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O que é a Patrística
É o período que vai do I séc. d. C até a o séc. VIII caracterizado pelos esforços de
defesa, elaboração e compreensão da doutrina cristã, protagonizada pelo assim
chamados Padres da Igreja. Os Padres da Igreja, segundo ABAGNANO (1999:78),
eram escritores cristãos da Antiguidade (cristã) que contribuíram para a elaboração
doutrinal do cristianismo e cuja obra foi aceite e tomada como sua pela Igreja.
A patrística começa com os Padres Apostólicos (os que viveram com os Apóstolos) e
divide-se em Patrística Grega e Patrística Latina. A patrística grega termina com a morte
de João Damasceno, em 754, e a Latina, com a morte de Beda, o venerável, em 735.
4) Este mundo foi criado por um Demiurgo mau (o Deus do Antigo Testamento) e
resgatado por um Deus bom (Cristo) (dualismo de princípios: Bom e Mau);
É que a interpretação alegórica dos textos sacros permitia aos gnósticos dobra-los às suas
exigências, facto que até os nossos dias persiste em todas as religiões e no cristianismo, o que
resulta em várias seitas que se distinguem apenas na sua interpretação bíblica das Sacradas
Escrituras.
Conclusão
Por mais que pudesse responder a instâncias precisas daquela época, a mensagem gnóstica
revelou-se frágil e sem futuro, a exemplo de muitos movimentos político, religiosos do nosso
tempo.
- A gnose cristã. Sem se limitar a combater a falsa gnose, seu primeiro objectivo é de
elaborarar seu próprio conceito de uma gnose, a gnose cristã, a verdadeira, pois para
ele, o conhecimento é o limite mais alto que o homem pode alcançar; ele é a
realização do homem; ele é forte e segura demostração daquilo que se crê pela fé.
Mas por outro lado, a fé é a condição do conhecimento (não se pode conhecer o que
não se crê). Portanto fé e conhecimento se relacionam de tal modo que um não subsiste
sem o outro (cf. ABBAGNANO, vol 2, 1999:99). Esta conclusão era totalmente
contrária à Gnose herética, que considerava a fé e a ciência irreconciliáveis, sendo a
ciência superior à fé. O verdadeiro cristão e o verdadeiro gnóstico deve conciliar fé
e conhecimento .
Mas, para chegar da fé ao conhecimento, é necessária a filosofia, que surge como seu
princípio e fundamento. O valor que a filosofia teve para os gregos é o mesmo valor que
o Antigo Testamento teve para os hebreus: conduzir a Cristo. Como Justino, Clemente
admite que em todos os homens que se dedicaram à especulação racional, está presente
um eflúvio divino, uma centelha do Logos divino, que lhes faz descobrir uma parte da
verdade, embora não a totalidade da verdade revelada por Cristo.
Diante de Deus, todo inacessível e inefável, o Logos surge como a sabedoria, a ciência,
a verdade, o alfa e ómega, guia de toda a humanidade.
- Deus (Pais) é incorpóreo e incompreensível: "Deus não pode ser entendido como
corpo" (tal como se apresenta no Antigo Testamento, ora como fogo, ora como sopro,
ora como trovão), mas sim como "realidade intelectual e espiritual" e "natureza
intelectual simples". Deus não pode ser conhecido em sua natureza: "Em sua realidade,
Deus é incompreensível e inescrutável", porque transcende as capacidades da mente
humana.
- Cristo tem duas naturezas: é verdadeiro Deus e verdadeiro homem (não homem
aparente, como pretende a heresia docetista) e, como tal, tem corpo e alma (a alma de
Cristo desempenha papel mediador entre o Logos divino e o corpo humano). É isto que
será reafirmado no concíclio de Niceia estabelecendo o símbolo cristão (o Credo): Jesus
Cristo, Deus verdadeiro de Deus Verdadeiro, encarnada e feito Homem (verdadeiro
Homem).
- O Espírito Santo foi pela primeira vez estudado por Orígenes, sendo apresentado com
a sua função santificadora.
Na sua teoria do mundo, afirma que o "mundo" deve ser entendido como série de
mundos, não contemporâneos, mas subsequentes um ao outro.
Tal visão relaciona-se estreitamente com a concepção origeniana segundo a qual, no
fim, todos os espíritos se purificarão, resgatando suas culpas, mas, para se
purificarem inteiramente é necessário que sofram longa, gradual e progressiva
expiação e correção, passando, portanto, por muitas reencarnações em mundos
sucessivos.
Portanto, para Origenes, o fim será exactamente igual ao principio, isto é, tudo deverá
tornar a ser como Deus criou. Essa é a célebre doutrina origeniana da capocatástase, ou
seja, a reconstituição de todos os seres no estado original (a semelhança da
simplificação de Plotino, onde, porém apenas os homens são chamados a se unirem ao
Uno).
Origenes destaca o livre arbítrio das criaturas em todos os níveis da sua existência.
Mesmo no próprio estágio final, será o livre-arbitrio de cada uma e de todas as criaturas
que, vencido pelo amor de Deus, continuará a aderir a ele, agora, porém, sem mais
recaídas.
Importância de Orígenes
A importância de Origenes é notável em todos os campos. Seus próprios erros devem-se
aos excessos de um grande espírito generoso, não a mesquinhos desejos de
originalidade. Ele quis ser cristão até as últimas consequências. Suas doutrinas foram
um grande apologia ao cristianismo.
Tertuliano (B. Mondin, pp. 89-92; Giovanne e Reale, pp 73-74, PDF: 87-88).
Diferentemente da postura adoptada pela maioria dos Padres Orientais, que tentam
estabelecer continuidade entre o cristianismo e a filosofia grega, os apologetas latinos
«tendem a reivindicar a originalidade da revelação cristã em confronto com a
sabedoria pagã». Assim, todos os Padres latinos anteriores a Agostinho foram pouco
atraidos, quando não decisivamente hostis, a filosofia grega. Esta foi a postura de
Tertuliano, nascido em Cartago, no ano de 160.
Atitude antifolosófica
Para Tertuliano, os filosofos são os patriarcas dos heréticos. Como fé em Cristo e sabedoria
humana se contradizem, ele escreve em Carne de Cristo: "0 Filho de Deus foi crucificado:
não me envergonho disso, precisamente porque é vergonhoso. 0 Filho de Deus morreu: isto é
incrível, porque é uma loucura. Foi sepultado e ressuscitou: isto é certo, porque é impossível".
Todas estas afirmações resumem-se na seguinte: foram condensadas na sua famosa formula
"credo quia absurdum” (Creio porque é absurdo). Isto para dizer que não é mais
necessaério nenhum esforço para compreender a fé, por mais absurda que seja, como
faziam os outros Padres da Igreja recorrendo à Filosofia grega.
Alma surge então como «uma substancia simples, nascida do sopro de Deus, imortal
corpórea e dotada de uma figura, capaz por si mesma de sabedoria, racional, virtuosa
(…)» (idem).
A mãe Mónica, pela sua firme e tenaz fé, e o bispo Ambrósio, que Ihe ensinou o método
da exegese alegórico-filosófica da Bíblia.
O seu percurso espiritual, filosófico e teológico mostra que Agostinho foi um homem
inquieto, inconformado, insatisfeito, em constante busca da felicidade, da verdade, e da
salvação, facto que lhe levou a passar de escola em escola, de seita em seita até, por fim,
converter-se ao cristianismo verdadeiro.
Em cada uma das etapas era como que um degrau ou uma peça que completava o sua
felicidade:
- Cícero o converteu a filosofia (entendida como sabedoria e arte de viver que tras a
felicidade);
A última parte da vida de Agostinho foi dedicada a luta contra as heresias dos
Donatistas (que não queriam readmitir na comunidade aqueles que tinham abjurado
durante as perseguições) e dos Pelagianos, que não consideravam o papel da graça
divina na salvação.
2. Do homem geral (dos gregos) à pessoa, indivíduo, definida pela sua vontade e
liberdade, vendo assim na pessoa o reflexo de Deus Trindade nos modos do ser, do
conhecer e do amar.
Agostinho encontra no homem toda uma série de tríades, que reflectem de vários modos a
Trindade, tendo no vértice a tríade ser, conhecer e amar, que espelha as tres pessoas da Trindade
e sua estrutura uno-trina.
3. Da reminiscência à iluminação:
O conhecer tende à verdade e a verdade se identifica com Deus. Assim, segundo
Agostinho, A verdade não é algo que se constrói a medida que o raciocínio avança; ao
contrário, ela é aquilo a que tendem
os que raciocinam.
A consequência dessa premissa é que a maior parte das demonstrações agostinianas da
existência de Deus são demonstrações da existência da Verdade.
Mas como o homem chega a verdade?
A alma, sendo ela própria mutável, consegue julgar os objectos sensíveis através de conceitos
matemático-geométricoe e de parámetros éticos, com base em critérios que são imutáveis e
necessários. Por isso, é necessário concluir que, acima de nossa mente, existe um critério ou
uma Lei que se chama Verdade, e que, portanto, existe uma natureza imutável, superior a alma
humana.
Assim, uma vez que tudo está em devir, só é possível que nós formemos conceitos
imutáveis, porque Deus, como na criação nos torna participantes do ser, também nos
torna, pela iluminação, participantes da verdade, sendo ele próprio a fonte da verdade.
A partir das provas de seua existência, Deus é entendido como Ser, Verdade, Bem em
forma absolutamente eminente,que se pode exprimir tanto nas formas da teologia
negativa, quanto na atribuição a ele de tudo o que existe de positivo no criado, sem os
limites do negativo.
5. A Trindade
Agostinho afirmou a identidade substancial das três Pessoas. lsso significa que Deus,
em sentido absoluto, é tanto o Pai como o Filho e como o Espirito Santo, e que eles são
inseparáveis no ser e operam inseparavelmente. Todavia, essas três Pessoas são
distintas, não do ponto de vista da substância, mas do da relação, pelo que o Pai tem o
Filho, mas não é o Filho, e o Filho tem o Pai, mas não é o Pai, e o mesmo vale para o
Espirito Santo.
9. O mal
Agostinho considera o problema do mal segundo três pontos de vista. ~
- Do ponto de vista metafísico, o mal não existe, mas existem apenas graus inferiores de
ser em relação a Deus, Sumo Bem. E estes vistos no conjunto do universo,
desaparecem, visto que encontram sua razão se ser positiva, para o bem, maior.
Exemplo, os predadores, que mantem o equilíbrio cósmico.
- Do ponto de vista moral, o mal (= pecado) nasce da vontade má que, em vez de tender
ao Sumo Bem, tende a bens inferiores. Por isso, Agostinho pode dizer: "0 bem que está em
mim é obra tua, é teu dom; o mal em mim é meu pecado".
- O mal físico é uma consequência do pecado original e todavia pode ter um significado
catártico (purificação, e por isso positivo) em vista da salvação.
0 conjunto dos homens que amam a Deus forma a Cidade celeste e, ao contrário, o
conjunto dos homens que amam a si mesmos ou ao mundo forma a Cidade terrena.
Tanto o cidadão da Cidade celeste como o da Cidade terrena ocupam a terra, mas o
primeiro a ocupa como peregrino, enquanto o segundo como um dominador. A história
tem um andamento linear: tem uma meta final (o juízo universal), em que o cidadão
terreno destina-se a danação, enquanto o cidadão celeste a salvação.
Questões
Santo Agostinho foi o Padre da Igreja que mais se destacou na história. Responda as
questões que se seguem sobre o bispo de Hipona.
Este período pensamento medieval - a Escolástica – pode-se articular, para fins didácticos, da
seguinte forma:
2) A segunda fase da ldade Média, que ocupa os sécs. X e XI (lutas pelas investiduras e pelas
cruzadas) e se caracteriza pelas reformas monásticas. Entre as figuras de destaque deste
período estão: Anselmo de Aosta, Abelardo e os expoentes das Escolas de Chartres e de São
Vitor;
3) A terceira fase (sec. XIII), que coincide com a era de ouro da Escolastica,
com Santo Tomás, São Boaventura e Duns Escoto;