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Introdução à Missiologia

INTRODUÇÃO

Missiologia: é a ciência que tem por objetivo o estudo da grande comissão


dada por Cristo Jesus a sua Igreja. A missiologia dedica-se, principalmente, ao caráter
transcultural da tarefa evangelizadora. É o estudo da obra missionária ordenada por
Jesus Cristo aos seus discípulos, no sentido nacional e transcultural (MT. 28. 19 / MC
16. 15 / AT 1. 8).

A palavra “Missiologia” vem de duas outras, do latim “missione” que


significa função ou poder conferido a alguém para um propósito especial em outra
nação, terra, território, grupo ou domínio, e Logia, do grego logos que significa estudo,
tratado, doutrina, teoria ou ciência.

O estudo de missiologia é de fundamental importância, por se tratar da tarefa


suprema da igreja, que é a evangelização dos povos. Durante muitos anos, ouvimos falar
a conhecida frase: “Missão esta no coração de Deus”. Nós sabemos que o interesse de
Deus sempre foi, e sempre será, alcançar a todos os povos, raças, nações e tribos de
todas as línguas. Entretanto, nesses últimos dias, Deus está interessado em saber se
missões está também em nossos corações. O ponto fundamental da missiologia é definir
as estratégias e os parâmetros da grande comissão dada por Jesus, tais como: Quem
envia e quem é enviado; quais são os obstáculos das missões contemporâneas; como
será o alcance dos povos não alcançados e a evangelização de todos os povos, de uma
maneira geral, assim como também o sustento do missionário e sua família.

Deus fez o papel do primeiro missionário, quando desceu até o Jardim do Éden
e proclamou o evangelho aos pais de toda raça humana, escondido nos lombos de Adão
(Gn. 3.15), depois disso, Jesus fez o papel de enviado, quando completou a missão
daquele que o lhe confiou, e hoje Espírito Santo é o agente das missões
contemporâneas.

1. Relação entre a Teologia e a Missiologia

Como resultado da Teologia temos o relacionamento e a comunicação


continuada entre o homem e Deus. Foi aí que surgiu a Missiologia, pois, Deus deu uma
tarefa ao homem para continuar o processo de despertamento teológico do mundo
perdido. A Missiologia é o meio pelo qual a teologia alcança seus objetivos. Podemos
afirmar que a Missiologia é um produto da Teologia, e que uma sem a outra perde seu
significado. Somente as duas juntas são capazes de levar avante o plano da salvação.

Portanto, podemos afirmar que Teologia sem Missiologia não tem sentido, já
que o alvo final da verdadeira Teologia é justamente o propósito único da Missiologia.
Teologia sincera move-nos sem dúvida para a missiologia pratica, como um
meio efetivo de alcançar o alvo final da própria Teologia, a saber, o homem redimido
levando ao homem perdido as boas novas de que Deus enviou seu único Filho para
salvá-lo da destruição eterna.

Deus, o Primeiro Missionário

Toda criação de Deus é importante. Porém, Deus escolheu o homem de um


modo especial, formando-o à sua imagem e semelhança (Gn. 1. 26 - 28).
Deus criou os seres angelicais, com graus distintos de responsabilidades e
autoridades. Deu a um querubim uma formosura jamais vista em outros anjos e
sabedoria esplêndida (Ez. 28. 12-17). Esse anjo atuava como primeiro ministro de Deus,
tendo além das qualidades citadas, grande poder e livre arbítrio. Mas, com tanto poder e
formosura, Lúcifer, conforme ficou conhecido ficou tão deslumbrado com o que Deus
lhe dera que desejou “ser semelhante ao altíssimo” (Is. 14. 14), com isso encabeçou
uma rebelião jamais vista em toda história, com o propósito de estabelecer um reino
espúrio, juntamente com os anjos que lhe acompanharam nesta rebelião (Ap.12:4-9).

Por ter incitado a rebeldia, Lúcifer, agora chamado de Satanás, recebeu o juízo
de Deus e a expulsão dos céus. Tempos depois da rebelião, Deus fez outra criação, a
qual também concedeu livre arbítrio: o homem. Ao criá-lo, Deus mostrou o seu cuidado
especial: fez um jardim de delícias para a sua nova criação habitar. Satanás, observando
isso, encheu-se de ira e ciúme, e partiu para perturbar e atacar o homem, a nova criação
de Deus.

Deus estabeleceu um relacionamento de companheirismo, e comunhão com


Adão e Eva, no Jardim do Éden, mediante o amor. Para que eles continuassem esse
relacionamento com Deus, teriam apenas que passar na prova de obediência total à
vontade divina, mas eles falharam. Deus em sua onisciência já havia previsto a
possibilidade do homem pecar e idealizou um meio para resgatá-lo. E foi assim que
Deus desceu ao Jardim do Éden, naquela tarde sombria, e proclamou, como autêntico
missionário, a primeira mensagem evangelística, registrada em Gênesis 3.15, “... porei
inimizade entre ti e a mulher, entre a sua descendência e o seu descendente. Este te
ferirá a cabeça e tu lhe ferirá o calcanhar”. Esta é a primeira referência a Cristo na
Bíblia, relacionando a derrota de satanás, a sua sentença e as boas novas da vitória sobre
o fracasso do homem em servir a Deus.
Naquele momento, Deus estava anunciando Cristo a todos os descendentes de
Adão, que iriam nascer no decorrer dos séculos.

Jesus, o Missionário enviado por Deus

Em João 3. 16 encontramos o plano de Deus se caracterizando, ao enviar o seu


único Filho ao mundo, para construir a história da redenção, numa inexplicável
expressão de amor, a ponto, do apóstolo João, que soube tão bem descrever a cena
apoteótica do amor de Deus, ter usado a expressão “de tal maneira”, como uma forma
de tentar explicar a profundidade do amor de Deus ao mundo. Amor este que ultrapassa
as fronteiras culturais, racionais e linguísticas, não se restringindo a uma raça, nação ou
grupo cultural especifica. Ele ama a todos os povos e deseja que todos os homens se
arrependam e sejam salvos, mediante a obra realizada por Jesus Cristo.
Conforme o texto de (2 Pd. 3. 9) “... Ele é longânimo para convosco, não
querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se".
A Grande Comissão feita por Jesus Cristo

Após a ressurreição, o Senhor Jesus Cristo priorizou três ordens aos discípulos,
a saber: "Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15). "Ide,
portanto fazei discípulos de todas as nações" (MT. 28. 19). "E sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém..., até aos confins da terra". (At. 1. 8). Estas três
passagens bíblicas são suficientes para descrever as prioridades do Senhor Jesus, que é a
evangelização do mundo. Antes mesmo da ressurreição, o Senhor Jesus Cristo já havia
dito que primeiro, o evangelho seria pregado a todas as nações e depois viria o fim
(MT. 24. 14). Já naqueles dias, o Senhor Jesus sentia tanto a necessidade da obra
missionária que certa vez, ao olhar para seara, e ainda faltando quatro meses para a
colheita! Já via os campos brancos para a ceifa: “Não dizeis: Ainda há quatro meses até
a ceifa? Eu vos digo: Erguei os vossos olhos e vede os campos, que já estão brancos
para a ceifa” (João 4. 35).

Espírito Santo, o Propagador das Missões

O livro de Atos dos apóstolos menciona os grandes feitos dos apóstolos no


início do cristianismo, em Jerusalém. Nós sabemos, entretanto, que os discípulos nada
fariam se não fosse o preceito dado pelo Senhor Jesus, antes da sua ascensão aos céus:
“Mas recebereis poder, ao descer sobre vos o Espírito Santo, e sereis minhas
testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda Judeia, Samaria, e até os confins da
terra" (At. 1. 8).

Após terem sido cheios do Espírito Santo, o mundo foi alcançado pela pregação
do evangelho, e isso se deve ao grande propagador de missões, o Espírito Santo. É ele o
maior incentivador da obra missionária, pois impulsiona, encoraja e chama os
missionários, nós percebemos tal afirmação no livro de Atos, capítulo 13, quando a
Igreja de Antioquia estava reunida: "Disse o Espírito Santo: Separai-me agora, Saulo e
Barnabé, para obra que os tenho chamado” (At. 13. 2). A missão do Espírito Santo é
chamar os missionários, como também é convencer o mundo do pecado da justiça e do
juízo (Jo. 16. 8).
Os missionários são enviados para pregar ao pecador, mas é o Espírito Santo
quem os convence a aceitar a mensagem pregada pelos missionários.

6 - Bíblia, o Livro Missionário

Sem a Bíblia, a evangelização do mundo seria não só impossível, mas também


inconcebível. Ela nos dá o mandato, o modelo e o poder para evangelização do mundo,
a Bíblia não apenas contém o evangelho, como ela é o próprio evangelho (boas novas).

Através dela, Deus está evangelizando, isto é, comunicando as boas novas ao


mundo. Jesus mesmo ordenou aos seus discípulos, dizendo: “Ide por todo mundo
pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15).
A Bíblia é o manual do missionário, sem ela não há salvação: “De sorte que a
fé vem pelo ouvir, e o ouvir a palavra de Deus" (Rm. 10. 17). ”E conhecereis a
verdade e a verdade vos libertará” (Jo. 8. 32), portanto a Bíblia é a ferramenta
inseparável do bom soldado (Js. 1. 8).

Diante desta breve exposição do contexto bíblico da origem das missões tendo
seu inicio com o próprio Deus vamos agora analisar alguns pontos importantes que são
tratados por esta disciplina.

2. Missão abrange três estágios:

Visto que o significado da palavra missões é enviar, mandar, remeter, o


enviado vai com a finalidade de anunciar Cristo e o plano de Deus para a salvação de
todos os homens. Sendo assim missões abrange três estágios bem definidos que são:

A. Missão local: Abrange a comunidade local e circunvizinhanças. Ex: bairros e


cidades vizinhas.

B. Missão nacional: Abrange todos os limites da nação de origem do missionário (a).

C. Missão transcultural: Abrange até os confins da terra.

3. Como a igreja deve ver a obra de missionária

A igreja deve ver a obra missionária como um privilégio jamais concedido ao


mundo. É tão grande esse privilégio que os anjos queriam realizá-lo, mas não puderam
(I Pe. 1. 3-12). A igreja é uma embaixada do reino de Deus neste mundo. Cada um que
na igreja se envolve com a evangelização e obra missionária torna-se um embaixador de
Deus entre os homens. É assim que a igreja deve ver o trabalho missionário hoje. Não
obstante a igreja ser o instrumento de Deus na terra para a propagação de seu reino, ela
deve ter também como objetivo visualizar pela direção do Espírito Santo e preparar
homens e mulheres para o campo missionário. É a igreja quem deve enviar e dar
respaldo para os que pelo Espírito Santo são chamados e separados para a obra
missionária (At. 13).
A igreja através de seus lideres deve buscar subsídios para o sustento do
missionário realizando entre os fieis uma conscientização da necessidade de contribuir,
orar e abraçar a causa missionária que é a obra de Deus. A cooperação é o melhor
caminho para a realização da obra missionária (Fil. 4.14).

Paulo não poderia levar a cabo tudo o que fez sem o apoio e a ajuda da igreja de
Filipos. Essa igreja deu-lhe suporte financeiro e sustentação espiritual.
Aqueles que estão na linha de frente precisam ser encorajados por aqueles
que ficam na retaguarda. “… porque qual é a parte dos que desceram à peleja, tal
também será a parte dos que ficaram com a bagagem; igualmente repartirão” (1Sm
30.24).
Deus chama uns para irem ao campo missionário e aos demais para sustentar
aqueles que vão. A obra missionária é um trabalho que exige um esforço conjunto da
igreja e dos missionários.

4. O missionário e seu preparo


Jesus treinou seus discípulas antes de enviá-los a pregar, (Mc. 1.17), a vocação
do missionário implica no discipulado (vinde após mim), em ser treinado por Cristo (eu
vos farei), e no esforço de ganhar homens (pescar). Em primeiro lugar Jesus chamou,
nesse processo é reservado um tempo para o treinamento, para estarem com ele. Então
vem á última parte, (enviar para pregar).

Num período de três anos e meio os discípulos estiveram com Jesus e puderam
receber lições preciosas que seria a base para os seus ministérios. No sermão da
Montanha, Jesus trabalhou o caráter dos discípulos, ele também deu aulas práticas de
evangelismo, estratégias de missões e lhes deu a grande comissão, prometendo estar
com eles todos os dias!

Quando um candidato à obra missionária é discipulado na sua igreja local, e tem


experiência de trabalho nessa igreja, já é um grande passo.
Porém existem outras áreas que merece ser incluídas no preparo deste futuro
missionário, Tais como:

a) Preparo Espiritual
Chamada pessoal definida,
Vida espiritual, profunda experiência de salvação e comunhão com Cristo, falar,
andar e viver,
Fé, maturidade e firmeza espiritual,
Convicções espirituais inabaláveis que vem de buscar a Deus e confiar na sua
Palavra.
Ser cheio do Espirito Santo.

b) Preparo Teológico
Para atender as exigências do seu trabalho,
Visando que o povo espera um bom conhecimento bíblico da parte do missionário,
Para firmar suas próprias convicções e sempre ensinar biblicamente, nos mais
diversos assuntos e doutrinas para poder convencer o não crente e instruir os novos
convertidos.

c) Preparo cultural
Estudos em Antropologia
Estudos em Sociologia
Curso de primeiros socorros
Começar estudar o idioma do país antes de chegar lá,
Estude geografia,costume, história, religião, os mais diversos aspectos da vida do
povo.

d) Preparo financeiro
É exigida hoje em dia em quase todos os países do mundo uma quantia garantida
mensalmente pela missão ou pela igreja.
Deve-se saber o custo de vida numa base média do país onde pretende trabalhar.

Conclusão

Nestas poucas paginas visamos apenas os aspectos básicos da missiologia o assunto


é extenso e seria necessário um espaço muito maior para abordarmos todo o assunto,
mas creio que tudo o que foi abordado nestas páginas nos dão uma visão mesmo que
sintética da extensão e complexidade desta disciplina, creio que nas próximas
disciplinas o aluno obterá um complemento para sua formação. Que Deus vos abençoe.

BIBLIOGRAFIA:

Almeida, João Ferreira de: ARC de 1995, ARA 2002 – SP

Apostila IBES – Missões

Filho, Alcino Justino: Missões no ritmo do Coração de Deus. Ed. Vox gospel 2004

Kairós, Preparando Missionários para século XXI. Ed. Kairós 1998

Apostila SETESC – Missões

Boyer, Gary L. – Missiologia Ide e Pregai - SP

Elaborado por Ev. Marcos Moraes de Paula


MISSIOLOGIA
Por: Pr. Valter José G. da Silva

Bacharel em Teologia Pela Faculdade FAIFA.


Bacharel em Teologia Pelo Seminário Maior de Ensino Teológico do Pantanal (IBA).
Autor dos Livros: Teologia da Liderança Cristã – Teologia do Jejum e da Oração – Discipulado –
Homilética, (SETEFA) – Manual de Mensagens – O que são Mensagens Subliminares – Filho de
Pastor.

1 - Visão Panorâmica.

Missiologia: é a ciência que tem por objetivo o estudo da grande comissão dada por Cristo
Jesus em sua Igreja. A missiologia dedica-se, principalmente, ao caráter transcultural da tarefa
evangelizadora. É o estudo da obra missionária ordenada por Jesus Cristo aos seus discípulos,
no sentido nacional e transcultural (MT. 28. 19 / MC 16. 15 / AT 1. 8).
O estudo de missiologia é de fundamental importância, por se tratar da tarefa suprema da
igreja, que é a evangelização dos povos. Durante muitos anos, ouvimos falar essa conhecida
frase: “Missão esta no coração de Deus”. Nós sabemos que o interesse de Deus sempre foi, e
sempre será, alcançar a todos os povos, raças, nações e tribos de todas as línguas. Entretanto,
nesses últimos dias, Deus está interessado em saber se missões estão também em nossos
corações. O ponto fundamental da missiologia é definir as estratégias e os parâmetros da
grande comissão dada por Jesus, tais como: Quem envia e quem é enviado; quais são os
obstáculos das missões contemporâneas; como será o alcance dos povos não alcançados e a
evangelização de todos os povos, de uma maneira geral.
Deus fez o papel do primeiro missionário, quando desceu até o Jardim do Éden e proclamou o
evangelho aos pais de toda raça humana, escondida nos lombos de Adão. Depois disso, Jesus
fez o papel de enviado, quando completou a missão daquele que o lhe confiou.
O Espírito Santo é o agente das missões contemporâneas. Entretanto, aprendemos que a
trindade formou o primeiro concílio missionário.

2 - Deus, o Primeiro Missionário.

Toda criação de Deus é importante. Porém, Deus escolheu o homem de um modo especial,
formando-o à sua imagem e semelhança (Gn. 1. 26 - 28).
Deus criou os seres angelicais, com graus distintos de responsabilidades e autoridades. Deu a
um querubim uma formosura jamais vista nos outros anjos e sabedoria esplêndida (Ez. 28. 12-
17). Esse anjo atuava como primeiro ministro de Deus, tendo além das qualidades citadas,
grande poder e livre arbítrio. Mas, com tanto poder e formosura, Lúcifer, conforme ficou
conhecido, ficou tão deslumbrado com o que Deus lhe dera, que desejou “ser semelhante ao
altíssimo” (Is. 14. 14), com isso encabeçou uma rebelião jamais vista em toda história, com o
propósito de estabelecer um reino espúrio, juntamente com os anjos que lhe acompanharam
nesta rebelião (Ap.12:4-9). Por ter incitado a rebeldia, Lúcifer, agora chamado de Satanás,
recebeu o juízo de Deus e a expulsão dos céus. Tempos depois da rebelião, Deus fez outra
criação, a qual também concedeu livre arbítrio: o homem. Ao criá-lo, Deus mostrou o seu
cuidado especial: fez um jardim de delícias para a sua nova criação habitar. Satanás,
observando isso, encheu-se de ira e ciúme, e partiu para perturbar e atacar o homem, a nova
criação de Deus.
Deus estabeleceu um relacionamento de companheirismo, e comunhão com Adão e Eva, no
Jardim do Éden, mediante o amor. Para que eles continuassem esse relacionamento com Deus,
teriam apenas que passar na prova de obediência total à vontade divina, mas eles falharam.
Com a queda, o amor de Deus escreveu e história da redenção. Pois Ele já havia previsto a
possibilidade do homem pecar e idealizou um meio para resgatá-lo. E foi assim que Deus
desceu ao Jardim do Éden, naquela tarde sombria, e proclamou, como autêntico missionário, a
primeira mensagem evangelística, registrada em Gênesis 3.15, "...porei inimizade entre ti e a
mulher, entre a sua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirá o
calcanhar”. Esta é a primeira referência a Cristo na Bíblia, relacionando a derrota de satanás, a
sua sentença e as boas novas da vitória sobre o fracasso.
Naquele momento, Deus estava anunciando Cristo a todos os descendentes de Adão, que
iriam nascer no decorrer dos séculos.

3 - Jesus, o Missionário enviado por Deus.

Em João 3. 16, encontramos o plano de Deus se caracterizando, ao enviar o seu único Filho ao
mundo, para construir a história da redenção, numa inexplicável expressão de amor, a ponto,
do apóstolo João, que soube tão bem descrever a cena apoteótica do amor de Deus, ter usado
a expressão “de tal maneira”, como uma forma de tentar explicar a profundidade do amor de
Deus ao mundo. Amor este que ultrapassa as fronteiras culturais, racionais e lingüísticas, não
se restringindo a uma raça, nação ou grupo cultural especifico. Ele ama a todos os povos e
deseja que todos os homens se arrependam e sejam salvos, mediante a obra realizada por
Jesus Cristo.
Conforme o texto de (2Pd. 3. 9) "...Ele é longânimo para convosco, não querendo que ninguém
se perca, senão que todos venham a arrepender-se".

4 - A Grande Comissão feita por Jesus Cristo.

Após a ressurreição, o Senhor Jesus Cristo priorizou três ordens aos discípulos, a saber: "Ide
por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15). "Ide, portanto fazei
discípulos de todas as nações" (Mt. 28. 19). "E sereis minhas testemunhas tanto em
Jerusalém..., até aos confins da terra". (At. 1. 8). Estas três passagens bíblicas são suficientes
para descrever as prioridades do Senhor Jesus, que é a evangelização do mundo. Antes mesmo
da ressurreição, o Senhor Jesus Cristo já havia dito que primeiro, o evangelho seria pregado a
todas as nações e depois viria o fim (Mt. 24. 14). Já naqueles dias, o Senhor Jesus sentia tanto a
necessidade da obra missionária que certa vez, ao olhar para seara, e ainda faltando quatro
meses para a colheita! Já via os campos brancos para a ceifa: “Não dizeis: Ainda há quatro
meses até a ceifa? Eu vos digo: Erguei os vossos e vede os campos, que já estão brancos para a
ceifa” (João 4. 35).

5 - Espírito Santo, o Propagador das Missões.


O livro de Atos dos apóstolos menciona os grandes feitos dos apóstolos no início do
cristianismo, em Jerusalém. Nós sabemos, entretanto, que os discípulos nada fariam se não
fosse o preceito dado pelo Senhor Jesus, antes da sua ascensão aos céus: “Mas recebereis
poder, ao descer sobre vos o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém,
como em toda Judéia, Samaria, e até os confins da terra" (At. 1. 8).
Após terem sido cheios do Espírito Santo, o mundo foi alcançado pela pregação do evangelho,
e isso se deve ao grande propagador de missões, o Espírito Santo. É ele o maior incentivador
da obra missionária, pois impulsiona, encoraja e chama os missionários, nós percebemos tal
afirmação no livro de Atos, capítulo 13, quando a Igreja de Antioquia estava reunida: "Disse o
Espírito Santo: Separai-me agora, Saulo e Barnabé, para obra que os tenho chamado” (At 13.
2). A missão do Espírito Santo é chamar os missionários, como também é convencer o mundo
do pecado da justiça e do juízo (Jo. 16. 8).
Os missionários são enviados para pregar ao pecador, mas é o Espírito Santo quem os
convence a aceitar a mensagem pregada pelos missionários.

6 - Bíblia, o Livro Missionário.

Sem a Bíblia, a evangelização do mundo seria não só impossível, mas também inconcebível. Ela
nos dá o mandato, o modelo e o poder para evangelização do mundo. A Bíblia não apenas
contém o evangelho, como ela é o próprio evangelho (boas novas). Através dela, Deus está
evangelizando, isto é, comunicando as boas novas ao mundo. Jesus mesmo ordenou aos seus
discípulos, dizendo: “Ide por todo mundo pregai o evangelho a toda criatura” (Mc. 16. 15).
A Bíblia é o manual do missionário, sem ela não há salvação: “De sorte que a fé vem pelo ouvir,
e o ouvir a palavra de Deus" (Rm. 10. 17). ”E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”
(Jo. 8. 32), portanto a Bíblia é a ferramenta inseparável do bom soldado (Js. 1. 8).

7 - Missões no Antigo Testamento.

Já aprendemos no primeiro capítulo desta apostila que o Deus vivo, é um Deus missionário. E o
maior exemplo de missões no Antigo Testamento, começa com o chamado de Abrão, cerca de
quatro mil anos atrás.
Em Gênesis 12, começa a grande promessa feita a Abraão: “Em ti serão benditas todas as
famílias da terra” (Gn 12. 1-4). A promessa de Deus, feita a Abraão se divide em três aspectos
principais:
A promessa de uma terra.
A promessa de uma benção.
A promessa de uma posteridade.
Após Ló ter se separado de Abraão, Deus disse a esse: "Ergue os olhos e olha desde onde estás
para norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente, porque toda essa terra que vês, Eu
darei a ti, e a tua descendência, para sempre" (Gn. 13. 14 - 15), ali foi confirmada a promessa
de uma terra a Abraão e sua descendência.
Em Gênesis 12. 1 - 4, aparecem cinco vezes as palavras: bênçãos e abençoar. A bênção que
Deus prometeu a Abraão transbordaria sobre toda humanidade.
Um pouco mais tarde, Deus confirma a Abraão a promessa de sua posteridade, simbolizada
como o pó da terra e como as estrelas do céu de tão inumerável que seria.
Deus cumpriu esta promessa, porque o pó da terra simbolizava a descendência natural de
Abraão, os filhos de Israel, que nasceram através de seu neto Jacó (Gn. 32. 12).
As estrelas do céu simbolizavam a descendência espiritual, que são todos os que aceitam a
Jesus Cristo, que é descendente de Abraão na carne (Gl. 3. 29), portanto a promessa de Deus
feita a Abraão, dizendo: "Em ti serão bendita todas as famílias da terra" (Gn. 12. 3), se cumpre
perfeitamente porque o Novo Testamento inicia-se dizendo:”Livro da genealogia de Jesus
Cristo, filho de Davi, filho de Abraão" (Mt. 1. 1). Todas as famílias da terra que aceitam Jesus se
tornam também filhos de Abraão e herdeiros da mesma promessa dada a ele (Gl. 3. 7 - 29 /
Rm. 4. 16 - 17).
Jesus Cristo é esta promessa missionária, feita por Deus no Antigo Testamento, ao afirmar:
"Digo-vos que muitos virão do oriente e do ocidente e tomarão lugar à mesa com Abraão,
Isaac e Jacó no reino dos céus” (Mt. 8. 11-12).

8 - O chamado missionário de Israel .

Muitos acham que a visão missionária não soa tanto no Antigo Testamento. Isso se dá pelo
fato de muitos não compreenderem que Deus estava preparando a nação de Israel como luz
do mundo em meio aquele mundo pagão. Notemos isso em Êxodo 19. 4 - 6 / Salmos 67 e,
principalmente em Gêneses 12. 1 - 3. Depois disso percebemos a história de Jonas, que foi
enviado por Deus à cidade de Nínive, como autêntico missionário judeu, para pregar aos
ninivitas. Ainda vemos a história de Isaías (Is. 6. 8), de Jeremias (Jr. 1. 5) e outros profetas.
O plano missionário de Deus para Israel, se dividia em três pontos:
Proclamar seu plano de abençoar as nações (Gn. 12. 1 - 3).
Participar do seu sacerdócio como agente dessa bênção (Ex. 19. 4 - 6).
Provar seu propósito de abençoar todas as Nações (Sl. 67).

O primeiro ponto mostrado acima contradiz as pessoas que defendem a teoria de que, no
Antigo Testamento, a visão Missionária era extremamente nacionalista, pelo fato de Deus
tratar de forma peculiar a nação de Israel.
Se observarmos a Bíblia, descobriremos que em seu primeiro capítulo, antes mesmo do
homem pecar, a palavra dada a Adão e Eva foi esta: "E Deus os abençoou e lhes disse: Sede
fecundo, multiplicai-vos". Após o pecado essa benção foi quebrada pela maldição (veja o
contraste entre Gênesis 1. 28 e Gênesis 3. 17), mas em Gn. 12. 3, com a chamada Abraão, Deus
promete abençoar novamente todas as famílias da terra, através da descendência de Abraão
(Israel): "Abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem”.
O segundo ponto mostra o plano de Deus de usar Israel como intercessor das demais nações
diante de Deus.
O terceiro ponto é o significado do Salmo 67, aplicado a todos os povos, por intermédio do que
Deus havia dado a Israel, mostrado através dos sinais e das maravilhas. Isso é percebido,
principalmente, quando Deus abriu o Mar Vermelho e o rio Jordão, estes fatos, fizeram com
que todas as demais nações temessem ao Deus de Israel, fato que é comprovado pelo
testemunho de Raabe "...porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do Mar Vermelho
diante de vós, quando saístes do Egito, e o que fizestes aos dois reis dos amorreus, a Seor e a
Ogue que estavam além do Jordão, os quais destruístes. Ouvindo isso, desmaiou o nosso
coração e em ninguém há mais ânimo algum, por causa da vossa presença, porque o Senhor
vosso Deus, é Deus em cima nos céus e embaixo da terra".
Atividades de Apoio
Faça uma redação sobre um personagem do Antigo Testamento, que tenha exercido missões.
Na pesquisa deve ter:
Tempo em que ele viveu.
De quem ele foi contemporâneo.
E porque, você o considera como um missionário.

9 - Missões no Novo Testamento.

Já aprendemos que o Antigo Testamento é uma base indispensável e insubstituível na tarefa


missionária da Igreja, entre as nações e povos deste mundo. O Deus que no Antigo Testamento
se identifica como o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, e que revela a Moisés o seu nome
pessoal Yahweh, é o Deus de todo o mundo. No Novo Testamento, nos é apresentado Jesus, o
Salvador do mundo. Do ínicio ao fim, o Novo Testamento é um livro de Missões.
Os Evangelhos anunciam a chegada definitiva do reino dos céus, o livro de Atos dos Apóstolos
anuncia a propagação deste reino e as Epistolas são instrumentos reais e autênticos do
trabalho missionário dos apóstolos às Igrejas recém-inauguradas. Com base na própria
pregação de Jesus pode-se afirmar que a obra missionária da Igreja, por todo o mundo, é a
exata razão do intervalo entre a ascensão de Jesus e seu retorno como o Filho do Homem.
O mandado missionário do Evangelho de Mateus é a grande Comissão (Mt. 28. 19 - 20). O de
Marcos é uma ordem imperativa: "Ide" (Mc. 16. 15). O de João é de que, se alguém não nascer
de novo, não poderá ver o reino do céu (Jo. 3. 3).

10 - A Grande Comissão.

Em Mt. 28. 19 - 20, temos o registro da grande comissão dada por Jesus aos seus discípulos.
Dentre os vários aspectos dados por Jesus a essa Grande Comissão, queremos destacar dois
pontos principais: Primeiro - Uma Ordem. Segundo - Uma promessa.
Uma ordem. "Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações” Este “Ide”, ordenado por
Jesus é uma confirmação de Marcos16. 15, “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Isso é
uma ordem imperativa. Jesus, após ressuscitar disse: “É me dado todo o poder no Céu e na
Terra” (Mt. 28. 18). Nesse momento, Ele, como General vitorioso, não pediu aos seus
discípulos para evangelizar, Ele deu uma ordem expressa: “IDE”.
Uma Promessa: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mt.
28. 20). Ao mesmo tempo em que Jesus nos deu uma ordem, Ele nos consolou, dizendo que
estaria conosco na execução de sua grande comissão. Não estamos sozinhos nesta missão, por
isso devemos realizar o mais rápido possível o que o Senhor nos confiou, pois Ele está conosco
em qualquer hora, em qualquer lugar e em qualquer dia que sairmos para fazer a sua obra,
cumprindo a suprema tarefa da Igreja, que é a evangelização do mundo.

11 - A Igreja Primitiva Cumpriu a Grande Comissão?

No livro de Atos dos Apóstolos, encontramos a resposta para a pergunta feita acima. Milhões
de cristãos julgam que o livro de Atos dos Apóstolos e o de Lucas registram a obediência dos
doze Apóstolos à grande comissão. Mas, na verdade relatam a relutância dos mesmos em
obedecê-la. Sabemos que os judeus sempre foram exclusivistas e este foi o grande obstáculo
para a realização da grande comissão. Parece-nos que os doze apóstolos não entenderam a
missão outorgada por Jesus a eles. Percebemos isso quando Cornélio mandou mensageiros
buscarem a Pedro. Se não fosse a advertência que o Senhor havia feito a Pedro, através da
visão do lençol (Leia At. 10. 9 - 16), ele não teria aceitado ir anunciar o evangelho, pela
primeira vez, aos gentios.
O próprio Espírito de Deus advertiu a Pedro, dizendo: “Levanta-te, pois e desce e vai com eles,
nada duvidando, porque eu os enviei” (At. 10. 20).
Quando chegou ao conhecimento dos apóstolos, em Jerusalém, e dos crentes, na Judéia, que
Pedro havia pregado aos gentios, começaram a criticá-lo por sua atitude. Agora pergunto: será
que eles já haviam esquecido que Jesus disse: "Ide até os confins da terra"? Na verdade
queriam que o evangelho ficasse restrito somente aos judeus. Vejamos o que diz Gálatas 3. 26
-28: "Portanto os judeus e os gentios são unidos por Deus pelo sacrifício da morte de Cristo na
cruz do calvário".

12 - O Primeiro Concílio Missionário, em Jerusalém.

Nós aprendemos pela história do Cristianismo que, a princípio, os apóstolos achavam que esse
seria apenas uma continuação do Judaísmo, só que de uma forma mais ampliada. Mas não foi
isso que o Senhor Jesus passou para eles. Quando a notícia de que Pedro havia pregado para a
casa de Cornélio chegou em Jerusalém, os apóstolos se reuniram para dar o seguinte parecer:
"Ou o cristianismo ficaria restrito à região da Palestina, ou avançaria por ela até os confins da
Terra". Após haver grande debate entre os apóstolos, Pedro tomou a palavra, fazendo uma
exposição do que Deus havia feito por intermédio dele aos gentios, na casa de Cornélio, e
como Deus o havia escolhido para levar o evangelho aos gentios.
Depois da exposição feita pelo apóstolo Pedro, a multidão silenciou para ouvir a exposição
feita por Barnabé e Paulo, acerca do que Deus fizera por intermédio deles, na primeira viagem
missionária. Ao terminarem, Tiago, que presidia a reunião, tomou a palavra e fez uma
exposição, mostrando referências bíblicas em que os profetas prediziam que o nome de Jesus
seria invocado entre os gentios. Com isso, o Concilio de Jerusalém, por volta do ano 50 d.C.,
registrado em Atos dos Apóstolos, capítulo 15, deu seu parecer favorável à expansão do
cristianismo entre os gentios e até os confins da terra.

13 - Panorama Missionário em Atos dos Apóstolos.

Estudaremos, agora, a ação missionária desenvolvida pela Igreja primitiva e pelos apóstolos,
no início do cristianismo.
Atos 01 - Antes da ascensão, Jesus traça o perfil geográfico da obra missionária, começando
por Jerusalém, Samaria, Judéia e até os confins da terra (Atos 1. 8).
Atos 02 - No dia de Pentecostes, o Espírito Santo desce sobre os primeiros 120 membros da
Igreja local, fundada por Cristo. Neste dia, houve a conversão de quase três mil almas. As 14
nações que estavam reunidas, em Jerusalém, ouviram o discurso de Pedro, que estava
"inflamado" pelo Espírito Santo de Deus.

Atos 03 - A Igreja primitiva já se encontrava com mais de 3.000 membros. Era um exército de
gente, cheio do Espírito Santo, disseminando a semente por todas as regiões.
Atos 04 - O resultado dessa disseminação, referida no capítulo três já é notado neste capítulo,
pois a Igreja de Cristo já ultrapassa a marca de 5.000 membros. Este crescimento começa
assustar as autoridades, a ponto de Pedro e João comparecerem no Sinédrio e serem proibidos
de falar o Nome de Jesus.
Atos 05 - A Igreja primitiva cumpre a primeira parte missionária que Jesus havia determinado,
pois toda a Judéia já havia sido evangelizada.
Atos 06 - São consagrados sete diáconos para servir a Igreja, o relato do versículo 7 desse
capítulo, mostra o avanço extraordinário da Igreja de Cristo. Até mesmo, muitos dos
sacerdotes que perseguiram o Senhor Jesus, se convertiam a Deus. A Igreja crescia de forma
tal, que as autoridades, mesmo com as astúcias do inimigo, não podiam mais controlar nem
frear seu desenvolvimento. A obra missionária tinha força de gigante, e o povo cumpria com
alegria os ensinamentos do Mestre Jesus Cristo.
Atos 07 - Após uma exposição poderosa das Escrituras e debaixo de muita unção, o diácono
Estevão foi expulso da cidade e apedrejado, mas, mesmo diante de tanta intempérie do
adversário, seguiu o exemplo de Cristo e perdoou os seus executores (Atos 7. 60). Tornou-se o
1° mártir do cristianismo. Parece ter sido a sementeira que o evangelho precisava para crescer
ainda mais.
Atos 08 - A Igreja primitiva cumpre a segunda parte do perfil missionário geográfico ensinado
por Jesus, e toda a Samaria é evangelizada pelo poder da pregação do diácono Felipe (Atos 8.
6).
Atos 09 - Acontece a conversão do homem considerado como o maior missionário da História,
o apóstolo Paulo. Esse Missionário traria muitos benefícios ao cristianismo.
Atos 10 - O apóstolo Pedro recebe uma visão divina de missões transculturais, e em obediência
àquela visão, leva o evangelho de Cristo aos gentios, na casa de Cornélio.
Atos 11 - O evangelho cresce entre os gentios, toma os rumos de Antioquia, a terceira cidade
mais importante do Império Romano, com cerca de 500.000 habitantes. Os discípulos são
chamados, pela primeira vez de cristãos, pois se pareciam com Cristo.
Atos 12 - O crescimento evangélico incomoda as autoridades. Herodes Agripa I, neto de
Herodes, o Grande, manda matar Tiago, o primeiro dos Apóstolos a ser morto, e lança na
prisão a Pedro, mas esse é liberto milagrosamente da prisão. Herodes Agripa I morre comido
de bicho, por não dar glória a Deus.
Atos 13 - A Igreja de Antioquia torna-se a primeira Igreja Gentílica, com a visão de missões
transculturais, e envia os seus dois primeiros missionários: Paulo e Barnabé.
Atos 14 - É grande o resultado obtido por Paulo e Barnabé na primeira viagem missionária,
fundando Igrejas fortes na província da Galácía. Em qualquer lugar que passassem, deixavam
igrejas formadas.
Atos 15 - Primeiro Concílio realizado em Jerusalém pelos apóstolos, dando incentivo ao
impulso da obra missionária aos gentios.
Atos 16 - A Igreja atinge a terceira meta do perfil missionário geográfico ensinado por Jesus, e
toda a Judéia e Ásia já haviam sido evangelizadas. A visão transcultural de Paulo é ampliada em
Trôade, e o evangelho chega à Europa. Lídia é a primeira convertida, na viagem de Paulo à
Europa.
Atos 17 - Paulo e Silas fundam duas Igrejas fortes: uma em Tessalônica e a outra em Beréia.
Depois partem para Atenas, capital mundial da filosofia, e evangelizam os filósofos Epicureus e
Estóicos no Areópago de Atenas, capital da Grécia.
Atos 18 - O Apóstolo Paulo funda uma Igreja forte em Corinto, cidade comercial da Grécia, e
conclui a segunda viagem missionária, iniciando logo após essa, sua terceira viagem
missionária.
Atos 19 - Paulo chega a Éfeso, cidade comercial da Ásia Menor e ali permanece dois anos,
dando aula na escola de Tirano. Funda, nesta cidade, uma Igreja bem sólida e teologicamente
bem preparada.
Atos 20 - Paulo passa novamente a Macedônia e Grécia, fortalecendo as Igrejas fundadas por
ele nas suas primeiras viagens missionárias.
Atos 21 - Paulo é avisado pelo profeta Ágabo, que se fosse a Jerusalém seria preso, mas
decidido, foi à Jerusalém. Lá chegando reuniu-se com seus anciãos e fez um relato do que Deus
havia feito através da sua vida aos gentios. No dia seguinte, entra no templo e cumprindo-se a
profecia, é preso.
Atos 22 - Após sua prisão no templo, faz um grande discurso em sua defesa e dá testemunho
de sua conversão no caminho de Damasco, e afirma seu chamado por Deus para pregar aos
gentios (v. 21).
Atos 23 - O perseguidor é perseguido, Paulo que, quando membro do Sinédrio, consentiu na
morte de Estevão, agora é julgado perante o Sinédrio por causa do evangelho.
Atos 24 - O apóstolo prega com autoridade e poder perante o Governador Félix, e este fica
atemorizado.
Atos 25 - Deus cumpre na vida de Paulo o que disse através da vida de Ananias, no ato de sua
conversão: "Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar meu nome
perante aos gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel" (Atos 9. 15).
Atos 26 - Perante as autoridades, Paulo evangeliza o Governador Festo, sucessor de Félix. Por
pouco sua mensagem não converte o rei Agripa e sua mulher Berenice.
Atos 27 - O Apóstolo Paulo faz uma viagem forçada e, após o naufrágio, ganha 276 vidas que
estavam com ele, no navio. Ao chegar à ilha de Malta, ganha muitos indígenas para Cristo, e o
evangelho chega até os confins da terra.
Atos 28 - Este é o capítulo final do livro de Atos dos Apóstolos. Paulo chega a Roma, capital do
Império, e testifica do evangelho perante a autoridade Suprema do Império Romano. Dali por
diante, o cristianismo alcança todo Império e até os confins da terra, cumprindo a quarta meta
do plano missionário traçado por Jesus Cristo, em Atos 1. 8.

14 - Paulo - o maior missionário do Cristianismo.

O Apóstolo Paulo é, indiscutivelmente, o maior missionário que o cristianismo já teve. Quando


ele se converteu no caminho de Damasco, Deus disse para Ananias: "Este é para mim um vaso
escolhido, para levar meu nome perante os gentios e os reis, bem como, perante os filhos de
Israel" (Atos 9.15). O chamado de Paulo foi completo. Ele seria missionário perante
autoridades religiosas, civis e militares, perante ricos e pobres,perante ignorantes e
intelectuais, gentios e israelitas. No livro de Atos dos Apóstolos, encontramos Paulo
evangelizando todos esses tipos de pessoas; desde o ignorante Demétrio até os sábios e
filósofos epicureus e estóicos; de pessoas pobres da Judéia até as de alta posição em Beréia,
desde o falso profeta Elimas até o proconsul Sérgio Paulo; da plebe do Império até o
comandante de tropas Cláudio Lísia, desde o fariseu até o presidente do Sinédrio.
Deus percebeu que os doze apóstolos não estavam cumprindo corretamente a grande
comissão, pois só queriam ficar em Jerusalém. Foi neste momento que Jesus apareceu a Paulo,
no caminho de Damasco, e o chamou para ser o grande apóstolo missionário entre os judeus
dispersos e gentios do vasto Império Romano, naquela época.

15 - As Viagens Missionárias de Paulo.

O apóstolo Paulo foi o grande trunfo do cristianismo na sua expansão mundial. Segundo o que
ele mesmo afirma, em sua carta escrita aos Gálatas (Gálatas 1. 15-18), após sua conversão
partiu para Arábia, provavelmente para um preparo com Deus, depois de 3 anos, subiu para
Jerusalém, onde esteve com os apóstolos. Essa visita de Paulo à Jerusalém, parece ter sido
suficiente para se perceber a falta de interesse daquela Igreja por missões e, pela conversa que
teve com o pastor daquela Igreja que era Tiago, Paulo observou o desinteresse em cumprir a
ordem de Jesus, quando disse aos seus discípulos: "Ficai em Jerusalém até que do alto sejais
revestidos de poder" (Lc. 24. 49).
Ouve uma interpretação errônea por parte dos discípulos, por que Jesus disse: "...até que..." ,
isto é, até o derramamento do Espírito Santo, e depois deveriam partir para os confins da
terra. Porém os apóstolos queriam permanecer somente em Jerusalém. Em Marcos 16.15, o
Imperativo dado por Jesus Cristo: "Ide...", é traduzido para palavra grega "Poreuthentes", que
quer dizer: partir, deixar, atravessar fronteiras. Paulo, sabendo disso, foi congregar na Igreja de
Antioquia.

15. 1 - A Primeira Viagem Missionária de Paulo.

A Igreja de Antioquia se tornou a primeira a fazer missões transculturais. Durante uma


consagração de jejum e oração, disse o Espírito Santo: "Separai-me agora, a Barnabé e a Paulo
para a obra que eu os tenho chamado" (Atos 13. 2). Em sua primeira viagem, Paulo passou por
várias províncias da Ásia Menor, tais como: Salamina e Pafos, na ilha de Chipre, Antioquia e
Icônio, em Listra e Derbe, na Licônia. Sendo essa a primeira viagem missionária, feita antes do
Concílio de Jerusalém, no ano 50 d.C..

15. 2 - A Segunda Viagem Missionária de Paulo.

Após o Concílio de Jerusalém, Paulo empreendeu sua segunda viagem missionária, visitando as
Igrejas dos Continentes, as quais foram estabelecidas na primeira viagem. Foi até as costas do
Mar Egeu, Trôade, antiga cidade de Tróia, viajou para Europa, estabelecendo Igrejas em
Felipos, Tessalônica e Beréia, na província da Macedônia. Foi a Atenas , a cidade culta da
Grécia, e estabeleceu uma viagem bastante forte em Corinto. Por fim encerrou essa segunda
viagem com uma breve visita a Éfeso, na Ásia Menor.

15. 3 - Terceira Viagem Missionária de Paulo.

Esta terceira viagem do apóstolo foi muito longa, partindo de Antioquia, Galácia e Frígia,
permaneceu dois anos em Éfeso, passando novamente pela Macedônia. Na Grécia prega um
sermão em Trôade, onde na unção de Deus, ressuscita um jovem que havia caído do terceiro
andar. Despede-se dos Anciãos em Éfeso, passa por Tiro, Cesaréia e chega à Jerusalém. Após
ser salvo de um complô armado pelos judeus, é resgatado para Cesárea, onde apresenta sua
defesa perante os governadores Félix, Festo e o rei Agripa, quando então, apela para César, e é
enviado para Roma.
Na viagem para Roma, seguiu em um navio com 276 pessoas, e sofre um naufrágio, porém
todos chegam salvos, numa ilha chamada Malta, por ali permanece três meses, evangelizando
aquele povo e os ganhando para Cristo, inclusive o chefe da ilha. Após sua partida, chega à
Roma, onde dali escreve seis Epístolas, que são: Efésios, Filipenses, Colossenses, Gálatas,
Romanos e Filemom.

15. 4 - Quarta Viagem Missionária de Paulo.

Em Roma, Paulo esteve preso por cerca de dois anos, e durante três ou quatro anos em que
esteve em liberdade, empreendeu sua quarta e última viagem missionária. Esteve em
Nicápoles, no mar Adriático, onde a tradição afirma que Paulo foi preso e levado de volta para
Roma, sendo ali martirizado no ano de 68 d.C.. Entretanto, o apóstolo teve 33 anos de
ministério. A obra missionária era tão forte na vida de Paulo, que ele considerava como uma
obrigação (ICo. 9. 16). Paulo apesar de morto, deixou-nos sua teologia imortal, o maior legado
que a Igreja pode ter. Foi o autor de um dos maiores tratados de missões transculturais:
"Como ouvirão, senão há quem pregue?E como pregarão, se não forem enviados?" (Romanos
10. 14-15). "Pois sou devedor, tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a
ignorantes, por isto, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós,
em Roma" (Romanos 1. 14-15).
Atividades de Apoio
Faça um resumo das quatro viagens missionárias do apóstolo Paulo, e descreva qual a lição
que você extrai delas.
Atenção: Esta pesquisa, deve preencher por completo o espaço de uma folha de caderno,
tamanho grande.

16 - Missões Transculturais.

Missões transculturais, trata-se de um movimento cristão, que atualmente é de alcance


mundial.
O lema principal das missões transculturais é este: A missão primária das Igrejas é proclamar o
evangelho de Cristo e implantar novas congregações no mundo inteiro.

16. 1 - Perspectiva Cultural.

O que é cultura? O primeiro passo num estudo de cultura, é dominar a sua própria cultura.
Todo o mundo tem uma cultura. Ninguém consegue se elevar acima de sua própria cultura ou
de outras culturas de modo a ter uma perspectiva verdadeiramente supracultural. Por esta
razão o estudo da cultura é uma tarefa difícil.
A primeira coisa que um visitante recém chegado irá perceber é o "comportamento do povo",
suas crenças, valores e educação. Deus deu ao homem um mandamento cultural, que impôs
certo domínio, sobre o seu ambiente. Quando criou o homem e o seu ambiente, Deus declarou
que tudo era "muito bom" (Gêneses 1. 26 -31). O mandamento evangélico (Mateus 28. 18 - 20)
requer dos missionários que ensinem aos outros homens a observarem tudo o que Cristo
ordenou.
Ao ensinarem sobre Cristo, os missionários afetam a cultura, pois todas as culturas necessitam
de transformação. Portanto, como Calvino já havia insistido, os crentes devem trabalhar para
tornar cristã a cultura (isto é, colocá-la debaixo de Cristo).
Dentro do conceito da vida não-cristã, os costumes e práticas servem como tendências
idólatras e afastam a pessoa de Deus. Quando o missionário chega com o evangelho, a vida
cristã recolhe esses costumes e práticas e lhes da um conteúdo inteiramente diferente. Ainda
que na forma exterior haja muito que lembre práticas do passado, na verdade, tudo se fez
novo. Na essência, o antigo já passou e o novo chegou.
Cristo toma em suas mãos a vida de um povo, renova e reconstrói o que estava distorcido e
deteriorado. Ele mexe em cada detalhe, cada palavra, e cada prática, com um novo sentido,
lhes dá uma nova direção.
Para muitos, erroneamente, "cultura" refere-se ao comportamento dos ricos e da elite, porém
para os nossos propósitos, definiremos cultura como o sistema integrado de padrões de
comportamento aprendidos, idéias e maneiras de se relacionar com o mundo. O missionário
deve aprender a conviver essas diferenças transculturais, não apenas na forma pelo qual os
povos comem, vestem-se, falam e agem, e nos seus valores e crenças, mas também nas
presunções fundamentais que fazem sobre o seu mundo, para tentar ganhá-los para Cristo.
O apóstolo Paulo nos deu o maior exemplo transcultural, quando disse: "Fiz-me tudo para
todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns" (ICo. 9.22). Paulo se fazia romano, para
ganhar os romanos, se fazia grego, para ganhar os gregos, e assim sucessivamente.

16. 2 - Perspectiva Bíblica.

O cristianismo não tem o objetivo de padronizar o mundo e nem destruir as culturas, sua
mensagem, porém, é universal.
No dia do triunfo de Cristo e da Igreja, cada povo ou etnia, se apresentará louvando a Deus, na
sua própria língua (Ap. 5. 9) "E cantavam um novo cântico dizendo: Digno és de tomar o livro e
de abrir os seus selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus, homens
de toda tribo, e língua, e povo e nação".

17 - O respeito pelas outras culturas.

Não é preciso destruir a cultura de um povo, para levá-los a fé cristã, por que o cristianismo é
transcultural.
Os missionários devem respeitar as culturas de um povo. Barnabé sabia que a tradição judaica
era mais uma forma de manter a identidade nacional, e que isto em nada implicaria na
salvação dos novos crentes, portanto, não seria necessário observar o ritual da Lei de Moisés.
"Pelo que jugo, que não se deve perturbar aqueles, dentre os gentios, que se convertem a
Deus. Mas escrevo-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do
que é sufocado, e do sangue" (Atos 15. 19-20).
Convêm lembrar que a importação de inovações para as nossas Igrejas pode desrespeitar a
nossa herança espiritual. Muitas coisas não servem para a nossa cultura, pois já temos a nossa
identidade cultural, como igualmente, essa pode não servir para outras etnias pelas mesmas
razões. O missionário enviado para outro país, precisa ser integrado a cultura daquele povo, e
compete a Igreja do missionário, fazer com que ele conheça as instruções necessárias sobre os
problemas transculturais, respeitando a cultura, a civilização de cada país. O missionário
precisa ser instruído a ir cautelosamente, e zelosamente, aplicando a doutrina bíblica.
O respeito às autoridades de cada país é essencial. Um missionário clandestino está exposto a
sofrer vergonha e envergonhar o nome da Igreja que o envia.
Um missionário é clandestino de duas maneiras:
Imigrando por conta própria, desordenadamente e sem respaldo de uma Igreja e de um
ministério.
Sendo enviado por uma Igreja, mas sem a devida documentação imigratória e sem as
instruções transculturais.
Portanto, a Igreja de origem do missionário precisa ficar atenta para não se comprometer
vergonhosamente, e prejudicar o missionário enviado.

18 - O Exemplo do Apóstolo Paulo.

O apóstolo Paulo era um judeu rico e culto, que sacrificou as tradições de seus antepassados,
deixando tudo para a salvação do maior número possível de almas (Filipenses 3. 5-8), pois
considerava a salvação dos homens mais importante do que sua identificação cultural como
judeu.
Todos os meios lícitos são válidos para conquistar os pecadores para o Reino de Deus. Paulo
conhecia o mundo e sua geração, e soube conquistá-lo para Jesus.
Nestes últimos dias, vemos o Espírito Santo como grande estrategista de missões, despertando
e mobilizando a sua Igreja para evangelizar todos os povos não alcançados. Podemos ver até
mesmo pastores e líderes que não se importam muito por missões transculturais, ampliando
sua visão, no sentido de cumprir, em caráter de urgência, a grande comissão dada por Jesus.
Muitos desses pastores e líderes, a exemplo dos discípulos, só tinham uma visão de missões
nacionais.
Mas graças a Deus, que pelo seu Espírito está mobilizando todo o mundo cristão, para abraçar
todos os povos não alcançados ainda pelo evangelho.

19 - O Desafio da Obra Missionária Atual.

"Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia, pois, a noite vem,
quando ninguém pode trabalhar" (João 9. 4).

19. 1 - Pessoas dispostas a cumprir o ide de Jesus.

A evangelização mundial é uma tarefa urgente. Trata-se de um trabalho de prazo limitado, que
requer ação rápida, iminente e preciosa, temos que encher o mundo com a Palavra da Fé,
antes da "meia noite". Este é um trabalho que não pode ser adiado, sob qualquer pretexto.
Evangelização é o mais importante e requer urgência, mais que qualquer outra missão da
Igreja. Cada servo de Deus deve compenetrar-se de sua própria responsabilidade. Hoje, pense
no que você pode fazer, no que você pode realizar para contribuir com a obra missionária.
O desafio da obra missionária é urgente, por que as portas estão se fechando. Cada dia mais os
obstáculos estão surgindo, tentando impedir a divulgação do evangelho, vejamos o que disse
Jesus: "E por aumentar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará" (Mt. 24. 12). Enquanto o
pecado aumenta, o amor de muitos vai esfriando, o desinteresse em fazer a obra de Deus tem
ganhado espaço no meio do povo de Deus, a exemplo disso, estão os "cultos ao ar livre" que
estão desaparecendo, cultos que outrora foram instrumentos de Deus, para que muitas almas
se convertessem ao Senhor Jesus Cristo, vejamos ainda a freqüência dos cristãos nas
congregações, nos cultos de ensino, de oração, etc.
Um dos desafios da Igreja Atual para não parar de evangelizar, é não deixar o amor de Deus
esfriar. Glorificamos a Deus, porque Jesus disse que o amor de muitos esfriaria, mas Ele não
disse de todos, isso é sinal que haverá um grupo de cristãos que permanecerá com a chama do
amor de Deus acesa em seus corações. Leiamos Efésios 5.14 -17. "Qual é a vontade do
Senhor?" é a pergunta, a resposta está em II Pedro 3. 9. O Senhor não quer que ninguém se
perca, mas que todos venham se arrepender.
Paulo pediu oração a várias Igrejas para que as portas se mantivessem abertas. A Igreja do
Senhor necessita possuir visão espiritual para desenvolver um arrojado programa
evangelístico, enquanto é possível.
Muitas vezes nos deparamos com cristãos, criticando as TJs (testemunhas de Jeová), mas eles
não desistem, estão sempre de portão em portão, vendendo suas literaturas e pregando
aquilo que aprenderam, é bem verdade que ensinam a Palavra de Deus distorcida, entretanto,
nunca desistem. Temos também, os Mórmons, que gastam seus sapatos, andando de um lado
para o outro, pregando aquilo que entenderam ser o evangelho de Cristo. De alguma forma,
estão obedecendo algum "IDE", e nós, qual "IDE" estamos obedecendo? Jesus disse: "Se estes
se calarem, até as pedras clamarão" (Lc. 19. 40). Quem são estes? São os que vêem as obras de
Deus, seus milagres, tem o conhecimento da verdade, provaram as delicias da salvação, mas
nada fazem para que outros se juntem a esse banquete de bênçãos, estão de braços cruzados
e vendo o tempo passar, então se esses abençoados (nós), se calarem, as pedras (aqueles que
criticamos), irão clamar.
Uma jumenta "missionária" por um dia - A frase parece assustadora, mas quando lemos o
texto de Números 22. 28-33 não é tão assustadora assim, porque um dia, na história bíblica,
Deus já usou uma jumenta para salvar uma vida, a do profeta mercenário Balaão.
Mas é lamentável que nos nossos dias alguém de pouco entendimento, quer fazer disso uma
pregação, dando ênfase ao fato de que Deus "usa" até mesmo uma jumenta, mas isso não é
honroso para nós, pois Deus tem seus vasos escolhidos para falar sua Palavra, e somos nós,
pois já somos salvos, pescadores de homens (Mc. 1.17). Deus já usou de vários meios para
realizar sua obra, num momento de urgência Deus usou:
Uma jumenta para livrar Balaão da morte (Nu. 22. 28).
Uma menina para salvar um grande general (IIRs. 5.2-3).
Um grande peixe, para transportar o missionário fujão (Jn. 1. 17).
Um tronco de uma árvore, para adoçar as águas (Ex. 15. 25).
Usou o sal para purificar o manancial das águas (IIRs. 2. 19-22).
Deus usa aquilo que estiver a mão, quando e como Ele quer. Hoje, porém, não é honroso
pregar que Deus usa uma jumenta, mas que possamos dizer como disse Isaías o profeta: "Eis
me aqui, envia-me a mim" (Is. 6. 8).

19. 2 - Pessoas dispostas a orar pela obra Missionária.

"Rogai ao Senhor da seara, que mande obreiros para sua seara" (Lc. 10. 2).

"Rogai", nessa palavra está explícita a necessidade de oração, a obra da evangelização é


urgente e nos obriga a orar. Temos de ir aos pés do Senhor, a fim de clamar por obreiros de
valor.
Ninguém pode destruir, a obra construída com jejum, lágrimas e oração. Na oração sentimos
qual a vontade de Deus para este mundo. Deixar de lado o compromisso da oração, é
abandonar um tesouro incomparável que Deus tem posto a nossa disposição.
Devemos orar para recebermos a capacitação de Deus necessária a fim de sairmos para o
campo missionário, e sem essa preparação prévia, ou seja, aqueles que saem de qualquer
maneira, correram um o risco de fracassarem em sua missão.
Foi a oração que sustentou os obreiros da Igreja primitiva, ela deu força, coragem e direção a
eles. "E tendo eles orado, moveu-se o lugar onde eles estavam reunidos e todos foram cheios
do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a Palavra de Deus" (Atos 4. 31).
A Igreja orou e Pedro foi liberto milagrosamente da prisão (Atos 12. 5-12). Somente através da
oração, os obreiros são sustentados na "luta" ministerial e missionário. O apóstolo Paulo
conhecia o poder da oração quando disse à Igreja de Colossos: "Perseverai em oração...
orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da Palavra, a fim de
falarmos do ministério de Cristo, pelo que estou também preso" (Colossenses 4. 2-3).

19. 3 - Pessoas dispostas a contribuir para obra Missionária.

"Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiram com todos, segundo cada um tinha
necessidade" (Atos 2. 45).

Muitos cristãos primitivos venderam as suas propriedades e entregaram o valor


correspondente aos apóstolos, em beneficio da obra missionária. Como prova disso lemos a
passagem bíblica que registra: "Então José, cognominado pelos apóstolos, Barnabé (que
traduzido, é filhos da consolação), levita, natural de Cripre, possuidor de uma herdade,
vendeu-a e trouxe o preço e depositou aos pés dos apóstolos" (Atos 4. 36-37).
Oswald Smith, um dos maiores enviadores de missionário do século XX, conhecido por muitos
como "Sr. Missões", disse a célebre frase: "A Igreja que não faz missões, breve deixará de ser
evangélica". Atualmente, sua Igreja em Toronto, no Canadá, sustenta quase mil missionários
em todo mundo, com um orçamento milionário de mais de dois milhões de dólares anuais. O
trabalho agora, é liderado pelo seu filho, que o sucedeu, após sua partida para estar com o
Senhor das missões.
Não existe outro motivo para a Igreja ainda existir na terra, que não seja missões. É
responsabilidade da Igreja local, o ensino e o sustento do missionário no campo.
Foi o próprio Deus, quem estabeleceu que o crente contribuísse, para que o seu povo tenha os
recursos suficientes para a expansão do evangelho e manutenção da obra do Senhor.
O Pastor Deiró de Andrade (Pr. de uma Igreja missionária, no Estado de São Paulo), ao
apresentar à Igreja as conquistas do campo missionário, tais como: terrenos, prédios e o
próprio envio de obreiros para missão, sempre faz a seguinte pergunta: "Os irmão sabem
como foi que conseguimos isso?" E em alto e bom som, toda Igreja responde: "Com os nossos
dízimos e ofertas".
Entretanto, se você não pode ir, pode contribuir para que o Reino do Mestre Jesus cresça e se
fortaleça na face da terra, e para que outros possam ir em seu lugar.

20 - A Chamado do Missionário e seu Preparo.

"Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angustia, ou a perseguição, ou a


fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada?"

Uma coisa primordial na vida do missionário, deve ser a convicção de sua chamada, para
realizar a obra de Deus, caso contrário, na hora da adversidade, irá recuar, pois as batalhas no
campo missionário são grandes, e quase sempre não há amigos com quem contar.
Vejamos, a convicção do apóstolo Paulo: "Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para
Apóstolo, separado para o Evangelho de Deus" (Romanos 1. 1).
Se o missionário tem a certeza que é servo, chamado e separado, certamente alcançará seu
objetivo evangelístico e o nome do Senhor será glorificado.
Vejamos o que diz o Bispo Dr. Manoel Ferreira, sobre o preparo missionário: além de outras
necessidades, pesa sobre o missionário a necessidade de mais espiritualidade no campo. O
missionário pensa que no campo onde cumpre sua missão, pode orar tanto quanto orava onde
antes cooperava. Em sua Igreja, ele contava com o companheirismo dos colegas de ministério,
sob a orientação de seu presidente. Era uma equipe unida e vitoriosa! Mas agora o obreiro
está sozinho, e as lutas são constantes e bem maiores. É preciso muito mais oração e muito
mais poder de Deus, se assim não for, o missionário não conseguirá êxito em sua missão (livro:
Reflexões e desafios para o Terceiro Milênio).
Missionário é aquele que foi especificamente chamado por Deus. Em Atos 9.15 vemos o
exemplo de Paulo quando Deus disse: "Disse-lhe porém, o Senhor: Vai por que este é para
mim, vaso escolhido...". Além de ser chamado, deve receber um preparo, ou seja, passar por
um estágio e ser aprovado. A igreja local deve ter uma equipe de treinamento, com o objetivo
de selecionar, treinar e habilitar candidatos ao campo missionário, e estabelecer alvos e
estratégias definidas. Ninguém melhor que a igreja local para reconhecer e identificar uma
pessoa chamada para missões.
Um homem enviado ao campo, não pode ser neófito, ou seja, sem experiência (ITm. 6.3).
Quando Davi compareceu diante de Saul e se propôs a lutar contra o gigante Golias, ele não
era só um jovem, era muito mais, as experiências do sol causticante e das noites frias que
passou, quando cuidava das ovelhas de seu pai, lhe trouxeram experiências corajosas, que
agora estavam lhe servindo, para enfrentar o gigante, veja o que ele mesmo disse em I Samuel
17.32 - 37 portanto é fundamental a chamada, e a preparação, antes de ser enviado um
missionário ao campo de "batalha".

21 - As Responsabilidades da Igreja que envia.

A Igreja que envia o missionário, tem que estar bem orientada sobre a obra missionária, quais
seus deveres como Igreja, e que privilégios a aguardam como enviadora e promotora de
missões.
A Igreja é a primeira a aparecer no cenário da missão, pois é dentro dela que o surge o
missionário. É a igreja que o envia.
''Enviar" significa colocar dentro da obra ou da comunhão, assumir e pagar o preço da
responsabilidade do envio.
A Igreja é responsável por conhecer o missionário que envia. É seu dever saber quem ele é,
conhecer seus defeitos e virtudes, aspectos negativos e positivos. Quando o missionário
comete tolices em seu campo de trabalho, culpa-se primeiramente à igreja que o enviou e que
está por detrás dele.
A Igreja é responsável em manter o missionário que envia. É preciso mantê-lo
financeiramente. Um homem com uma família ás custas, sem casa, sem comida, sem roupa,
sem remédio, sem dinheiro, sem saúde, enfim, sem respaldo financeiro, não conseguirá
trabalhar.
A Igreja precisa manter o missionário socialmente. O missionário enviado pela Igreja é mantido
por suas contribuições, através da secretaria de missões, ofertas, dízimos etc. É de suma
importância que a Igreja incentive os crentes a contribuírem para a obra missionária. Uma
Igreja que envia e mantém missionários, é uma Igreja que está constantemente debaixo da
benção de Deus, e está sendo fiel à razão de sua obra e existência. "Portanto ide e ensinai
todas as nações, batizando-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" (Mt. 28.19). A
Igreja existe por causa da necessidade da salvação de todas as nações, caso ela não cumpra
sua missão, ela perderá a razão de sua existência.

22 - A Responsabilidade do Missionário que vai.

Já falamos sobre as responsabilidades da Igreja que envia, falaremos agora, da


responsabilidade do missionário que vai. Pois o mesmo vai representando a Igreja, e suas
ações refletem o nome dela. Por esse motivo, ele não pode fazer o que quer ou o que pensa,
tem o nome a zelar, pois toda Igreja pode ser atingida pela boa ou má fama do tal missionário.
A igreja jamais pode enviar ao campo o obreiro com experiência de rebeldia. O homem de
Deus deve ser pacífico e pacificador, respeitando a Igreja que o enviou, bem como as
existentes na cidade ou país para onde o mesmo foi enviado. Fazemos o que diz a Palavra de
Deus: "Não dando nós escândalos, em coisa alguma, para que o nosso Ministério não seja
censurado" (2Co. 6. 3). Ele deve ter a consciência que seus atos podem exaltar ou denegrir a
Igreja de Cristo, daí a necessidade de se preparar o obreiro, antes de seu envio ao campo.
23 - Quando Vem a Perseguição.

"Tenho vos dito isso, para que em mim tenhais paz, no mundo tereis aflições, mais tendes bom
ânimo, eu venci o mundo" (João 16. 33).

Entre muitas coisas, com as quais o missionário tem que se preocupar, não deve esquecer-se,
do alerta que faz o Senhor Jesus. Aflições e perseguições, sempre surgem no campo de
baralha.
A perseguição é uma das armas que satanás usa na tentativa de impedir a proclamação da
Palavra de Deus. O próprio Jesus disse, que somos perseguidos, porque não somos deste
mundo (João 15. 18). Paulo enfrentou perseguições em suas viagens missionárias, mesmo
assim, ele fundou Igrejas na Ásia Menor e Europa, ora, se ele enfrentou tal situação, nós, na
atualidade, também enfrentaremos. Precisamos aprender com ele, se você deseja ir ao campo
missionário, tenha convicção, prepare-se e vá, mas vá consciente das lutas e perseguições que
virão, não só por parte do diabo, mas também por outros, até daqueles que se dizem cristãos.
Sobre os falsos irmãos, Paulo falou: "Em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios,
em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos
irmãos" (2Co. 11. 26). Certamente, tendo consciência dessas provações que virão, o
missionário conseguirá amar mesmo não sendo amado, conseguirá perdoar como Cristo
perdoou, mas lembre-se, você não esta só, o próprio Jesus disse: "... e eis que estou convosco
até a consumação dos séculos" (Mt. 28. 20), Deus se responsabiliza por aquele que Ele envia,
por isso o apóstolo Paulo podia dizer: "Mas em todas essas coisas, somos mais do que
vencedores, por aquele que nos amou" (Romanos 8. 37). O medo das lutas e provações no
campo da missão, tem apagado a chama no coração de muita gente, mas os que
permanecerem firmes e cumprirem o Ide de Cristo, terá grandes recompensas, vejamos: "Os
que semeiam em lagrimas, segaram com alegria. Aquele que leva a preciosa semente andando
e chorando, voltará, sem duvida, com alegria, trazendo consigo os seu molhos (Sl. 126. 5-6).
A Bíblia diz que pela fé, Abraão sendo chamado obedeceu (Hb. 11. 8), os que obedecem o
chamado de Deus, estão debaixo dos cuidados dEle. Deus chama, capacita, envia, e cuida. As
lutas e perseguições, são, muitas vezes, "instrumentos" que Deus usa para levar seus servos
para o lugar da benção. As provações que o povo de Deus passou no Egito, fez com que os
mesmos clamassem por livramento, e Deus os livrou e os colocou numa terra que mana leite e
mel. Se Deus não permitisse aquela perseguição contra os primeiros discípulos em Jerusalém,
a Igreja estaria limitada, só em Jerusalém até hoje, mas vindo as perseguições, saíram e foram
por todas as partes do mundo, anunciando a Palavra de Deus. Entretanto, não devemos olhar
só para as lutas, mas também para a recompensa. (Hb. 11. 26).

24 - Nunca diga não para missão.

Quando Deus nos chama, ele nos capacita para sua obra, entretanto Ele jamais aceitará um
não como resposta. A palavra nos ensina que Jonas foi designado para uma missão,
Entretanto, disse não para Deus, não disse verbalmente, mas sua atitude falou por ele.
Vejamos que Tarso ficava no sentido oposto de Nínive, assim Jonas toma rumo contrário a sua
missão. A pergunta que paira ao ar é: "Porque Jonas disse não?" Faltaram a Jonas três
qualidades fundamentais que o missionário precisa ter.
Obediência - se Jonas tivesse obedecido, não questionaria a Deus, simplesmente obedeceria.
Vejamos o caso de outro missionário, Abraão (Gn. 12. 1), sem se quer saber para onde iria,
obedeceu a voz de Deus, o chamado missionário.
Coragem - Segundo a tradição, os Ninivitas, tempos atrás, teriam invadido as terras dos judeus,
saqueado seus bens e matado seus homens e nesta lista de perdas estavam os irmãos de
Jonas. Não foi apenas um sentimento egocêntrico, mas sim o medo, e a falta de coragem o
fizeram dizer não.
Amor - Este é sem dúvida, o sentimento que deve palpitar no coração do missionário. Se Jonas
tivesse amor por aquelas vidas, sem sombra de dúvida, ele teria rompido todas e quaisquer
barreiras, á sua frente, e teria dito sim para sua missão.
Nós, missionários da última hora, precisamos nos encher do amor de Deus, para amarmos
também nossos semelhantes, sem esquecer de que estamos diante de um Deus que nos
chamou para sua obra, nos capacitou com seu Espírito Santo e já nos designou o campo de
trabalho, portanto, jamais aceitará um não como resposta.

25 - Qualificações do Missionário.

Mencionamos abaixo algumas condições necessárias para ser um próspero ganhador de


almas:
Ser convertido
"...E tu, quando te converteres confirma a teus irmãos" (Lc. 22. 32).
"...E grande número creu e se converteu..." (At. 11. 21).
Ter bom testemunho
"...Convém que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta e
no laço do diabo" (1Tm. 3.7).
Ter conhecimento da palavra de Deus
"... Então Felipe, abrindo sua boca, e começando nesta escritura, lhe anunciou a Jesus" (At. 8.
35). "Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneje bem a palavra da verdade" (1Tm. 2.15).
Viver o que prega - "Tu pois que ensina a outro, não te ensinas a ti mesmo ..." (Rm. 2. 21-22).
Ser irrepreensível para não ficar reprovado - "Antes subjugo o meu corpo e o reduzo a
servidão, para que pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira ficar
reprovado" (1 Co. 9. 27 / Pv. 25. 26).
Ser exemplo para ganhar almas sem pregar - "Pelo porte de suas mulheres sejam os maridos
ganhos sem palavras" (1 Pe. 3. 1-2).
Exemplos:
Elizeu -"...Eis que tenho observado que este homem que passa sempre por nós é um santo
homem de Deus" (2 Rs. 4. 9).
Abraão -"...Príncipe de Deus és no meio de nós" (Gn. 23. 6). Pelo seu porte, o crente exercerá
influencia sobre os que estão ao redor, pois passa a ser respeitado.
Herodes - "temia a João, sabendo que era varão justo e santo ..." (Mc. 6. 20).
Ter sabedoria
"...O que ganha almas sábio é" (Pv. 11. 30).
Ser crente de oração
"Orar sem nunca desfalecer" (Lc. 18. 1).

26 - Evangelismo Pessoal.

Maneiras de levar as almas a decisão


Este é o ponto decisivo e que requer do crente um cuidado especial. Não é suficiente apenas
falar, mas insistir na aceitação de Cristo. O ganhador de almas deve proceder da seguinte
forma:
Escolher com quem deseja falar - Para isto é indispensável a direção do Espírito Santo.
Decidir a maneira de falar - Se em particular (At. 18. 26), ou publicamente (At. 20. 20), se com
cortesia (2 Tm. 2. 24-25), ou com exortação (At. 2. 40).
Falar sempre - Com vida de oração (Ef. 6. 18-20). Sem pressa demasiada (Pv. 29. 20 / Is. 28.
16). De maneira que a pessoa possa entender (Mt. 13. 19 / 1Co. 2. 14).
Mostrar que - O homem é pecador (Rm. 3. 23 / Is. 64. 6). Pelo pecado o homem está
condenado (João 3. 18 / Rm. 6. 23). Deus enviou Jesus para salvar o pecador (João 3. 16-17). As
boas obras não podem salvar (Gl. 2. 16 / Rm. 3. 20). Só Jesus pode salvar (João 5. 24 / Mt. 1.
21). A vida eterna está em Jesus (1João 5. 11-20).
Falar com convicção, que o homem que crer é perdoado - (Is. 43. 25 / Sl. 10. 3 -12 / 1Tm. 1.
15).
Incutir a certeza da salvação - (At. 10. 43 / João 5. 24 / João 10. 28 - 30).
Finalmente, com muita sabedoria de Deus, convidar a pessoa a aceitar Jesus como salvador, e
ao mesmo tempo: Ficar orando em espírito. Esperar que a semente germine (Tg. 5. 7). Vigiar
(Mt. 13.19).
Caso a pessoa aceite Jesus, orar com ela apresentando-a ao Senhor - Às vezes, as
circunstâncias ou o local podem não permitir uma oração em voz audível. Nesse caso deve-se
orar em voz baixa ou em espírito, pois o valor é o mesmo.
Caso a pessoa não aceite Jesus, proceder de tal modo que a porta fique aberta - É sempre bom
verificar se a causa de a pessoa não aceitar Jesus não foi falha nossa. Contudo, não se deixar
abater, mas prosseguir na importante tarefa, pois pode ser que a semente germine noutra
ocasião (Ec. 11. 1- 6).
Nota: Evangelismo Pessoal - Manual de evangelismo – Pr. Valdir Biscego

27 - Cronologia Histórica das Igrejas Evangélicas no Brasil.

Veremos agora, um panorama histórico simples das principais Igrejas no Brasil, somente para
percebermos o que é o fruto de missões estrangeiras e a dívida que temos com as nações que
outrora investiram em missões, em nossa pátria.
1855 - Roberto Kalley - médico escocês, chega ao Brasil e funda no Rio de Janeiro a Igreja
Evangélica Fluminense, segundo a ordem Congregacional. Roberto Kalley é o exemplo do
missionário "fabricante de tendas".
1859 - A. G. Simonton - chega ao Rio de Janeiro e inicia a Igreja Presbiteriana no Brasil.
1881 - W. B. Bagby - chega em terra brasileira e inicia o trabalho Batista.
1876 - J. S. Newmam e Jonh J. Ranson - conseguiram estabelecer a Igreja Metodista em nossa
nação depois de muitas tentativas frustradas.
1911 - Funda-se a maior Igreja Pentecostal de todos os tempos, Assembléia de Deus, pelos
missionários Daniel Berg e Gunnan Vigren. Hoje a referida Igreja, já passa de 16 milhões de
membros, isso só no Brasil.
1946 - Harold Edwin - chega ao Brasil, funda a Igreja do Evangelho Quadrangular.
Poderíamos citar muitas outras Igrejas aqui, porém foi dada prioridade às Igrejas que foram
fundadas através de missionários estrangeiros. Igrejas como: O Brasil para Cristo, Igreja
Pentecostal Deus é amor, Igreja Internacional da Graça de Deus, etc. Foram Igrejas fundadas
por missionários nacionais, que inegavelmente foram chamados para desenvolver o seu
trabalho, movidos por uma visão de missões nacionais e, posteriormente transculturais. Já
temos notícia do que essas Igrejas estão fazendo além das fronteiras.
O nosso objetivo é conscientizar todos os cristãos brasileiros da dívida que temos com missão
transcultural. Por exemplo, se A. G. Simonton, não fosse enviado para o Brasil, existiriam os
presbiterianos em terras brasileiras? E se Daniel Berg e seu companheiro Gunnan Vigren não
fossem enviados a nossa nação, existiria, hoje, este movimento pentecostal no Brasil, chamado
Assembléia de Deus? E assim vale também aos demais missionários enviados de lá para cá, e
fincaram aqui no Brasil, a bandeira do evangelho de Cristo e representaram suas respectivas
Igrejas. Fica isso para nossa reflexão.

28 - O que Eles Disseram Sobre Missões.

Willam Carey -"Eu vou descer, mas vocês não se esqueçam de que devem segurar bem as
cordas".

Adoniran Judson - "Muitos crentes consagrados jamais atingirão os campos missionários com
seus próprios pés, mas poderão alcançá-los com os joelhos".
Dick Hills - "Cada coração com Cristo é um missionário, e cada coração sem Cristo, é um campo
missionário".

Willam Carey - "Na mente Divina não há distinção entre missões estrangeiras ou missões
nacionais. Onde houver uma alma perdida, ai está um campo missionário".
Conde Zinderdorf - "A região do mundo que mais precisa do evangelho passa a ser, doravante,
o meu país".

Johannes Blaun - "Enquanto houver neste mundo homens em trevas, sem Deus e sem
misericórdia, há de prevalecer a tarefa missionária da Igreja Cristã".
Osvald Smith - "Oramos sempre; "Venha o teu Reino". Mas nunca dizemos: "Envia-me a mim".

Hendrick Kraemer - ”O momento do nascimento da Igreja, no pentecostes, foi também o


instante em que tarefa missionária nasceu. A descida do Espírito Santo fez dois discípulos
apóstolos, isto é missionários".

Adams Brown - O único, entre os doze apóstolos que não se tornou missionário, veio a ser o
traidor".

Walter Knkght - "Quando Jesus disse: "Vinde", Ele vem nos encontrar. Quando Ele diz: "Ide",
Ele vai conosco".

Here - "O melhor remédio para uma Igreja enferma, é colocá-la em uma dieta missionária".

Hudson Taylor - "Se Deus o deseja trabalhando nos campos missionários, nem seu dinheiro,
nem suas orações, jamais poderão ser substitutos aceitáveis".

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