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SÉRIE

COMO OUVIRÃO SE NÃO HÁ QUEM PREGUE

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AULA 1

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 INTRODUÇÃO

Com cerca de 2,3 bilhões de adeptos, dividida em três ramos

principais de católicos, protestantes e ortodoxos, o cristianismo
é a maior religião do mundo. A parte cristã da população
mundial representa cerca de 33% da humanidade nos últimos
cem anos, o que significa que uma em cada três pessoas no
mundo são cristãs.
Fonte: Wikpédia

Se pensamos que no ano 100 d.C. a proporção de cristãos era

1 dentre 360, o crescimento do Evangelho é evidente. Como
um pequeno grupo de pessoas sem destaque político,
econômico ou mesmo intelectual, nascido em uma província
pouco importante, dominada por um Império quase
totalitário, conseguiu se tornar a maior religião do planeta?

Isso não aconteceu do dia para a noite. Não foi obra de um só

homem. E mesmo que sejamos obrigados a apontar certos
personagens que tiveram importante papel não só na
expansão missionária, a verdade é que a expansão do
Evangelho envolveu homens e mulheres de todas as classes
sociais, de todos os níveis intelectuais. Foram milhões de
anônimos que, como instrumento de Deus tornaram o
mundo um pouco mais cristão durante a sua vida. A grande
maioria permanecerá desconhecida, só serão reconhecidos
na eternidade.

A expansão do Evangelho até os confins da terra não é uma

opção da Igreja. E sua razão de ser. Enquanto isso não
acontecer, significa que sua tarefa não está terminada e que
ela ainda deve se empenhar até que isso aconteça.

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 DEFINIÇÕES DO TERMO

MISSIOLOGIA
A “Missiologia” é a disciplina que estuda, de forma sistemática
e coerente, tudo o que for relacionado à missão de Deus e à da
comunidade da fé.

MISSÕES
O termo “missões” refere-se à atividade do povo de Deus na
comunicação do evangelho.

A “missão”, por outro lado, é a atividade de Deus no mundo.

Deus é o protagonista da missão. Deus age no mundo pela sua
graça, para reconciliar o mundo consigo mesmo (2Co 5.19). A
igreja, como povo de Deus, surge dessa missão e participa dela.
A igreja é sujeito ativo nessa missão. Isso é, a igreja discerne e
descobre a atividade de Deus no mundo e dela participa.

A palavra “missão” ou “missões”, no sentido de enviar alguém

ao campo missionário, não aparece nas Escrituras Sagradas,
porém é um termo comum que foi aplicado a um tipo de ação
da Igreja Cristã. Não é um termo bíblico, ou seja, não existem
as palavras - “missionário” e “missão” no Novo Testamento. O
que existe é uma ordem, uma “delegação divina”, para que a
mensagem do Evangelho seja transmitida a todas as nações.

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 A ORDEM MISSIONÁRIA

18 Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a

autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, portanto,
fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; 20 ensinando-os a
guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que
estou convosco todos os dias até à consumação do século.
Mt 28.18–20

O Senhor Jesus estava no monte das Oliveiras, junto com os

seus discípulos. Havia chegado o momento de se despedir
daqueles com quem havia convivido durante mais de três
anos. Ele “havia saído de Deus e ia para Deus” (João 13.3).

O assunto que naquele momento ocupava o coração do

Mestre era a grande necessidade de todos os povos do
mundo vir a conhecer que Sua grandiosa obra redentora é
extensiva também a eles.

Movidos por este pensamento, o Senhor Jesus proferiu a Sua

“ordem missionária”.

a) A quem esta ordem não foi dada

A Grande Comissão de Jesus não foi dada aos líderes religiosos
de Israel, tampouco aos membros do Sinédrio de Jerusalém,
também não foi dada a nenhum ministério da educação ou
qualquer outro segmento político de qualquer país.

b) A ordem missionária foi dada aos discípulos

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 O NASCIMENTO DAS NAÇÕES

mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito

Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém
como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da
terra.
At 1.8

1. Capacitação
2. Fonte
3. Missão
4. Alcance

ATOS DOS APÓSTOLOS

Jerusalém - (1 - 7)
Judeia e Samaria - (8 - 12)
Confins da Terra - (13 - 28)

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 MISSÕES INVOLUNTÁRIAS EM ATOS

PENTECOSTES
5 Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens
piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu. 6
Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que
se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia
falar na sua própria língua. 7 Estavam, pois, atônitos e se
admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus
todos esses que aí estão falando? 8 E como os ouvimos falar,
cada um em nossa própria língua materna?
At 2.5 - 8

9 Somos partos, medos, elamitas e os naturais da

Mesopotâmia [Regiões do Oriente Médio], Judeia, Capadócia,
Ponto e Ásia, 10 da Frígia, da Panfília [Região da Ásia Menor;
atual Turquia], do Egito e das regiões da Líbia, nas
imediações de Cirene [Regiões do Norte da África], e
romanos que aqui residem [Roma], 11 tanto judeus como
prosélitos, cretenses [Europa] e arábios [Península Arábica].
Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as
grandezas de Deus?
At 2.9–11

O CASO DE ROMA
Quem iniciou a Igreja em Roma? Não há no Novo Testamento
qualquer passagem que atribua fundamento apostólico. Nem
por parte de Pedro, nem por parte de Paulo.

A questão é que já havia uma igreja nesta cidade, digna de

receber, inclusive, um dos documentos mais importantes do
Evangelho: A Carta aos Romanos.

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 MISSÕES INVOLUNTÁRIAS EM ATOS

Russel Champlim diz que: "É bem possível que tenham sido
os convertidos judeus quando do dia de Pentecostes, vindos
de Roma a Jerusalém a fim de participarem daquela festa
religiosa que voltaram à sua cidade e através de seu
testemunho formou-se um núcleo original que formou
aquela igreja local."

O CASO DA ETIÓPIA
Outro caso semelhante é referente a Etiópia. Como a igreja
chegou até lá?

Por que Deus tiraria Filipe (O Evangelista), de um bem-

sucedido trabalho de evangelização em Samaria para pregar a
um único indivíduo? Será que o Senhor não tinha um
propósito maior?

26 Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe-te e vai

para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a
Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi. 27 Eis que
um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos
etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro,
que viera adorar em Jerusalém, 28 estava de volta e,
assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías. (At 8.26–
28)

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 MISSÕES INVOLUNTÁRIAS EM ATOS

Eusébio de Cesaréia, em sua obra História Eclesiástica,

comentando sobre Filipe e o eunuco etíope, diz: "O apóstolo,
conduzido por uma visão, assim o instruiu a ele, segundo se
diz, tornando-se as primícias dos crentes em todo o mundo,
foi o primeiro que, voltando para o seu país, proclamou o
conhecimento de Deus e a habitação salutar de nosso
Senhor entre os homens. De modo que a profecia obteve seu
cumprimento por meio dele: 'A Etiópia estende suas mãos
para Deus'".

Havia uma profecia num Salmo de Davi que dizia: "Príncipes

vêm do Egito; a Etiópia corre a estender mãos cheias para
Deus." (Sl 68.31)

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 O TRABALHO DOS APÓSTOLOS

PAULO
Paulo foi um grande missionário, aliás, é o apóstolo que mais
tem registros sobre suas missões. No livro de Atos temos o
registro de três viagens missionárias e mais uma viagem a
Roma.

PEDRO
Também foi um grande evangelista e missionário. As
Escrituras mostram, inclusive, um partido em Corinto, que se
identificava com o pastoreio de Pedro.

Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo,

e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo.
1Co 1.12

Além disso, Eusébio fala do ministério de Pedro na Antioquia,

capital da Síria. Há grandes evidências históricas de que Pedro
tenha morrido em Roma, martirizado por Nero.

JOÃO
Segundo fontes histórico-eclesiásticas, João foi o último dos
apóstolos a morrer e o único que morreu de morte natural.
Há ampla literatura, posterior ao período apostólico, a seu
respeito.

A informação mais consistente sobre o seu trabalho é que ele

teria habitado em Éfeso.

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 O TRABALHO DOS APÓSTOLOS

No documento O Ensino dos Apóstolos, do segundo século,

temos: "Éfeso, Tessalônica, Ásia, toda a terra dos coríntios,
assim como toda a Acaia e os termos ao seu redor,
receberam a ordenação apostólica do sacerdócio da parte de
João, o Evangelista, o mesmo que se reclinou sobre o peito de
nosso Senhor. Ele mesmo edificou a Igreja naqueles lugares, e
lá ministrou, permanecendo no oficio de guia."

BARTOLOMEU
Há duas tradições histórico-eclesiásticas referentes no trabalho
missionário de Bartolomeu. Uma diz que ele teria feito seu
trabalho na Ásia Menor. A outra, porém, afirma que ele
também foi para a região do Oriente, mais precisamente para
a Índia. Panteno, um missionário enviado para aquela região,
em certa ocasião, descobriu que Bartolomeu já havia estado lá
e deixado um Evangelho segundo Mateus escrito em hebraico.

Os arménios também possuem uma tradição histórico-

eclesiástica que relata a presença de Bartolomeu em suas
terras. Segundo algumas tradições histórico-eclesiásticas, ele
teria sido crucificado por um rei armênio, que depois
mandou decapitá-lo.

MATEUS
Mateus o discípulo que nos deixou uma brilhante narrativa da
vida de Cristo, foi missionário nas regiões do Egito e da
Etiópia. Embora alguns poucos afirmem que ele morreu de
velhice, a maior parte da tradição histórico -eclesiástica o
coloca perecendo ferido por lança ou por espada em tais
regiões.

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 O TRABALHO DOS APÓSTOLOS

SIMÃO ZELOTE
Este humilde discípulo de Cristo derivou seu sobrenome,
provavelmente, de seu envolvimento com a seita dos zelotes,
grupo extremista que desejava se insurgir militarmente contra
Roma. Era um nome muito comum
nos tempos de Novo Testamento.

Segundo a tradição, Simão Zelote também teria feito sua obra

missionária nas Ilhas Britânicas. Além disso, teria também ido
a outras regiões distantes, principalmente do norte da África,
tais como o Egito, Cirenaica, Mauritánia e Líbia, e morrido na
Inglaterra por ordem do procurador romano.

TOMÉ
A riqueza existente nos relatos das tradições histórico-
eclesiásticas sobre os trabalhos missionários de Tomé é muito
consistente. Ele é o apóstolo sobre o qual existem mais
informações históricas. Entre as regiões por ele visitadas,
constam, segundo a tradição, a Babilônia, a Pérsia, a Média e a
China. Mas seu trabalho missionário mais expressivo foi
realizado na Índia.

Embora sejam muitas as tradições sobre a sua morte, há

muitos pontos em comum entre elas. E possível que ele tenha
perecido no sul da Índia, sendo assassinado pelos sacerdotes
bramanes, os quais invejavam a nova doutrina que ele estava
proclamando.

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 O TRABALHO DOS APÓSTOLOS

ANDRÉ
O Leste Europeu foi o lugar de atividade missionária deste
ousado servo do Senhor. Uma das mais fortes tradições
histórico-eclesiásticas, endossadas pelo historiador Eusébio,
diz respeito ao sul da Rússia, especialmente as regiões outrora
conhecidas como Cítia e Partia, próximas ao Mar Negro.
Outras regiões em que ele teria trabalhado seriam Bizâncio, na
Trácia, em Épiros, no Peloponeso e também na Bitínia.

A tradição diz que seu martírio teria ocorrido na Grécia.

Segundo alguns relatos, ele teria perecido em uma cruz em
forma de "X", a qual passou a ser conhecida pelo nome de
"cruz de Santo André".

FILIPE
O Novo Testamento menciona quatro personagens diferentes
com esse nome. Dois deles estão relacionados à casa de
Herodes, o Grande, enquanto os outros dois estão diretamente
ligados a Igreja Primitiva, sendo um o Apóstolo Filipe e o
outro Filipe, o Evangelista.

Lucas se preocupou em separar um do outro no seu relato.

Em Atos 8.1 ele diz: "Naquele dia, levantou-se grande
perseguição contra a igreja em Jerusalém; e todos, exceto
os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judeia e
Samaria." e no versículo 5 ele diz: "Filipe, descendo à cidade
de Samaria, anunciava-lhes a Cristo." Esse Filipe, portanto,
não era apóstolo, já que o texto diz "exceto os apóstolos" que
ficaram em Jerusalém.

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 O TRABALHO DOS APÓSTOLOS

Algumas tradições cristãs sugerem que o Apóstolo Filipe

evangelizou na Palestina e na Grécia, mas desenvolveu grande
parte de seu ministério pregando o Evangelho na Ásia Menor,
em Hierápolis.

Há também tradições que defendem que Filipe teria

evangelizado a Gália, região atual da França, porém não se
sabe se de fato isso ocorreu ou se trata de um erro de escrita
entre Galácia e Gália.

Ele teria morrido martirizado na Ásia Menor.

JUDAS TADEU
Há pouca informação a respeito desse apóstolo. Até mesmo
nos Evangelhos sua figura permanece muito obscura. Há
conexões que associam o seu trabalho missionário à Igreja
Armênia, mas trata-se apenas de uma simples especulação.

A respeito de sua morte, segundo fontes da tradição histórico-

eclesiástica, ele teria morrido sendo ainda muito jovem.

TIAGO, FILHO DE ZEBEDEU

Esse Tiago era o irmão de João. É geralmente chamado de
Tiago, o maior, para distingui-lo de Tiago, filho de Alfeu, que
recebeu o título de Tiago, o menor. Seu trabalho missionário
teve breve duração, pois ele foi morto por Herodes (Atos 12.2), e
o que nos é dito sobre o que ocorrera em tal ocasião é que isso
agradou aos judeus, de onde podemos inferir que seu
ministério era bastante impactante entre os judeus de
Jerusalém.

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 O TRABALHO DOS APÓSTOLOS

TIAGO, FILHO DE ALFEU

Não há também muito material sobre esse apóstolo, chamado
de Tiago, o menor.

As tradições histórico-eclesiásticas apresentam uma incrível

semelhança entre seu martírio e o martírio do irmão do
Senhor Jesus. Tiago, filho de Alfeu, teria sido arremessado de
cima do templo e logo em seguida apedrejado até a morte.
Mas pode se tratar de mera confusão com Tiago, o Justo,
irmão do Senhor Jesus Cristo.

MATIAS
Foi o substituto de Judas Iscariotes, o traidor. Da pouca
tradição histórico-eclesiástica que restou, ele teria feito sua
obra missionária na região da Armênia. Teria sido martirizado
por mãos judaicas em Jerusalém, após retornar de uma
campanha na Macedônia entre 61 e 64 d.C.

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