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UD 1: Introdução à Filosofia

1.1 A emergência do filosofar

Aprender a filosofia é aprender a pensar sobre o mundo que os rodeia e sobre as acções
humanas. A filosofia nasce do espanto que o mundo provoca no homem, que o faz
começar a filosofar, a pensar sobre o que nos rodeia, a sentir se interpelado pelo mundo
no sentido de querer saber mais, de querer conhecer as causas e os princípios da realidade,
de conhecer-se a si mesmo e aos outros. Em suma, aprender a filosofia é essencialmente
uma atitude de problematização, de questionamento e de crítica perante o mundo.
O objectivo último da disciplina é criar no aluno da reflexão sobre tudo o que o que o
rodeia, e em especial levá-lo a reflectir sobre as suas próprias decisões e acções.

A disciplina de Introdução a filosofia é essencialmente um conjunto de noções que


educam o aluno a saber, no sentido mais profundo do termo, isto é, a saber ser, saber
estar, saber estar com outros e saber fazer. Neste sentido, é a disciplina da qual o aluno,
por excelência busca as competências que precisa para a vida.

Portanto, a filosofia é a disciplina por meio do qual o aluno adquire consciência de


cidadania responsável, isto é, motivado e empenhado no exercício das suas capacidades,
com abnegação e sentido pleno da sua existência no tempo e no espaço.

Aprender a filosofia é aprender a pensar sobre tudo o que nos rodeia e sobre as acções do
homem. A filosofia surge do espanto e ou admiração que o mundo provoca no homem,
que o faz começar a filosofar, a pensar sobre o que o rodeia, a sentir-se interpelado pelo
mundo no sentido de querer saber mais, de querer conhecer as causas e princípios de todas
as coisas, de conhecer-se a si mesmo e aos outros.
Em suma, aprender a filosofia é essencialmente uma atitude de problematização, de
questionamento e de crítica perante o mundo.

O objectivo último da disciplina é criar no aluno o hábito da reflexão sobre tudo o que o
rodeia, e em particular, levar o aluno a reflectir sobre as suas próprias decisões.
1.2 Tentativas de definição da Filosofia

Na filosofia não e fácil ter uma definição única da filosofia devido a sua própria
especificidade, ou seja o carácter pluralista da própria disciplina.
Os autores clássicos como Platão1 (428- 347 a.C.), e Aristóteles2 já tinham em mente este
especificidade quando afirmavam que a filosofia era para homens adultos e devia ser
precedida por uma serie de disciplinas cada vez mais difíceis. Com efeito não se pode
entrar em filosofia só quem tem problemas por resolver, e só tem problemas por resolver
quem tem uma experiência de vida, dos homens e de si próprio

As investigações filosóficas abrangem todos os campos de saber, este facto faz com que
ela seja definida sob vários pontos de vista e, por conseguinte, tenha várias definições.
Para nos aproximarmos daquilo que se pode entender por filosofia, vejamos as definições
de alguns filósofos:

Nomes Definições

Aristóteles (Grécia antiga) - A Filosofia é o estudo dos primeiros princípios e


(384-322 causas últimas de todas as coisas.
a.C.),
Cícero (Roma antiga - Itália) - A Filosofia é o estudo das causas humanas e
divinas de todas as coisas.

René (França - Idade Moderna) - A filosofia ensina a raciocinar bem.


Descartes
(1596-
1650),

1
O eixo de sua filosofia é sua teoria das formas ou das ideias. Sob esta perspectiva, devem ser entendidas
sua ideia do conhecimento, sua teoria ética, sua psicologia e seu conceito de Estado. Platão, também,
distingue entre dois níveis de saber: a opinião e o conhecimento. O ponto alto do saber é o conhecimento,
porque concerne à razão, e não à experiência.
2
Filósofo e cientista grego. Estudou em Atenas, na Academia de Platão. Foi tutor de Alexandre III o
Grande. Em Atenas, inaugurou o Liceu, que chegou a ser conhecido como escola peripatética. Sua filosofia
se baseia na biologia, no empirismo e no formalismo (dedução racional).
Karl Marx (Alemanha - Idade Contemporânea) - A filosofia é uma prática de
(1818-1883) transformação social e política.

F.Hegel, (Alemanha - Idade Contemporânea) – A filosofia é o saber absoluto.


(1770-
1831),
P. (Benin - Actualidade) - A filosofia é uma disciplina científica,
Hountondji teorética e individual.

Severino (Moçambique - Actualidade) - A filosofia ajuda a resolver os problemas


Elias. da humanidade, é um instrumento de emancipação
Ngoenha

Como se concluir, cada filosofia não apenas tem a sua própria concepção filosofia da
realidade, mas também a sua própria definição de filosofia. Este facto verifica-se pelo
facto de cada ser humano, cada pensador e filósofo ter a própria reflexão e compreensão
do mundo, que é moldada pelas próprias experiências, cultura e meio social circundantes
próprios. Dai que cada pensador entende a filosofia de acordo com a sua área de pesquisa
e interesse, que são fruto da sua experiência pessoal de pensar o mundo.

1.3 Universalidade e Particularidade da Filosofia (Objecto da Filosofia)

A reflexão sobre a realidade que nos rodeia é a característica essencial da filosofia.


Através desta faculdade, a filosofia procura responder às inquietações, às questões que a
humanidade sempre colocou e se coloca. Porém, temos que nos acautelar, pois nem todas
as questões que são colocadas são filosóficas. Por essa razão, a filosofia é também
entendida como a ciência dos “porquês”. A filosofia pretende explicar o porquê de todas
as coisas, procurando os fundamentos últimos, a origem e explicação da vida e mundo
humanos.

A Filosofia é universal, pois o seu objecto é o todo e as suas questões são gerais e não se
relacionam com aspectos individuais e particulares da realidade. A Filosofia é um saber
universal porque todo homem pode filosofar e ser filósofo.
1.4 Funções da Filosofia (Aspectos práticos e teóricos)

A filosofia é uma maneira de estar no mundo, é um modo de existir. Como tal, ela não
deve ser vista apenas como uma procura de compreensão e interpretação do mundo.

As tarefas da filosofia abrangem, pois, as áreas de saber (área teórica) e de experiencia


(área prática), muito embora hoje seja questionável a oposição entre a teoria e prática.
Contudo, razoes suficientes para afirmarmos que o homem é um ser teórico e prático.

Pela etimologia da palavra, a filosofia satisfaz nos dois planos, o desejo de saber: saber
pensar (plano teórico) e saber agir (plano prático).

Saber Pensar significa não só ordenar as ideias de forma coerente, questionar de forma
inteligível, ordenar um discurso argumentativo, mas também tomar consciência de
amplitude, complexidade e profundidade do real. Mas significa também questionar-se
sempre de novo sobre a coerência do seu próprio pensamento sobre os princípios em que
se baseiam os seus próprios pensamentos.

Saber Agir significa saber aplicar o saber pensar. Responde a pergunta: “saber pensar
para quê?” para uma orientação existencial e social do homem, ou seja, para uma atitude
racional perante a realidade que o rodeia.

Em suma: A filosofia torna o homem lúcido, livre e autónomo, fazendo com que ele se
torne corajoso no pensar e no agir. Nesta fase de globalização e das mudanças rápidas, a
filosofia dota o homem de pressupostos para desafiar as tensões que delas resultam.

A este propósito, René Descartes3 em “Princípios da Filosofia” afirma que “ (…) viver
sem filosofar é na verdade ter os olhos fechados, sem nunca se esforçar para os abrir’
(…)”

Funções da Filosofia (aspectos teóricos e práticos)

3
Descartes, René (1596-1650), filósofo francês, cientista e matemático. É também muito conhecido pelo
nome em latim, Renatus Cartesius. Pode ser considerado o fundador da filosofia moderna por ter rompido
com a predominância da escolástica e fundado seu próprio sistema de pensamento. A frase Cogito, ergo
sum (penso, logo existo) é a base de sua filosofia.
A filosofia procura estudar a realidade que cerca homem, pretendendo ter um
conhecimento mais profundo desta realidade, o que a diferencia de outras ciências.

A filosofia tem duas funções: teórica, enquanto analisa e reflexão acerca do homem; e
prática pelo facto desta nos impelir a uma atitude existencial, a um novo tipo de
comportamento, fruto da reflexão filosófica.

1.5 Métodos da Filosofia

Dos vários métodos sugeridos ao longo dos séculos, por vários filósofos para o trabalho
filosóficos, destacam-se: o método analítico, o método socrático, o método sintético, o
método dialéctico, o método fenomenológico, etc.

Todavia, apesar desta pluralidade, há dois métodos mais recomendados para o estudo
filosófico que são o método crítico - analítico e método lógico - racional.

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