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AVALIAÇÃO DE MEDIEVAL

Questão 01:
O período da patrística normalmente é dividido entre três momentos distintos.
Explicite quais são estes períodos e quais suas características no que diz
respeito a escrita, a elaboração do pensamento e cite um dos pensadores que
nele atuaram. Sabendo que o último período foi o mais importante e de maior
produção comente o trecho:
“Permitam-me que eu levante a voz e fale habitualmente como se eu estivesse
na presença de reis e filósofos. Quem dentre vocês dominam as leis do
silogismo ou que especulem a mais alta abstração, que possua uma alma tão
pura que seja incapaz de amar os próprios inimigos em vez de os odiar; que
os abençoem em vez de amaldiçoa-los? Entre nós, cristãos, encontrareis
pessoas simples e pobres, artesãos e agricultores, que são capazes de
demonstrar com palavras o valor da nossa doutrina, mas demonstram com
suas obras a grandeza do cristianismo; quando os ofendem, não respondem
com ofensa, quando os roubam não prestam denuncia; dão a quem os pede,
amam o próximo com a si mesmos.” (Apologia de Atenágoras)

A filosofia patrística, é o movimento empreendido pelo pensamento dos


primeiros Padres da Igreja derivando-se do encontro entre o pensamento clássico e
o pensamento semita, que perdurará entre primeiros séculos de nossa era. Ambos
pensamentos, fundamentam a estrutura nascente da igreja e de todo o pensamento
cristão ocidental que conhecemos, construído a partir da experiência religiosa e
particular de cada autor que levava a boa nova a esses povos, como objetivo de
inserir em suas vidas novos ideais (dogmas) almejando posteriormente a conversão
dos mesmos.
Tudo tem início, quando o apóstolo Paulo chega ao mundo helênico para
anunciar a mensagem do reino, transmitida oralmente e fazendo memória dos
últimos acontecimentos da vida de Jesus. Tal anuncio consistia em relatar a vinda
de Jesus; um homem que contesta as autoridades do templo e do império,
colocando em risco a hegemonia do local. O povo helênico porém, tinha em vista a
experiência da realidade e ao transcendente baseada unicamente na razão.
O cristianismo deixa o mundo hebreu lealmente judaico e nessa transição
deparar-se com uma orientação estritamente racional no mundo helênico. Tendo em
conta ambas perspectivas, esses primeiros cristãos carentes de sagacidade
transportaram elementos que pudessem ressignificar o pensamento judaico. Com
este novo povo, o cristianismo encontra ferramentas para constituir uma identidade
intelectual, adotando também símbolos como: a língua, as vestes, e elementos que
auxiliaram na elaboração de ritos, orações, catequeses e textos pertencentes ao
cânon.
Os Padre Apostólicos pertencem a primeira geração de cristão e,
certamente, tiveram algum contato com os apóstolos e discípulos diretos de Jesus.
Pouco conhecidos, estes não tiveram nenhum interesse em escrever, mas em
anunciar tudo o que ouviram, ou seja, desenvolveram uma ação pastoral. Eles
escreveram cartas que explanam pontos centrais da doutrina cristã - de ordem
prática e religiosa –, mas, não enfrentaram nenhum problema filosófico. Entre os
pensadores desse período podemos destacar, Clemente de Roma, Inácio de
Antioquia e Policarpo de Esmirna.
Entre as contribuições destacamos, Clemente de Roma, Bispo que trabalhou
notavelmente na construção do cristianismo primitivo. Ele desenvolve termos
filosóficos gregos para explicar conceitos cristãos, como por exemplo a gnose – um
conhecimento esotérico que faz parte da essência humana, que combina mística,
sincretismo religioso e especulação filosófica, que conduz a alma a salvação. Ele
também se expressou primitivamente sobre os ministérios do corpo eclesial cristão e
seus membros, enfatizando um grande ideal: a unidade, sempre manifesta na ação
e vivencia cristã, aspectos intrínsecos na vida da igreja.
Posteriormente, temos os Padres Apologistas que viveram entre os séculos
II e III, período que conta com um grande número de escritos. Este período é
marcado pela defesa da fé cristã de forma direcionada e específica. A apologia
deste período, utiliza ferramentas do pensamento filosófico como os conceitos, a
lógica e definições para esclarecer sua doutrina, ou seja, escreviam contra os
ataques e perseguições que a plebe pagã e o Estado lhes dirigiam. Dessa fase
podemos destacar, Justino, Taciano e Orígenes.
Desta fase destacaremos Orígenes, que nasceu no ano 185 d.C. em
Alexandria. Teve como mestre Amônio Sacas e Porfírio, mestre e discípulo do
neoplatônico Plotino. Ele teve grande reconhecimento como teólogo na tradição
grega da Igreja. Tendo a filosofia platônica como instrumental para sua reflexão
religiosa cristã, ele incidiu em vários erros dogmáticos, gerando diversos embates e
disputas nos séculos seguintes a sua morte. Ainda, ele apresenta em sua grande
maioria como crítica textual dos textos sagrados, bem como exegese. Foi ele quem
percebeu que haviam dissonâncias históricas no cânon bíblico, o que para ele não
fazia o menor sentido. Através da exegese, conclui que o livro sagrado tinha sentido
espiritual presente tanto no Antigo, quanto no Novo Testamento.
A terceira fase foi chamada de os Padres da Igreja, que durou do século III
até o início da Idade Média, período que a Igreja começou a organizar os seus
dogmas em concílios ecumênicos, onde propuseram melhorias e o esclarecimento
doutrinal cristão. Entre os destaques dessa fase temos Santo Agostinho,
responsável pela conceptualização de várias questões, entre elas: o pecado original,
a teoria da predestinação, o primado e infalibilidade papal, sobre a Verdade, o tempo
e a eternidade.
Já entre os concílios, destaco o Concílio de Niceia, acontecido em 325 de
nossa era. Nele concilio foi estabelecido questões cristológicas como o arianismo,
heresia essa que negava a consubstancialidade entre Jesus e Deus Pai – no Credo
Niceno-Constantinopolitano, vemos pensamentos filosoficamente e teologicamente
colocados. Outros assuntos abordados foram a, a criação, a consubstancialidade, o
tempo e a encarnação.
Vale ainda destacar Atenágoras de Atenas que, viveu no fim do século II d.C.
Ele como Apologista cristão, defendia arduamente as práticas cristãs atacando as
religiões pagãs, sobre tudo quanto ao seu politeísmo. Em sua defesa, vemos
presente uma verdadeira expressão quanto a vivencia cristã dada através da
reflexão sobre a fé. Para ele a filosofia por si não bastaria, mas os cristãos, mesmo
sem todo aquele conhecimento racional a respeito das coisas, agiriam corretamente
diante da fé, pois, a boa nova consiste não do cuidado pela sageza, mas na
mudança de atitude operada pela fé (não basta apenas falar da doutrina, mas sim
deve-se praticá-la, vive-la).
Questão 02:
Crer significa aderir a uma proposição não porque eu mesmo tenha
estabelecido a verdade, mas porque deposito confiança em alguém com
competência e autoridade que me assegura da verdade. É a posição do
cristianismo emergente.
Filosofar significa usar da razão autonomamente. É a posição da filosofia
helênica, ou “helenismo”. Essas duas situações se defrontaram no
cristianismo primitivo, na patrística e na Idade Média.
As duas posições são excludentes? Qual seu entendimento dessa questão?

Iniciamos essa discussão elucidando os dois pontos a serem compreendidos


conceituando-os. O ato de crer está intimamente ligado a verdade que acreditamos,
entretanto, não somos capazes de definir se aquilo existe ou não. Quanto ao ato do
filosofar e o significado atribuído de “usar a razão autonomamente”, podemos defini-
lo como conhecimento, ou seja, o ato de reconhecer aquilo que existe
verdadeiramente a partir de algo que já concebemos em nossa experiência vivida.
Relacionando esses pontos a busca da verdade ou do conhecimento,
extravia-se no sentido do crer, pois, neste caso aceita-se a verdade, não sentimos
necessidade de sair e buscar verdade. Quanto ao filosofar, vive de incertezas e por
elas busca através da reflexão e razão encontrar a verdade. Portanto, neste ponto, a
busca da verdade entre essas posições tornam-se excludentes.
Contudo, as duas posições também não são se excluem, à medida em que o
cristianismo se apropria de elementos da cultura ocidental para fortalecer-se
construindo um caminho paralelo entre “crer” e “filosofar”, entre “fé” e “razão”.
Unindo esses conceitos encontramos uma busca autônoma e reflexiva previamente
estabelecida, na qual propiciamos a credibilidade como objeto de estudo.
Dessa forma, podemos justificar o afronte cristão do período patrístico
mediante a essas questões que buscavam sanar a carência de razão do
pensamento judaico resinificando a racionalidade humana – que surge após o
conceito de Uno de Plotino que afirmava a existência de uma realidade superior à
sensível e inteligível de Platão provocando uma fusão com o aspecto místico cristão
favorecendo uma nova forma de compreender e explicar a realidade.
Questão 03:
A filosofia patrística é caracterizada pelo encontro de duas tradições
específicas de pensamento e de fé. O cristianismo, durante seu período de
expansão, deixa o mundo Palestino e Médio Oriental para ir ao encontro do
mundo helênico. Diante deste novo mundo, cuja fundamentação do pensar é a
Razão do ser humano, comente quais são as duas posições assumidas pelos
Padres da Igreja frente ao encontro: fé e razão.

A fé embasada na bíblia – palavra revelada –, faz parte da vida comunitária


cristã, que buscar tornar o povo justo e santo, suscitados por uma vida de convicta
adesão a Deus. O cristianismo deixa o mundo palestino com ideal expressamente
judaico a partir de uma visão missionária, entretanto, essa saída foi tumultuada em
meio a divergências políticas, sociais, históricas e teológicas.
Ao descobrirem a civilização helênica, eles conhecem um povo cuja a
experiência em vista à realidade e ao transcendente está unicamente orientado
através da razão. O desafio frente a Razão está ligado ao esplendoroso modo com
que a civilização helênica desenvolvia suas diferentes formas teóricas e práticas,
sobretudo pela sabedoria filosófica que os envolvia. A experiência de um Deus
libertador, representada por Jesus de Nazaré, não era partilhada pelo povo
ocidental.
Dessa forma, a medida em que o cristianismo se expande, revelação e razão
se chocam, fazendo com que o cristianismo busque sanar a carência de razão do
pensamento judaico constituindo uma racionalidade a partir da manifestação da
graça afrontando as duas perspectivas. Podemos declarar, que o cristianismo rende-
se a perspectiva da Filosofia e que tal decisão empreenderá uma profunda mudança
no cristianismo primitivo.
Os primeiros Padres da Igreja acolheram esse primado, reconhecendo-o
como uma experiência complexa, por isso, eles procuraram adequá-los para
constituir uma identidade cristã, munindo-a intelectualmente, aderindo símbolos
(como a língua, as vestes), elaborando ritos, orações, catequeses e textos
pertencentes hoje a Cânon do Segundo Testamento – elementos que abasteceram
tanto sua forma pensar como de compreender a realidade. Com a elucidação desse
binômio, compreende tal distinção mostrando a viabilidade de uma integralidade
entre seus elementos.

Questão 04:
A maior produção literária e teológica da patrística foi o período das apologias.
Defina o que é apologia. Por que ela surge na história da igreja? Os primeiros
apologistas fazem frente ao império e os segundos aos hereges, por isso, cite
uma das principais heresias que existiram no período da patrística e qual foi a
sua oposição.
Dois dos mais importantes Padres da Igreja foram Justino e Orígenes. Justino
elaborou uma doutrina acerca da “semente do verbo” ou “Logos
Spermatikós”.
Explique, a partir do texto, qual é essa doutrina e porque a filosofia é
importante para elaborá-la.
“Nossa doutrina é a maior do que toda doutrina humana, pois temos a
plenitude do Lógos: Cristo se manifestou em corpo, palavra e alma. Tudo o
que os filósofos, legisladores e poetas disserem até hoje o fizeram sob a
influência parcial do Lógos, porém nós conhecemos a plenitude do Lógos...”

Definimos Apologia como um discurso de defesa ou justificação, que nessa


época utilizará ferramentas do pensamento filosófico como os conceitos, a lógica e
até definições para esclarecer sua doutrina. Entretanto, a necessidade de uma
defesa da fé é vista muito antes deste período, nos apóstolos e seus sucessores
existe uma defesa da fé de forma remota.
Como já visto em questões anteriores, temos dentro da Patrística um período
reconhecido pelo trabalho desenvolvido pelos Padres Apologistas, pensadores
pertencentes a última geração patrística, com grande número de escritos, marcados
principalmente pela defesa da fé cristã de forma direcionada e específica. Eles
escreveram com a missão de explicar a fé cristã de modo compreensível pelas quais
os mártires entregavam a vida, ou seja, buscavam defender a fé pela qual os
mártires morreram testemunhando.
Os mártires defendiam a fé que professavam, que se dava muitas vezes nos
seus atos e nos julgamentos, onde eram questionados do porquê preferem perder a
vida à renunciar a fé, onde fundavam seu testemunho fecundamente em sua
experiência de fé que, para eles era uma experiência da Verdade. Por isso, as
primeiras Apologias são textos pouco conhecidos, que falam mais de uma defesa da
fé a partir do exemplo de vida cristã, e não de um pensamento organizado
racionalmente para expressar uma verdade.
Dentre os mais importantes Padres da Igreja destacamos Justino, um grego
convertido nascido em Flávia Neápolis, pertencente a geração tardia de cristãos,
que marcará a busca da Verdade transformadora eficaz e atuante na humanidade.
Mesmo sendo conhecedor da filosofia, herdeiro do platonismo na busca pela
contemplação do Bem, ao conhecer a revelação cristã depara-se com um novo meio
para chegar até o Bem, identificado agora como Deus.
Ele se dá conta de que é impossível conhecer a verdade por si só, e
diferencia a busca especulativa da verdade da verdade revelada. O cristianismo
modifica a especulação filosófica onde o homem busca a verdade, mostrando que é
a verdade que se revela na vida e história da humanidade na pessoa de Jesus.
Justino descreve uma teoria conhecida como: Lógos Spermatikós – a semente do
Lógos, sendo este o próprio Cristo, baseando-se no início do evangelho de São
João, ele coloca o Cristo como existente antes da concepção do mundo e coeterno
com Deus.
A filosofia, a profecia e a arte são manifestações humanas da experiência e
plena do Criador e de sua força criadora na vida e na história humana – fatores que
compõe o pensamento de Justino. Por isso, não devem ser condenados as
produções boas anteriores ao cristianismo. Para ele ainda, a ação moral está ligada
ao contato com a Palavra revelada. A Verdade operante na vida dos batizados é
essencialmente o próprio Verbo, o Lógos criador de Deus, no qual Justino
fundamenta todo seu pensamento, tornando a filosofia um instrumento de produção
teológica.
Mais tarde, com os últimos Pais da Igreja gregos e latinos que surgem as
heresias, onde a partir de agora a defesa da fé acontece não somente contra os
pagãos, mas também contra os próprios cristãos que se desviaram do entendimento
da verdade que vinha se moldando.
FALTA FALAR DAS HERESIAS
Questão 05:
Exponha as principais semelhanças entre o estoicismo e o epicurismo, no que
diz respeito à moral. E qual a sua presença/influência no cristianismo
nascente?

O período helênico, perdura por cerca de sete anos e designa tradicionalmente


o período histórico em que Alexandre Magno (o Macedônio) dominou a mundo grego
até a dominação romana, exercendo domínio sobre diferentes povos (judeus,
egípcios, etc). Também pode ser compreendido como um período de transição entre
a idade antiga e a idade média.
Também foi uma época de suma importância para o desenvolvimento ético –
mesmo com teorias já formuladas no Período Clássico – aqui elas se concentram no
princípio que o homem deve assumir para melhor conduzir suas ações, ou seja,
remete-nos a discutir a disposição que cada indivíduo tem para modificar suas ações
(hábitos), sejam elas virtuosas ou viciosas. A prática virtuosa fomenta a tranquilidade
da alma, mas, se o hábito não é ético, é considerado um hábito vicioso.
Dessa forma, surgem nesse época diferentes modos de pensar a ação virtuosa
(ação ética) e a busca pela ausência de perturbações, concebidas principalmente
pela busca de uma ação equilibrada já que o mundo helênico encontrava-se sobre
um sincretismo de diversas culturas aproximando, consideravelmente, o Oriente do
Ocidente.
Destacamos então a primeira grande escola, fundada por Epicuro, que viveu
numa época de auge das filosofias socráticas e platônicas. Baseando-se em valores
dessas escolas, ele fundamentou uma nova visão tendo por objeto a tranquilidade
como propósito da vida – que encontra-se na experiência e na escolha de vida.
Assim, sua doutrina apresenta o homem que experimenta o mundo a partir das
sensações, sendo estas, fundamentais na construção do conhecimento e na sua
interação com a natureza.
Os epicuristas determinam seus princípios éticos baseando-se nas sensações
de dor e prazer, priorizando em suas ações a obtenção de prazer em detrimento das
ações. O papel dos epicuristas consistirá na procura racional do prazer de existir,
curar a alma de suas doenças e ensinar o valor da simplicidade para vida, um prazer
hedonista, que satisfaça os sentidos praticando como um hábito. A não satisfação
dos sentidos gera hábitos viciosos e consequentemente a dor, pois, o indivíduo
encontra-se em descontrole emocional.
Os estoicos possuem uma estreita aproximação com a virtude e o prazer, a
tranquilidade da alma, a estabilidade das sensações e a satisfação do corpo. Dessa
forma, o princípio ético a ser praticado como habito virtuoso pelos homens é o que
nós chamamos de hedonismo moderado, direcionando os homens a evitar ações
extremas.
Em seguida temos a escola estoica, fundada por Zenão de Cítio, é considerada
uma das mais importantes do período helenístico e concebe uma filosofia sistêmica
dividida em física, lógica e ética, explicada pela metáfora da árvore: a física seria a
raiz, a lógica o tronco e a ética os frutos – sendo estes passiveis de colheita, porém,
não existiriam sem o tronco e as raízes.
Para eles, as pessoas deveriam viver de acordo com a verdadeira natureza,
como seres racionais. A exaltação da razão envolvia um desprezo proporcional pelo
prazer e pela emoção. Ao contrário dos epicuristas, os estoicos defendem o anti-
hedonismo como modo de viver, pois, para eles a felicidade estava ligada a
presença de tranquilidade e equilíbrio da alma. A ausência de tal tranquilidade, era
contrária as emoções e ao autodomínio racional.
Os homens que se deixam tomar pelas emoções, não possuem um domínio
sobre si mesmos, caindo na fraqueza, ou seja, é necessário ausentar-se das
emoções intensas (ideia de apátheia), que designa um estado de espírito no qual
alguém cumpriria seus deverem sem que estivesse dominado pela emoção. Quem
atinge esse estado, adquire a ausência de perturbação.
Destarte, a ação ética passa pelo controle das emoções nos momentos
decisivos, controlar nossas emoções em favor da presença da racionalidade e
primam por uma frieza racional, para que por meio do raciocínio, se possa ter
clareza de nossas escolhas, pois, do contrário, seríamos vítimas de nossas próprias
paixões. A escolha da ação correta constitui a virtude e nos leva à felicidade, tal
ação virtuosa prima o autodomínio racional em detrimento das emoções.
O pensamento dessas duas escolas proporcionaram mais tarde o
desenvolvimento das doutrinas fundamentais do Neoplatonismo, posteriormente a
Patrística, a Escolástica Árabe e Latina, no período renascentista. Principalmente,
podemos destacar a questão pela busca de como adquirir a ausência de
perturbação que tornar-se-ia uma reflexão próxima a morte: que convida o homem a
uma conversão imediata (mudança do hábito vicioso para o hábito virtuoso) e a
liberdade interior (ideia de apátheia).

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