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Apresentação
Na imagem abaixo, temos a obra de Salvador Dalí, intitulada “criança geopolítica observando o
nascimento do novo homem”, de 1943. Diferente do significado que esta obra refletiu durante a
2ª Guerra Mundial, ela está aqui para simbolizar a origem da filosofia no ocidente e de um novo
modo de pensar. Assim, nessa semana, vamos construir o conhecimento sobre o nascimento
da filosofia e a passagem do pensamento mítico para o filosófico.
Disponível em:
https://www.universia.net/br/actualidad/vida-universitaria/conheca-crianca-geopolitica-assistindo-ao-nascimento-do-novo-
homem-salvador-dali-985726.html. Acesso em: 08 de outubro de 2021.
Objetivo:
● Listar as linhas filosóficas que serão estudadas e localizar a origem da filosofia.
Conteúdo
Tipos de conhecimento, linhas e escolas do conhecimento filosófico - origem da
filosofia.
Tipos de conhecimento
O pensamento mitológico
Aranha e Martins (2016) apontam que o mito é a forma mais remota de crença, por meio da
qual os povos se relacionam com o sobrenatural, a fim de afastar os medos diante dos perigos
e cuja existência não necessita de comprovação. Do grego mythos, significa “palavra
expressa”, “narrativa”. A consciência mítica é predominante em culturas de tradição oral, que
transmitem o conhecimento verbalmente. Racionalmente, os mitos não passam de histórias
fantasiosas, mas, para os gregos antigos ou povos tradicionais, trata-se de uma representação,
ao qual responde às questões sobre a vida e a morte. Na Grécia antiga, os mitos eram
recitados em praça pública pelos cantores ambulantes e poetas, como Homero e Hesíodo.
Acredita-se que o poeta é um escolhido dos deuses, que lhe mostram os acontecimentos
passados e permitem a descoberta da origem de todos os seres e de todas as coisas. O mito
fez parte da vida humana desde seus primórdios, e está presente no nosso cotidiano, através
de crenças, temores e desejos. Um exemplo dos mitos, atualmente, são as histórias de lutas
entre o bem e o mal, nos filmes, novelas ou contos de fadas; quando o mal é vencido, os
temores humanos se apaziguam. Nosso comportamento tem componentes míticos quando
realizamos rituais de passagem como comemoração de aniversário, entrada do ano novo,
casamento etc., pois expressam os nossos desejos e afetos. Ou seja, o mito não é verdade,
nem mentira, não é invenção e nem fato, é um modo de representação e transmissão de um
conhecimento humano, ao qual carrega significado e visão de mundo para determinada cultura.
Assim como para a Grécia antiga os deuses não eram seres mágicos inventados, da mesma
forma, o culto aos santos católicos também não são meras invenções para quem compartilha
dessa crença.
Quando a mitologia já não era suficiente para explicar tudo o que acontecia no mundo, eis que
surge a filosofia. Aranha e Martins (2016) pontuam que a passagem do pensamento mítico
para o filosófico ocorreu a partir de um longo processo de transformações políticas, sociais e
econômicas. A filosofia nasce de um problema, de uma indagação nova, que procura ir além do
já sabido. Por isso, existe uma ruptura entre mito e filosofia, porque o mito é uma narrativa cujo
conteúdo não se questiona, enquanto a filosofia problematiza e convida à discussão. A filosofia
rejeita explicações baseadas no sobrenatural. Mais ainda, busca a coerência interna e a
definição rigorosa dos conceitos, organizando-se em um pensamento abstrato. Os primeiros
sábios gregos surgiram no século VI a.C., foram: Tales de Mileto, Pitágoras de Samos e
Heráclito de Éfeso. Embora reconheçamos a importância de outros sábios que viveram no
Oriente durante o mesmo período, suas doutrinas ainda não eram propriamente filosóficas. Ou
seja, os orientais focaram seus conhecimentos em questões práticas do comportamento
humano, como a boa conduta para manter a harmonia, também não se desvincularam do
aspecto mítico-religioso. Já os primeiros filósofos gregos problematizam a realidade de modo
teórico, buscavam explicitar o princípio constituinte das coisas: qual é o ser de todas as coisas?
As respostas dadas a essa questão baseavam-se na razão (logos); havia essa primazia do
racional. Portanto, toda teoria precisava ser fundamentada com argumentos, por isso, a Grécia
foi o berço da filosofia. A nova visão de mundo resultou de inúmeros fatores, como: a
redescoberta da escrita, a moeda, a lei escrita, o cidadão da pólis, a consolidação da
democracia.
Você Sabia?
Você sabia que o mito narra a origem do mundo e de tudo o que nele existe de três principais
maneiras?
1. Encontrando o pai e a mãe de todas as coisas, isto é, tudo o que existe decorre de
relações sexuais entre forças divinas.
2. Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre os deuses que faz surgir alguma coisa
no mundo.
3. Encontrando as recompensas ou castigos que os deuses dão a quem os desobedece ou
a quem os obedece.
Quer saber mais sobre os mitos? Acesse a obra: CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Editora
Ática: São Paulo, 2000. p. 31-36. Disponível em:
https://home.ufam.edu.br/andersonlfc/Economia_Etica/Convite%20%20Filosofia%20-%20Marile
na%20Chaui.pdf. Acesso em: 05 de outubro de 2021.
Sintetizando
O conhecimento é uma forma de apreensão da realidade. Existem diferentes formas de
conhecer o mundo: através do senso comum, da mitologia, das religiões, da filosofia e da
ciência. Esses conhecimentos têm a mesma finalidade, que é a de dar sentido às coisas da
vida, porém, diferem no modo como o conhecimento é adquirido e transmitido. O mito é
sustentado pela crença em narrativas míticas, que são transmitidas através da tradição oral. O
conhecimento religioso se baseia na fé em revelações divinas e nas escrituras sagradas. O
senso comum é baseado na generalização de eventos ou interpretações particulares, tomadas
como regra. É um saber básico e superficial das coisas, sem provas nem demonstração. A
ciência se utiliza do método científico, que visa a reprodução e a aplicação dos saberes, a partir
de condições estabelecidas. O conhecimento filosófico mudou a forma de compreensão de si
mesmo ao longo do tempo. Desde os filósofos pré-socráticos na Grécia antiga até a filosofia
produzida atualmente, muitas alterações ocorreram, como o modo de conceber o mundo. A
passagem do pensamento mítico para o filosófico ocorreu a partir de um longo processo de
transformações políticas, sociais e econômicas. Essa passagem marca o nascimento da
filosofia no ocidente. A ruptura entre mito e filosofia ocorre porque o mito já não era suficiente
para explicar os acontecimentos daquela sociedade específica. Fatores como a redescoberta
da escrita, estimularam o pensamento crítico e o rigor pela busca de explicações,
características que são fundamentais para a filosofia, justificando seu nascimento nesse
contexto. Os primeiros sábios gregos surgiram no século VI a.C.; eles foram: Tales de Mileto,
Pitágoras de Samos e Heráclito de Éfeso. Da Grécia até a contemporaneidade, a filosofia é
dividida em escolas filosóficas, organizadas de acordo com o período histórico e as principais
características de pensamento; são elas: pré-socrática, socrática, pós-socrática, filosofia
medieval, filosofia moderna e filosofia contemporânea. Cada uma dessas escolas e linhas de
pensamento serão estudadas ao longo de todo o conteúdo.
Atividade
Utilizando todo o conhecimento adquirido na semana 2, referente ao nascimento da filosofia e a
passagem da consciência mítica para a filosófica, apresente um mito grego que você conhece
e, logo abaixo, comente sobre o nascimento da filosofia. Use a criatividade! Você pode
desenhar, usar imagens, charges, ou fazer através de um texto escrito.
CABRAL, João Francisco Pereira. Nascimento da Filosofia. Brasil Escola, 2021. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/nascimento-filosofia.htm. Acesso em: 05 de outubro de
2021.
Referências
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à
filosofia. 6ª ed. São Paulo: Moderna, 2016.
CABRAL, João Francisco Pereira. Nascimento da Filosofia. Brasil Escola, 2021. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/nascimento-filosofia.htm. Acesso em: 05 de outubro de
2021.
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Editora Ática: São Paulo, 2000. p. 31-36. Disponível
em:
https://home.ufam.edu.br/andersonlfc/Economia_Etica/Convite%20%20Filosofia%20-%20Mar
ilena%20Chaui.pdf. Acesso em: 05 de outubro de 2021.