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FORMAÇÃO DE LÍDERES

HISTÓRIA DA IGREJA- PARTE Ill

l I​ ntrodução

A perseguição a Igreja começa com os embates físicos aos cristãos, com


diferentes métodos de tortura e assassinatos. Posteriormente a perseguição
torna-se intelectual, filosófica. Podemos dizer que este tipo de perseguição
perdura até os tempos de hoje, onde os cristãos são frequentemente
questionados em que ou em quem acreditam.

Os primeiros escritores pós bíblicos eram os chamados, Pais apostólicos, sendo


alguns deles Inácio de Antioquia, Clemente de Roma, “O pastor de hermas”. Na
época dos pais apostólicos as experiências de êxtase tinham quase
desaparecido, eram consideradas perigosas, logo eles se perguntavam,
"precisamos delas?". Tudo que o espírito deseja dizer já havia feito através das
escrituras, em vez de profetas indo de lugar em lugar preferiam A.T e N.T em
formação final.

Como saber doutrinas certas ou erradas? Os profetas podiam estar certos ou


errados, mas o bispo (supervisor) é que tinha palavra final “Onde está o bispo, aí
deveria estar à congregação” trazendo segurança, na linha de defesa
apologética.

Eles reforçaram a doutrina: Deus único criador de todas as coisas, nada surge do
nada (exnihilo), a trindade de Deus. A defesa desta doutrina é o legado deixado
para nós e que devemos continuar preservando. O Credo Apostólico formulado
por essa turma foi uma grande muralha que cristianismo ergueu contra o
paganismo.

Durante o Movimento apologético, havia duas acusações contra os cristãos:


1) O cristianismo ameaçava o império romano // acusação política
2) Do ponto de vista filosófico era pura tolice mistura superstição com
fragmentos de filosofia.

Celsus, médico e filósofo principal voz desses ataques, não aceitando a ideia da
ressurreição de Jesus, acusa os cristãos de subverter a grandeza e a glória do
império romano atrapalhando o único poder capaz de impedir a queda do
mundo no caos e a vitória completa dos demônios.

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Os Pais Apostólicos buscam descobrir ponto em comum para estabelecer
diálogo e mostrar a fragilidade do paganismo, evidenciando que o cristianismo
era resposta para os profundos desejos do paganismo. Justino Mártir (apologeta)
traz o conceito de Logus cristão em oposição ao conceito grego.

l​ Heresias Filosóficas- Gnosticismo

Esta heresia é citada por Judas, I,II e III João dentre outros livros, tentando
veementemente entrar na Igreja, até os dias de hoje.

Gnosticismo vem de Gnosis, que significa conhecimento participatório:


totalmente diferente de conhecimento científico e afins, traz o conhecimento
em termos gerais, comunhão, relação sexual. O participatório vem no sentido de
compartilhar através de uma iniciação ou rituais.

Chega ao seu auge de influência em 150, perdurando até a atualidade. Surgiu a


partir do desejo de criar uma teodiceia, uma explicação sobre a origem do mal.
Em 1943, na região do alto Egito, em Nag Hammadi, é encontrado um
documento com mais de mil páginas sobre o Gnosticismo sírio e egípcio.

No gnosticismo, acredita-se no Dualismo, a separação entre os dois mundos.


Espalhando-se pelo mundo, o gnosticismo se infiltra na filosofia grega, na
religião judaica, na teologia cristã, em todos os sistemas religiosos e filosóficos
da época. Ele reinterpretou a fé cristã suas doutrinas e escolas se confundiam.

l​ Mestres Gnósticos: Brasilides, Valentino

Ao entrar em contato com o cristianismo, o gnosticismo traz Jesus como um


salvador não feito de matéria, pois a matéria era necessariamente má então era
necessário lutar contra encarceramento. Por Jesus ser um ser espiritual ele vivia
em outra dimensão, entrando em contato conosco para ensinar a gnosis
garantindo nossa libertação.

Uma outra heresia surge a partir disso, o Docetismo, resumidamente chamando


a Jesus de fantasma. Para eles, o corpo é cárcere do espírito e o mundo foi um
aborto de Sofia (ser espiritual). Para chegar libertação é necessário que venha
um mensageiro do reino espiritual e despertarmos do sono.
Imagine o mundo feito de esferas celestiais (Eons), cada uma governada por um
poder maligno, cuja função consiste em nos manter prisioneiros. Para chegar ao
reino puramente espiritual temos de atravessar todas essas esferas. O único
modo de fazer isso é possuindo conhecimento secreto (participatório) que nos
abrirá as portas, a cada passo um santo + uma senha + conhecimento
participatório (ou alguma variação dessa equação).

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Esses elementos básicos do Gnosticismo trazem a destruição das religiões
nacionais, através da conquista dos grandes impérios mundiais de Alexandre e
de Roma.

A Interpretação filosófica da mitologia era racionalizada, gerando uma filosofia a


partir dele. Acontece então uma renovação das antigas religiões de mistério,
trazendo elementos psíquicos e mágicos do oriente. Na política, se ia do
ocidente para o oriente faziam caminho inverso com a religião. Buscavam
sempre criar um sistema meio filosófico meio religioso.

Sincretismo trazido pelo gnosticismo misturava todas as religiões da época.


Fomentava um orgulho espiritual (elite), rejeitavam o A.T porque ia em direção
contrária ao que defendiam, o Dualismo.

Cuidado para não tirar sua concepção espiritual a partir do sistema Gnóstico.
Não alimente este sistema pois ele foi um dos mais ofensivos na história do
cristianismo. Saiba o lugar do êxtase, dos espíritos, que o gnosticismo é
completamente diferente do cristianismo, onde há somente um Deus superior,
com o controle de tudo, tão forte a ponto de não existir um rival a sua altura.

l​ Duas vertentes do Gnosticismo

1. Ascetismo - já que o corpo é cárcere do espírito, temos que castigar o corpo


para debilitar seu poder sobre o espírito e para que suas paixões não nos
arrastem

2. Libertinagem - já que o espírito é por natureza, bom, nada pode destruí-lo, o


que devemos fazer é dar liberdade total ao corpo e as suas paixões. Foi uma
grande ameaça contra cristianismo e continua sendo rejeitada as principais
doutrinas: criação, encarnação e ressurreição.

Somente o cristianismo traz o equilíbrio em aproveitar a vida e ter o padrão


moral.

A partir do gnosticismo surge o Marcionismo, onde existia dois Deuses: um


inferior que criou as leis e um Deus de amor, superior. Um Deus das Leis e um
Deus dos Evangelhos. Um Deus dono da matéria, um Deus dono do espírito.
Concluiu que o Deus da revelação é diferente do Deus da criação. Das escrituras,
aceita somente o livro de Lucas no N.T. e 10 cartas de Paulo, rejeitando o
restante por se tratar de outro Deus. Criou também uma antipatia contra o
mundo material e judaísmo.

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Voltemos ao gnosticismo, que, se você o segui-lo, ele ensinará que você deverá
seguir protocolos para se aperfeiçoar e alcançar a libertação. Lembre que o
escritor de Hebreus fala que “A lei não aperfeiçoa, a única coisa que aperfeiçoa é
Cristo”. Siga o evangelho, esta sim é a única forma verdadeira de crescer, que
traz a mensagem da Cruz.

Estude, olhe para a sua história e não se deixe confundir pelas correntes
filosóficas que tentam desde sempre se infiltrar no cristianismo. Neste período
de ataque ferrenho do gnosticismo e marcionismo, ocorreu o fechamento do
Cânon (o conjunto das revelações de Deus), justamente para não ser
contaminado por doutrinas filosóficas hereges. Perceba que os movimentos
históricos não aconteceram de forma aleatória. Estude e não se deixe confundir,
haverá um momento que esses ataques ocorrerão desenfreadamente,
momento conhecido este como A Grande Tribulação, citado em Apocalipse. A
sua história será a sua arma.

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