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TEMA# I: EMERGÊNCIA DA FILOSOFIA

Introdução

" Uma vida que não é examinada não merece ser vivida" - Sócrates

Para o homem comum, FILOSOFIA é argumentar ou refutar ideias e opiniões contrárias. Assim, várias vezes
se discutem, expressões como: "isto é filosofia", "não estamos aqui para filosofar". Mas Filosofia e Filosofar
significam isto? Claro que não. FILOSOFIA e FILOSOFAR não significam argumentar ou refutar ideias e
opiniões de outrem. Vista numa perspectiva histórica, a Filosofia revela-nos a coexistência de ideias e
opiniões contrárias entre os pensadores, que ao longo do processo da humanidade, se ocuparam no cultivo da
ciência filosófica, com base na qual se constituíram, se definiram e se precisaram o conjunto de ideias ou
conceitos que hoje constituem o património comum de todos os povos da humanidade.

O que é o Filosofar humano?


No sentido mais amplo, FILOSOFAR significa que todo o homem é por natureza – Filósofo – porque no seu
íntimo brota problemas ou questões de ordem filosófica; questões essas que decorrem da condição existencial
e finitude da vida humana, bem como dos factores que se produzem no meio ambiente em que vivemos.
Exemplo, o que é a morte? O que existia antes de nós?
No sentido Restrito, FILOSOFAR significa pensar, meditar, reflectir metódica e sistematicamente sobre os
factos e fenómenos que surgem e desaparecem no meio ambiente em que vivemos. Portanto, filosofar é um
exercício de reflexão permanente do homem, ser racional, que tende a buscar tão-somente a verdade sob os
factos e fenómenos naturais ou sociopolítico.

1. O QUE É A FILOSOFIA? As diversas maneiras de definir a filosofia.


- Definição da filosofia como problema filosófico.

Ao estudarmos a filosofia, somos levados a buscar em primeiro lugar o que ela é. A nossa surpresa surge ao
descobrirmos que não existe apenas uma definição da filosofia, mas várias. Apresentamos pelo menos cinco
definições do que seria a filosofia:
a) É a ciência que abrange todas as realidades, procurando descobrir as causas profundas e relativas que
requer as coisas, servindo-se por isso da luz natural da razão.
b) Estuda as causas últimas de todas as coisas (Aristóteles).
c) É o estudo das causas emanadas e divinas das coisas (Cícero).
d) É o estudo do absoluto (Hegel)
e) A filosofia é um esforço sistemático, analítico e crítico (reflexivo) para compreender de maneira
radical a experiência integral do homem, num diálogo constante, através da reflexão do vivido.
Em suma, a filosofia é:
⮚ a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas reais;

⮚ a reflexão e crítica sobre o procedimento e conceitos científicos;

⮚ a reflexão e crítica sobre a origem e forma de crenças religiosas;

⮚ a interpretação crítica dos conteúdos, das formas e significações das obras de arte;

⮚ na política faz uma interpretação crítica e reflexivo sobre a origem, natureza e formas do poder;

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⮚ na história faz uma interpretação do fazer humano.

⮚ na moral faz uma interpretação do agir humano.

A Filosofia se interessa por toda realidade: o mundo dos seres, o homem e Deus.

1.2. Objecto de estudo da filosofia.


A Filosofia é a ciência que abrange todas as realidades (Mundo, Homem e Deus), procurando descobrir as
causas profundas e últimas que regem as coisas, servindo-se da luz natural da razão.

1.2.1. Abordagem do surgimento do termo filosofia


O termo filosofia, devemo-lo ao Cícero, narrado por Diógenes de Laércio, diz que foi primeiro usado por
Pitágoras de Samos. (Séc. a c). Alguém o teria chamado de "sophos"-Sabio e ele afirmando que a sabedoria
plena e completa pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la ou ama-la tornando-se, deste
modo, Filósofos. Que ele não era sábio mas FILÓSOFO, mas Aquele que anda em busca do saber, um
peregrino incessante a busca do saber.
A palavra filosofia deriva do grego e composta por duas: Philos e Sophia
Philos: Significa amizade, amor fraterno, respeito entre iguais.
Sophos ou Sophia : Sabedoria, saber.

Etimologicamente a palavra Filosofia significa amor à sabedoria, amor e respeito ao saber. Filósofo é aquele
que ama e busca constantemente o saber.
“ Somos o que repetidamente fazemos. A excelência portanto não é um feito, mas um hábito” Sócrates-

1.2.2. Método de abordagem filosófica


- Utiliza o método da justificação lógica ou racional, isto é, reflexivo.

1.2.3. Finalidade da Filosofia


Ela não busca fins práticos como a arte, religião ou a técnica, as quais têm alguma satisfação ou vantagem
prática. A sua única finalidade é o conhecimento e da verdade, procurando a verdade pela verdade. Não
tem outro motivo senão a própria verdade e do conhecimento.

1.2.4. Importância da Filosofia


É fundamental tendo em conta as questões que ela trata, sua influência intelectual e moral bem como o seu
impacto na vida dos homens e prosperidade das nações.
Ela ajuda a criar hábitos de penetrar ate ao fundo dos problemas. Desenvolve as qualidades superiores,
despertando o gosto pela virtude e o desprezo pelas coisas banais.

1.2.ATITUDE FILOSÓFICO VERSUS ATITUDE NATURAL

"Viver sem filosofar é ter os olhos fechados sem nunca se esforçar por os abrir" –Descartes.

A expressão atitude significa a postura que o homem, ser racional, assume constantemente face a realidade à
sua volta, por outras palavras, é a forma do homem reagir, comportar, de ver as coisas à sua volta e de
relacioná-las, pois cada homem é levado à reflectir e a interrogar-se.

A atitude filosófica não é uma atitude natural. Qualquer indivíduo de forma imediata face a realidade não
começa a examiná-la e forma especulativa. Pelo contrário, o que é natural é que se centre na resolução prática

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do problema, guiando-se pelo senso comum, experiência quotidiana, tendo em vista a resolver certas
necessidades imediatas ou dos interesses concretos.

A atitude filosófica se depreende do quotidiano, todavia, não é redutível ao mesmo. Carlos Fonte apresenta
quatro características da atitude filosófica:

a) Espanto: Aristóteles afirmava que a filosofia tinha a sua origem no espanto, na estranheza e
perplexidade que os homens sentem diante dos enigmas do universo e da vida. Espanto os levou a
formularem perguntas e os conduz à procura das respectivas soluções.
b) Dúvida: Ao filósofo exige-se que duvide de todo aquilo que é assumido como uma verdade adquirida.
Ao duvidar este se distancia das coisas, o que era natural torna-se problemático.
c) Rigor: A crítica filosófica é radical. Não admitem compromissos com as ambiguidades, as ideias
contraditórias, termos imprecisos. Mas um acto para fundar um novo saber, sobre bases mais sólidas.
Uma reflexão sistemática e método sobre os problemas de diversas índoles que envolve o homem,
pondo de parte o saber vulgar e as conclusões apressadas.
d) Insatisfação: A única crítica que os filósofos se dão é aquela que faça da procura do saber um modo
de vida. Não se contentam com nenhuma conclusão, querem saber sempre e mais.

Algumas características diferenciais entre atitude natural e atitude filosófica.

Atitude Natural Atitude Filosófica


Passiva perante a realidade Espanto e dúvida
Ideias feitas Problematização
Baseada na Tradição Distanciamento da tradição
Nível de conhecimento elementar Nível de conhecimento elevado
Teorias superficiais e contraditórias Teorias coerentes

NA-Passiva perante a realidade, Ideias feitas, Baseada na Tradição, Nível de conhecimento elementar, Teorias
superficiais e contraditórias. AF-Espanto e dúvida, Problematização, Distanciamento da tradição, Nível de
conhecimento elevado, Teorias coerentes.
Ainda se Acrescem:

e) Radicalidade: é radical no sentido em que ela vai às raízes das questões mais profundas que qualquer
outra ciência. Onde as ciências se sentem satisfeitas, ela continua a questionar.
f) Globalidade: abrange os problemas no seu conjunto, isto é, analisa todos os problemas que a
realidade apresenta.

1.3.NATUREZA DAS QUESTÕES FILOSÓFICAS

Nem todas as questões que o homem coloca são filosóficas. As questões filosóficas são aquelas que dizem
respeito a todos os homens no sentido de obter uma explicação desmistificada do mundo, do homem e de toda
realidade.

As questões filosóficas variaram durante os séculos da história da filosofia.


- Durante séculos persistiram as questões enunciadas por Platão: a verdade, o bem, a beleza, aspectos que
reflectiam a natureza do ser (metafísica).

- Durante século XVIII, E. Kant formulava as seguintes questões: 1- que podemos saber? (metafísica), 2- que
podemos esperar? (religião), 3- Que é o homem? (antropologia). A última questão incluía todas as anteriores.

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- Nos nossos dias, os filósofos retomam estas e outras questões, assim como anunciam novas problemáticas
que emergem na sociedade hodierna, nomeadamente no domínio da ética, da ciência, do ambiente, etc….

1.4.DIVISÃO DO SABER FILOSÓFICO


Para distinguir as partes da Filosofia podemos nos colocar em vários pontos-de-vista. Uma divisão hoje
corrente consiste em distinguir quatro partes: Lógica, Psicologia, Moral e Metafísica. Mas esta ordem é
contestável, antes de qualquer coisa, porque deixa supor que a Moral poderia constituir-se integralmente sem a
Metafísica: veremos assim que isto não procede - depois, porque a cosmologia, estudo do mundo material
como tal, ou parece não se integrar na Filosofia, mas pertencer unicamente as ciências da natureza, o que é um
erro, ou se insere ora, na Lógica material, ora na Metafísica, o que não é em um, nem em outro caso, o seu
lugar normal.

Dividiremos mais logicamente a Filosofia partindo do princípio de que as coisas podem ser consideradas
quer em si mesmas quer em relação a nós. Do primeiro ponto-de-vista, trata-se simplesmente de
conhecê-las por seus princípios supremos por suas causas primeiras: é o objectivo da filosofia especulativa. -
Do segundo ponto-de-vista, trata-se de saber como devemos usar as coisas para nosso bem absoluto: é o
objectivo da filosofia prática. - Estas partes essenciais da filosofia serão, por outro lado, naturalmente
procedidas do estudo da lógica, que é comparada a um instrumento universal do saber, enquanto define os
meios de chegar ao verdadeiro.

Os diferentes tratados da filosofia apresentam as três subdivisões abaixo detalhadas:

a) Problema da Lógica. A Lógica pode comportar dois pontos de vista: ou visa a determinar as
condições universais de um pensamento coerente consigo mesmo: (Lógica formal ou menor), ou se
aplica a definir os processos ou os métodos exigidos, em (cada disciplina particular, pelos diferentes
objectos do saber (Lógica material ou Metodologia).
b) Problemas da Filosofia especulativa. A Filosofia especulativa, tendo por fim o conhecimento puro,
visa a conhecer o mundo da natureza em si mesmo (Filosofia da natureza), - assim como a causa
primeira do mundo, que é Deus (Teodiceia).

A filosofia da natureza se dividirá por sua vez em duas partes, conforme se refira ao, mundo material
como tal (cosmologia), ou homem (psicologia).

O estudo de Deus (existência e natureza de Deus), que compões a Teodiceia, não pode ser abordado
directamente, pois Deus não nos é conhecido senão como autor do ser universal. Também deverá ela ser
procedida logicamente de um tratado consagrado ao conhecimento do ser em geral; este é o objectivo da
Ontologia.

A ontologia, por seu turno, requer o estudo preliminar do valor da nossa faculdade de conhecer.
Esta, de fato, vai daqui em diante aplicar-se a realidade que é de qualquer maneira objectos da apreensão
sensível. Importa então saber-se, e em que medida, suas pretensões de chegar até aos primeiros princípios das
coisas são justificadas. Este é o objecto da crítica do conhecimento.
Crítica do conhecimento, Ontologia (ou Metafísica geral) e Teodiceia constituem, em conjunto, a
Metafisica.

c) Problemas da filosofia Prática. A Filosofia prática, já o disse, tem por fim definir o bem do homem.
Por isso é possível colocar-se num duplo ponto-de-vista: do ponto de vista do fazer, isto é, da obra a

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produzir (arte em geral e artes do belo em particular), objecto da Filosofia da arte, - ou do ponto de
vista do agir, isto é, acção a realizar, o que constitui o objecto da Moral.

O quadro seguinte resume esta divisão da filosofia:

PARTES DA FILOSOFIA TRATADOS OBJECTOS


1. Lógica Lógica Formal Leis do raciocínio correcto
Lógica Material ou Maior Os métodos particulares
Cosmologia O mundo material como tal
Psicologia O Homem
2. Filosofia Especulativa Crítica do conhecimento Valor da razão
Filosofia da natureza e Metafísica Ontologia O Ser em geral
Teodiceia Existência e natureza de Deus
3. Filosofia Prática Filosofia da moral O agir humano
1.5.RELAÇÃO DA FILOSOFIA COM AS CIÊNCIAS

A Grécia Antiga testemunhou, no entanto, o surgimento de uma perspectiva cognitiva nova: a busca do
conhecimento pelo próprio conhecimento, por mera curiosidade intelectual. Aqueles que cultivavam essa
busca do saber pelo saber foram chamados filósofos (traduzindo, “os que amam ou buscam a sabedoria”).

Um dos mais importantes desses homens – talvez mesmo o mais importante deles –, Aristóteles (c. 384-322
a.C.), abre uma de suas obras fundamentais, a Metafísica, justamente com a afirmação de que “por natureza,
todo homem deseja conhecer” (livro I, cap. 1).
Em seguida traça, em um texto que cativa tanto por sua eloquência como por sua precisão analítica, a
distinção entre três tipos de saber, ou talvez de etapas na busca do saber. Adaptando um pouco a terminologia,
temos:
a) Conhecimento por experiência sensorial directa. Restringe-se aos objectos e eventos individuais, e
informa simplesmente acerca do que é.
b) Conhecimento técnico. Engloba leis gerais, mas dirige-se apenas à questão de como é. Basta, pelo
menos num primeiro momento, para dirigir nossas acções.
c) Conhecimento teórico. Também de tipo geral, procura responder a questão de por que é. Esse é o
domínio da ciência propriamente dita, no qual se investigam as “causas” e “princípios” dos
fenómenos. Vale a pena ver este comentário do próprio Aristóteles:

“Aquele que é mais exacto e mais capaz de ensinar as causas é mais sábio, em todas as áreas do
conhecimento. E quanto às ciências, igualmente, aquilo que é desejável por si mesmo e com vistas apenas ao
conhecimento é mais próprio da sabedoria do que aquilo que é desejável com vistas aos seus resultados...”
(Metafísica, livro 1, cap. 2, 982a.10).
Esse cultivo do saber pelo saber talvez seja a principal herança que recebemos dos gregos, e um dos traços
mais importantes da cultura ocidental. Chegou até nós não apenas pela filosofia – hoje um tanto esquecida –,
mas principalmente por ter sido incorporado ao que hoje chamamos ciência.

A utilização do termo “ciência” no sentido contemporâneo é bastante recente, consolidando-se somente no


século XX. Porém, a ciência – neste sentido do termo – é mais antiga, remontando mais ou menos ao século
XVII. No meio tempo, era usualmente denominada filosofia natural. Tal denominação reflecte, é claro, a
origem da ciência naquela busca do saber pelo saber destacada pelos Antigos. Eles não distinguiam ciência de
filosofia; tudo era filosofia. A palavra ‘ciência’, que já existia (em latim scientia; em grego episteme), era
usada para diferençar o tipo especial de conhecimento a que Aristóteles cantou louvores: o conhecimento

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universal e certo acerca dos fenómenos naturais, dos números, das figuras geométricas, etc., buscado sem
preocupações práticas.

Nós não somos seres isolados, mas seres situacionados e contextualizados. Daí, é que a cultura que nos
relacionamos “de fora” não deve ser assimilada neutra e passivamente, mas de forma activa. Experimentar
implica um modo de cada um de nós se relacionar com as coisas que estão fora. A acumulação dessas
experiências ajuda-nos de forma gradual a dar consistência aquilo que somos. Assim, no contexto, temos
quatro grandes níveis ou tipos de saberes decorrentes da organização das experiências, a saber: Empírico,
Religioso, Filosófico e Científico.

1. Saber EMPÍRICO, Conhecimento vulgar, popular ou senso comum - imediato


Características Descrição
Reflexivo Baseia-se nos dados de ânimo e emoções do sujeito
Reflexivo Existe a dualidade entre sujeito e objecto, mas limitada.
Verificável Limitado ao ângulo da vida diária e daquilo que se percebe
Assistemático Baseia-se na organização das experiencia do sujeito
Falível e Inexacto Conforma-se com aparência não permite perguntas “Porquê”

2. Saber ou conhecimento RELIGIOSO (Assenta na Fé e do Transcendente)


Características Descrição
Valorativo Apoia-se na doutrina sagrada e revelada pelo sobrenatural
Inspiracional Tudo vem do sobrenatural e inspirado
Infalível Toda verdade inspirada é infalível e indiscutível - dogma
Sistemático e Exacto As proposições são ordenadas e sistemáticas
Não Verificável As suas evidencias não são verificáveis-depende da fé

3. Saber ou conhecimento FILOSÓFICO (Interrogativo e Sistemático)


Características Descrição
Valorativo As hipóteses não são submetidas a experimentação
Racional Os seus enunciados são ordenados pela razão
Sistemático As hipóteses visam uma representação coerente da realidade
Infalível e Exacto Por ser esforço da razão pura para questionar os problemas

4. Saber ou conhecimento CIENTÍFICO (Experimental e Sistemático)


Características Descrição
Real (Factual) Lida com factos reais
Contingente As proposições dependem da comprovação experimental
Verificável Tudo é comprovado pela experiência
Falível Não é definitivo, nem absoluto

Diferença entre Filosofia e Ciências


Itens Filosofia Ciências
Problemas Todos-mundo, homem e Científicos e de natureza empíricos e formal
Deus
Resolução Argumentação racional Demonstração formal e testes empíricos

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Método Reflexivo Racional + experimentação

Embora cada ciência tem o seu objecto, método e fins específicos, a relação entre Filosofia e ciências assenta
na sua actividade cognitiva – raciocínio e na procura da verdade.

1.6.MITO E RAZÃO
O que é Mito?
A palavra mito vem do grego, mythos (contar, narrar, falar alguma coisa para os outros) e do verbo mytheyo
(conversar, contar, anunciar, nomear, designar). O mito consiste numa narrativa sobre a origem de alguma
coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem
e do mal, da saúde e da doença, da morte, das guerras, do poder, etc.).

Mitos são narrativas utilizadas pelos povos antigos (até modernos) para explicar factos da realidade e
fenômenos da natureza, as origens do mundo e do homem, que não são compreendidos por eles. Nos mitos se
utilizam muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses e heróis. Todos estes componentes são
misturados a factos reais, características humanas e pessoas que realmente existiram ou existem.
Um dos objectivos dos mitos é transmitir conhecimento e explicar factos que a ciência ainda não havia
explicado, através de rituais em cerimônias, danças, sacrifícios e orações. Um mito também pode ter a função
de manifestar alguma coisa de forma forte ou de explicar os temas desconhecidos e tornar o mundo conhecido
ao Homem.
A mitologia é o estudo do mito, das suas origens e significados. Alguns dos mitos mais conhecidos fazem
parte da mitologia grega, que exprime a maneira de pensar, conhecer e falar da cultura grega. Fazem parte da
mitologia grega os deuses do Olimpo, os Titãs, e outras figuras mitológicas como minotauros e centauros.
Tomemos um exemplo de narrativa mítica.
Observando que as pessoas apaixonadas estão sempre cheias de ansiedade e de plenitude, inventam mil
expedientes para estar com a pessoa amada ou para seduzi-la e também serem amadas, o mito narra a origem
do amor, isto é, o nascimento do deus Eros (que conhecemos mais com o nome de Cupido), exemplo
extraído do Banquete 203a, de Platão:
"Quando nasceu Afrodite, banqueteavam-se os deuses, e entre os demais se encontrava também o filho de
Prudência, Recurso. Depois que acabaram de jantar, veio para esmolar do festim a Pobreza, e ficou na porta.
Ora, Recurso, embriagado com o néctar - pois o vinho ainda não havia - penetrou o jardim de Zeus e, pesado,
adormeceu. Pobreza então, tramando em sua falta de recurso engendrar um filho de Recurso, deita-se ao seu
lado e pronto concebe o Amor. Eis por que ficou companheiro e servo de Afrodite o Amor, gerado em seu
natalício, ao mesmo tempo que por natureza amante do belo, porque também Afrodite é belo. E por ser filho o
Amor de Recurso e de Pobreza foi esta a condição em que ele ficou. Primeiramente ele é sempre pobre, e
longe está de ser delicado e belo, como a maioria imagina, mas é duro, seco, descalço e sem lar, sempre por
terra e sem forro, deitando-se ao desabrigo, às portas e nos caminhos, porque tem a natureza da mãe, sempre
convivendo com a precisão. Segundo o pai, porém, ele é insidioso com o que é belo e bom, e corajoso,
decidido e enérgico, caçador terrível, sempre a tecer maquinações, ávido de sabedoria e cheio de recursos, a
filosofar por toda a vida, terrível mago, feiticeiro, sofista: e nem imortal é a sua natureza nem mortal, e no
mesmo dia ora ele germina e vive, quando enriquece; ora morre e de novo ressuscita, graças à natureza do pai;
e o que consegue sempre lhe escapa, de modo que nem empobrece o Amor nem enriquece, assim como
também está no meio da sabedoria e da ignorância. Eis com efeito o que se dá".
O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram
traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade
religiosa do narrador. A filosofia, ao nascer, é uma cosmologia, uma explicação racional sobre a origem do
mundo e sobre as causas das transformações e repetições das coisas; para isso, ela nasce de uma
transformação gradual dos mitos, uma ruptura radical com os mitos.

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O que é a razão? – Filosofia?
A Razão ou Filosofia, ao contrário do Mito, não admite contradições, contos, fabulações e coisas
incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da
explicação não vem da pessoa do filósofo ou cientista, mas da razão, que é a mesma em todos os seres
humanos.

Resumidamente, podemos constatar que tanto o mito quanto a filosofia são explicações que visam responder
aos questionamentos sobre o sentido da vida, a natureza do homem e do universo, assim como justificar as
normas políticas, éticas e religiosas da própria comunidade.

1.7.PERIODIZAÇÃO DA HISTÓRIA DA FILOSOFIA

A filosofia manifesta e exprime os problemas e questões que em cada época de uma sociedade, os homens
colocaram para si mesmos, diante do que é novo e ainda não foi compreendido. Assim, a filosofia procura
enfrentar essa novidade oferecendo caminhos, respostas e, sobretudo, propondo novas perguntas num diálogo
permanente com a sociedade e a cultura do seu tempo.
Até ao século XVII d.C, com Descartes, a filosofia era o conjunto de todo saber, a globalidade do saber.
Assim, a filosofia dominava a teologia, as ciências da natureza e a ciência do homem. O filósofo era um
homem enciclopédico. Depois do século XIX d.C, com a autonomia de muitas ciências, a filosofia passou a
reflectir um estilo crítico e destinto dos problemas e métodos científicos.
Denomina-se por periodização da Historia da filosofia, a divisão da Filosofia em épocas e períodos para
fins didácticos. Essa prática torna-se indispensável para que o conhecimento Filosófico se torne inteligível.
1. Desse modo, pode haver tantas divisões quantos pontos-de-vista culturais, etnográficos, ideológicos e históricos.
Não há como definir um padrão único ou consensual. Assim temos para a Filosofia Ocidental: Filosofia Antiga,
Filosofia Medieval, Filosofia Moderna e Filosofia Contemporânea.

Período ou Época Data Início Término


1.º Filosofia Sec.VII a.C 476 a.C. – Queda do império Romano do
Antiga/Antiguidade Ocidente
2.º Filosofia Média 476 d.C. 1453 d.C - Queda do império Romano do
Oriente
3.º Filosofia Moderna 1453 d.C - Queda do império 1789 d.C– Revolução Francesa
Romano do Oriente
4.º Filosofia 1789 d. C. – Revolução Francesa Até actualidade
Contemporânea

1.8. SURGIMENTO DA FILOSOFIA GREGA

1.8.1. Factores ou condições do surgimento da Filosofia Grega

1. O que tornou possível o surgimento da filosofia na Grécia antiga no final do século VII e no início do
século VI a.C?
2. Que condições geográficas, históricas e materiais (económicas, sociais, Religiosas e políticas) que
contribuíram para o surgimento da filosofia na Grécia antiga?

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Podemos apontar como principais: Viagens marítimas, Invenção do calendário, moeda e do alfabeto,
surgimento da vida urbana - política, surgimento de um espaço público.

1. As viagens marítimas, permitiram aos gregos descobrir que os locais que os mitos diziam habitados
por deuses, titãs e heróis eram, na verdade, habitados por outros seres humanos; e que as regiões dos
mares que os mitos diziam habitados por monstros e seres fabulosos não possuíam nem monstros nem
seres fabulosos. As viagens produziram uma visão real e uma desmistificação do mundo, que passou,
assim, a exigir uma explicação sobre sua origem, explicação que o mito já não podia oferecer;

2. a invenção do calendário, que é uma forma de calcular o tempo segundo as estações do ano, as horas
do dia, os fatos importantes que se repetem, revelando, com isso, uma capacidade de abstracção nova,
ou uma percepção do tempo como algo natural e não como um poder divino incompreensível;

3. a invenção da moeda, que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas
ou dos objectos concretos trocados por semelhança, mas uma troca abstracta, uma troca feita pelo
cálculo do valor semelhante das coisas diferentes, revelando, portanto, uma nova capacidade de
abstracção e de generalização;

4. a invenção da escrita alfabética, que, como a do calendário e da moeda, revela o crescimento da


capacidade de abstracção e de generalização, uma vez que a escrita alfabética, diferentemente de
outras escritas – como por exemplo, os hieróglifos dos egípcios – supõe que não se represente uma
imagem da coisa que está sendo dita, mas a ideia dela, o que dela se pensa e se transcreve;

5. o surgimento da vida urbana - Polis, com predomínio do comércio e do artesanato desenvolveu as


técnicas de fabricação e de troca, diminuindo o prestígio das famílias da aristocracia proprietária de
terras, surgindo uma classe de comerciantes ricos que precisava encontrar pontos de poder e de
prestígio para suplantar o velho poderio da aristocracia de terras e de sangue (as linhagens constituídas
pelas famílias), fez com que se procurasse o prestígio pelo patrocínio e estímulo às artes, às técnicas e
aos conhecimentos, favorecendo um ambiente onde a Filosofia poderia surgir;

6. a invenção da política, que introduz três aspectos novos e decisivos para o nascimento da Filosofia:
a) A ideia de lei como expressão da vontade de uma colectividade humana que decide por si mesma o que
é melhor para si e como ela definirá suas relações internas. O aspecto legislado e regulado da cidade – da
Pólis – servirá de modelo para a Filosofia propor o aspecto legislado, regulado e ordenado do mundo
como um mundo racional.
b) O surgimento de um espaço público, que faz aparecer um novo tipo de palavra ou de discurso,
diferente daquele que era proferido pelo mito. Neste, um poeta-vidente, que recebia das deusas ligadas à
memória (a deusa Mnemosyne, mãe das Musas, que guiavam o poeta) uma iluminação misteriosa ou
uma revelação sobrenatural, dizia aos homens quais eram as decisões dos deuses que eles deveriam
obedecer. Agora, com a pólis, isto é, a cidade política, surge a palavra como direito de cada cidadão de
emitir em público sua opinião, discuti-la com os outros, persuadi-los a tomar uma decisão proposta por
ele, de tal modo que surge o discurso político como palavra humana compartilhada, como diálogo,
discussão e deliberação humana, isto é, como decisão racional e exposição dos motivos ou das razões
para fazer ou não fazer alguma coisa.
c) A política estimula um pensamento e um discurso que não procuram ser formulados por seitas secretas
dos iniciados em mistérios sagrados, mas que procuram, ao contrário, ser públicos, ensinados,
transmitidos, comunicados e discutidos. A ideia de um pensamento que todos podem compreender e
discutir, que todos podem comunicar e transmitir, é fundamental para a Filosofia. A política, valorizando
o humano, o pensamento, a discussão, a persuasão e a decisão racional, valorizou o pensamento
racional e criou condições para que surgisse o discurso ou a palavra filosófica.
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1.8.2. PERIODIZAÇÃO DA FILOSOFIA GRECO-ROMANA

1.8.2.1. Período ou Época Antiga ou Filosofia Greco-Romana ou Helenista


Compreende a filosofia grega antiga e se estende à 1.ª patrística.

1.8.2.1.PERÍODO COSMOLÓGICO, PRÉ-SOCRÁTICO OU NATURALISTA

Compreende as escolas pré-socráticas. Nesse período a preocupação é de encontrar a explicação do cosmos ou


natureza, através de uma substância que explicasse a multiplicidade do real.

Compreende a filosofia grega e helenística e tem os seguintes períodos:

Questões iniciais:

1- Qual é o princípio de todas as coisas? De que são feitas todas elas?


2- Como se explica as mudanças, o movimento e as transformações que os seres naturais de mostram?
3- O que garante a ordem cósmica?
4- Como explicar as divergências Religiosas? (Religião pública e a dos Mistérios)
A 1.ª antropomórfica e hierofâmica, qualquer evento cósmico era manifestação divina. Tudo depende dos
deuses. O corpo e alma estão unidos.
A 2.ª Não revelada, mas natural. Existe dois princípios no mundo: Divino e demónio, alma e corpo, este
surgiu por causa do pecado. Não há unidade entre corpo e alma.

Os primeiros pensadores que dão expressão filosófica a essas questões são os jónios da Grécia e seguidos por
outras escolas, tais como: 1.º Escola Jónia, 2.º Escola ou comunidade Pitagórica, 3.º Escola Eleática, 4.º
Escola dos físicos, e 5.º Escola Tomista.

1. Escolas JÓNICA ou de Mileto: com Teles (624-546 a.C) defendendo a água Anaximandro
(610-547a.C) defendendo o apeiron – indeterminado, Anaxímenes (546-528 a.C) defendendo o ar,
Heraclito de Abdera (sec.VI a:C) com o fogo e por fim Empédocles de Agrigento colocando na sua
primeira fase os quatro elementos (água, ar, terra e fogo).

2. Escola ou comunidade Pitagórica: com Pitágoras de Samos (580-500 a.c) para ele a essência do
mundo são os números.

3. Escola dos Eleática: com xenofontes, Parménides (sec.V a.C) defende a unidade ôntica do universo,
isto, o ser enquanto ser (Metafísico) , por fim o seu discípulo Zenão.

4. Escola dos físicos: com Empédocles de Agrigento e Anaxágoras que defendem o princípio único é o
Intelecto Nous - omnisciente.

5. Escola dos Tomistas: com Leucipo de Mileto e Demócrito que defendem os átomos como elementos
constituitivos da natureza.

A diversidade de opiniões emitidas, mais ou menos discordantes, o fortalecimento da democracia e a vida


social estável levou ao aparecimento dos SOFISTAS, os quais julgavam inútil insistir na pesquisa metafísica
e cosmológica sem antes estudar o homem em profundidade e determinar com exactidão o valor e alcance da
sua capacidade de conhecer.

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1.8.2.2.PERÍODO OU ÉPOCA ANTROPOLÓGICO OU SOCRÁTICO

Os séculos V e IV a.C. na Grécia antiga foram de grande desenvolvimento cultural e científico. O esplendor
de cidades como Atenas, e seu sistema político democrático proporcionou o terreno propício para o
desenvolvimento do pensamento.

O período Antropológico é tradicionalmente considerado um marco divisório da história da filosofia grega,


compreende os Sofistas e Sócrates. É dominado pelo problema de perseguir a unidade do homem em si
mesmo e com outros, o alcance do conhecimento, a harmonia da vida em sociedade (virtude). O Filosofo
passou a ser psicólogo, moralista e político.

Sócrates (469-399 a.C). filho de Sophroniscus, de profissão escultor e de Phaenarete, uma parteira. Casado
com Xântipe. Sua filosofia era desenvolvida mediante diálogos críticos com os seus interlocutores. Esses
diálogos são divididos em dois momentos básicos: a Ironia (interrogação) e a Maiêutica (concepção de
ideias). Estes constituem os dois métodos de Sócrates. “Eu sei que nada sei” – Sócrates.
SOCRATES, acérrimo defensor dos valores perenes, filósofo, moralista e psicólogo morreu condenado a
beber um copo de veneno CICUTA, acusado de perverter a juventude.

Sócrates opôs-se ao relativismo e subjectivismo dos sofitistas defendendo a objectividade e a universidade.

Os sofistas Protágoras e Górgias de Leontino defendiam uma educação cujo objectivo máximo a formação
de um cidadão integral e pleno, preparado politica e culturalmente (retórica), mas sem virtudes, por se fundar
no relativismo.

Frase máxima: O homem é a medida de todas as coisas; das que são, enquanto são, e das que não são,
enquanto não são. – Protágoras.

1.8.2.3.PERÍODO OU ÉPOCA ONTOLÓGICO OU SISTEMÁTICO

É dominado pelos dois primeiros problemas: Ser, homem e deus. Expoentes: Platão e Aristóteles.
1. PLATÃO

a) Vida: Este importante filósofo grego nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347
a.C. Filho de uma família de aristocratas, começou seus trabalhos filosóficos após estabelecer contacto
com outro importante pensador grego: Sócrates. Platão torna-se seguidor e discípulo de Sócrates. Em
387 a.C, fundou a Academia, uma escola de filosofia com o propósito de recuperar e desenvolver as
ideias e pensamentos socráticos. Convidado pelo rei Dionísio, passa um bom tempo em Siracusa,
ensinando filosofia na corte.
Ao voltar para Atenas, passa a administrar e comandar a Academia, destinando mais energia no estudo e
na pesquisa em diversas áreas do conhecimento: Filosofia, ciências, matemática, retórica (arte de falar em
público), etc…
b) Obras: Suas obras mais importantes e conhecidas são: Apologia de Sócrates, em que valoriza os
pensamentos do mestre; O Banquete, fala sobre o amor de uma forma dialéctica; e A República, em
que analisa a política grega, a ética, o funcionamento das cidades, a cidadania e questões sobre a
imortalidade da alma.

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É considerado um dos principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental.
Suas ideias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas inteligíveis (mundo das ideias e a
inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria).

c) Pensamento
Alegoria da caverna/Mito da caverna
A Teoria das Ideias ou Teoria das Formas afirma que formas (ou ideias) abstractas não-materiais (mas
substanciais e imutáveis) é que possuem o tipo mais alto e mais fundamental da realidade e não o mundo
material mutável conhecido por nós através da sensação. Em uma analogia de Reale, as coisas que captamos
com os "olhos do corpo" são formas físicas, as coisas que captamos com os "olhos da alma" são as formas
não-físicas, realidades metafísicas, isto é, o ver da inteligência capta formas inteligíveis que são as essências
puras. As Ideias são as essências eternas do bem, do belo etc… Para Platão há uma conexão metafísica entre a
visão do olho da alma e o objecto em razão do qual tal visão não existe.

Ideia de Platão para a educação

Platão valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. Para ele, os
alunos deveriam descobrir as coisas superando os problemas impostos pela vida. A educação deveria
funcionar como forma de desenvolver o homem moral, dedicar esforços para o desenvolvimento intelectual e
físico dos alunos através das aulas de retórica, debates, educação musical, geometria, astronomia e
educação militar. Para os alunos de classes menos favorecidas, Platão dizia que deveriam buscar em trabalho
a partir dos 13 anos de idade. Afirmava também que a educação da mulher deveria ser a mesma educação
aplicada aos homens.

Algumas Frases de Platão


" De todos os animais selvagens o homem jovem é o mais difícil de domar”
“ Deve-se temer a velhice, porque ela nunca vem só”
“ Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado”
“Tente mover o mundo – o primeiro passo será mover a si mesmo”
“O belo é o esplendor da verdade".
"O que mais vale não é viver, mas viver bem".
"Vencer a si próprio é a maior de todas as vitórias".
"O amor é uma perigosa doença mental".
"Praticar injustiças é pior que sofrê-las".
"A harmonia se consegue através da virtude".
"Teme a velhice, pois ela nunca vem só".
"A educação deve possibilitar ao corpo e à alma toda a perfeição e a beleza que podem ter".

2. ARISTÓTELES

a) Vida: Aristóteles (em grego clássico: Ἀριστοτέλης; transl.: Aristotélēs. natural de Estagira, na Trácia
em 384 a.C e morreu em 322 a.C, filho de Nicómaco, amigo e médico pessoal do rei macedônio
Amintas III, pai de Filipe II. É provável que o interesse de Aristóteles por biologia e fisiologia decorra
da actividade médica exercida pelo pai e pelo tio, e que remontava há dez gerações. Segundo a
compilação bizantina Suda, Aristóteles era descendente de Nicómaco, filho de Macaão, filho de
Esculápio. Com cerca de 16 ou 17 anos partiu para Atenas, maior centro intelectual e artístico da
Grécia. Como muitos outros jovens da época, foi para lá prosseguir os estudos. Duas grandes
instituições disputavam a preferência dos jovens: a escola de Isócrates, que visava preparar o aluno

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para a vida política, e Platão e sua Academia, com preferência à ciência (episteme) como fundamento
da realidade. Apesar do aviso de que, quem não conhecesse Geometria ali não deveria entrar,
Aristóteles decidiu-se pela academia platónica e nela permaneceu vinte anos, até a morte de Platão.
Em 347 com a morte de Platão, a direcção da Academia passa a Espeusipo que começou a dar ao
estudo académico da filosofia um via matemática que Aristóteles (segundo opinião geral, um
não-matemático) considerou inadequado, assim Aristóteles deixa Atenas e se dirige, provavelmente,
primeiro a Atarneu convidado pelo tirano Hérmias e em seguida a Assos, cidade que fora doada pelo
tirano aos platónicos Erasto e Corisco, pelas boas leis que lhe haviam preparado e que obtiveram
grande sucesso.
Durante 347 a.C e 345 a.C, dirige uma escola em Assos, junto com Xenócrates, Erasto e Corisco e
depois em 345/344 a.C. conhece Teofrasto e com sua colaboração dirige uma escola em Mitilene, na
ilha de Lesbos e lá se casa com Pítias, neta de Hérmias, com quem teve uma filha, também chamada
Pítias e Nicómaco. Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedónia, na época com treze anos
de idade, que será o mais célebre conquistador do mundo antigo. Em 335 a.C. Alexandre assume o
trono e Aristóteles volta para Atenas onde funda o Liceu, chamada Escola peripatética ou Peripatoi (do
grego περιπατητικός, que caminha), que dirigiu até 322 a.C.
- Fundador da escola peripatética e do Liceu, foi aluno de Platão e Professor Alexandre Magno (o
grande). Teve dois filhos: Pítias e Nicómaco, por sentimento anti Macedónio, foi acusado de impiedoso,
tendo fugido para Cálcis, ilha de Eubeia, faleceu devido a complicações abdominais em 322 a.C.

b) Obras: Seus escritos abrangem diversos assuntos nas áreas do conhecimento como a Política, lógica,
moral, ética, teologia, pedagogia, metafísica, didáctica, poética, retórica, física, antropologia,
psicologia e biologia e a zoologia.
Principais obras de Aristóteles:
- Política
- Ética a Nicómaco (compilação de aulas de Aristóteles)
- Organon (Lógica)
- Retórica das Paixões
- A poética clássica
- Metafísica
- De anima (Da alma)
- O homem de gênio e a melancolia
- Magna Moralia (Grande Moral)
- Ética a Eudemo
- Física
- Sobre o Céu
c) Pensamento: Aristóteles discorda de uma parte fundamental da filosofia do mestre. Platão concebia
dois mundos existentes: aquele que é apreendido por nossos sentidos ( o mundo sensitivo), concreto –
em constante mutação ; e outro mundo – abstracto – o das ideias , acessível somente pelo intelecto ,
imutável e independente do tempo e do espaço material ( o mundo inteligível). Aristóteles defende a
existência de um único mundo.
- Principais áreas de interesses: Física, metafísica, zoologia, Biologia, Política, governo, ética,
retórica, poesia e teatro e argumenta:
- Doutrinas notáveis: hilemorfismo, razão, alma, fronese, Lógica e silogismo, doutrina do meio
termo.

1- Sobre o mundo
– O quem está além de nossa experiência sensível, não pode ser nada para nós.
– As Ideias não são inatas.

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– A realidade está em percebermos ou sentirmos com os sentidos.
– Nada existe na nossa consciência, que já não tenha sido experimentado antes pelos sentidos.
– Todas as nossas ideias e pensamentos entraram em nossa consciência através do que víamos ou ouvíamos.
2- Sobre a Essência e os Acidentes
– A essência é algo sem o qual aquilo não pode ser o que é: é o que dá identidade a um ser, e sem o qual
aquele ser não pode ser reconhecido como sendo ele mesmo ( por exemplo: a essência do homem é a
Racionalidade.
– Acidente é algo que pode ser inerente ou não ao ser , mas que , mesmo assim, não se descaracteriza o ser por
sua falta. Por exemplo, um homem ser gordo, velho ou belo, ter cabelo comprido ou careca.

3- Sobre a Matéria e Forma


As Quatro Causas
Segundo Aristóteles, há quatro causas implicadas na existência de algo - matéria:
- Causa material: daquilo que a coisa é feita como, por exemplo, o ferro.
- Causa formal: é a coisa em si como, por exemplo, uma faca de ferro.
- Causa eficiente: aquilo que dá origem a coisa feita como, por exemplo, o ferreiro e as suas mãos.
- Causa final: seria a função para a qual a coisa foi feita como, por exemplo, cortar carne.
A matéria sem forma, é pura matéria. Não existe, propriamente, a forma sem a matéria, ainda que a forma
seja princípio de actuação e determinação da própria matéria não existe.
A forma é princípio de ordem e finalidade, racional e inteligível. Ela não é separada da matéria, e sim
imanente e operante nela.
– Matéria é aquilo de que é feito algo – Mundo sensível
– Forma é aquilo de que faz com que uma coisa seja o que é – mundo inteligível
4- Sobre Potência, Acto e Movimento
Todas as coisas estão em potência e acto.
a) Uma coisa em potência é uma coisa que tende a ser outra, como uma semente (uma arvore em
potência).
b) Uma coisa em acto é algo que já está realizado, como uma árvore (uma semente em acto).
É interessante notar que todas as coisas, mesmo em acto, também estão em potência. (pois uma árvore – uma
semente em acto – também é uma folha de papel ou uma mesa em potência).
Um ser em potência só pode tornar-se um ser em acto, mediante algum movimento. O movimento é a
caminhada que vai sempre da potência ao acto, da privação à posse. É por isso que o movimento pode ser
definido como acto de um ser em potência enquanto está em potência.
5- Sobre a TEOLOGIA
- Objecto Próprio da teologia é o primeiro motor imóvel, acto puro. A única coisa totalmente em Acto Puro,
que identifica com o Bem. Desse conceito Tomás de Aquino derivou sua noção de Deus em que Deus seria
“Acto Puro”

⮚ TEORIAS: da Gravidade – afirmava que todos os corpos se movem para o seu lugar natural. Para
alguns objectos o seu lugar natural tinha de ser o centro da terra, portanto, eles cairiam em direcção a
ela – (quid quid movetur ab alius movetur).

6- Sobre a educação:
A educação visa à virtude, ou excelência moral, que corresponderia à ideia de uma razão relativa às questões
da conduta. Tal disposição supõe a precedência de uma escolha dos actos a serem praticados e de um hábito
construído e firmado pela repetição. - daí, a importância da educação.

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Para Aristoteles a virtude é a disposição de um individuo praticar o bem. Não é um dado de natureza de cada
um, mas inclinação, por isso deve ser uma prática constante para ser um HÁBITO. A virtude é o meio termo
entre os extremos- excesso e defeito.

"A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces". Aristóteles.

Algumas Frases de Aristóteles


"O prazer no trabalho aperfeiçoa a obra”
“Você nunca fará nada neste mundo sem coragem”
“Nunca existe uma grande inteligência sem uma veia de loucura”
“Ter muitos amigos é não ter nenhum”
“O verdadeiro discípulo é aquele que consegue superar o mestre."
"A principal idade do estilo é a clareza."
"O homem que é prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz."
"O homem livre é senhor de sua vontade e somente escravo de sua própria consciência."
"Devemos tratar nossos amigos como queremos que eles nos tratem."
"O verdadeiro sábio procura a ausência de dor, e não o prazer."

1.8.2.4.PERÍODO/ÉPOCA ÉTICO OU HELENÍSTICO (Gregos e Orientais)


O Período helenístico foi a fase histórica grega que estendeu de 338 a.C até 146 a.C sob o domínio
Macedónio. Iniciou a conquista da Grécia pela Macedónia de Filipe II, que será marcado pelo reinado do
Alexandre, o grande. Caracterizou-se por um processo de interacção entre a cultura grega clássica e a cultura
dos povos orientais conquistados (Ásia, desde a Pérsia até India). Substituiu-se a vida pública pela vida
privada como centro de reflexões filosóficas. A reflexão política foi abandonada pela Filosofia.
A partir de 168 a.C, os romanos conquistaram a Grécia e inicia-se um novo período correspondente à fase
militar de Roma. Na filosofia Greco-romana não houve grandes novidades, pois os principais pensadores
dedicaram-se basicamente à tarefa de assimilar e desenvolver as contribuições culturais herdadas da Grécia
Clássica.

É dominado pelo problema de conduta do homem e compreende as escolas: Estoicismo, epicurismo,


cepticismo, eclectismo e Cinismo.

a) Estoicismo: - O DEVER- O nome estoicismo deriva de "stoá", que significa pórtico, aludindo aos que
ficavam às portas da cidade pregando a doutrina.
Eram descrentes da polis e da influência dos deuses, os estóicos eram individualistas e voltavam-se à sua
subjectividade. Pela prática das virtudes tentaram alcançar a sabedoria, vivendo as virtudes numa prática
racional, acreditavam que conseguiriam a "ataraxia", que seria a ausência de sensações e perturbações. Os
filósofos estóicos não temiam os deuses nem a morte.
Expoente principal e fundador: Zenão de Cítio ou Cício (336-263 aC), que viveu segundo o estoicismo,
buscando a ataraxia e defendendo que as virtudes seriam o fim supremo de todas as coisas.

b) Epicurismo: - O PRAZER- a filosofia epicurista era moral e individualista e afirmava que o fim
único da existência é o prazer, por isso é denominada como a arte de bem viver. Não o prazer de
devassidão, mas o conceito de perfeito ajuste às leis da natureza. Diferentes dos estóicos, os epicuristas
admitiam que prazeres espirituais poderiam ser positivos, tais como a arte, o pensamento e a amizade.
A finalidade última da ética elaborada pelos epicuristas é a serenidade, a apatia.
Expoente principal e fundador: Epicuro (ca. 341– ca. 270 a.C.)

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c) Cepticismo: - A SUSPENSÃO DO JUÍZO- Tinham uma postura de sempre tomar como duvidoso o
que é afirmado pelo homem. Chegavam a duvidar da capacidade de conhecimento. Assim, "ninguém
sabe nada, ninguém nunca soube de nada, nem nunca saberá". defendia a ideia de que tudo é incerto,
nenhum conhecimento é seguro, qualquer argumento pode ser contestado.
Expoente principal e fundador: Pirro de Élis (365-275 a.C.)

d) Eclectismo: A escola do eclectismo, parecido com o cepticismo, associa o critério de verdade com o
de verossimilhança. Ou seja, os filósofos desta escola apresentaram-se acríticos (não criticam), pois o
eclectismo aceita várias possibilidades de uma verdade. Acredita-se que o contacto com a cultura
romana (voltada para a prática e a acção) também tenha influenciado e favorecido o surgimento do
eclectismo.
Expoente principal: Marcus Tullius Cicero, naceu a 3 de Janeiro de 106 a.C. em Arpino e morreu em 7 de
Dezembro de 43 a.C. (63 anos).

e) Cinismo: - ALÉM DAS CONVENÇÕES - o termo Cínico, do grego kynicos, significa “como um
cão”. cinismo designa a corrente dos filósofos que se propuseram a viver como os cães da cidade, sem
qualquer propriedade ou conforto.
Levavam ao extremo a filosofia de Sócrates, segundo a qual o homem deve procurar conhecer a si mesmo e
desprezar todos os bens materiais. Por isso Diógenes, o pensador mais destacado dessa escola, é conhecido
como o “Sócrates demente”, ou o “Sócrates louco”, pois questionava os valores e as tradições sociais e
procurava viver estritamente conforme os princípios que consideravam moralmente correctos.
Escola fundada por Antístines (444-365 aC), discípulo de Sócrates e o filósofo mais notável desta escola foi
Diógenes Laercio (400-325 aC), que vivia num barril, com apenas uma túnica, um cajado e um embornal de
pão.

1.8.2.5.PERÍODO OU ÉPOCA RELIGIOSA

É dominado pelo problema de encontrar para o homem a via da reunião com Deus, considerada como única
via de salvação. Compreende as escolas neoplatónicas e suas afins. (Século I e II d.C), a Patrística enquadra-se
neste período.

Compreende dois períodos: Patrística e Escolástica

Filosofia Patrística, século II d.C a VIII d.C

A) I parte da Patrística

Expoente principal: Santo Agostinho de Hipona; (354-430 d.C) Bispo da Igreja Católica. Pesquisar vida e
obras.

Defende a fé do cristianismo contra o paganismo, hebraísmo e heresias. Procura conciliar a fé e a razão.


Problemas:- criação, relação de Deus com o mundo, o mal, a alma, o destino da existência, o sentido da
redenção/redimir.

- a essência de Deus e a trindade (três pessoas em um só Deus – Pai, Filho e Espirito Santo).

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- a moral funda-se na ideia do pecado, na graça de Deus, na relação do homem com o criador e acaba na ideia
da salvação;

1.8.3. ÉPOCA MEDIEVAL OU IDADE MÉDIA

A) II parte da patrística

Na história da idade Média que começa com a queda do Império Romano do Ocidente no ano 476 d.C. até ao
surgimento da Escolástica não houve produção considerável da filosofia devido a instabilidade política no
império romano.

Filosofia Escolástica, (século IX d.C a XV d.C)

Expoente principal; São Tomas de Aquino; (1225-1274 d.C). Pesquisar vida e obras.

Defende a fé do cristianismo contra o paganismo, hebraísmo e maniqueísmo. Procura a junção entre razão e a
fé.

Problemas:- criação;

- Colocação do problema dos universais;


- Colocação do problema da razão;
- Quem é o homem! Ser finito, criatura racional.

A) RENASCIMENTO

PREMISSAS PARA FILOSOFIA MODERNA (1453-XV-sec.XVII D.C)

A queda do império romano do oriente

Em 1453, Constantinopla cai nas mãos dos turcos e marca o fim do império romano do oriente, dando fim da
Idade Média. No princípio aparecem dois movimentos com caracteres comuns: Renascimento e Humanismo.

Renascimento: tem o sentido de reprovação. O homem deve renascer em todas as esferas: sociocultural e
político. A preocupação já não Deus, mas o homem.

Humanismo, o homem como centro do mundo e responsável das suas transformações em substituição de
Deus. O problema central do humanismo é o homem e não a natureza. Tendo como princípios: retorno a
natureza, valorização dos sentimento e da fantasia, o indivíduo é do social e cada nação tem a sua história.

No século XVI, predomina a filosofia naturalista:- preocupação em dar explicação da natureza (Telesio e
Giordano Bruno)

- Reforma e contra reforma, problema da Igreja e da fé cristã (Lutero e Calvino: Caetano e Suarez).

- Preocupação política (Nicolau Maquiavel, Batero e Tomas Moro)

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1.8.4. ÉPOCA OU FILOSOFIA MODERNA (sec. XVI a XVIII, 1789- Revolução Francesa)

Período rico em acontecimentos políticos, económicos, religiosos e científicos. A filosofia começa pela
reflexão a volta do conhecimento do homem, sobre si mesmo, para indagar a sua capacidade de conhecer.
Surgem as correntes de pensamento: Racionalismo e Empirismo.

O século XVII é dominado pela questão da origem, natureza, método e do crítico quanto ao valor do
conhecimento.

Racionalismo, defende que a razão é a fonte do conhecimento (Bacon, Descartes, Spinosa, Malembrache)
Empirismo, coloca a primazia do conhecimento na experiência quotidiano (Johnn Locke, Berkeley e David
Hume)

1.8.5. ÉPOCA OU FILOSOFIA CONTEMPORÂNEA, (XVIII, 1789- Revolução Francesa…nossos


dias)

No século XVII, predomina o iluminismo que dá primazia os conceitos fundamentais: liberdade, igualdade,
justiça, fraternidade, Acaba com o Romantismo.

Em filosofia o iluminismo recolhe e unifica o problema crítico e defende a supremacia da razão, exigindo que
seja posta ao controle da experiência (Voltaire, J.J. Rousseau, Newton, Wolf e Kant).

Na filosofia moderna o homem é o indivíduo, singular e particular, enquanto na contemporânea o homem é


um ser social.

Em reacção a tao dispersas propostas e posições filosóficas vindas à luz dos anos anteriores, as primeiras
décadas do seculo XX assistiram a um profundo debate sobre a natureza, objectivos e métodos da filosofia. O
referido debate resultou na formulação de duas grandes orientações no pensamento contemporâneo:
a) A filosofia analítica, interessada sobretudo nas relações entre filosofia e ciências e a formalização da
teoria do conhecimento.
b) As filosofias humanistas ou existenciais para as quais o homem é o objecto fundamental de reflexão. O
apogeu das ciências sociais motivou o surgimento de novas teorias interdisciplinares, baseadas na
integração dos conhecimentos proporcionados pelas diversas ciências.

Entre os movimentos mais especulativos, merecem destaque:

Movimento Defensores Tema/Objectivo


Iluminismo Montesquieu, Voltaire, Lessing, Primazia da razão sobre a religião e a arte.
Sec. XVIII Diderot, Rousseau, Helder Reflexão sobre a liberdade e a dignidade
humana.
Kant, Fichte, Schelling e Friedrich Primazia da existência de entidades
Idealismo Alemã Hegel (1770-1831) espirituais ou ideais – as ideias -, em relação
as entidades materiais.
O positivismo defende a ideia de que o
Positivismo Augusto Comte conhecimento científico é a única forma de
conhecimento verdadeiro
Utilitarismo Objectivo é alcançar a maior felicidade
Sec.XIX John Stuart Mill possível para o maior número de pessoas
possível
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Marxismo Karl Marx, F.Engels, Gramsci Análise socioeconómica sobre as relações de
Sec. XIX-XX classe e conflito social, luta de classes
Historicismo W.Diltey Defende a autonomia das ciências do espirito
em relação às ciências da natureza. O homem
aprende a conhecer-se em função da sua
própria historia
F. Nietzsche Considera a Ciência e a Religião os maiores
1844-1900 enganos da civilização ocidental.
Henri Bergson, Ortega y Gasset Valorização da vida. A vida é um processo
Vitalismo criador constante que apenas a intuição pode
Sec. XIX-XX captar correctamente através da sua
experiencia do tempo
Método para a compreensão e análise do
Psicanálise Sigmund Freud, Erich Fromm, Carl homem, compreendido enquanto sujeito do
Sec.XX G.Jung inconsciente
Determinação da essência das coisas
Fenomenologia Edmund Husserl, M.scheler, mediante a análise descritiva da sua
Sec. XX M.Merleau-Ponty apresentação à consciência
Frege, Bertrand Russell e Ludwig a filosofia é análise - a análise do significado
Analítica/Linguís Wittgenstein e Carnap dos enunciados - e se reduz a uma pesquisa
tica sobre a linguagem
Filosofia da
linguagem. Sec
XX
Filosofia da C.Popper, Lakatos, Feyerabend, A ciência procura agora criar teorias úteis.
Ciência Thomas Kuhn As teorias científicas são paradigmas.
Sec. XX
K.Jaspers, Heidegger, J.P.Sarte, Camus A existência humana como eixo de toda
Existencialismo reflexão filosófica
Sec. XX
Anti positivismo Henri Bergson, José Ortega e Gasset Princípios únicos para explicar tanto a
e Espiritualismo consciência quanto a natureza.
Hermenêutica Gadamar e Ricoeur Todo sentido depende de uma interpretação e
Sec. XX de um contexto histórico.
Teoria Crítica Adorno, Horkheimer, Marcuse Com base a obra de Karl Marx fazem criticas
Sec.XX radicas a vários aspectos da sociedade
moderna
William James (1842-1910), Charles Toma a prática como critério da verdade.
Pragmatismo Sanders Peirce (1839-1914) e John Tudo que não vai à prática não é verdade.
moderno Dewey (1859-1952).
Sec.XIX-XX
Lacan, Barthes, Lévi-Strauss, Análise da realidade social baseado na
Estruturalismo M.Foucault, Jacques Derrida. construção de modelos que expliquem como
Sec. XX se dão as relações a partir do que chamam de
estruturas
Utopismo Teihard, Marcuse, Bloch Fuga do mundo real para o irreal
Sec.XX Garaud

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Pós-modernismo Lyotard e Vattimo Analisa de forma critica os valores sobre os
Sec. XX quais se apoiou a modernidade: a ciência, a
razão, a sociedade de consumo, etc…

A Filosofia, assim como tantos outros saberes, ciências matemáticas, etc…. está sujeita à várias
transformações devido ao surgimento de novas verdades que automaticamente substituem as verdades até
então conhecidas e consideradas absolutas.

FIM
CORRESPONDÊNCIA ENTRE DEUSES GREGOS E ROMANOS

Deus Deus
Função ou Característica
Grego Romano
Zeus Júpiter Pai dos deuses e dos homens, principal deus do Olimpo.

Cronos Saturno Deus do tempo, pai de Zeus. Pertencia à raça dos titãs.

Hera Juno Rainha dos deuses, esposa de Zeus.

Artista do Olimpo, fazia os raios que Zeus lançava sobre os mortais.


Hefesto Vulcano
Filho de Zeus e Hera.

Poseidon Neptuno Senhor do oceano, irmão de Zeus.

Hades/Di
Plutão Senhor do reino dos mortos, irmão de Zeus.
s

Ares Marte Deus da guerra, filho de Zeus e Hera.

Deus do sol, da arte de atirar com o arco, da música e da profecia.


Apolo Febo
Filho de Zeus e Latona.

Artemis Diana Deusa da caça e da lua, irmã de Apolo.

Afrodite Vênus Deus da beleza e do amor, nasceu das espumas do mar.

Eros Cupido Deus do amor, filho de Vénus.

Palas
Minerva Deusa da sabedoria, nasceu da cabeça de Zeus.
Atenas
Deus da destreza e da habilidade, cultuado pelos comerciantes.
Hermes Mercúrio
Filho e mensageiro de Zeus.

Deméter Ceres Deusa da agricultura, filha de Cronos e Ops.

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