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Seitas Heréticas Apostíla 1


Seitas Heréticas
Pr. Celso Godoy

SEITAS HERÉTICAS:
Todas as pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha.

A tolerância religiosa é extensiva a todos.

Isso não significa, porém, que todas as religiões sejam boas.

Ex:
Nos dias de Jesus havia vários grupos religiosos:

os saduceus (At. 5.17) e os fariseus (At 15.5).

Os dois grupos tinham posições religiosas distintas (At 23.8).

Mesmo assim, Jesus não os poupou, chamando-os de hipócritas, filhos do inferno,


serpentes, raça de víboras (Mt 23.13-15,33).

O Mestre deixou claro que não aceitava a idéia de que todos os caminhos levam a Deus.

Ele ensinou que há apenas dois caminhos: o estreito, que conduz à vida eterna, e o largo e
espaçoso, que leva à destruição (Mt 7.13,14).

Os apóstolos tiveram a mesma preocupação: não permitir que heresias, falsos ensinos,
adentrassem na igreja.

O primeiro ataque doutrinário lançado contra a Igreja foi o legalismo.

Alguns judeus-cristãos estavam instigando novos convertidos à prática das leis judaicas,
principalmente a circuncisão.

Em Antioquia havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no estudo das
Escrituras (At 13.1), que perceberam a gravidade do ensino de alguns que haviam descido
da Judéia e ensinavam:

Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos (At
15.1).

Heresias primitivas

Iniciamos esta parte da apostila com uma premissa básica e bíblicas, do grande sábio
Salomão.

"O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará fazer; nada há, pois, novo
debaixo do sol.

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Seitas Heréticas
Pr. Celso Godoy

Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos antes de
nós" (Ec 1.10)

As raizes das seitas.

Você sabia que o batismo pelos mortos foi uma heresia apregoada cerca de 1600 anos
antes da "revelação", que é atribuída pelos mórmons a Joseph Smith Jr., seu fundador.

Esse é apenas um dos muitos desvios doutrinários que atravessaram séculos e foram
incorporados pelas seitas pseudocristãs.

A "revelação", baseada na necessidade de restaurar a igreja, e a rejeição ao Antigo


Testamento surgiram na mesma época e fluíram dos ensinamentos de Márcion.

Montano pregou que o fim do mundo ocorreria em sua geração e atribuiu a si o fato de
iniciar e findar o ministério do Espírito Santo. Sabélio, com seu modalismo, foi outra fonte
de distorções bíblicas que até hoje é disseminada entre os evangélicos.

Ainda fazem parte desse grupo Mani, com sua doutrina reencarnacionista;

Ário, que deturpou a natureza de Jesus ao apresentá-lo como um ser criado (gravíssimo
engano sustentado pelas testemunhas de Jeová);

Apolinário, que, ao contrário de ario, negou a humanidade de Cristo;

Nestório, que ensinava a existência de duas pessoas distintas em Cristo;

Pelágio, que, como os islâmicos e outros grupos religiosos, negava a doutrina do pecado
original; e

Eutíquio, que afirmava que a natureza humana de Cristo havia sido absorvida pela divina.

Como podemos perceber, as heresias combatidas pela igreja contemporânea foram


enfrentadas pela igreja primitiva que, com muito esforço e com a ajuda de concílios e
credos, conseguiu defender a fé que "de uma vez por todas foi entregue aos santos".
Continuemos a defendê-la!

Os pais da igreja também tiveram suas lutas:

Márcion (95 - 165)

Informações indicam que Márcion nasceu em Sinope, no Ponto, Ásia Menor.

Foi proprietário de navios, portanto, muito próspero, e aplicou sua vida à fé religiosa,
primeiramente como cristão e, finalmente, ao desenvolvimento de congregações
marcionitas.

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Influente líder cristão, suas idéias lhe conduziram à exclusão, em 144 d.C.

Então, formou uma escola gnóstica.

Tendo uma mente prolífera, desenvolveu muitas idéias, as quais foram lançadas em uma
obra apologética alvo de combate de apologistas, especialmente Tertuliano e Epifânio.

Procurou ter uma perspectiva paulina, contudo, incluiu muitas idéias próprias e conjecturas
sem respaldo bíblico.

Era convicto de uma missão pessoal: restaurar o puro evangelho.

Antes, rejeitou o Antigo Testamento por achá-lo inútil e ultrapassado, além de afirmar que
foi produzido por um deus inferior ao Deus do evangelho.

Para Márcion, o cristianismo era totalmente independente do judaísmo; era uma nova
revelação.

Segundo ele, Cristo pegou o deus do Antigo Testamento de surpresa e este teve de entregar
as chaves do inferno Àquele.

Além disso, Cristo não era Deus, apenas uma emanação do filho de Deus.

O único apóstolo fiel ao evangelho, segundo Márcion, fora Paulo, em detrimento dos
demais apóstolos e evangelistas.

Conseqüentemente, a Igreja primitiva havia desviado e, por isso, necessitava de uma


restauração.

Ainda segundo ele, o homem devia levar uma vida asceta, o casamento, embora legal, era
aviltador.

O cânon de Márcion restringia-se às epístolas de Paulo e à uma versão modificada do


Evangelho de Lucas.
Gnosticismo

Nome derivado do termo grego gnosis, que significa "conhecimento".

Os gnósticos se transformaram em uma seita que defendia a posse de conhecimentos


secretos.

Segundo eles, esses conhecimentos tornavam-nos superiores aos cristãos comuns, que não
tinham o mesmo privilégio.

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O movimento surgiu a partir das filosofias pagãs anteriores ao cristianismo que floresciam
na Babilônia, Egito, Síria e Grécia (Macedônia).

Ao combinar filosofia pagã, alguns elementos da astrologia e mistérios das religiões gregas
com as doutrinas apostólicas do cristianismo, o gnosticismo tornou-se uma forte influência
na igreja.

A premissa básica do gnosticismo é uma cosmovisão dualista.

O supremo Deus Pai emanava do mundo espiritual "bom".

A partir dele, surgiram sucessivos seres finitos (éons) até que um deles, Sofia, deu à luz a
Demiurgo (Deus criador), que criou o mundo material "mau", juntamente com todos os
elementos orgânicos e inorgânicos que o constituem.

Cristãos gnósticos, como Márcion e Valentim, ensinavam que a salvação vem por meio
desses éons, Cristo, que se esgueirou através dos poderes das trevas para transmitir o
conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo material
terreno, para conduzi-los ao mundo material mais elevado.

Cristo, embora parecesse ser homem, nunca assumiu um corpo; portanto, não foi sujeito às
fraquezas e às emoções humanas.

Algumas evidências sugerem que uma forma incipiente de gnosticismo surgiu na era
apostólica e foi o tema de várias epístolas do Novo Testamento (1João, uma das epístolas
pastorais).

A maior polêmica contra os gnósticos apareceu, entretanto, no período patrístico, com os


escritos apologéticos de Irineu, Tertuliano e Hipólito.

O gnosticismo foi considerado um movimento herético pelos cristãos ortodoxos.

Atualmente, é submetido a muitas pesquisas, devido às descobertas dos textos de Nag


Hammadi, em 1945/46, no Egito.

Muitas seitas e grupos ocultistas demonstram alguma influência do antigo gnosticismo


("Dicionário de religiões, crenças e ocultismo". George A. Mather & Larry A Nichols.
Vida, 2000, pp 175-6).

Montano (120 - 180)

Por volta do ano 150 d.C., surgiu na Frígia um profeta chamado Montano que, junto com
Prisca e Maximilia, se anunciou portador de uma nova revelação.

Inicialmente esse novo movimento reagiu contra o gnosticismo, contudo, ele mesmo se
caracterizou por tendências inovadoras.

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As profecias e revelações de Montano giravam em torno da segunda vinda e incentivavam


o ascetismo.

Salientavam fortemente que o fim do mundo estava próximo, e esperavam esse


acontecimento para a sua própria geração.

Insistiam sobre estritas exigências morais, como, por exemplo, o celibato, o jejum e uma
rígida disciplina moral.

Exaltavam o martírio e proibiam que seus seguidores fugissem das perseguições.

Alguns pecados eram imperdoáveis, independente do arrependimento demonstrado.

Finalmente Montano afirmou ser o Paracleto, pois nele iniciaria e findaria o ministério do
Espírito Santo.

Prisca e Maximilia abandonaram seus respectivos maridos para se dedicarem à obra


profética de Montano.

Algumas vezes, Montano procurava esclarecer que ele era um agente do Espírito Santo,
mas sempre retornava à sua primeira posição e afirmava ser o Consolador prometido.

Sua palavra deveria ser observada acima das Escrituras, porque era a palavra para aquele
tempo do fim.

Esse movimento desvaneceu-se no terceiro século no Ocidente e no sexto, no Oriente.

Ascetismo

Autonegação, visão de que a matéria e o espírito estão em oposição um ao outro.

O corpo físico, com suas necessidades e desejos inerentes, é incompatível com o espírito e
sua natureza divina.

O ascetismo defende a idéia de que uma pessoa só alcança uma condição espiritual mais
elevada se renunciar à carne e ao mundo.

O ascetismo foi amplamente aceito nas religiões antigas e ainda hoje é uma filosofia
proeminente, sobretudo nas seitas e religiões orientais.

Platão idealizou-o.

As seitas judaicas, como os essênios, praticavam-no fervorosamente e o cristianismo


institucionalizou-o, com o desenvolvimento de várias ordens monásticas.

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O gnosticismo foi o maior defensor dessa filosofia ("Dicionário de religiões, crenças e


ocultismo". George A. Mather & Larry A Nichols. Vida, 2000, p. 23).

Sabélio (180 - 250)

Nasceu na Líbia, África do Norte, no terceiro século depois de Cristo.

Depois, mudou-se para a Itália, passando a viver em Roma.

Ao conhecer o evangelho, logo se tornou um pensador respeitado em suas considerações


teológicas.

Recebeu influência do Modalismo que já estava sendo divulgado na África.

O Modalismo ocorreu, no início, como um movimento asiático, com Noeto de Esmirna.

Os principais expoentes do movimento: Noeto, Epógono, Cleômenes e Calixto.

Na África, foi ensinado por Práxeas e na Líbia, defendido por Sabélio.

Hoje, o Modalismo é muito conhecido pelo nome sabelianismo, devido à influência


intelectual fornecida por Sabélio.

O objetivo de Sabélio era preservar o monoteísmo a qualquer custo.


Tinha um objetivo em vista que, pensava, justificava os meios.

Ensinava que havia uma única essência na divindade, contudo, rejeitava o conceito de três
Pessoas em uma só essência.

Afirmava que isso designaria um culto triteísta, isto é, de três deuses.

A questão poderia ser resolvida, afirmava, pelo conceito de que Deus se apresentaria com
diversas faces ou manifestações.

Primeiramente, Deus se apresentou como Deus Pai, gerando, criando e administrando.

Em seguida, como Deus Filho, mediando, redimindo, executando a justiça.

E finalmente e sucessivamente, como Deus Espírito Santo, fazendo a manutenção das obras
anteriores, sustentando e guardando.

Uma só Pessoa e três manifestações temporárias e sucessivas.

Mani (216 - 277)

Nasceu por volta de 216 d.C. na Babilônia.

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Foi considerado por alguns como o último dos gnósticos.

Diferente dos demais hereges, desenvolveu-se fora do cristianismo.

Todavia, era um rival do evangelho.

Seus ensinos buscavam respaldo no cristianismo.

Afirmava, por exemplo, ser o Paracleto, o profeta final.

Em seus ensinos enfatizava a purificação pelos rituais.

Em 243 d.C., o profeta Mani teve seus ensinamentos reconhecidos por Ardashir, rei
sassânida (Índia).

Então, a nova fé teve o seu "pentecostes", analogia traçada pelos maniqueístas.

Durante 34 anos, Mani e seus discípulos intensificaram seu trabalho missidevo aponário
pelo leste da Ásia, Sul e Oeste da África do Norte e Europa.
A base do maniqueísmo engloba um Deus teísta que se revela ao homem.

Deus usou diversos servos, como Buda, Zoroastro, Jesus e, finalmente, Mani.

Deveriam seus discípulos praticar o ascetismo e evitar a participação em alguma morte,


mesmo de animais ou plantas.

Deveriam evitar o casamento, antes, abraçarem o celibato.

O universo é dualista, existem duas linhas morais em existência, distintas, eternas e


invictas: a luz e as trevas.

A remissão ocorre pela gnosis, conhecimento especial que os iniciados conquistavam.

Entre os remidos há duas classes, os eleitos e os ouvintes.

Os eleitos não podiam nem mesmo matar uma planta, por isso eram servidos pelos
ouvintes, que podiam matar plantas, mas nunca animais ou até mesmo comê-los.

Os eleitos subiriam, após a morte, para a glória, enquanto os ouvintes passariam por um
longo processo de purificação.

Quanto aos ímpios, continuariam reencarnando na terra.

Recebeu grande influência de Márcion.

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Ário (256-336)

Presbítero de Alexandria entre o fim do terceiro século e o início do quarto depois de


Cristo.

Foi excluído em 313, quando diácono, por apoiar, com suas atitudes, o cisma da Igreja no
Egito.

Após a morte do patriarca da Igreja em Alexandria, foi recebido novamente como diácono.

Depois, nomeado presbítero, quando então começou a ensinar que Jesus Cristo era um ser
criado, sem nenhum dos atributos incomunicáveis de Deus, por exemplo, eternidade,
onisciência, onipotência etc, pelo que foi censurado, em 318, e excluído, em 321.

Mas, infelizmente, sua influência já havia sido propagada e diversos bispos da Igreja no
Oriente aceitaram o novo ensino.

Em 325, ocorreu o concílio de Nicéia e Ário, apesar de excluído, pôde recorrer de sua
exclusão, sendo banido.

Ário preparou uma resposta ao Credo Niceno, o que impressionou muito o imperador
Constantino.

Atanásio resistiu à ordem de Constantino de receber Ário em comunhão.

Então Ário foi deposto e exilado em Gália, falecendo no dia em que entraria em comunhão
em Constantinopla.

A base de seu ensino era estabelecer a razão natural como meios de entender a relação Deus
e Cristo.

Haveria uma só Pessoa na divindade.

O logos não foi apenas gerado, mas literalmente criado.

Seria tão-somente um intermediário entre Deus e os homens e, devido à sua elevada


posição, receberia adoração e glória.

Apolinário (aprox. 310-390)

Foi bispo de Laodicéia da Síria no final do quarto século. Cooperou na reprodução das
Escrituras.

Fez oposição à afirmação de Ário quanto à criação e à mutabilidade de Cristo.

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Por outro lado, se opôs ao conceito da completa união entre as naturezas divina e humana
em Jesus.

Afirmava que Jesus não tinha um espírito humano.

Segundo ele, o espírito de Cristo manipulava o corpo humano.

Sua posição inicial era contra o arianismo, que negava a divindade de Cristo.

Em sua opinião, seria mais fácil manter a unidade da Pessoa de Cristo, contanto que o logos
fosse conceituado apenas como substituto do mais elevado princípio racional do homem.

Contrapondo-se a Ário, ele advogava a autêntica divindade de Cristo, e tentava proteger sua
impecabilidade substituindo o pneuma (espírito) humano pelo logos, pois julgava aquele
sede do pecado.

Conseqüentemente, Apolinário negava a própria e autêntica humanidade de Jesus Cristo.

Em 381, o sínodo de Constantinopla declarou contundentemente, entre outros sínodos,


herética a cristologia de Apolinário.

Apolinário formou um grupo de discípulos que manteve seus ensinos.

Mas não demorou muito e o movimento se desfez.

Nestório (aprox. 375-451)

Patriarca da Igreja em Constantinopla na metade do quinto século depois de Cristo.

Seu objetivo de expurgar as heresias na região de seu controle encontrou problemas quando
expressou sua cristologia.

Encontrava-se em seu tempo idéias divergentes sobre a natureza de Cristo.

Alguns, aparentemente, negavam a existência de duas naturezas em Cristo, postulando uma


única natureza.

Outros, como Teodoro de Mopsuéstia, afirmavam que o entendimento deveria partir da


completa humanidade de Cristo.

Teodoro negava a residência essencial do logos em Cristo, concedendo somente a


residência moral.

Essa posição realmente substituía a encarnação pela residência moral do logos no homem
Jesus.

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Seitas Heréticas
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Contudo, Teodoro declinava das implicações de seu ensino que, inevitavelmente, levaria à
dupla personalidade em Cristo, duas pessoas entre as quais haveria uma união moral.

Nestório foi fortemente influenciado pelo seu mestre, Teodoro de Mopsuéstia.


O nestorianismo é deficiente, não em relação à doutrina das duas naturezas de Cristo, mas,
sim, quanto à Pessoa de cada uma delas.

Concorda com a autêntica e própria deidade e a autêntica e própria humanidade, mas não
são elas concebidas de forma a comporem uma verdadeira unidade, nem a constituírem
uma única pessoa.

As duas naturezas seriam igualmente duas pessoas.

Ao invés de mesclar as duas naturezas em uma única autoconsciência, o nestorianismo as


situava lado a lado, sem outra ligação além de mera união moral e simpática entre elas.

Jesus seria, segundo ensinavam, um hospedeiro de Cristo.

Nestor foi vigorosamente atacado por Cirilo, patriarca de Alexandria, e condenado pelo
Terceiro Concílio de Éfeso, em 431.

O movimento nestoriano sobreviveu até o século quatorze. Adotaram o nome de cristãos


caldeus.

A Igreja persa aceitou claramente a cristologia nestoriana.

Atingiu expressão culminante no décimo terceiro século, quando dispunha de vinte e cinco
arcebispos e cerca de duzentos bispos.

Nos séculos doze e treze, formou-se a Igreja Nestoriana Unida e, atualmente, seus membros
são conhecidos como Caldeus Uniatos.

Na Índia, são conhecidos como cristãos de São Tomé.

Hoje, esse movimento está em declínio.

Pelágio (aprox. 360-420)

Teólogo britânico, teve uma vida piedosa e exemplar.

Baseado exatamente nessa questão, desenvolveu conceitos sobre a hamartiologia (doutrina


que estuda o pecado).

Sofreu resistência e, finalmente, foi excluído por diversos sínodos (Mileve e Catargo),
sendo, ainda, condenado no Concílio de Éfeso, em 431 d.C.

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Seitas Heréticas
Pr. Celso Godoy

Seus ensinos afirmavam que o homem poderia viver isento do pecado.

Que o homem fora criado a imagem de Deus e, apesar da queda, essa imagem é real e viva.

Do contrário, o homem não seria aquele homem criado por Deus.

No pelagianismo a morte é uma companheira do homem, querendo dizer que, pecando ou


não, Adão finalmente morreria, ainda que não pecasse.

O ideal do homem é viver obedecendo.

O pecado original é uma impossibilidade, pois o pecado depende de uma ação voluntária do
pecador.

Afirma ainda que, por uma vida digna, os homens podem atingir o céu, mesmo
desconhecendo o evangelho.

Todos serão julgados segundo o que conheciam e o que praticavam.

O livre-arbítrio era enfatizado em todas as suas afirmações, excluindo a eleição.

Um século depois, desenvolveu-se o semipelagianismo, que amortecia alguns ensinos


extravagantes de Pelágio.

Eutíquio (aprox. 410-470)

Viveu em um mosteiro fora de Constantinopla durante a primeira metade do quinto século.

Discípulo de Cirilo de Alexandria, teve grande influência e chefiava mosteiros na Igreja


oriental.

Oponente do nestorianismo, afirmava que, por ocasião da encarnação, a natureza humana


de Cristo foi totalmente absorvida pela natureza divina.

Era de opinião de que os atributos humanos em Cristo haviam sido assimilados pelo divino,
pelo que seu corpo não seria consubstancial como o nosso, que Cristo não seria humano no
sentido restrito da palavra.

Esse extremo doutrinário contou com o apoio temporário do chamado Sínodo dos Ladrões
(em 449 d.C.).
Essa decisão foi anulada mais tarde pelo Concílio de Calcedônia, em 451 depois de Cristo.

O Sínodo dos Ladrões recebeu esse nome porque seus participantes roubavam
características da doutrina cristocêntrica.

Por esse motivo, Eutíquio foi afastado de suas atividades eclesiásticas.

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Mas a Igreja egípcia continuou apoiando a doutrina de Eutíquio e manteve seus ensinos por
algum tempo.

Então, o eutiquianismo surge novamente no movimento monofisista.

Tais ensinamentos eram uma ameaça à Igreja.

Foi necessário que um concílio apreciasse essa questão e se posicionasse.

Em Atos 15.1-35 temos a narrativa que demonstra a importância de considerarmos os


ensinos que contrariam a fé cristã.

Outras fontes ameaçam a Igreja.

Dentre elas, destacamos a pluralidade religiosa.

PLURALIDADE RELIGIOSA

A pluralidade religiosa não é exclusiva dos tempos de Jesus.

Atualmente existem milhares de seitas e religiões falsas, as quais pensam estar fazendo a
vontade de Deus quando, na verdade, não estão.

Há dez grandes religiões principais: Hinduísmo, Jainismo, Budismo e Siquismo ( na Índia);


Confucionismo e Taoísmo (na China); Xintoísmo (no Japão), Judaísmo (na Palestina),
Zoroastrismo (na Pérsia, atual Irã) e Islamismo (na Arábia).

Nessa lista, alguns incluem o Cristianismo.

Além disso, existem mais de dez mil seitas, ou mais (ou subdivisões dessas religiões),
estando mais de seis mil localizadas na África, 1200 nos Estados Unidos e o restante em
outros países.

Para efeitos didáticos, o Instituto Cristão de Pesquisas classifica assim as seitas:


Secretas: Maçonaria, Teosofia, Rosa-crucianismo, Esoterismo etc.

Pseudocristãs: Mórmonismo, Testemunhas de Jeová, Adventismo do Sétimo Dia, Ciência


Cristã, A Família (Meninos de Deus), alguns grupos neopentecostais,etc.

Espíritas: Kardecismo, Legião da Boa Vontade, Racionalismo Cristão etc.

Afro-brasileiras: Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Cultura Racional etc.

Orientais: Seicho-No-Iê, Messiânica Mundial, Arte Mahikari, Hare-Krishna, Meditação


Transcendental, Unificação (Moonismo), Perfeita Liberdade etc.
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Seitas Heréticas
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Enquanto essas e outras seitas se multiplicam, e seus guias desencaminham milhões de


pessoas, os cristãos permanecem indiferentes, desatentos à exortação de Judas 3:

combater pela fé uma vez entregue aos santos.

PORQUE ESTUDAR AS FALSAS DOUTRINAS

Muitos perguntam por que se deve estudar as falsas doutrinas.

Para esses, seria melhor a dedicação à leitura da Bíblia.

Certamente devemos usar a maior parte de nosso tempo lendo e estudando a Palavra de
Deus, porém essa mesma Palavra nos apresenta diretrizes comportamentais relacionadas
aos que questionam nossa fé.

Assim sendo, apresentamos as razões para o estudo das falsas doutrinas:

1ª Defesa própria: Várias entidades religiosas treinam seus adeptos para ir, de porta em
porta, à procura de novos adeptos.

Algumas são especializadas em trabalhar com os evangélicos, principalmente os novos


convertidos.

Os cristãos devem se informar acerca do que os vários grupos ensinam.

Só assim poderão refutá-los biblicamente (Tt 1.9);

2ª. Proteção do rebanho: Um rebanho bem alimentado não dará problemas.

Devemos investir tempo e recursos na preparação dos membros da Igreja.

Escolas bíblicas bem administradas ajudam nosso povo a conhecer melhor a Palavra de
Deus.

Um curso de batismo mais extensivo, abrangendo detalhadamente as principais doutrinas,


refutando as argumentações dos sectários e expondo-lhes a verdade será útil para proteger
os recém convertidos dos ataques das seitas;

3ª Evangelização: O fato de conhecermos o erro em que se encontram os sectários nos


ajuda a apresentar-lhes a verdade de que necessitam.

Entre eles se encontram muitas pessoas sinceras que precisam se libertar e conhecer a
Palavra de Deus.

Os adeptos das seitas também precisam do Evangelho.


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Seitas Heréticas
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Se estivermos preparados para abordá-los e demonstrar a verdade em sua própria Bíblia,


poderemos ganhá-los para Cristo;

4ª Missões: Desempenhar o trabalho de missões requer muito mais que deslocar-se de uma
região para outra ou de um país para outro.

Precisamos conhecer a cultura onde vamos semear o Evangelho. Junto à cultura teremos a
religiosidade nativa.

Conhecer antecipadamente tais elementos nos dará condições para alcançá-los


adequadamente.

Uma objeção levantada por alguns é esta: Não gosto de falar contra outras religiões.

Fomos chamados para pregar o Evangelho.

Concordamos plenamente, todavia lembramos que o apóstolo Paulo foi chamado para
pregar o Evangelho e disse não se envergonhar dele (Rm 1.16).

Disse também que Cristo o chamou para defender esse mesmo Evangelho (Fp 1.16).

A objeção mais comum é a seguinte: Jesus disse para não julgarmos, pois com a mesma
medida que julgarmos, também seremos julgados.

Quem somos nós para julgar ?


Ora, o contexto mostra que Jesus não estava proibindo todo e qualquer julgamento, pois no
versículo 15, ele alerta:

acautelai-vos dos falsos profetas.

Como poderíamos nos acautelar dos falsos profetas se não pudéssemos identificá-los?

Não teríamos de emitir um juízo classificando alguém como falso profeta?

Concluímos, portanto, que há juízos estabelecidos em bases corretas, mas, para isso, é
preciso usar um padrão correto de julgamento e, no caso, esse padrão é a Bíblia (Is 8.20).

Há exemplos nas Escrituras de que nem todo juízo é incorreto.

Certa vez Jesus disse: julgaste bem (Lc 7.43).

Paulo admitiu que seus escritos fossem julgados (1 Co 10.15).

Disse mais:

O que é espiritual julga bem todas as coisas (1 Co 2.15).


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Seitas Heréticas
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A CARACTERIZAÇÃO DA SEITA

O método mais eficiente para se identificar uma seita é conhecer os quatro caminhos
seguidos por elas, ou seja, o da adição, subtração, multiplicação e divisão.

As seitas conhecem as operações matemáticas, contudo nunca atingem o resultado


satisfatório.

1. Adição: O grupo adiciona algo à Bíblia. Sua fonte de autoridade não leva em
consideração somente a Bíblia. Por exemplo:

Adventismo do Sétimo Dia.

Seus adeptos têm os escritos de Ellen White como inspirados tanto quanto os livros da
Bíblia. Declaram:

Cremos que: Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus escritos, o produto dessa
inspiração, têm aplicação e autoridade especial para os adventistas do sétimo dia.

Negamos que A qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam
diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas(Revista Adventista -fevereiro/1994- p.
37)

Essa alegação é altamente comprometedora.

Diversas profecias escritas por Ellen White não se cumpriram.

Isso põe em dúvida a alegação de inspiração e sua fonte.

As Testemunhas de Jeová (TJs)

crêem que somente com a mediação do corpo governante (diretoria das TJ, formada por um
número variável entre 9 e 14 pessoas, nos EUA), a Bíblia será entendida.

Declaram: Meramente ter a Palavra de Deus e lê-la não basta para adquirir o conhecimento
exato que coloca a pessoa no caminho da vida(A Sentinela, de 1º de setembro de 1991, p.
19.)

A menos que estejamos em contato com este canal de comunicação usado por Deus, não
avançaremos na estrada da vida, não importa quanto leiamos a Bíblia(Idem, de 1º de agosto
de 1982, p. 27.)

Essa afirmação iniciou-se com o seu fundador, C. T. Russell.

Ele afirmava que seus livros explicavam a Bíblia de uma forma única.

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Seitas Heréticas
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A Bíblia fica em segundo plano nos estudos das TJ.

É usada apenas como um livro de referência.

A revista A Sentinela tem sido seu principal canal para propagar suas afirmações.

O candidato ao batismo das TJ deve saber responder aproximadamente 125 perguntas.

A maioria nega a doutrina bíblica evangélica.

Certamente, com a literatura das TJ é impossível compreender a Bíblia.

Somente a Palavra de Deus contém ensinos que conduzem à vida eterna. Adicionar-lhe algo
é altamente perigoso! (Ap 22.18,19).

Nessa mesma linha estão

os mórmons,

que dizem crer na Bíblia, desde que sua tradução seja correta.

Eles acham que o Livro de Mórmon é mais perfeito que a Bíblia.

Outros livros também são considerados inspirados.

Usam também a Bíblia apenas como livro de referência.

Citam as variantes textuais dos manuscritos como argumento de que a Bíblia não seja
fidedigna.

Ignoram, porém, que a pesquisa bíblica tem demonstrado a fidedignidade da Palavra de


Deus.

Os Meninos de Deus (A Família)

dizem que é melhor ler os ensinamentos de David Berg, seu fundador, do que ler a Bíblia.

Práticas abomináveis, segundo a moral bíblica, são praticadas nessa seita!

A Igreja da Unificação, do Rev. Moon

julga ser seu princípio divino de inspiração mais elevado que a Bíblia.

Outro exemplo da conseqüência de abandonar as Escrituras é observado nesse movimento.

Além da Bíblia, rejeitam também o Messias e seguem um outro senhor.

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Os Kardecistas

não têm a Bíblia como base, mas a doutrina dos espíritos, codificada por Allan Kardec.

Usam um outro Evangelho.

Procuram interpretar as parábolas e ensinos de Jesus Cristo segundo uma perspectiva


espírita e reencarnacionista.

A Palavra de Deus é bem clara quanto às atividades espíritas e suas origens.

A Igreja de Cristo Internacional (Boston)

interpreta a Bíblia segundo a visão de Kipp Mckean, o seu fundador.

Um sistema intensivo de discipulado impede outras interpretações.

Qualquer resistência do discípulo, referindo-se à instrução, desencadeará uma retaliação


social.

Resposta Apologética:

O apóstolo Paulo diz que as Sagradas Letras tornam o homem sábio para a salvação pela fé
em Jesus (2 Tm 3.15); logo, se alguém ler a Bíblia, somente nela achará a fórmula da vida
eterna : crer em Jesus.

A Bíblia relata a história do homem desde a antiguidade.

Mostra como ele caiu no lamaçal do pecado.

Não obstante, declara que Deus não o abandonou, mas enviou seu Filho Unigênito para
salvá-lo.

Assim, lendo a Bíblia, o homem saberá que sem Jesus não há salvação.

Ele não procurará a salvação em Buda, Maomé, Krishna ou algum outro, nem mesmo numa
organização religiosa; pois a Bíblia é absoluta e verdadeira ao enfatizar que a salvação do
homem vem exclusivamente por meio de Jesus (Jo 1.45; 5.39-46; Lc 24.27, 44; At 4.12;
10.43; 16.30-31; Rm 10.9-10).

2. Subtração:

O grupo subtrai algo da pessoa de Jesus.

A Maçonaria, considerado por muitos como religião, vê Jesus simplesmente como mais um
fundador de religião, ao lado de personalidades mitológicas, ocultistas ou religiosas, tais

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Pr. Celso Godoy

como, Orfeu, Hermes, Trimegisto, Krishna, (o deus do Hinduísmo), Maomé (profeta do


Islamismo), entre outros.

Se negarmos o sacrifício de Jesus Cristo e sua vida, estaremos negando também o Antigo
Testamento, que o mencionava como Messias.
Ou cremos integralmente na Palavra de Deus como revelação completa e, portanto, nas
implicações salvíficas que há em Jesus Cristo, ou a rejeitamos integralmente.

Não há meio termo.

A Legião da Boa Vontade (LBV)

subtrai a natureza humana de Jesus, dizendo que Jesus possui apenas um corpo aparente ou
fluídico, além de negar sua divindade, dizendo que ele jamais afirmou que fosse
Deus(Zarur, Alziro. Doutrina do céu da LBV. pp. 108, 112.)

Outros grupos também subtraem a divindade de Jesus: as Testemunha de Jeová dizem que
ele é um anjo, a primeira criação de Jeová.

Os Kardecistas ensinam que Jesus foi apenas um médium de Deus etc.

Resposta Apologética:

A Bíblia ensina que Jesus é Deus (Jo 1.1; 20.28; Tt 2.13; 1 Jo 5.20 etc).

Assim sendo, não pode ser equiparado meramente com seres humanos ou mitológicos, nem
mesmo com os anjos, que o adoram (Hb 1.6).

A Bíblia atesta a autêntica humanidade de Jesus, pois nasceu como homem (Lc 2.7),
cresceu como homem (Lc 2.52), sentiu fome (Mt 4.2), sede (Jo 19.28), comeu e bebeu (Mt
11.19; Lc 7.34), dormiu (Mt 8.24), suou sangue (Lc 22.44) etc.

3. Multiplicação:

Pregam a auto-salvação.

Crer em Jesus é importante, mas não é tudo.

A salvação é pelas obras.

Às vezes, repudiam publicamente o sangue de Jesus:

A Seicho-No-Iê

nega a eficácia da obra redentora de Jesus e o valor de seu sangue para remissão de
pecados, chegando a dizer que se o pecado existisse realmente, nem os Budas todos do

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Universo conseguiriam extingui-lo, nem mesmo a cruz de Jesus Cristo conseguiria


extingui-lo(Taniguchi, Masaharu Kanro no hoou I-II-II. Chuvas de nectá-reas doutrinas.
São Paulo: Igreja Seicho-No-Iê do Brasil, 1979 (sem numeração de páginas).

Os Mórmons

afirmam crer no sacrifício expiatório de Jesus, mas sem o cumprimento das leis estipuladas
pela igreja não haverá salvação.

Outro requisito foi exposto pelo profeta Brigham Young, que disse: Nenhum homem ou
mulher nesta dispensação entrará no reino celestial de Deus sem o consentimento de Joseph
Smith(Journal of Discourses. Vol. VII, p. 289. EUA: 1869.)

Por isso, eles têm grande admiração por Smith.

Doutrinas semelhantes são ensinadas pela

Igreja da Unificação do Rev. Moon,

que desdenha os cristãos por acharem que foram salvos pelo sangue que Jesus verteu na
cruz

As Testemunhas de Jeová ensinam que a redenção de Cristo oferece apenas a oportunidade


para alguém alcançar sua própria salvação por meio das obras.

Jesus simplesmente abriu o caminho.

O restante é com o homem.

Uma de sua obras diz: Trabalhamos arduamente com o fim de obter nossa própria
salvação(Nosso Ministério do Reino (dezembro de 1984, p. 1)

Os adventistas crêem que a vida eterna só será concedida aos que guardarem a lei.

A guarda obrigatória do Sábado é essencial para a salvação( White, E.G. O grande conflito.

O conflito dos séculos durante a era cristã. 35ª edição. São Paulo: Casa Publicadora
Brasileira, 1988, pp. 486, 487.)

Resposta Apologética:

A Bíblia declara que todo aquele que nega a existência do pecado está mancomunado com
o diabo, o pai da mentira (Jo 8.44 comparado com 1 Jo 1.8).
A eficácia do sangue de Cristo para cancelar os pecados nos é apresentado como a
mensagem central da Bíblia (Ef 1.7; 1 Jo 1.7-9; Ap 1.5).

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Com respeito à salvação pelas obras, a Bíblia é clara ao ensinar que somos salvos pela
graça, por meio da fé, e isso não vem de nós, é dom de Deus, não vem das obras, para que
ninguém se glorie (Ef 1.8-9).

Praticamos boas obras não para sermos salvos, mas porque somos salvos em Cristo Jesus,
nosso Senhor.

As obras são o resultado da salvação, não o seu agente.

O valor das obras está em nos disciplinar para a vida cristã (Hb 12.5-11; 1 Co 11.31,31).

4ª Divisão:

Dividem a fidelidade entre Deus e a organização.

Desobedecer à organização ou à igreja equivale a desobedecer a Deus.

Não existe salvação fora do seu sistema religioso.

Quase todas as seitas pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, que se apresentam como a
restauração do cristianismo primitivo, que, segundo ensinam, sucumbiu à apostasia,
afastando-se dos verdadeiros ensinos de Jesus.

Acreditam que, numa determinada data, o movimento apareceu por vontade divina para
restaurar o que foi perdido.

Daí a ênfase de exclusividade. Outras, quando não pregam que são o Cristianismo redivivo,
ensinam que todas as religiões são boas, contudo somente a sua será responsável por unir
todas as demais, segundo o plano de Deus, pois ela foi criada para esse fim, como é o caso
da fé Bahá’í e outros movimentos ecléticos.

Resposta Apologética:

O ladrão arrependido ao lado de Jesus entrou no Céu sem ser membro de nenhuma dessas
seitas (Lc 23.43), pois o pecador é salvo quando se arrepende (Lc 13.3) e aceita a Jesus
como Salvador único e pessoal (At 16.30-31).

Desse modo, ensinar que uma organização religiosa possa salvar é pregar outro evangelho
(2 Co 11.4; Gl 1.8), portanto divide a fidelidade a Deus com a fidelidade à organização e
tira de Jesus a sua exclusividade de conduzir-nos ao Pai (Jo 14.6). Não há salvação sem
Jesus (At 4.12; 1 Co 3.11).

OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Falsas profecias:

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As Testemunhas de Jeová, os Adventistas, os Mórmons e outros já proclamaram o fim


do mundo para datas específicas.

Resposta Apologética:

A Bíblia nos adverte contra os que marcam datas ou eventos (Dt 18.20-22; Mt 24.23-25; Ez
13.1-8; Jr 14.14).

NEGAM A RESSURREIÇÃO CORPORAL DE CRISTO ,

admitindo que Jesus Cristo tenha ressuscitado apenas em espírito: Testemunhas de Jeová,
Ciência Cristã, Igreja da Unificação, Kardecismo; outros dizem que nem sequer
ressuscitou (LBV), e ainda outros não acreditam que tenha morrido na cruz (Rosa Cruz,
Islamismo etc.)

Resposta Apologética:

Quanto à morte e ressurreição de Jesus, a Bíblia afirma que:

Jesus morreu realmente.

Eis o processo de sua morte:

a) A agonia no Getsêmani (Lc 22.44).

b) Açoitado brutalmente (Mt 27.26; Mc 15.15; Jo 19.1).

c) Mãos e pés cravados na cruz (Mt 27.35; Mc 15.24).

d) Morte comprovada (Jo 19.33,34).

e) Sepultamento (Jo 19.38-40).

Ressuscitou corporalmente:
a) Ressurreição predita (Jo 2.19-22).

b) O túmulo vazio comprova a ressurreição (Lc 24. 1-3).

c) Suas aparições. (Lc 24.36-39; Jo 20.25-28).

Negar a ressurreição de Jesus é ser falsa testemunha contra Deus, pois:

a) Essa é a mensagem do Evangelho (1 Co 15.14-17)

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Seitas Heréticas
Pr. Celso Godoy

b) A expressão Filho do Homem designa a forma da sua segunda vinda e testifica que Jesus
mantém seu corpo ressuscitado (At 7.55-59; Mt 24.29-31; Fl 3.20,21).

c) O corpo glorificado de Jesus está no céu (1Tm 2.5).

COMO ABORDAR OS ADEPTOS DAS SEITAS

O pesquisador Jan Karel Van Baalen afirma:

Os adeptos das seitas são as pessoas mais difíceis de evangelizar

Dentre as razões apresentadas por Van Baalen, apontamos as seguintes:

a) Os adeptos das seitas não são pessoas que devem ser despertadas para a religião.

O herege deixou a fé tradicional em que foi criado e adotou, segundo pensa, coisa melhor,
chegando até mesmo a hostilizá-la.

Ele renunciou o plano de Deus para salvação em troca de algum sistema de auto-salvação.

Assim, para ele, a afirmação do profeta: todas as nossas justiças são como trapo de
imundícia (Is 64.6) não reflete a verdade de Deus.

b) O sectário bem informado é consciente das falhas da religião protestante e evangélica.

Ele não consegue entender a variedade denominacional.

Além disso, pensa que sabe tudo acerca de sua fé e está convencido de que conhece mais
acerca do que cremos do que nós mesmos.

c) Muitos adeptos fizeram sacrifícios, contrariaram os seus familiares, suportaram a


zombaria dos amigos etc.
Como reconhecer agora que estão errados e a paz que encontraram não é verdadeira?

Conhecendo a nossa fé

Diante do exposto, diz o pesquisador:

Antes de entramos nessa discussão, estejamos bem seguros do nosso terreno.

A resposta escolar: Eu sei, mas não sei explicar engana somente o estudante.

Se não soubermos responder ao argumento do sectário, é só porque não dominamos os


fatos.

É nosso conhecimento inadequado que nos obriga a abandonar o campo derrotados,


desonrando o Senhor.
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Concordamos não apenas com Van Baalen, mas também com Lutero, que disse:

Se não houvesse seitas, pelas quais o diabo nos despertasse, tornar-nos-íamos


demasiadamente preguiçosos e dormiríamos roncando para a morte.

A fé e a Palavra de Deus seriam obscurecidas e rejeitadas em nosso meio.

Agora, essas seitas são para nós como esmeril para nos polir; elas nos amolam e estão
lustrando nossa fé e nossa doutrina, para se tornarem limpas como um espelho brilhante.
Também chegamos a conhecer Satanás e seus pensamentos e seremos hábeis em combatê-
lo. Assim a palavra de Deus torna-se mais conhecida.

BIBLIOGRAFIA:

 Apêndice da Bíblia Apologética ICP


 Frangiotti, Roque. Histórias das Heresias (séculos I-VII). São Paulo: Paulus. 1995.
p. 6.
 Champlin, R.N. Bentes, J. M. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. v. 3.,v.6.
São Paulo: Candeia, 1991.
 Martin, Walter. O Império das Seitas. 2. ed .v.1. Belo Horizonte: Betânia 1992,
p.11.
 Entendendo as Seitas, um Manual das Religiões de Hoje. São Paulo: Candeia, 1992,
p.9.
 O Caos das Seitas um Estudo Sobre os “Ismos” Moderno. 8.ed. São Paulo:
Imprensa Batista Regular, 1986, p. 282.
 Champlin, R.N. Bentes, J.M. Obra citada Vol. 2

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