Universitário Claretiano para a disciplina Filosofia da Religião e Teodicéia, ministrada pelo Tutor Marlon Junior Pellenz.
CARUARU 2024 1- O que é Filosofia da Religião?
Em uma primeira análise, a disciplina filosofia da religião tem caráter exploratório e
explicativo referente a espiritualidade e ao tema da fé, a palavra religião significa religar, ou seja, ela tem um papel fundamental em conectar o ser com aquilo que ele crê ou acredita. Dessa forma, essa corrente filosófica tem uma atribuição imprescindível para a nítida compreensão da fé, abrindo os olhos dos homens para enxergarem a ação do Divino no mundo, trazendo solidez a está cognição. Nesse sentido, Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino, Doutores da Igreja Católica, ressaltam a importância da filosofia para a compreensão do fenômeno religioso. A presente disciplina contribui para um debate coerente entre a filosofia e a religião que estar fundamentada nos dogmas da fé. Podemos entender a religião, amplamente falando, como um sistema de crenças. Culturalmente falando, podemos dizer que existe em quase todas as culturas, pelo menos, uma expressão religiosa. Essas expressões diferem entre si, quanto a conceitos e origens, mas sempre partem da tentativa do homem de querer encontrar repostas a problemas para quais a razão humana não seria capaz ou suficiente. Na esfera da religião, não é necessária uma demonstração racional para aquilo que se professa, mas a fé necessariamente não é oposta à razão. A partir do século XIX é que parece o termo “filosofia da religião”, parte da filosofia que se ocupa de examinar racionalmente as explicações religiosas. A inquietação sobre Deus sempre foi uma questão que movimentou o pensamento desde a antiguidade, como Tomás de Aquino e Agostinho. Segundo a doutrina da Igreja, a fé cristã era a verdade mais elevada. Considerando a doutrina, qualquer movimento contrário era considerado como heresia. Na época, o único movimento possível à ciência e a filosofia era a comprovação racional da fé. A partir da filosofia grega ou contra ela, muitos pensadores cristãos lançaram-se nessa tarefa e tentaram cativar os descrentes. Os padres apologistas, aqueles que mostravam a superioridade da fé cristã, rejeitavam o recurso às filosofias gregas. As obras de maior destaque são as de Santo Agostinho e Santo Tomás - Agostinho, que pertencia à Patrística e Tomás de Aquino, que pertencia à Escolástica. Santo Agostinho, principal expoente da Patrística, estabelece que a principal diferença entre fé e a razão é que, pela fé, conseguimos compreender coisas inalcançáveis por meio da razão. Pare ele, a fé revela verdades de forma intuitiva, verdades que são confirmadas pelo exercício racional. Santo Tomás já pertence a segunda fase. Fase essa que pretendia recorrer aos pensamentos aristotélicos para explicar os pontos principais da fé cristã. Com este movimento criou-se um sistema próprio, do qual conseguiu elaborar provas racionais da existência de Deus, com isso, Santo Tomás torna-se Doutor da Igreja. Para Nietzsche, o cristianismo reforçou uma moral dotada de submissão, pecado e culpa. Para o filósofo alemão, a própria moral é o instrumento para o enfraquecimento dos fortes. Embora na Idade média tenham surgido inúmeras teorias que se pretendem capazes de provar a existência de Deus, a partir do século XVII houve uma guinada na mentalidade humana, e muitos argumentos defendidos na era medieval perderam sua validade. Muitos filósofos religiosos têm suas próprias prevenções contra a cultura religiosa popularesca, como Kant e Feuerbach, o qual estimulou o estudo das religiões do ângulo social e antropológico destas convicções espirituais, caminho seguido até hoje por grande parte dos filósofos desta disciplina.
2- Apresente uma síntese da relação entre Filosofia e Religião na história do cristianismo
ocidental e, como se deu o embate entre fé e razão nesses dois mil anos de cristianismo.
Primordialmente, para o cristianismo em seus primórdios somente crê era necessário,
no entanto com o avanço racional os cristãos perceberam a necessidade de procurar respostas pela razão. Logo, o embate entre fé e razão teve seu início no império Romano. Naquele tempo existia duas correntes de pensamentos a dos greco-romanos e dos cristãos, os greco-romanos em tese defendiam que o mundo natural é a fonte de todos as coisas, no entanto, na Suma Teológica Santo Tomás de Aquino diz que tudo tem que ter uma causa, nada é causa própria, contudo, essa era a corrente de pensamento que os cristãos defendiam. Seguramente, e para os cristãos, o que trazia solidez a estas verdades de fé eram as Sagradas Escrituras e a Patrística. Entretanto, Santo Agostinho Padre da Igreja cita que a fé e a razão enriquecem a “filosofia cristã”. Portanto, atualmente tendo todo o histórico e magistério, o cristianismo defende que a fé é ajudada pela razão para a sua consistência. Assim, no século atual é notório que as pessoas estão repletas de dúvidas e no que diz o quesito da fé não é diferente. Atualmente as pessoas se perguntam onde está Deus em meio a um mundo repleto de maldades e catástrofes, logo, estamos vivendo em um mundo onde existe tantas perguntas e questionamento acerca da fé e da razão. Contudo, profissionalmente devemos ter fundamentos sólidos para explicar e debater estas questões. Questões tão relevantes e profundas.