico, teleológico, antropológico e ontológico da metafísica sobre as crenças e práticas sociais, religiosas, políticas, econômicas e científicas. O aspecto metafísico influencia todas as atividades humanas. É impossível fugir às decisões metafísicas. As pessoas assumem respostas às questões metafísicas e agem de acordo com tais respostas.
As crenças metafísicas concernentes à natureza da
realidade última, a existência de Deus, o papel de Deus nos negócios humanos, e a natureza e papel dos seres humanos como filhos de Deus motiva os homens. Eles estão dispostos a viver e morrer por suas convicções e desejam que a seus filhos sejam ensinadas suas crenças básicas.
2. Epistemologia.
Ramo da filosofia que estuda a natureza, fontes e
validade do conhecimento. Procura responder a questões como "O que é verdade?" e "Como saber se é verdade?" Dimensões do conhecimento
Pode-se conhecer a realidade?
O ceticismo alega que é impossível adquirir
conhecimento e que a busca pela verdade é vã. Este pensamento foi expresso por Górgias, o sofista grego (ca. 483-376 aC), que assegurava que nada existe e, se existisse, não poderíamos conhecê-lo. Ceticismo, em seu sentido mais amplo, denota a atitude questionadora de qualquer suposição ou conclusão até que seja submetida a rigoroso exame. O agnosticismo é uma profissão de ignorância, especialmente em referência à existência ou não existência de Deus, antes que uma positiva negação de qualquer conhecimento válido.
A maioria das pessoas alega que a realidade pode ser
Filosofia 8 =================================================================
conhecida. No entanto, se a realidade pode ser
conhecida, quais as fontes para tal conhecimento? E ainda, como julga a validade de seu conhecimento? É a verdade relativa ou absoluta?
Toda a verdade está sujeita a mudanças? É possível que
o que é verdadeiro hoje possa ser falso amanhã? A Verdade Absoluta refere-se à Verdade que é eterna e universalmente verdadeira a despeito de tempo e lugar. Se há esta espécie de Verdade no universo, é útil descobri-la. O conhecimento é subjetivo ou objetivo?
Há três posições básicas sobre a objetividade do
conhecimento. 1) O conhecimento nos vem "de fora". 2) Aquele que conhece é parcialmente responsável pela estrutura de seu conhecimento. 3) Afirma que o homem existe como "sujeito puro" e que é um manufaturador (fabricante) da verdade, antes que um simples recipiente ou participante. Existe verdade independente da experiência humana?
Esta questão é básica à epistemologia e pode ser vista
em termos de conhecimento a priori e a posteriori.
A priori - refere-se ao conhecimento que é
independente do ser humano; é verdadeiro, saiba-o o homem ou não, aceite-o ou não. Diz-se que este tipo de conhecimento existe antes da experiência humana e é independente dela.
A posteriori - é todo conhecimento adquirido através
da experiência humana e cuja verificação depende dela.
As filosofias tradicionais sustentam a superioridade
do conhecimento "a priori"; as filosofias modernas afirmam a superioridade do conhecimento "a posteriori", chegando mesmo a negar a existência do conhecimento "a priori". Fontes de conhecimento
1. Conhecimento sensorial (apelo à percepção) -
conhecimento obtido pelo método científico, que enfatiza a percepção sensorial. Problema: limitações dos sentidos humanos, distorções, etc. Auxílio de equipamentos (microscópio, telescópio, etc.). Filosofia 9 =================================================================
2. Conhecimento por testemunho (apelo à autoridade) -
desta forma de conhecimento a História se vale em grande parte. Trata-se de conhecimento vicário, de segunda mão (um professor, um livro, etc).
3. Conhecimento por raciocínio (apelo à razão) -
derivado do uso da razão e a ênfase no seu uso leva ao racionalismo. As sensações e experiências sensorias são a matéria prima do conhecimento, mas estas devem ser organizadas pela mente em sistemas significativos. Enfatiza o uso da lógica formal. Os sistemas lógicos têm a vantagem de consistência interna, mas são válidos só na medida em que suas premissas o sejam.
4. Conhecimento por discernimento ou introspecção
(apelo à intuição) - apreensão direta de conhecimento que não é resultado do raciocínio consciente ou da percepção sensorial imediata, por processos aparentemente criativos. Pretendem alguns que a intuição seja uma fonte para o conhecimento tanto secular como religioso.
5. Conhecimento por revelação - pressupõe uma
realidade supernatural transcendente que se faz presente na ordem natural. Trata-se, na verdade, de conhecimento o mais elevado, revelado de modo sobrentural por Deus, a fonte de todo o conhecimento. Crêem os cristãos, e admitem certos filósofosos e pensadores que somente conhecimento revelado, como o que encontramos na Bíblia, seja de fato válido para o conhecimento da realidade última, especialmente no que diz respeito aos problemas relativos à origem do universo e do homem, do destino do homem, o problema do mal, etc. Esta forma de conhecimento tem a vantagem de ser uma fonte onisciente de informação que não pode ser obtida por outros métodos epistemológicos. Cremos que a verdade obtida por esta fonte é absoluta e incontaminada (embora possa ser distorcida pelo processo de interpretação humana). A natureza complementar das fontes de conhecimento
Não há uma fonte única de conhecimento que supra a
humanidade com todo o conhecimento. Todas as fontes devem ser vistas como complementares e não como antagônicas. Entretanto, a maioria dos pensadores escolhe uma fonte como sendo mais básica que as outras. Esta fonte mais básica é então usada como instrumento de avaliação dos outros meios de se obter conhecimento. Por exemplo, no mundo moderno o conhecimento empírico é geralmente visto como a fonte Filosofia 10 =================================================================
mais básica. Suspeita-se do conhecimento que não está
de acordo com o conhecimento científico. Por contraste, o cristianismo bíblico vê a revelação como provendo uma estrutura básica dentro da qual as outras fontes de conhecimento devem ser testadas. Validade do conhecimento
Reconhecem-se três maneiras básicas para se testar a
verdade:
1. Teoria da correspondência - a afirmação do fato
corresponde com o fato. Se um julgamento corresponde com os fatos, é verdadeiro; se não, é falso. Isso significa que qualquer afirmação deveria ser confirmada através da verificação empírica.
2. Teoria da coerência - baseada na consistência ou
harmonia com julgamentos previamente aceitos como verdadeiros (na religião, uma verdade deve ser coerente com outras e todas coerentes com o decálogo). Esta teoria é criticada por não fazer diferença entre verdade consistente e erro consistente.
3. Teoria pragmática (teste da utilidade) - no
pensamento de John Dewey e William James, verdade é aquilo que funciona.
Conclusão: As crenças religiosas são testadas por
coerência com pressuposições básicas, aceitas como verdadeiras, por ato de fé, visto terem sido reveladas nas Escrituras Sagradas (não passíveis de demonstração empírica, mas com evidências suficientes para serem aceitas). Eventualmente a Religião também não se furta nem ao teste da correspondência, quando este é possível, e nem ao teste da utilidade na vida prática, desde que seja conveniente o critério de julgamento de utilidade. O Dilema metafísico-epistemológico
O problema da humanidade é que não se pode fazer
declarações sobre a realidade sem primeiro possuir uma teoria para se chegar à verdade; e, por outro lado, uma teoria da verdade não pode ser desenvolvida sem primeiro ter um conceito de realidade. Assim entra-se num círculo vicioso.
Através do estudo das questões básicas, as pessoas são
forçadas a compreender sua pequenez no universo. Compreendem que nada pode ser conhecido com absoluta Filosofia 11 =================================================================
certeza no sentido de que há uma prova final e última
disponível a todas as pessoas. Cada pessoa - o cético e o agnóstico, o cientista e o homem de negócios, o hindu e o cristão - vive pela fé. A aceitação de uma posição particular em metafísica e epistemologia é uma questão de "escolha de fé" feita pelos indivíduos, e requer um comprometimento a um estilo de vida.
A natureza circular do dilema realidade-verdade não é
certamente o aspecto mais confortável do pensamento filosófico, mas desde que ele existe, somos obrigados a nos conscientizar de sua existência. Naturalmente, todo este problema não surpreende a cientistas maduros que têm de lutar com as limitações de sua arte e a filosofia sobre a qual ela está construída. Também não ameaça aos crentes de certas persuasões religiosas, que têm tradicionalmente visto suas crenças básicas em termos de escolha pessoal, fé e comprometimento. Todo o problema, entretanto, é perturbador e provoca um grande choque na média dos indivíduos.
A conclusão do dilema metafísico-epistemológico é que
todas as pessoas vivem pela fé nas crenças básicas que escolheram. Diferentes indivíduos fazem diferentes "escolhas de fé" sobre o continuum metafísico- epistemológico e, portanto, têm variadas posições filosóficas.
3. Axiologia
Axiologia é o ramo da filosofia que procura responder
à questão: "O que é de valor?" O interesse das pessoas em valores deriva do fato de que elas são seres que avaliam. Os homens desejam algumas coisas mais que outras - eles têm preferências. A vida racional individual e social está baseada sobre um sitema de valores. Não há uma concordância universal acerca dos sistemas de valores, e diferentes posições sobre as questões da metafísica e epistemologia determinam diferentes sistemas de valor, porque os sistemas axiológicos são construídos sobre as concepções da realidade e verdade.
A questão de valores lida com noções de que uma pessoa
ou sociedade concebe como sendo bom ou preferível. Um problema surge quando duas diferentes concepções de valor são mantidas pela mesma sociedade ou pessoa. Por exemplo, uma sociedade pode definir ar e água pura como um valor. Contudo, aquela mesma sociedade pode poluir a terra em sua aquisição de outro valor: dinheiro e coisas materias. Em tal caso há uma clara Filosofia 12 =================================================================
tensão entre os valores - um tensão entre o que o povo
diz que valoriza e aquilo que faz em sua vida diária. É importante entender o valor "verbal" (aquele que se diz escolhido) e o valor que leva a pessoa a agir (o que ela realmente prefere).
Um aspecto do trabalho pastoral é o desenvolvimento de
preferências. A igreja, com todos os seus departamentos, é um teatro axiológico, onde se instrui e desenvolve valores.
A axiologia tem dois ramos principais - ética e
estética.
3.1. Ética
Ética é o estudo dos valores morais e da conduta.
Procura responder a questões como "O que eu devo fazer?" "Qual é a boa conduta?" A teoria ética procura prover valores corretos como o fundamento para as ações corretas.
Existimos em um mundo em que decisões éticas
significativas não podem ser evitadas. Devido a este fato, é impossível escapar ao ensino de conceitos éticos. Naturalmente, pode-se escolher permanecer silente sobre tais assuntos. Tal silêncio, entretanto, não é neutralidade - é meramente apoiar o status quo ético.
As seguintes questões apresentam os problemas
éticos que dividem as pessoas:
a. Existem padrões éticos e valores morais
absolutos ou relativos? b. Existem valores morais universais? c. O fim justifica os meios? d. Pode-se separar a moralidade da religião? e. Quem ou o que forma a base da autoridade moral?
3.2. Estética
Estética é o aspecto do valor que pesquisa os
princípios que governam a criação e apreciação da beleza e da arte. Estética lida com os aspectos teóricos da arte em seu sentido amplo. Está intimamente relacionada com a imaginação e criatividade, portanto, é altamente pessoal e subjetiva. Filosofia 13 =================================================================
Os seres humanos são seres estéticos e é
impossível evitar ensinar estética na escola, no lar, na mídia ou na igreja (arte, música, literatura, etc.). A crença estética está diretamente relacionada a outros aspectos da filosofia da pessoa. A estética não é algo divorciado do resto da vida. Os valores estéticos são um reflexo da filosofia total de uma pessoa. Axiologia e Teologia
O estudo da axiologia sempre foi importante, mas tem uma
especial relevância no tempo atual. O último século testemunhou um reavivamente sem precedentes nas estruturas de valor e hoje vivemos em um tempo quando a posição axiólogica pode ser mais bem descrita em termos de "deterioração" e "fluxo". Cristãos e "secularistas" estão preocupados com a crise de valores e a maneira em que tais valores são ensinados, ou não, pelas agências educacionais (inclusive igrejas).