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FORMAÇÃO DE LÍDERES

HISTÓRIA DA IGREJA- PARTE Il

l I​ ndicações de Livros

Começamos esta aula com algumas referências bibliográficas que lhe auxiliarão
a entender este período de 2000 anos da Igreja cristã.

GONZÁLEZ, Justo L. ​E até aos confins da Terra: uma história ilustrada do


Cristianismo; tradução Key Yuasa. São Paulo: Vida Nova, 1995.

TILLICH, Paul. ​Uma história do pensamento cristão​; tradução Jaci Maraschin.


São Paulo: Aste, 2000.

Para compreender a história, precisamos entender o pensamento das pessoas


daquela época, a história do dogma ou história do pensamento. Dogma (​Doken​)
significa pensar, imaginar, ter uma opinião. Os dogmas eram muito mais do que
conceitos teóricos, eram a expressão de uma realidade específica, a realidade da
Igreja. Esta palavra há muito foi expressa de maneira negativa, por ter surgido
para se defender e combater interpretações errôneas. A perseguição a Igreja vai
além do físico, buscando confundir o pensamento para que o cristão perca a
base da sua fé.

l U
​ niversalismo do Império Romano

O Império Romano perseguiu a Igreja Cristã por aproximadamente 300 anos,


após esse período, já que não conseguiram derrubar o cristianismo, o imperador
junta a Igreja ao governo transformando o Império Romano na Igreja Romana.

Logo, se faz necessário levantar os seguintes questionamentos:

● Qual o limite da cultura e da filosofia?


● O que se pode aproveitar deste pensamento romano?
● O que não se pode aproveitar?
● Será que criticamos de forma correta?
● A nossa visão da história é correta?

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l​ Filosofia Helênica

O pano de fundo de toda essa história era o pensamento Grego, dividido em


dois períodos, o clássico que termina com a morte de Aristóteles e após a
Filosofia Helênica, que visa padronizar tudo a partir do pensamento Grego. No
Período helênico encontramos: estóicos, neo pitagóricos, céticos e
neoplatônicos, e é neste período que se desenvolve nossa história, onde
encontramos a fonte ou um material de diálogo com o pensamento cristão.

l​ Ceticismo

A origem do ceticismo é diferente do significado que está palavra passou a


significar. No período do pensamento grego, os ceticistas duvidavam de todas as
formulações das escolas gregas, desabando as convicções da época. Muitos
afirmavam que “Se não podemos pronunciar juízos teóricos, não podemos agir
na prática”. A dúvida passa a ser a maior realidade, causando desespero, apatia e
uma incessante busca de alguma certeza para viver.

Os céticos se retiravam para o deserto com um manto ou simples túnica.


Tempos mais tarde, os cristãos imitaram essa mesma atitude de desespero
sobre a possibilidade de viver nesse mundo, como exemplo os monges retirados
em seus monastérios isolados. É importante conhecer e estudar sobre esses
pensamentos para saber de onde surgiram os costumes cristãos e poder
defender os seus ideais, se posicionar nesta era onde o acesso a informação está
ao alcance de todos.

l​ Epicurismo

No epicurismo, seguiam a Filosofia hedonista (do prazer). Epicuro era chamado


de salvador por seus seguidores, pois os libertava da angústia com seu sistema
materialista dos átomos, libertava as pessoas dos demônios presentes na
totalidade da vida no mundo antigo. As mitologias sobre forças demoníacas
eram fortemente presentes neste período.

Outra consequência desse espírito cético é o que os estóicos chamavam de


“apatia”, uma ausência de sentimentos aos impulsos da vida, desejos, alegrias,
dores... O caminho era ir além de tudo isso para alcançar sabedoria.

Conheça os pensamentos filosóficos, pois você pode estar reproduzindo-os em


suas atitudes sem saber ou ter consciência disso. O cristianismo já superou
todas essas filosofias, busquem sempre conhecimento.

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l​ Tradição Platônica

Não podemos condenar completamente a filosofia, pois houveram momentos


na história, em que ela ajudou o cristianismo a dar um passo para frente. Para
saber quando a filosofia foi amiga ou inimiga do cristianismo, basta estudar o
máximo que puder sobre.

Platão traz a ideia da transcendência, algo que está além de nós. A vida não é só
o corpo. Telos (finalidade) se realiza na participação dessa transcendência com
Deus. É a ideia de providência com o propósito de acabar com a angústia frente
ao destino e da morte.

“O divino é forma sem matéria perfeito a si mesmo” (Aristóteles)

l​ Estoicismo

Importante salientar que as vidas das pessoas nesse período do mundo antigo,
era moldada pela tradição estóica. Estoicismo e cristianismo eram os principais
rivais em muitas ideias fundamentais: Doutrina do Logus estóico x doutrina do
Logus do apóstolo João. O estoicismo professava um pessimismo fundamental,
a respeito da maioria dos seres humanos.

l​ Ecletismo

No ecletismo, é preferível escolher uma possibilidade entre muitas coisas.


Perceba que diversas vertentes das correntes filosóficas ainda perduram nos
dias de hoje. As ideias selecionadas pelos ecletistas são retomadas no
iluminismo do século XVIII. A idéia da Providência era fortemente utilizada
porque dava segurança ao povo.

Neste pensamento, usavam Deus como forma de induzir ao temor e a


disciplina. Alguns conceitos presentes no ecletismo também eram a Liberdade
moral e responsabilidade. Considerando a imortalidade, havia ameaça de
punição num outro mundo para os que escapavam do castigo aqui na terra.
Essas ideias preparam o campo para o cristianismo.

l​ Período Intertestamentário

Neste período Filon de Alexandria traz a ideia de Abstração radical, onde os


Deuses perdem a sua concretude. Quanto mais fica abstrato, mais aparecem
mediadores (anjos). A piedade da lei se torna mais importante do que a piedade
do culto.

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A discussão dessas correntes filosóficas se faz necessária, pois esta era a
realidade dos apóstolos, da primeira geração a vivenciar o Evangelho, dizendo
sim ou não para o que era aceitável ou não para os cristãos.

l​ Religiões de Mistério

Surge o Misticismo de Filon doutrina do êxtase (Ek-stasis “ficar fora de si”)


reunindo o êxtase profético com o entusiasmo. E o cristianismo tem êxtase?
Qual o papel do êxtase no cristianismo? Qual diferença do cristianismo das
religiões de mistério?

Dionísio de areopagita, defende a êxtase do indivíduo que o leva a união com o


único e absoluto Deus. Cada pessoa iniciada num dado mistério, recebe um
deus especial (podia ser iniciado em mais de um mistério). Os métodos de
intoxicação eram por meios psicológicos: mudança de luz para escuro, jejum
rigoroso, incenso, sons, música etc, atingindo o propósito de levar as pessoas
para fora de si. Só eram iniciados os que se submetiam a rigoroso processo de
seleção em preparo. Protegiam o mistério das cerimônias contra qualquer
contaminação.

Fique tranquilo, há êxtase também no cristianismo, o questionamento que fica


para reflexão é: Onde fica o lugar do êxtase no cristianismo? Os pais apostólicos
deste período, geração sucessora dos apóstolos levantavam esse
questionamento desde a sua época.

Perceba que muitas questões são levantadas desde os tempos antigos, e hoje?
Quais nossos questionamentos? O que é seguir o Evangelho? Escute a voz dos
pais apostólicos, pois eles tem muito a dizer para permanecer firme em Cristo
Jesus.

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