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Fernando Pessoa

1888 - 1935
Modernismo Europeu
Início do séc. XX
Portugal

Cada grupo de estados de alma mais


aproximados insensivelmente se
tornará uma personagem, com estilo
próprio, com sentimentos porventura
diferentes, até opostos aos típicos do
poeta na sua pessoa viva.
Fernando Pessoa.
O que é um heterônimo?
• Ortônimo: eu empírico, o próprio poeta, sujeito real do
mundo, ideológico, que vive as experiências, o criador
• Heterônimo é a criação, com nome, biografia, obra e estilo próprios, como
se fosse um eu-empírico, mas, por ser criação, é eu lírico
• A heteronomia é um processo criativo pelo qual Pessoa cria seus outros
eus, e assim percorre os caminhos do auto-conhecimento

Teoria do Fingimento:
teoria da criação desenvolvida pelo filósofo alemão
Friedrich Nietzsche.

“somente o poeta que é capaz de mentir


conscientemente, voluntariamente, pode dizer a
verdade.”
Despersonalização:
teoria criada pelo filósofo alemão Friedrich Hegel. O ser em
si (eu empírico, real, o criador) torna-se outro ser (eu
lírico, a criação) e retorna a estar em si. É um estado de
consciência das infinitas possibilidades que podemos ser de
nós mesmos. Em Fernando Pessoa, a busca por essa
consciência alimentou e elevou sua esquizofrenia ao grau
máximo.

busca outros (eus líricos)


eu
EU AUTOCONHECIMENTO eu eu
eu

retorna a si (eu empírico)


Epicurismo.................
• Influência do filósofo romano Horácio
• Filosofia do Carpe Diem – aproveitar o momento e os
prazeres da vida, mas sem exagero
A morte é a única certeza. (fatalismo)
• Bucolismo: adoração da natureza na procura
de equilíbrio
A natureza é o único caminho para a tranquilidade

Locus Aurea
amoenus mediocritas
Lugar ameno Alma mediana
NATUREZA EQUILÍBRIO

Epicuro de Samos: 341


a.C. Samos — 271 ou 270
Carpe Diem a.C. Atenas. Foi um
filósofo grego do período
Viver o Dia helenístico.
NEO-PAGANISMO

Nada vale a pena Afastamento CARPE


de tudo que DIEM
pode causar
perturbação
Abdicação de
e dor: sujeito
tudo Contemplação
moderado
da natureza:
Viver busca pela calma
indiferente e equilíbrio
Aceitação
resignada do a tudo
destino
Quinto Horácio Flaco, 65
a.C. — Roma, 8 a.C. Foi um
poeta lírico e satírico
ESTOICISMO EPICURISMO romano, além de filósofo.
É conhecido por ser um
Zona de intersecção dos maiores poetas da
Roma Antiga.
Alberto Caeiro
O Mestre

O que não pensa, nem


sonha.
 Como todo heterônimo, este possui nome,
biografia, profissão e estilo próprios.

 Nasceu em 1889, em Lisboa; faleceu em


1915
por tuberculose
 Vida rural
 Sem educação nem profissão
 Frágil, baixo, louro, olhos azuis
Temáticas:

 Mundo pastoril
 Bucolismo
 Simplicidade
 Objetividade
 O poder da visão
 Concreto/real
 Tudo é fruto da racionalidade, e sentir também
deve ser racional, e racional é não devanear, nem
imaginar, muito menos questionar.
O Guardador de Rebanhos

 É a reunião dos seus versos,


composto grandes
49 poemas, teorizando e
praticando
de o simples olhar para as coisas,
sem nenhuma interrogação metafísica.
(Leyla Perrone-Moisés)
Os
Poemas
Neste excerto do poema I, o mestre se
apresenta, mostra como se comporta em
I relação à vida, ao mundo, como enxerga
Eu nunca guardei rebanhos, as coisas e o que pensar significa para si.
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.

Pensar incomoda como andar à chuva


Quando o vento cresce e parece que chove
mais.
Não tenho ambições nem desejos
Ser poeta não é uma ambição minha
É a minha maneira de estar sozinho.
Aqui, Caeiro expressa a importância do
ver, enxergar como forma de acreditar
e de venerar o que é concreto, claro e
objetivo, bem como sua noção do
amor. II
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de
acordo...

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...


Se falo na Natureza não é porque saiba o que
ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...
V
Há metafísica bastante em não pensar em nada. Este é o poema mais famoso do O Guardador
O que penso eu do mundo? de Rebanhos, pois ele sintetiza todas as
Sei lá o que penso do mundo! características do heterônimo, expõe sua
Se eu adoecesse pensaria crença somente no que vê, a natureza e a
nisso. essência das coisas e da vida.
Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo? Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
Não sei.Para mim pensar nisso é fechar os olhos E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz
E não pensar. É correr as cortinas pensar,
Da minha janela (mas ela não tem cortinas). A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no
mistério. Que é a de não saber para que vivem
Quem está ao sol e fecha os olhos, Nem saber que o não sabem?
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os
pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes. Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
O único sentido íntimo das cousas Para que lhe chamo eu Deus?
É elas não terem sentido íntimo nenhum. Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Não acredito em Deus porque nunca o vi. Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Se ele quisesse que eu acreditasse nele, Sol e luar e flores e árvores e montes,
Sem dúvida que viria falar comigo Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E entraria pela minha porta dentro E luar e sol e flores,
Dizendo-me, Aqui estou! É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as E por isso eu obedeço-lhe,
cousas, (Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Não compreende quem fala delas Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.) Como quem abre os olhos e vê,
Mas se Deus é as flores e as árvores E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E os montes e sol e o luar, E amo-o sem pensar nele,
Então acredito nele, E penso-o vendo e ouvindo,
Então acredito nele a E ando com ele a toda a hora.
toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
VIII
Num meio-dia de fim de primavera
O poema VIII é emblemático porque aqui Tive um sonho como uma fotografia.
surge a personagem do menino Jesus, Vi Jesus Cristo descer à terra.
que interage com o poeta e se comporta Veio pela encosta de um monte
Tornado outra vez menino,
como uma criança comum, que faz A correr e a rolar-se pela erva
travessuras, que é inteligente e goza de E a arrancar flores para as
plena vida, de forma simples, humilde e deitar fora
E a rir de modo a ouvir-se de longe.
sem responsabilidades, bem como o
Tinha fugido do céu.
poeta entende que deve ser sua poesia e Era nosso demais para fingir
sua própria vida. Podemos entender que De segunda pessoa da Trindade.
o menino Jesus é a expressão da No céu era tudo falso, tudo em desacordo
Com flores e árvores e pedras.
natureza física, descompromissada com No céu tinha que estar sempre sério
o pensar, apenas interessada em existir E de vez em quando de se tornar outra vez homem
para o que deve existir, e que o Jesus E subir para a cruz, e estar sempre a morrer
Com uma coroa toda à roda de espinhos
adulto é a expressão da natureza
E os pés espetados por um prego com cabeça,
humana, que é pensar, logo questionar E até com um trapo à roda da cintura
e, consequentemente, ser angustiado e Como os pretos nas ilustrações.
infeliz. Jesus menino apenas viveu, o Nem sequer o deixavam ter pai e mãe
Como as outras crianças.
adulto morreu por se importar demais, O seu pai era duas pessoas
por se preocupar demais, por pensar Um velho chamado José, que era carpinteiro,
demais. E que não era pai dele;
E o outro pai era uma pomba estúpida,
A única pomba feia do mundo
Porque não era do mundo nem era pomba. Esta é a história do meu Menino Jesus.
E a sua mãe não tinha amado antes de o ter. Por que razão que se perceba
Não há de ser ela mais verdadeira
Não era mulher: era uma mala
Em que ele tinha vindo do céu.
Que tudo quanto os filósofos pensam
E queriam que ele, que só nascera da mãe, E tudo quanto as religiões ensinam?
E nunca tivera pai para amar com respeito,
Pregasse a bondade e a justiça!

Um dia que Deus estava a dormir


E o Espírito Santo andava a voar,
Ele foi à caixa dos milagres e
roubou três.
Com o primeiro fez que ninguém
soubesse que ele
tinha fugido.
Com o segundo criou-se eternamente humano e
menino.
Com o terceiro criou um Cristo eternamente na
cruz
E deixou-o pregado na cruz que há no céu
E serve de modelo às outras.
Depois fugiu para o sol
E desceu pelo primeiro raio que apanhou.
(...)
................................................................
XXIV Neste poema XXIV, é possível
O que Nós Vemos observarmos a essência do neo-
O que nós vemos das cousas são as cousas. pganismo, a ordem e disciplina que só a
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse visão pode oferecer ao mestre, que só o
outra? concreto pode constituir, e sua total
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos abnegação ao que subjetivo.
Se ver e ouvir são ver e ouvir?
Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma
O essencial é saber ver,
vestida!),
Saber ver sem estar a pensar,
Isso exige um estudo profundo,
Saber ver quando se vê,
Uma aprendizagem de desaprender
E nem pensar quando se vê
E uma seqüestração na liberdade daquele
Nem ver quando se pensa.
convento
De que os poetas dizem que as estrelas
são as
freiras eternas
E as flores as penitentes convictas de um só
dia,
Mas onde afinal as estrelas não são senão
estrelas
Nem as flores senão flores.
Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e
flores.
Alberto Caeiro desenvolve seu neo-paganismo existencial e humano, assumindo
uma postura egoísta de não se importar com o que os homens falam, sofrem, se
preocupam, pois só são assim porque pensam demais. Nos dois últimos versos, o
mestre não entende a subjetividade.

XXXII Todo o mal do mundo vem de nos


Ontem à tarde um homem das cidades importarmos uns com os outros,
Falava à porta da estalagem. Quer para fazer bem, quer para fazer mal.
Falava comigo também. A nossa alma e o céu e a terra bastam-nos.
Falava da justiça e da luta para haver justiça Querer mais é perder isto, e ser infeliz)
E dos operários que sofrem,
E do trabalho constante, e dos que têm (Louvado seja Deus que não sou bom,
fome, E tenho o egoísmo natural das flores
E dos ricos, que só têm costas para isso. E dos rios que seguem o seu caminho
E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos Preocupados sem o saber
olhos Só com florir e ir correndo.
E sorriu com agrado, julgando que eu É essa a única missão no Mundo,
sentia Essa — existir claramente,
O ódio que ele sentia, e a compaixão E saber faze-lo sem pensar nisso.
Que ele
(Mas eu dizia
mal oque
estava
sentia.
ouvindo.
Que me importam a mim os homens E o homem calara-se, olhando o poente.
E o que sofrem ou supõem que sofrem? Mas que tem com o poente quem odeia e
Sejam como eu — não sofrerão. ama?
Observação

A natureza é real, concreta. A vida e as


coisas devem ser naturais, com
objetividade e concretude. Nos dois
últimos versos do poema, não
se compreende a subjetividade.
XXXIV

Acho tão natural que não se pense


Que me ponho a rir às vezes, sozinho,
Não sei bem de quê, mas é de qualquer cousa
Que tem que ver com haver gente que pensa... No poema XXXIV, Caeiro propõe
que se viva pela percepção, não
Que pensará o meu muro da minha sombra? pela racionalização, negando a
Pergunto-me às vezes isto até dar por mim
filosofia, a transcendência e a
A perguntar-me cousas. . .
E então desagrado-me, e incomodo-me
teologia. Essa é a sua antipoesia,
Como se desse por mim com um pé sem a evidência de um eu-lírico
dormente... subjetivo.
Que pensará isto de aquilo?
Nada pensa nada.
Terá a terra consciência das
pedras e plantas que
tem?
Se ela a tiver, que a tenha...
Que me importa isso a mim?
Se eu pensasse nessas cousas,
Deixaria de ver as árvores e as
plantas
E deixava de ver a Terra,
Para ver só os meus pensamentos...
Entristecia e ficava às escuras.
E assim, sem pensar, tenho a Terra e
XLV CUIDADO!!!
I
Deste modo ou daquele modo. Mas até que ponto o Mestre
Conforme calha ou não calha. Alberto Caeiro consegue praticar
Podendo às vezes dizer o que penso, o que teoriza, manter a postura
E outras vezes dizendo-o mal e com tão complexa de não pensar?
misturas, Talvez o próprio heterônimo não
Vou escrevendo os meus versos sem consiga ser ele mesmo
querer, completamente. Sentir é o que
Como se escrever não fosse uma cousa feita de gestos, basta, e sentir nem sempre é
Como se escrever fosse uma cousa que me acontecesse pleno, claro e concreto. Aqui o
Procuro
Como dar-me
dizer ooque
sol de
sinto
fora. paradoxo pensar e sentir trava
Sem pensar em que o sinto. suas batalhas internas na alma
Procuro encostar as palavras à idéia humana.
E não precisar dum corredor
Do pensamento para as palavras.
O heterônimo, tão logo
Nem sempre consigo sentir o que sei que devo sentir. percebe o pensamento, se
desfaz dele rapidamente.
O meu pensamento só muito devagar atravessa o rio a nado
Porque lhe pesa o fato que os homens o fizeram usar.
Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me
ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a Natureza produziu.

E assim escrevo, querendo sentir a Natureza,


nem
sequer como um homem,
Mas como quem sente a Natureza, e mais nada.
E assim escrevo, ora bem ora mal,
Ora acertando com o que quero dizer ora errando,
Caindo aqui, levantando-me acolá,
Mas indo sempre no meu caminho como um cego
teimoso.

Ainda assim, sou alguém.


Sou o Descobridor da Natureza.
Sou o Argonauta das sensações verdadeiras.
Trago ao Universo um novo Universo
Porque trago ao Universo ele-próprio.
UFRGS - 2013
Simulado PEAC – 2013/1
43. Sobre a poesia do heterônimo Alberto Caeiro, de Fernando Pessoa, assinale a
resposta correta:

(A) Alberto Caeiro problematiza tanto as angústias e problemas do mundo que


opta por negar esses pensamentos para fugir de todo e qualquer sofrimento.
(B) Não há, para o heterônimo, discernimento entre no que acreditar e não
acreditar, já que todos os sentidos do homem são formas de ludibriá-lo, de
distanciá-lo da verdade, do concreto.
(C) Num de seus mais famosos poemas, o mestre diz negar a metafísica porque já
sofrera demais com seus questionamentos e devaneios, tanto que ele
menciona que Há metafísica bastante em não pensar em nada (...)
(D) O mestre é conhecido por ser equilibrado, por não pensar nos porquês das
coisas e do mundo, e isso se dá graças ao seu neo-paganismo, pois aquele que
em nada acredita não cria expectativas, aceita e compreende tudo como
simplesmente é.
(E) O neo-paganismo, umas das características mais essenciais deste heterônimo,
implica apego e veneração à natureza porque só ela tem condições de ser o
que é, pura, real, concreta, objetiva e inquestionável.
44. Leia o excerto do poema do heterônimo Alberto Caeiro, de Fernando Pessoa, para
responder a questão.
Ontem à tarde um homem das cidades Todo o mal do mundo vem de nos
Falava à porta da estalagem. importarmos uns com os outros,
Falava comigo também. Quer para fazer bem, quer para fazer mal.
Falava da justiça e da luta para haver A nossa alma e o céu e a terra bastam-nos.
justiça Querer mais é perder isto, e ser infeliz)
E dos operários que sofrem,
E do trabalho constante, e dos que (...)
têm Louvado seja Deus que não sou bom,
fome, E tenho o egoísmo natural das flores
E dos ricos, que só têm costas para E dos rios que seguem o seu caminho
E, olhando para mim, viu-me lágrimas nos
isso. Preocupados sem o saber
olhos Só com florir e ir correndo.
E sorriu com agrado, julgando que eu É essa a única missão no Mundo,
sentia Essa — existir claramente,
O ódio que ele sentia, e a compaixão E saber fazê-lo sem pensar nisso.
Que ele dizia que sentia.
E o homem calara-se, olhando o poente.
(Mas eu mal o estava ouvindo. Mas que tem com o poente quem odeia e
Que me importam a mim os homens ama?
E o que sofrem ou supõem que sofrem?
Sejam como eu — não sofrerão.
Marque V (para verdadeiro) e F (para falso) para as afirmações que seguem sobre o
excerto acima e as características deste heterônimo:

( ) O heterônimo se mostra comovido, em certo momento, e pensa até em sentir-se


aflito e preocupado com os questionamentos trazidos pelo ingênuo homem.
( ) Alberto Caeiro ironiza o homem das cidades, pois este vive num caos, respira o
desequilíbrio dos problemas gerados pelo mundo dito civilizado, algo com que o
pastor nunca se abala porque vive o equilíbrio da natureza apenas.
( ) Nos últimos dois versos do poema, percebemos uma forte crítica do mestre àqueles
que teimam enxergar na natureza algo mais do que ser apenas natureza, já que nada
tem ela a ver com os desajustes dos homens e da sociedade.
( ) Na penúltima estrofe, o mestre assume sua crença em Deus naturalmente porque
somente ele é capaz de compreender a forma de pensar do pastor.

A alternativa que possui a sequência correta é:

(A) F–F–V–V
(B) F–V–V–F
(C) V–V–V–F
(D) V–V–F–F
(E) F–V–F–V

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